Nobeljogo de blackjackMedicina 2023: a história dos cientistas que ganharam o prêmio pela tecnologia que levou às vacinasjogo de blackjackPfizer e Moderna:jogo de blackjack

Drew Weissman e Katalin Karikó

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Drew Weissman (à esquerda) e Katalin Karikó (à direita) foram dois dos pioneiros nas vacinasjogo de blackjackmRNA

Entenda a seguir como o trabalhojogo de blackjackpesquisa deles serviujogo de blackjackbase para as vacinasjogo de blackjackmRNA, que fizeram a estreia mundial durante a pandemiajogo de blackjackcovid-19.

Pule Matérias recomendadas e continue lendo
Matérias recomendadas
jogo de blackjack de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

No Quênia, o CDAC (Centre for Development of Advanced Computing) é uma organização que se dedica ao desenvolvimento jogo de blackjack ferramentas ♣ e tecnologias jogo de blackjack TI avançadas para a educação e treinamento jogo de blackjack {k0} massa.

Originalmente criado para pesquisar e montar computadores jogo de blackjack ♣ alto desempenho, os interesses jogo de blackjack pesquisa do CDAC atualmente incluem: computação jogo de blackjack alto performance, computação jogo de blackjack {k0} grade e computação ♣ jogo de blackjack {k0} nuvem.

O que é um nome jogo de blackjack usuário no Telegram?

No Telegram, é possível configurar um nome jogo de blackjack usuário público. Isso permite 👍 que outros usuários possam encontrá-lo por meio desse nome jogo de blackjack usuário, tornando-o visível nas "resultados globais" da pesquisa.

roleta online editar

nceira, bem-estar ou relacionamentos é demais. É importante definir limites pessoais no

jogo e procurar ajuda se você sentir que está ⚾️ se tornando um problema. Quanto é muito a

Fim do Matérias recomendadas

Mini-impressoras dentrojogo de blackjacknós

Com exceçãojogo de blackjackóvulos e espermatozoides, todas as células do nosso corpo carregam dentro do núcleo o genoma completo, o DNA.

Nesse conjuntojogo de blackjackcromossomos, estão "escritas" muitas das informações que definem os processos orgânicos, as características físicas e a propensão a determinadas doençasjogo de blackjackcada umjogo de blackjacknós.

Mas o DNA sozinho não faz nada: quando ele precisa enviar algum comando à célula, essa fitajogo de blackjackdupla hélice gera uma cópia simplesjogo de blackjackdeterminado trecho do código genético.

Esse "xerox" genético vem numa fita simples e é o que conhecemos como RNA mensageiro, ou mRNA.

Esse material então sai do núcleo e viaja até os ribossomos, no citoplasma da célula. Essa estrutura lê a "receita" genética do mRNA e fabrica uma proteína específica relacionada àquele comando escrito no DNA.

Desde que esse mecanismo foi conhecido, a partir dos anos 1960, os cientistas começaram a se perguntar: será que é possível aproveitar essas "mini-impressoras" que carregamos dentro das células para produzir proteínas específicas?

O objetivo era que essas proteínas tivessem algum fim terapêutico, e pudessem servir para gerar uma resposta do sistema imunológico — o que permitiria combater o crescimentojogo de blackjackum tumor ou a invasãojogo de blackjackum vírus mortal, por exemplo.

Fitajogo de blackjackmRNA

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O mRNA (fita amarela e azul) viaja até o ribossomo (roxo e azul, no centro da imagem), que produz uma proteína (vermelho)

Pedras pelo caminho

Pule Novo podcast investigativo: A Raposa e continue lendo
Novo podcast investigativo: A Raposa

Uma toneladajogo de blackjackcocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

Episódios

Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

Mas é claro que a ideia não funcionou logojogo de blackjackcara. A principal barreira a ser superada tinha a ver com o fatojogo de blackjacko mRNA ser uma molécula muito frágil — como se trata apenasjogo de blackjackuma mensageira, ela logo se degrada no organismo.

Nos primeiros experimentos, os mRNAs sintetizadosjogo de blackjacklaboratório sequer conseguiam chegar perto das células. Eles estragavam pelo caminho, antesjogo de blackjackcumprir a missão para o qual foram projetados.

Além disso, esses compostos se mostraram altamente inflamatórios. Eles geraram uma reação imunológica forte, que colocavajogo de blackjackrisco o próprio uso desse princípio na medicina.

Essas dificuldades foram superadas graças a dois trabalhos distintos. O primeiro deles, comandado pelo justamente médico americano Drew Weissman e pela bioquímica húngara Katalin Karikó, descobriu que algumas modificações básicas na estrutura do mRNA poderiam deixá-lo menos inflamatório.

Esse esforço, aliás, rendeu à dupla o Prêmio Nobeljogo de blackjackMedicina e Fisiologiajogo de blackjack2023.

O segundo, que envolveu vários gruposjogo de blackjackpesquisa, como o comandado pelo bioquímico canadense Pieter Cullis, descobriu que "embrulhar" a fitajogo de blackjackmRNA numa nanopartículajogo de blackjacklipídios (ou gordura) é uma forma eficazjogo de blackjackprotegê-lo da degradação. Assim, essa molécula pode ser injetada, viajar pelo organismo e chegar às células onde cumprirá a função para a qual foi projetada.

"Com essas modificações, a ciência estava diantejogo de blackjackuma ferramenta potente e poderosa", disse o biomédico Joel Rurik, da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, numa entrevista à BBC News Brasiljogo de blackjackmaiojogo de blackjack2023.

"Trabalhar com o mRNA é algo relativamente simples e rápido. Basta fazer o download da sequência genética no computador e pedir para uma bioimpressora imprimir este material. Você consegue produzir toneladas dele sem a necessidadejogo de blackjackusar uma única célula", complementou o cientista.

"Falamos, portanto,jogo de blackjackuma estratégia eficaz do pontojogo de blackjackvista dos custos, estável, com facilidadejogo de blackjackdistribuição e que pode ser usadajogo de blackjackforma mais ampla ou fácil que muitas ferramentas terapêuticas oujogo de blackjackengenharia imunológica", resumiu.

'Estreia' antecipada

Ainda que os testes clínicos com as primeiras vacinasjogo de blackjackmRNA tenham começado no início dos anos 2000, a comunidade científica esperava que as primeiras versões comercialmente disponíveis, aprovadas pelas agências regulatórias, só chegassem ao mercadojogo de blackjackmeadosjogo de blackjack2025.

Até que veio a covid-19 e tudo mudou. A emergência da pior pandemiajogo de blackjackum século exigiu que muitos especialistas mudassem os planos e começassem a estudar um vírus absolutamente novo: o Sars-CoV-2.

Assim que o sequenciamento genético do causador da covid foi concluído, aindajogo de blackjackjaneirojogo de blackjack2020, os grupos que já trabalhavam com imunizantesjogo de blackjackmRNA para outros patógenos (como o vírus sincicial respiratório) direcionaram os esforços para o novo coronavírus.

Gráfico mostra os três passos para criaçãojogo de blackjackuma vacinajogo de blackjackRNA mensageiro

Em março daquele mesmo ano, os primeiros estudos clínicos dessas vacinas começaram a acontecer. Dez meses depois,jogo de blackjackdezembro, a Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória dos EUA, aprovou os dois produtos com a tecnologia mRNA desenvolvidos e testados pelas farmacêuticas Moderna e Pfizer/BioNTech.

Pouco depois, eles também foram liberadosjogo de blackjackoutras partes do mundo — no Brasil, a Agência Nacionaljogo de blackjackVigilância Sanitária (Anvisa) deu sinal verde para o uso do imunizante da Pfizerjogo de blackjack23jogo de blackjackfevereirojogo de blackjack2021.

Essa foi a primeira vez na história que uma vacinajogo de blackjackmRNA — baseada nos trabalhos pioneirosjogo de blackjackKarikó e Weissman — chegou ao braço das pessoas fora do ambiente das pesquisas científicas.

Ela se baseia naquele princípio explicado no início desta reportagem: cada dose do produto traz uma fitajogo de blackjackRNA mensageiro (mRNA), que instrui as células do nosso próprio organismo a fabricar a proteína S (de Spike, ou espículajogo de blackjackportuguês) presente na superfície do coronavírus.

A partir daí, o sistema imunológico reconhece esse material e gera uma resposta, capazjogo de blackjackproteger caso o agente infecciosojogo de blackjackverdade tente invadir o corpo.

Gráfico mostra como a vacinajogo de blackjackRNA mensageiro funciona no corpo

O que vem por aí

Logo após a experiência com a covid-19, o próximo "passo natural" para o mRNA é que ele seja usado para desenvolver vacinas contra outras doenças infecciosas.

Inclusive, laboratórios já estão realizando testesjogo de blackjackimunizantes contra todos os tiposjogo de blackjackcoronavírus, o influenza, o zika, o chikungunya, a dengue, a malária, o HIV, entre outros.

Segundo o ClinicalTrials.Gov, site que registra todos os testes clínicosjogo de blackjackandamento nos Estados Unidos, existem cercajogo de blackjack800 estudos do tipojogo de blackjackandamento que avaliam algum aspecto dessa plataforma tecnológica.

Rurik classificou esse campo da ciência como "empolgante".

Ampolajogo de blackjackvacinajogo de blackjackmRNA

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Vacinasjogo de blackjackmRNA surgiram na busca por combater o câncer, mas foram adaptadas a doenças infecciosas

"As vacinasjogo de blackjackmRNA usadas contra a covid-19 lançaram um enorme holofote na área. Com isso, vieram os investimentos privados e os programas governamentaisjogo de blackjackincentivo", contextualizou.

O próprio trabalho do biomédico é um exemplo disso. Nos últimos anos, ele investiga se o mRNA pode servir como uma ferramenta para que as célulasjogo de blackjackdefesa reconheçam e destruam fibroblastos "doentes" no coração.

Os fibroblastos são um tipojogo de blackjackcélula que forma a estrutura do músculo cardíaco. Quando essas unidades apresentam algum tipojogo de blackjackdefeito, isso pode representar a origemjogo de blackjackuma doença crônica (como a insuficiência cardíaca) ou aguda (como o infarto).

"Treinar" as células imunológicas para identificar os fibroblastos defeituosos, portanto, pode se tornar, no futuro, um caminho para prevenir as condições que afetam o coração.

Ainda no mundo da cardiologia, outros grupos trabalham com o mRNA como uma formajogo de blackjackbaixar o LDL, o colesterol ruim. Essa molécula está diretamente relacionada com uma sériejogo de blackjackdesfechos perigosos, como o próprio infarto e o Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Isso porque algumas pessoas possuem um gene que faz elas expressarem demais uma proteína chamada PCSK9, o que leva o colesterol às alturas. Inibir essa fabricação excessiva por meio do mRNA poderia ser um caminho para lidarjogo de blackjackforma definitiva com esse fatorjogo de blackjackrisco para tantas doenças cardiovasculares.

Cientista trabalhandojogo de blackjacklaboratório

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O mRNA é testado para uma sériejogo de blackjackoutras doenças além das infecciosas

Aos poucos, a tecnologia do mRNA também volta às suas origens: as pesquisas sobre o uso dessas vacinas contra tumores começaram a ganhar mais fôlego nos últimos meses.

Afinal, o câncer é uma fontejogo de blackjackmuitas mutações genéticas. Além disso, ele tem a característicajogo de blackjackproduzir certas moléculas capazesjogo de blackjacksuprimir o sistema imunológico.

Em outras palavras, as células cancerosas são capazesjogo de blackjackproduzir determinadas substâncias que bloqueiam a imunidade. Com isso, as unidadesjogo de blackjackdefesa não reconhecem a ameaça — e o tumor cresce no corpo sem encontrar resistência.

Já existem atualmente tratamentos que tiram essa "venda" das unidadesjogo de blackjackdefesa e permitem que o próprio sistema imunológico passe a atacar o câncer. Esse grupojogo de blackjackfármacos é conhecido como imunoterapia, e está disponível contra o melanoma e outros tipos da doença.

Mas e se fosse possível aplicar uma vacinajogo de blackjackmRNA para que o organismo do paciente identificasse certas mutações tumorais mais comuns? Ou ainda criar um produto farmacêutico totalmente personalizado, baseado nas alterações genéticas que aparecemjogo de blackjackcada indivíduo com câncer?

Além disso, um dos grandes sonhos da oncologia sempre foi desenvolver uma espéciejogo de blackjack‘memória imunológica’ contra o câncer,jogo de blackjackmodo que o sistema imune saiba quando o tumor retornou ou está se espalhando para outros tecidos.

Todas essas possibilidades estão sendo testadas agora por gruposjogo de blackjackpesquisas e farmacêuticas.

O passo concreto mais recente do mRNA contra o câncer foi anunciado pelos laboratórios Moderna e MSDjogo de blackjackabril: uma vacina experimental contra o melanoma foi capazjogo de blackjackdiminuir o riscojogo de blackjackmortejogo de blackjack44% quando associado à imunoterapia.

Vale ponderar, no entanto, que o produto ainda estájogo de blackjackdesenvolvimento e precisa passar por novas etapasjogo de blackjackestudo antesjogo de blackjackchegar às clínicas e aos hospitais.

Por fim, Rurik apontou que o mRNA não é mais uma plataforma exclusiva para doenças infecciosas, cardíacas ou oncológicas.

"Também já vemos estudosjogo de blackjackandamento para tratar lúpus e outras doenças autoimunes", exemplifica.

Mas, para que isso realmente aconteça, os cientistas precisarão ainda trabalhar bastante para provar a segurança e a eficáciajogo de blackjacktantas novidades.

O principal desafio será demonstrar que todas essas terapias não geram problemas no sistema imunológico ou prejudicam o funcionamentojogo de blackjackórgãos vitais, como o fígado.

"Mas é inegável que há muita coisa acontecendo agora com o mRNA, e tenho certeza que ideias ‘malucas’, que imaginávamos impossíveis, virarão realidade nos próximos cinco anos", concluiu o biomédico.