G20: por que Lula 'não é mais o cara', mas tem alguns trunfos:casa se aposta com
Por outro lado, nota Garcia, o retorno do petista ao G20 ocorrecasa se aposta comum momento especial para o Brasil, já que o país é o próximo a assumir a presidência do grupo, com mandato entre dezembro deste ano e novembrocasa se aposta com2024, quando uma cúpulacasa se aposta comlíderes será realizada no Riocasa se aposta comJaneiro.
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No encerramento da cúpulacasa se aposta comDéli, no domingo (10/9), haverá uma cerimônia simbólicacasa se aposta comtransmissão da liderança do bloco, do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, para Lula.
A presidência do G20 é uma oportunidadecasa se aposta compautar a agenda mundial, segundo o professorcasa se aposta comrelações internacionais da Pontifícia Universidade Católicacasa se aposta comMinas Gerais (PUC Minas) Leonardo Ramos.
A previsão écasa se aposta comque Lula use a liderança brasileira para convencer os países do G20 a adotarem metas concretascasa se aposta comredução da pobreza. Outros temas que ganharão destaque na presidência do Brasil serão o "desenvolvimento sustentável,casa se aposta comsuas dimensões econômica, social e ambiental", e a reformacasa se aposta cominstituições multilaterais como o Conselhocasa se aposta comSegurança da ONU e o Banco Mundial, para dar mais peso a paísescasa se aposta comdesenvolvimento.
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Após presidir o G20, o Brasil sediará tambémcasa se aposta com2025 a conferência anual da ONU sobre mudanças climáticas (COP 30) e a cúpula dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que acabacasa se aposta comanunciar a inclusãocasa se aposta commais seis membros (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia).
Para Ramos, esse momento especial para o Brasil, como sedecasa se aposta comgrandes encontroscasa se aposta comlíderes mundiais, cria um palco para Lula ser "o cara" novamente. Mas isso vai depender dos resultados alcançados, ressalta.
"É um momento interessante [para o Brasil], nesse sentido ele tem um potencial. Vamos ver o que ele consegue negociar, por exemplo na agenda climática, oucasa se aposta comtermoscasa se aposta comapoio à reforma do Conselhocasa se aposta comSegurança da ONU e a entrada permanente do Brasil", afirma, citando uma antiga reivindicação brasileira.
Na avaliaçãocasa se aposta comRamos, Lula tem importantes trunfos para aproveitar essas oportunidades, como seu forte carisma pessoal, a experiência acumuladacasa se aposta comseus dois primeiros mandatos presidenciais e a importância do Brasil na área ambiental e climática.
"Gostemos ou não [de Lula], não vejo outra figura na política brasileira que poderia capitalizar melhor [a liderança desses grandes eventos]", diz.
A cúpulacasa se aposta comlíderes do Riocasa se aposta comJaneiro será precedidacasa se aposta comdezenascasa se aposta comencontros setoriais, para discutir políticascasa se aposta comdiferentes áreas, como saúde, educação e meio ambiente.
A intenção do governo brasileiro é realizar eventos nas cinco regiões do país, mascasa se aposta comdimensão bem menor que a indiana, que chegou a promover reuniões do G20casa se aposta commaiscasa se aposta comcinquenta cidades, numa tentativacasa se aposta comModicasa se aposta comusar a presidência do grupo para projetar seu governo internamente.
O impasse sobre guerra na Ucrânia
Os planos do Brasil para a presidência do G20, no entanto, podem ser atrapalhados pela continuidade da guerra na Ucrânia, país que foi invadidocasa se aposta comfevereirocasa se aposta com2022 pela Rússia.
A própria reuniãocasa se aposta comDéli pode acabar sem um comunicado final devido às divergências sobre o conflito que opõecasa se aposta comuma lado as potências ocidentais ecasa se aposta comoutro Rússia, com apoio da China.
Já o Brasil busca adotar uma posiçãocasa se aposta comneutralidade e incentivar um acordocasa se aposta compaz, mas com baixa capacidadecasa se aposta cominfluência no conflito, apontam os analistas entrevistados.
O presidente russo Vladimir Putin e o presidente chinês Xi Jinping decidiram, inclusive, não participar da cúpula, e serão representados por seus chanceleres.
Enquanto a presençacasa se aposta comPutin já era dúvida, devido a suas preocupações com a guerra ecasa se aposta comsegurança pessoal, a anunciada ausênciacasa se aposta comXi Jinping surpreendeu e não foi explicada por Pequim, mas pode ter sido influenciada pela crescente tensão com a Índia devido a disputas territoriais na fronteira dos dois países.
Para Ramos, Xi Jinping parece ter querido esnobar a presidência indiana, boicotando a tentativacasa se aposta comModicasa se aposta comusar a cúpula para se projetar para o mundo e para os indianos como líder do Sul Global. Às vésperas da chegada dos líderes à Nova Déli, a cidade está repletacasa se aposta comcartazes do G20 com imagens do primeiro-ministro indiano, numa clara personalização do evento.
Por outro lado, outras liderançascasa se aposta comdestaque estão confirmadas, como o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak.
Tensão G20 x Brics
A anunciada ausênciacasa se aposta comXi Jinping contrasta comcasa se aposta comforte influência na última cúpula do Brics, realizadacasa se aposta comagosto na África do Sul, quando a expansão do bloco atendeu aos interesses chineses, numa indicaçãocasa se aposta comque Pequim estaria priorizando fórunscasa se aposta comque tem mais condiçõescasa se aposta comcontrole.
Brasil e Índia por muito tempo resistiram à entradacasa se aposta comnovos membros, uma reivindicação antiga da China e que, mais recentemente, obteve apoio da Rússia, numa tentativa das duas naçõescasa se aposta comconstruir para si espaçoscasa se aposta cominfluência globalcasa se aposta comcontraponto a articulações das potências ocidentais, como o G7.
O receio da diplomacia brasileira era que um Brics expandido diluiria a importânciacasa se aposta commembros originais como o Brasil, mas manteria a China forte, devido ao seu peso econômico hoje no mundo.
Lula buscou afastar a percepçãocasa se aposta comque o novo Brics seria uma tentativacasa se aposta comantagonizar com o Ocidente.
"A gente não quer ser contraponto ao G7. A gente não quer ser contraponto ao G20. A gente não quer ser contraponto aos Estados Unidos. A gente quer se organizar. A gente quer criar uma coisa que nunca teve, que nunca existiu", disse durante a cúpula do grupo.
Já o cientista político Hussein Kalout, pesquisadorcasa se aposta comHarvard e conselheiro do Centro Brasileirocasa se aposta comRelações Internacionais (Cebri), avalia que a forma como se deu a ampliação dos Brics tem contribuído para aumentar a desconfiançacasa se aposta compotências ocidentaiscasa se aposta comrelação ao Brasil, junto a outros episódios, como as falas do presidente sobre a guerra na Ucrânia no primeiro semestre, quando Lula chegou a dizer que os dois lados do conflito tinham responsabilidade semelhante, apesarcasa se aposta comapenas a Rússia ter invadido o território ucraniano.
Para Kalout, o objetivocasa se aposta commanter neutralidade no conflito é correto e segue a tradição diplomática brasileira, mas a forma como o Brasil tem levado a questão na prática tem sido interpretada negativamente pelo lado ocidental e pode afetar a capacidadecasa se aposta comliderançacasa se aposta comLula à frente do G20.
"Na visãocasa se aposta comparceiros estratégicos do Brasil no mundo ocidental, o Brasil tem sido uma voz ativa na construçãocasa se aposta comuma coalizão, digamos, antiocidental. Certa ou errada, não importa, mas é a visão que se tem. Cabe ao Brasil demonstrar que isso não é verdade", ressaltou Kalout.
Leonardo Ramos, porcasa se aposta comvez, considera que o Brasil teve uma importante conquista na negociação para ampliação do Brics:casa se aposta comtrocacasa se aposta comaceitar a expansão pretendida por China e Rússia, o país conseguiu inserir na declaração final do encontro, pela primeira vez, um apoio explícito à entradacasa se aposta comBrasil, Índia e África do Sul no Conselhocasa se aposta comSegurança da ONU.
Esse órgão, responsável por zelar pela paz mundial e mediar conflitos, conta com apenas cinco membros permanente, todos com podercasa se aposta comveto: Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a Rússia (Estado sucessor da União Soviética) e a República Popular da China
"Lula vai para o G20 para tentar negociar com o Biden [a entrada no Conselhocasa se aposta comSegurança] com a carta da China junto: 'China e Rússia já liberaram, então agora falta vocês, Estados Unidos, Reino Unido', ele vai argumentar", acredita Ramos.
Por enquanto, porém, nenhuma reforma concreta do Conselho está no horizonte.
Entre os anúncios concretos aguardados para a Cúpulacasa se aposta comDéli está a confirmação da ampliação do grupo para entrada da União Africana, algo que atende às reivindicaçõescasa se aposta compaísescasa se aposta comdesenvolvimento por mais espaço nos fóruns internacionais.
Outra novidade esperada é a formalização da Aliança Global pelos Biocombustíveis, liderada por Índia, Brasil e Estados Unidos, e que deve contar com a adesão inicial de, ao menos, outros 16 países (não necessariamente membros do G20).
A iniciativa busca expandir a produção e o consumo mundiaiscasa se aposta combiocombustíveis como o etanol,casa se aposta comespecialcasa se aposta compaísescasa se aposta comdesenvolvimento, dentrocasa se aposta comuma agendacasa se aposta comtransição energética para opções menos poluentes.