Jesus motivacional: quem são os 'coaches evangélicos':freebet imlek

São os "coaches evangélicos": youtubers, cantores e pastores com pregações e conteúdo essencialmente motivacional.

Muitos não se definem como "treinadores" nem oferecem cursos pagos, mas fazem uso frequentefreebet imlekpalavras como "autoconhecimento", "metas" e "superação".

Quem descreve esse nicho dentro do universo cristão nas redes é a pesquisa Radar Evangélico, feita pela consultoria nosotros, que mapeou os 44 maiores influenciadores evangélicos do Brasil.

Muitos deles são praticamente desconhecidos por quem não é protestante, explica o antropólogo Juliano Spyer, coordenador do estudo e fundador da nsotros; mas grandes celebridades no meio evangélico. Acumulam seguidores, mobilizam a atenção dos religiosos e pautam temas que ocupam a mentefreebet imlekmilhõesfreebet imlekbrasileiros.

Cercafreebet imlek30% deles têm um conteúdo que os coloca no grupo dos "coaches evangélicos", segundo a pesquisa.

Há também os pregadores que a análise categoriza como mais políticos. Eles promovem nomesfreebet imlekdireita e conservadores e fazem pressão para influenciar políticas públicas — eles são 25% dos maiores produtoresfreebet imlekconteúdo protestante.

E a maioria (45%) são os devocionais, que falam sobre religiãofreebet imleksi, valores e orações. Nesse grupo, predominam "cantores e cantoras gospel que se fazem presentesfreebet imlekmuitas igrejas a partirfreebet imlekhinos e louvores", diz o estudo.

Para chegar a essa divisão, os pesquisadores usaram um método chamado Análisefreebet imlekRedes Sociais (ARS), que combina Matemática, Sociologia e Ciênciafreebet imlekDados.

Os dados dos principais influenciadores evangélicos alimentaram um programa que mapeia as conexões entre eles e os grupos nos quais as pessoas estão densamente interligadas, explica Spyer.

A partir dos resultados, os pesquisadores analisaram o que existefreebet imlekcomum entre os religiososfreebet imlekcada grupo, ou seja, quais os temas prevalentes e comuns entre eles.

Especialização

Um dos maiores nomes citado pelo estudo é o youtuber Deive Leonardo, que tem 14,7 milhõesfreebet imlekseguidores emfreebet imlekrede social mais seguida — comparável ao númerofreebet imlekseguidores do economista e ex-BBB Gil do Vigor, por exemplo.

Diferentementefreebet imlekTiago Brunet, Deive Leonardo não se define como treinador e se apresenta somente como pregador religioso. No entanto, a análise do seu conteúdo pelo Radar Evangélico o coloca no mesmo grupo que Tiago.

Deive faz pregações sobre temas como ansiedade, controlefreebet imlekemoções e processosfreebet imlektomadafreebet imlekdecisões.

No vídeofreebet imlekaberturafreebet imlekseu canal, ele fala como "abraçar cada etapa" e "cultivar uma mentalidadefreebet imlekcrescimento", como "aceitar falhas como parte do caminho" e "exercitar o autoconhecimento".

Esse tipofreebet imlekvocabulário motivacional não é estranho ao ambiente religioso, explica o antropólogo Juliano Spyer, da nosotros. A novidade é uma espéciefreebet imlek"especialização" nesse tema da superação.

"A gente já conhece a relação entre igreja e bem estar, igreja e saúde mental. O que a gente vem percebendo é uma especialização nesse assunto motivacional, como se ele emergisse a partirfreebet imlekum espaço mais complexo, que é a religião."

"Ou seja, deixarfreebet imleklado a questão mais teológica da religião — por exemplo, analisando versículos bíblicos — para escolher um determinado grupofreebet imlektemas que falam especificamente sobre 'metas' ou sobre a melhora da situação financeira", explica o pesquisador.

Em seu livro Colocando a Vidafreebet imlekOrdem (Editora Vida), por exemplo, Deive Leonardo propõe um caminho para o leitor organizar todas as áreasfreebet imleksua vida e encontrar um propósito para elafreebet imlekapenas 31 dias.

"Somente os que não desistem mudam a história. Você só será lembrado e deixará um legado consistente nesta terra se não abandonarfreebet imlekmissão", escreve elefreebet imlekum trecho do livro.

A BBC Brasil tentou contato com Deive Leonardo e Tiago Brunet, mas não teve resposta.

A semelhança dos influenciadores evangélicos mais motivacionais com coachesfreebet imleksucesso profissional não é coincidência. De acordo com a análisefreebet imlekSpyer, os influencers que podem ser colocados no grupo dos "coaches",freebet imlekgeral, são mais ligados ao mundo empresarial e identificados com a teologia da prosperidade.

A teologia da prosperidade é um conceito usado para falar sobre as igrejas que, influenciadas pelo televangelismo americano, têm como algo central a associação da religiosidade com conquistas materiais e melhoras no estilofreebet imlekvida. Ele foi pesquisado no Brasil por nomes como o professor da USP Ricardo Mariano.

"Às vezes, olhandofreebet imlekfora, as pessoas julgam esse grupofreebet imlekigrejasfreebet imlekuma maneira muito cruel por conta da relação com dinheiro", afirma Spyer. "Mas é importante prestar atenção no quanto essa prosperidade está apresentada no sentido amplo: prosperidade familiar, no relacionamento entre as pessoas; prosperidade no sentidofreebet imlekter acesso a bens ou serviços como planosfreebet imleksaúde, lazer."

Ou seja, o ganhofreebet imlekpatrimônio seria uma consequência ou uma espéciefreebet imlekrecompensa por seguir uma sériefreebet imlekpreceitos e também permitiria que os seguidores sejam cristãos melhores, na visão do antropólogo.

Conexões com outros influenciadores

Comofreebet imlekoutros grupos "temáticos"freebet imlekinfluenciadores, entre os produtoresfreebet imlekconteúdo mais motivacional as mulheres têm um papelfreebet imlekdestaque.

A atriz Bruna Hamú (que foi do elencofreebet imlekMalhação), por exemplo, dá "dicas práticas"freebet imlekcomo "encontrar o seu propósito" e falafreebet imlek"superaçãofreebet imleklimites". A BBC tentou contato com ela, mas não teve resposta.

Outros nomes citados pela pesquisa são as cantoras Gabriela Rocha e Priscilla Alcântara.

O estudo também aponta que, nas redes sociais, os protestantes mais conhecidos fora do campo evangélico não são os mais importantes no meio religioso.

"Quando se pensafreebet imlekevangélicos, as pessoas pensamfreebet imleknomes como Silas Malafaia, Edir Macedo ou Marco Feliciano como 'porta-vozes' da comunidade. Mas nossa análise mostra que, na verdade, essas figuras polêmicas estãofreebet imlekcerta forma isoladas — têm bastante seguidores, mas não estão interconectadas com a rede mais amplafreebet imlekcomunicação", afirma Spyer.

O deputado Marco Feliciano (PL-SP), por exemplo, é bastante "isolado": ele tem apenas 12 conexões que ligam seu perfil aos outros 44 influenciadores com maisfreebet imlek2 milhõesfreebet imlekseguidores.

Já na outra ponta, a cantora e pastora Eyshila tem 66 conexões com outros influenciadores. Embora ela não tenha o maior númerofreebet imlekseguidores (4,4 milhões),freebet imlekredefreebet imlekcontatos a colocafreebet imlekuma das posições mais influentes.

Ela é membro Assembleiafreebet imlekDeus Vitóriafreebet imlekCristo, a mesma igrejafreebet imlekSilas Malafaia, mas tem um perfil bem diferente do pastor nas redes. Enquanto ele se encontra no grupo dos que fazem conteúdo político, Eyshila tem um perfil "devocional" e diplomático, evitando polarização e polêmicas.

“A grande surpresa do estudo é o tamanho e a influênciafreebet imlekprodutoresfreebet imlekconteúdo como o Deive Leonardo e Eyshila, que são enormes dentro da comunidade evangélica, mas praticamente desconhecidos fora dela", diz Spyer.

Este texto foi publicadofreebet imlekhttp://vesser.net/articles/c4n879prr6do