A ondacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aagressão a professores no mundo: 'Ficar perto da porta para sair correndo':campeonato gaúcho de futebol de 2024 série a

cadeiracampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asalacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula

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Legenda da foto, Casoscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aagressão a professores não se limitam apenas ao Brasil

Trata-se da face mais extremacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aum problema que os professores vivenciamcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série adiversas partes do mundo: o aumento das agressões e da pressão por partecampeonato gaúcho de futebol de 2024 série apais e alunos.

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O Brasil tem registrado diversos casoscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aataques violentos a professores.

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Uma pesquisa realizadacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série a2023 pela Nova Escola e instituto Ame Sua Mente mostrou que 7campeonato gaúcho de futebol de 2024 série acada 10 educadores notaram um aumento da violência e agressividade entre os alunoscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série a2023.

O levantamento ouviu professorescampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aescolas públicas e privadas no Brasil,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série adiferentes níveiscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aensino. E também mostrou que 7campeonato gaúcho de futebol de 2024 série acada 10 afirmam já ter tido conhecimentocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aalgum casocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aviolência por parte dos alunos nas escolas onde trabalham.

Enquanto isso, o que acontececampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aoutros países?

Na Inglaterra, quase umcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acada cinco professores foi agredido por um aluno neste ano, segundo dadoscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aum levantamento encomendado pela BBC, no qual 9 mil professores foram entrevistados nos últimos dois meses.

Na Espanha, uma professora do ensino médiocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aum centrocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aValência foi agredida com socos e pontapés por um aluno neste ano.

Em Bogotá, na Colômbia, uma professora denunciou nas redes sociais a surra brutal que levoucampeonato gaúcho de futebol de 2024 série auma aluna, depoiscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série apedir a ela que não usasse o celular.

Em Santiago, no Chile, um professor ficou inconsciente após ser espancado por um aluno, ao comunicar a ele, ao lado da mãe, que repetiriacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aano.

Mais agressões do que há dois anos

Lorraine Meah
Legenda da foto, Lorraine Meah, professora há 35 anos, afirma que o mau comportamento aumentou até mesmo entre as crianças mais novas

Lorraine Meah é professoracampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aescola primária no Reino Unido há 35 anos. E, na experiência dela, o comportamento dos alunos piorou nos últimos anos.

Ela conta que testemunhou alunos do jardimcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série ainfância “cuspirem e xingarem” — e que o pior comportamento foi demonstrado por criançascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série a5 e 6 anos, que apresentaram “tendências perigosas”, como atirar cadeiras.

“Quando,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série auma turmacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série a30 crianças, há três ou quatro que apresentam um comportamento desafiador, é difícilcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série alidar”, afirma Meah à BBC.

No Chile, o Colégiocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aProfessores e Professoras, organização nacional que conta com maiscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série a100 mil membros, realizou uma pesquisa que mostrou que 86,8% dos professores foram vítimascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série ainsultos e ameaças feitas, principalmente, por alunos e responsáveis — ou seja, pais, mães ou representantes.

No país, a ocorrênciacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asituações deste tipo quase dobrou desde 2018.

Mulher adulta falando com meninacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acorredorcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aescola

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Legenda da foto, O vínculo entre professores e alunos se deteriorou, apontam especialistas

Para María Elena Duarte, psicóloga chilena especializada na área educacional e clínica, uma das causas deste fenômeno é a mudança na forma como a escola e o vínculo entre professores e alunos são percebidos.

“Antes era um espaço respeitado, embora este respeito tivesse a ver, na minha perspectiva, com autoritarismo e,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série aalguns casos, com abusos. O fim deste modelo é bom, mas, com o tempo, passamos para outro, no qual a escola perde todo o significado como instituição”, argumenta.

Duarte acredita que o atual acesso a tanta informação e tecnologia tem a ver com o que chamacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série auma perdacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asignificado.

Segundo ela,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série aum mundocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aque é cada vez mais fácil ter acesso a conteúdos, as escolas deveriam se adaptar e defender o processocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaprendizagem e desenvolvimento, fortalecendo o vínculo entre professores e alunos.

“Como isso não acontece, uma vez que a escola,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série ateoria, não oferece um valor agregado, temos muitos alunos que nos dizem que assistem às aulas 'porque têm que' (assistir), mas não querem”, acrescenta.

E, ao mesmo tempo, “o trabalhocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série apotencializar o vínculo emocional e afetivo entre professores e alunos se perdeu”.

“Por um lado, temos professores saturados, com condições cada vez menos ideaiscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série atrabalho, sobrecarregados. Por outro, alunos desmotivados, que não querem estar nas salascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula... Isso não ajuda nenhuma das partes”, explica.

Esta mudança social levou,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série amuitos casos, a uma perdacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série arespeito — algo que,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série aalguns lugares, estão tentando reverter pela força da lei.

Por exemplo,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série avárias comunidades autônomas da Espanha, os professores se tornaram figurascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aautoridade por lei, como um policial. Portanto, agredir um professor equivale a desacato à autoridade.

Mas isso não impediu que as agressões aos professores também aumentassem na Espanha.

Protestocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aprofessores no Chile

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Legenda da foto, Protestocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aprofessores no Chile contra, entre outras coisas, a violência nas salascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula

Novas formascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aagressão

Na Espanha, 91% dos professorescampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aescolas públicas afirmaram ter problemascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aconvivência nas salascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula — e oitocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acada 10 sofreram agressões físicas ou verbais, segundo estudo realizado pela CSIF (acrônimocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aespanhol para Central Sindical Independente ecampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aFuncionários).

Os mais frequentes são ataques físicos, como empurrões, pancadas na nuca, arremessoscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aobjetos e denúncias falsas.

Somam-se a isso novas formascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série amaus-tratos fora da salacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula, como a práticacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série abullying online com os professores.

Por trás das estatísticas, estão profissionais que têm medocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aentrar nas salascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula, como conta Teresa Hernández, coordenadora do serviçocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série adefesa dos professores da ANPE, sindicato do magistério na Espanha, à BBC News Mundo, serviçocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série anotíciascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aespanhol da BBC.

“Um professor me disse que o que ele pensa quando entra na salacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula é se posicionar mais perto da porta, caso tenha que sair correndo”, afirma.

E, segundo ela, hoje não há uma maneira fácilcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série alidar com um conflito com um estudante.

“O professor tem que garantir que não será afetado porque colocaram a perna para ele tropeçar ou riram dele porque, depoiscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série apassado um episódiocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aagressão, ele deve voltar para a salacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula no dia seguinte e ser profissional, porque, além disso, mexe com ele ver o aluno na salacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaulacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série anovo... Não é fácil”, ressalta.

Isso se traduzcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaltos níveiscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aansiedade.

Hernández afirma que, dos professores que atende, cercacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série a80% sofrem com ansiedade — e um grande número já está afastado com sintomascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série adepressão.

“São dados que nos preocupam muito.”

O fenômeno é semelhante no Chile, onde o númerocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série alicenças médicas associadas ao estresse aumentaram no ano passado.

“Muitos pensamcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aabandonar a profissão, e isso é grave porque é uma profissão muito bonita, vocacional e necessária”, afirma Hernández.

Criança com tabletcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asalacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula

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Legenda da foto, As novas tecnologias representam novos desafios nas salascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula

Agravantes

As pesquisas, os estudos e as especialistas consultadas concordam que, embora o conflitocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asalacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula não seja um fenômeno novo, houve algo que o fez aumentar: a pandemiacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acovid-19.

“A partir daí, vemos que há mais problemascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asaúde mental, mais distúrbios mentais, mais comportamentos agressivos nas redes sociais”, observa Teresa Hernández.

“Foi um fatorcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aestresse gigantesco, não só porque as nossas vidas estavamcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série arisco, mas porque o lockdown nos obrigou a olhar para nós mesmos — e ver como gerimos as nossas emoções e rotinas. E se não houver essa gestão, a situação explode como uma bomba”, acrescenta Duarte.

A faltacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série adesenvolvimento emocional acaba resultandocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aproblemas comportamentais.

“Nos últimos anos, temos chamado a atenção na ANPE para a necessidadecampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aabordar a saúde mental da comunidade educacional, neste caso dos alunos, desde que ocorreu a pandemia”, diz Hernández.

María Elena Duarte

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Legenda da foto, María Elena Duarte, psicóloga clínica e especialistacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aeducação, vê os ataques a professores no Chile como um problema crescente

No Reino Unido, Patrick Roach, secretário-geral do sindicatocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aprofessores NASUWT (siglacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série ainglês), disse à BBC que esta situaçãocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série amal-estar mental "foi agravada pelos cortes nos serviços especializadoscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asaúde mental para crianças — que deixou nas mãos dos professores o papelcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série atercampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asuprir estas lacunas".

Em alguns casos, estes serviços nem sequer existiam antes da pandemia.

Duarte afirma que para muitas crianças e adolescentes o lockdown significou perder uma etapa com aprendizados valiosos:campeonato gaúcho de futebol de 2024 série acomo conviver com os colegas, e como lidar com limites.

E, além disso, tiveram que gerenciar a socialização por meio das redes sociais.

“Voltamos então ao espaço social com toda essa carga, e sem um trabalhocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série atransição para nos conectar com o outro. E depois, no pós-pandemia, nos deparamos com essas situaçõescampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aabuso.”

Pai e filhacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acostas saindocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acasa

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Legenda da foto, Os pais também têm um papel na situação que existe nas salascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula

Pais: um problema adicional?

Na relação entre professores e alunos, existe um terceiro eixo que influencia muito, apontam especialistas: os pais e as mães.

Atualmente, há uma tendência a reduzir a autoridade dos professores,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série asuperproteger os filhos, e dar razão a elescampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aquase tudo, culpando até mesmo os professores.

A psicopedagoga Mar Romera acredita que isso tem a ver,campeonato gaúcho de futebol de 2024 série aparte, com a queda nas taxascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série anatalidade.

“O fator determinante é que temos poucos filhos, e se você tem um jardim com 200 gerânios e uma orquídea, você focacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acuidar da orquídea. E há uma superproteção”, compara Romera.

“Se os pais defendem antescampeonato gaúcho de futebol de 2024 série atudo os filhos, sem questionar nada, esses filhos fazem o que querem nas aulas sem consequências. O trabalho dos pais não é realizado corretamentecampeonato gaúcho de futebol de 2024 série amuitos casos, e isso nos preocupa”, afirma Teresa Hernández.

Ela ressalta que o trabalhocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aeducar as crianças e adolescentes para que se desenvolvam não pode ser responsabilidade exclusiva dos professores.

“Também precisa vircampeonato gaúcho de futebol de 2024 série acasa.”

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Legenda da foto, Manifestaçãocampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aprofissionais da áreacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aeducação na Espanha

María Elena Duarte insiste que existe um problemacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série avínculo entre professores e alunos, que deve ser trabalhado, assim como um pai ou uma mãe deve cultivar o vínculo com os filhos.

Por um lado, deve haver um trabalho socioemocional com os professores, diz ela. Mas, por outro, é preciso perceber o que está acontecendo com os alunos.

“Há maus-tratos aos professores, sim, mas isso também acontece entre os alunos, que cada vez mais se tratam pior. É um problemacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aconvivênciacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série ageral”, afirma Duarte.

E, como ela diz, é uma viacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série amão dupla:

“Se temos crianças e adolescentes que hoje não são capazescampeonato gaúcho de futebol de 2024 série afazer esta gestão emocional, é também porque temos adultos que não conseguiram visualizar a importância disso.”

No fim das contas, tudo depende da saúde mentalcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série atodos.

“Precisamos estar muito bem mentalmente, tanto os alunos, quanto as famílias e os professores. Os problemascampeonato gaúcho de futebol de 2024 série asalacampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aaula são cada vez mais graves”, afirma Teresa Hernández.

Os especialistas advertem que, se esta situação não for remediada e não forem criados protocoloscampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aconvivência adequados, este problema não vai ter fim.

*Com reportagem adicionalcampeonato gaúcho de futebol de 2024 série aLauren Moss e Elaine Dunkley.

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