Qual a posição históricapokerbet365Rússia e China sobre questão palestina e o que querem com mediação do conflito com Israel:pokerbet365

Colagempokerbet365Vladimir Putin e Xi Jinping com o Domo da Rochapokerbet365Jerusalém ao fundo

Crédito, Getty/BBC

Os mesmos grupos haviam se reunidopokerbet365Moscoupokerbet365fevereiropokerbet365buscapokerbet365um acordo semelhante.

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Um primeiro olhar.

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Tanto China quanto Rússia mantêm relações com todos os atores regionais envolvidos, como Irã, Síria e Turquia. E, ao contrário dos Estados Unidos, que consideram o Hamas uma organização terrorista - o que o impedepokerbet365estabelecer conversas - nem Pequim, nem Moscou têm qualquer problemapokerbet365convidá-los ao diálogo.

Alémpokerbet365saber se a mediação terá resultados tangíveis - o que especialistas ouvidos pela BBC consideram improvável -, a questão que muitos se perguntam é o que querem os chineses e os russos com estas intervenções.

Os palestinos não têm petróleo nem grandes recursos naturais. Não são uma potência regional e estão muito longe das esferaspokerbet365influência dessas duas superpotências e dos territórios que cada uma delas considera estratégicos.

Então, o que ganham ao se envolverem num dos conflitos internacionais mais difíceispokerbet365resolver?

Principalmente, duas coisas: obter influência internacional e neutralizar o peso dos EUA e do Ocidente no mundo.

De Mao a Xi Jinping

Desde a proclamação da República Popular da Chinapokerbet3651949, o gigante asiático sempre foi solidário com a causa palestina.

Seu fundador, Mao Tsé Tung, via Israel da mesma maneira que via Taiwan: uma base do imperialismo ocidental implantada na região para manter sob controle possíveis críticos da ordem internacional imposta por Washington.

integrantes do Exércitopokerbet365Libertação da Palestina, braço armado da OLP, defendem as obraspokerbet365Mao

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Legenda da foto, Em imagempokerbet3651967, integrantes do Exércitopokerbet365Libertação da Palestina, braço armado da OLP, defendem as obraspokerbet365Mao
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A narrativa antiocidental e anticolonial daquela nova China "viapokerbet365própria experiência refletida no sofrimento palestino", afirma Ahmed Aboudouh, pesquisador da organização Chatham House, à BBC Mundo (serviçopokerbet365espanhol da BBC).

O que o Partido Comunista Chinês havia chamadopokerbet365"século da humilhação", que começou com as Guerras do Ópio no século 19 e seguiu até a chegadapokerbet365Mao ao poder, assemelhava-se ao drama dos palestinos.

Mas o apoio não se limitou à retórica. Mao, que apoiou movimentospokerbet365libertaçãopokerbet365todo o mundo, enviou armas à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e exerceu ampla influência empokerbet365formapokerbet365pensar.

A política externa chinesa mudou, no entanto, com a chegada ao poderpokerbet365Deng Xaopingpokerbet3651978 e a ideiapokerbet365que "enriquecer é glorioso".

Para implementarpokerbet365visãopokerbet365uma economia socialistapokerbet365mercado, a China teve que passar por reformas e abrir-se ao mundo e, para isso, passando da ideologia ao pragmatismo. Em vezpokerbet365apoiar atores não estatais, a China estava interessadapokerbet365ampliar suas relações diplomáticas com as grandes e médias potências mundiais.

A chegadapokerbet365Xi Jinping à presidênciapokerbet3652012 mudou as coisas, afirma Aboudouh.

Xi reincorporou um componente ideológico empokerbet365política externa, mas sempre para servir aos interesses práticos da China. E o conflito entre Israel e a Palestina encaixa-se perfeitamente.

De Stalin a Putin

A relação da Rússia com os palestinos começapokerbet365forma diferente.

Quando Israel proclamoupokerbet365independênciapokerbet3651948, a União Soviética, sob o comandopokerbet365Josef Stalin, foi um dos primeiros países do mundo a reconhecê-la.

"Naquela época, Israel parecia ter inclinações socialistas, enquanto seus vizinhos continuavam a ser colônias europeias", diz Mark Katz, professor eméritopokerbet365Governo e Política da Universidade George Mason (EUA), à BBC Mundo.

Yasir Arafat beijando Boris Yeltsin,pokerbet3651997

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O líder palestino Yasser Arafat manteve excelentes relações com seus homólogos russos, como demonstradopokerbet3651997, ao beijar o presidente Boris Yeltsin

Israel, porém, acabou não se tornando um país socialista e,pokerbet365meados da décadapokerbet3651950, Nikita Khrushchev alinhou-se ao nacionalismo árabe.

"A causa palestina foi muito útil para Moscou porque, com os EUA apoiando Israel, o fatopokerbet365os soviéticos apoiarem os palestinos tornou-os mais populares entre os países árabes", analisa Katz.

Mas enquanto para os árabes a causa palestina era uma questãopokerbet365princípio, para Moscou era simplesmente uma questãopokerbet365conveniência.

"Eles não iriam apoiá-la a pontopokerbet365representar um riscopokerbet365conflito com os EUApokerbet365especial, e nunca foram anti-Israel", afirma o especialistapokerbet365política externa russa e Oriente Médio.

Com o colapso da União Soviética, a hostilidade russa com Israel suaviza e os controles que até então impediam judeus russospokerbet365migrar para o país foram retirados.

Quando Vladimir Putin se torna presidente da Rússia,pokerbet3652000, maispokerbet365um milhãopokerbet365israelenses tinham algum tipopokerbet365ligação com a antiga União Soviética e muitos deles falavam russo.

Desde então, o Kremlin tem buscado um equilíbrio na relação com Israel e o apoio aos palestinos, mas as relações com o governo israelense esfriaram recentemente.

Mais ainda após 7pokerbet365outubropokerbet3652023, quando o Hamas atacou Israelpokerbet365surpresa, - matando maispokerbet3651.200 pessoas, segundo dados israelenses - e Israel respondeu com uma guerrapokerbet365Gaza que já matou maispokerbet36540 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúdepokerbet365Gaza, administrado pelo Hamas.

Ordem mundial alternativa

A China tornou-se o maior importador mundialpokerbet365petróleo e estima-se que metade dessas compras sejapokerbet365países do Oriente Médio e do Golfo Pérsico.

Isso quer dizer que os esforços chineses para mediar o conflito Israel-Palestina estão relacionados a interesses econômicos? Para Ahmed Aboudouh, a resposta é não.

"Muitos dos países árabes normalizaram suas relações com Israel e aqueles que ainda não o fizeram, como a Arábia Saudita, estão preparados para o fazer quando a poeira da guerrapokerbet365Gaza baixar. A China compreendeu isso e não liga as duas questões", afirma o pesquisador da Chatham House.

Ou seja, ninguém vai deixarpokerbet365vender petróleo à China por causa da posição adotada com relação ao conflito, segundo essa avaliação.

As razões estariam mais relacionadas à rivalidade com os EUA e com a imagem que o país pretende projetar internacionalmente, dadapokerbet365nova posição como grande potência mundial.

Imagem aérea do terminal petrolífero do portopokerbet365Zhoushan

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Legenda da foto, A China tornou-se extremamente dependente das importaçõespokerbet365petróleo. Na imagem, o terminal petrolífero do portopokerbet365Zhoushan

Por um lado, "a China quer ser vista como uma potência razoável e responsável, interessada na mediação e na construção da paz", analisa Aboudouh.

Além disso, Pequim procura "promover uma visão da ordem mundial alternativa à dos Estados Unidos", especialmente no sul global,pokerbet365que a maioria dos países apoia os palestinos, argumenta o especialista.

E o conflito no Oriente Médio, um dos mais complexos e que mais gera manchetes no mundo todo, é perfeito para seus interesses, especialmente quando os EUA – seu grande rival – e muitos países ocidentais são vistos como apoiadorespokerbet365Israel.

Pequim já exerceu esse novo papel no ano passado como mediador influente ao facilitar um acordo para restabelecer relações diplomáticas entre Irã e a Arábia Saudita, dois arqui-inimigos na região.

A maior parte das negociações foi feita pelo Iraque e por Omã. O acordo ainda é muito incipiente, não vai reestruturar a região, mas a participação chinesa ajudou a dar peso internacional e Pequim conseguiu,pokerbet365alguma forma, reduzir a influência dos EUA no Golfo.

No entanto, "a China não tem ideiapokerbet365como unir os palestinos oupokerbet365como resolver o complexo conflito entre palestinos e israelenses. E não tem grandes interesses ligados à resolução desse conflito", afirma o analista da Chatham House, especialista na influência chinesa no Oriente Médio.

Desviando a atenção da Ucrânia

Para a Rússia, "o conflito entre o Hamas e Israel tem sido muito útil para desviar a atenção da guerra na Ucrânia", afirma o professor Katz.

Não só o ciclopokerbet365notícias relegoupokerbet365grande parte o conflito na Europa para segundo plano desde 7pokerbet365outubro passado, como também parte da ajuda armamentista que os aliados da Ucrânia, especialmente os EUA, enviavam a Kiev, passou a ser redirecionada a Israel.

"O Kremlin pensa que o Ocidente aplica dois pesos e duas medidas quando acusa a Rússiapokerbet365ocupar a Ucrânia, ao mesmo tempopokerbet365que silencia sobre o que Israel faz com a Palestina", diz o pesquisador americano.

Um protesto anti-Putinpokerbet365Berlim

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Legenda da foto, A guerrapokerbet365Gaza serviu para desviar a atenção internacional do conflito na Ucrânia

A guerrapokerbet365Gaza serve, desta forma, para acusar o Ocidentepokerbet365hipocrisia e para ganhar pontos aos olhos dos países árabes: "Para a Rússia, parecer melhor que os EUA aos olhos do público árabe é suficiente", diz Katz.

Atuar como mediador no conflito entre Israel e a Palestina também visa, diz Ahmed Aboudouh, "sair do frio do isolamento internacional” a que o país foi relegado pelo Ocidente após a invasão da Ucrânia. "E parece que encontrou parceiros dispostos a isso, especialmente entre os países do Golfo, que continuam fazendo negócios com a Rússia", diz.

O Hamas, que assumiu o controlepokerbet365Gazapokerbet3652007, nunca foi o parceiro palestino preferido da Rússia devido apokerbet365ideologia islâmica, mas isso não o impediupokerbet365trabalhar com eles e atépokerbet365tirar proveito da relação.

Parte do incentivopokerbet365Putin para estabelecer relações com o grupo islâmico, observa Mark Katz, "foi garantir que o Hamas não apoiasse grupos jihadistas dentro da Rússia, especialmente na Chechênia".

A estratégia funcionou bem. Quando a Rússia invadiu a Geórgiapokerbet3652008, "tanto o Hamas quanto o Hezbollah apoiaram a posiçãopokerbet365Moscou e nunca tomaram partido dos muçulmanos da Rússia", acrescenta o professor da Universidade George Mason.

Os especialistas consideram, no entanto, que apesarpokerbet365manter laços com o Hamas, o Kremlin não parece ter enviado armas. Moscou não gostariapokerbet365arriscar que Israel fizesse o mesmo com a Ucrânia, dizem os pesquisadores.

Soldados russos na Síriapokerbet3652022

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Legenda da foto, A Rússia interveio militarmentepokerbet365conflitos do Oriente Médio, como Síria

As diferenças

Embora alguns dos objetivos sejam os mesmos, especialmente quando se tratapokerbet365minar a influência dos EUA na região e no sul global, os métodos da China e da Rússia são muito diferentes, apontam pesquisadores.

Primeiro, a Rússia envolveu-se militarmente na região, tal como aconteceu na guerra na Síria, algo que a China não tem intençãopokerbet365fazer.

Enquanto a China procura preservar a ordem regional no Oriente Médio com alguns ajustes para servir os seus interesses, "a Rússia quer explodi-la completamente para reestruturá-lapokerbet365uma forma que beneficie seus interesses", diz Aboudouh.

Para o pesquisador da Chatham House, Pequim gostaria que o conflito fosse resolvido com a criaçãopokerbet365um Estado Palestino sobre o qual a China exerça maior influência.

Já o Kremlin joga com outras cartas.

Moscou não quer realmente resolver o conflito entre Israel e a Palestina, mas sim fingir que busca uma solução, na avaliação do especialista russo: "Se um dia se resolver, nenhum deles (israelenses e palestinos) precisaria da Rússia para qualquer coisa. Buscariam o desenvolvimento econômico e, para isso, recorreriam aos Estados Unidos ou à China."

Seguindo essa lógica, "a Rússia se beneficiapokerbet365instabilidade, mas nãopokerbet365muita instabilidade", acrescenta Katz. "Eles querem que a panela ferva, mas sem transbordar", conclui.