'Por que decidi contar no TikTok como meu pai matou minha mãe quando eu tinha 3 anos':betclic rodadas grátis

Tudo mudou oito anos depois quando,betclic rodadas grátisuma aulabetclic rodadas grátisinformática na escola, ele decidiu escrever o nome da mãebetclic rodadas grátisum buscador na internet.

Uma década depois, aos 21 anos, Liv decidiu compartilharbetclic rodadas grátishistória com o mundo.

Em seu vídeobetclic rodadas grátissete minutos, visto maisbetclic rodadas grátis4 milhõesbetclic rodadas grátisvezes, a jovem falabetclic rodadas grátisforma aberta e emocionada sobre o impacto que o crime teve embetclic rodadas grátisvida.

Liv, que posta regularmentebetclic rodadas grátisseu perfil no TikTok para seus 270 mil seguidores, explica que um dos motivos que a levou a contarbetclic rodadas grátishistória foi ver e ouvir pessoas “romantizando relaçõesbetclic rodadas grátisviolência doméstica”, o que a fez ter a necessidadebetclic rodadas grátismostrar as consequências devastadoras que essas relações podem ter.

Além disso, ela também quis destacar o impacto que a perdabetclic rodadas grátisum dos pais (oubetclic rodadas grátisambos, se for o caso) pode ter sobre um filho.

Guardando os sentimentos

No dia do ataque, Liv estava no Canadá, país onde nasceu.

Teve que esperar até aos 8 anos para se mudar para o Reino Unido com abetclic rodadas grátisavó materna, depoisbetclic rodadas grátisuma longa e difícil batalha legal pela custódia entre ambos os lados dabetclic rodadas grátisfamília.

Seu pai, Bradley Benham, foi condenado por assassinatobetclic rodadas grátissegundo grau (quando não há um plano premeditado)betclic rodadas grátisnovembrobetclic rodadas grátis2008 e sentenciado à prisão perpétua com um período mínimobetclic rodadas grátis12 anosbetclic rodadas grátisprisão.

De acordo com o relatobetclic rodadas grátisLiv no podcast Reliable Sauce, da BBC, seu pai já foi solto da prisão, mas ela não teve contato com ele.

Ela disse que durante todabetclic rodadas grátisvida guardou para si o que sentia e nunca havia falado sobre o que aconteceu com a avó ou com o namorado.

“Eu simplesmente tinha isso dentrobetclic rodadas grátismim, desde sempre, e não falei sobre isso com pessoas que me conhecem na vida real”, disse a jovem.

Embora tenha sido acompanhada por uma conselheira escolar, ela admitiu que era “muito teimosa” e “não queria falar com ninguém”.

“Porque acimabetclic rodadas grátistudo, sem querer ofender, ela não era uma especialista, era uma conselheira muito genérica com quem se tinha uma hora ou meia hora para sentar e conversar”, explicou.

"Acho que não estava preparada para o que diria se tivesse ido direto ao assunto."

"É muito triste"

Com base nas suas experiências, Liv acredita que deveria haver um maior reconhecimento das necessidades das crianças que perderam os pais devido à violência doméstica.

De acordo com os últimos números do Gabinetebetclic rodadas grátisEstatísticas Nacionais do Reino Unido, quase metade (45%) das 70 mulheres adultas vítimasbetclic rodadas grátishomicídio na Inglaterra e no Paísbetclic rodadas grátisGales até marçobetclic rodadas grátis2023 morrerambetclic rodadas grátisdecorrência da violência doméstica.

De acordo com os números,betclic rodadas grátisquase todos os casos, excetobetclic rodadas grátisum, a pessoa suspeitabetclic rodadas grátister cometido o homicídio era um homem.

O relatório salienta ainda que apenas 8% das vítimas masculinas morrerambetclic rodadas grátishomicídios relacionados com a vida doméstica, num totalbetclic rodadas grátis30 mortes, sendo quebetclic rodadas grátis11 desses casos havia uma mulher com suspeita.

No Brasil, os dados do Anuário Brasileirobetclic rodadas grátisSegurança Pública apontam que uma mulher foi morta a cada seis horas no paísbetclic rodadas grátis2022, o dado mais recente do levantamento.

No total, foram 1.437 vítimasbetclic rodadas grátisfeminicídio no ano passado, um aumentobetclic rodadas grátis6,5%betclic rodadas grátisrelação aos 1.347 registradosbetclic rodadas grátis2021.

Esse alto índicebetclic rodadas grátismulheres vítimasbetclic rodadas grátisfeminicídio está relacionado a fatores como a crençabetclic rodadas grátisque as mulheres são subalternas aos homens e que suas vontades são menos relevantes, dizem especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Uma visão que faz com que mulheres sejam vistas por muitos homens como objetosbetclic rodadas grátissua propriedade.

A violência contra mulheres e meninas e os esforços para combatê-la costumam ser notícia, mas as crianças enlutadas são menos citadas e menos pesquisadas.

John Devaney, professorbetclic rodadas grátisServiço Social da Universidadebetclic rodadas grátisEdimburgo, afirma que os dados não são registados oficialmente, mas prevê que entre 100 e 250 crianças por ano choram a perdabetclic rodadas grátisum dos pais devido a homicídio doméstico no Reino Unido.

“Quando um dos pais é morto por um parceiro atual ou antigo,betclic rodadas grátismuitos casos é o outro progenitor da criança (que cometeu o crime)”, diz. Ele defende que deve ser oferecido mais apoio às crianças afetadas.

Uma solução possível, pensa Liv, seria nomear um conselheiro especializado para cada criança, algo que a teria ajudado quando era pequena.

“Eles designam para você alguém que vai passar por tudo isso com você ou que já conhecebetclic rodadas grátishistória; você não precisa sentar e explicar.”

Liv diz que a reação ao seu vídeo, com outras pessoas compartilhando suas próprias experiênciasbetclic rodadas grátishomicídio doméstico, a ajudou a se sentir menos sozinha.

“Havia muitas pessoas”, diz, “muitas delas conheciam alguém com quem isso havia acontecido, então todos poderiam se identificar”.

“É muito triste”, mas reconhece que desta forma conseguiu perceber “que há outras pessoas que passaram pela mesma coisa”.