Protestos pró-Gazaonabet m creamuniversidades dos EUA: quais os paralelos com manifestações contra guerra no Vietnãonabet m cream1968:onabet m cream
Algumas universidades acusaram os manifestantesonabet m creampermitir expressõesonabet m creamcunho antissemita eonabet m creamintimidar estudantesonabet m creamorigem judaica.
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Muitos analistas e meiosonabet m creamcomunicação compararam os confrontos violentos durante a recente dispersão dos protestos na Universidadeonabet m creamColumbia com os ocorridosonabet m cream1968 naquela famosa universidadeonabet m creamNova York.
Os protestos daquele ano foram motivados pela raiva causada pela Guerra do Vietnã e pelas mudanças no recrutamento militar que estavam fazendo com que mais jovens fossem convocados a servir nas forças armadas dos EUA.
A BBC News Mundo, serviçoonabet m creamespanhol da BBC, conversou com jornalistas, ativistas e escritores que viveram as manifestaçõesonabet m cream1968 para analisar os paralelos com o momento atual.
Os principais acontecimentosonabet m cream1968
- onabet m cream Janeiro – Ofensiva do Tet: um ataque surpresa generalizado do Vietnã do Norte e do vietcongues contra os EUA e os seus aliados sul-vietnamitas.
- onabet m cream Abril – Assassinatoonabet m creamMartin Luther King Jr: o líder anti-guerra, defensor dos direitos dos afro-americanos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, é assassinadoonabet m creamMemphis, no Tennessee.
- onabet m cream Maio – Maio Francês: ocorre uma ondaonabet m creamprotestos estudantis e grevesonabet m creamtrabalhadores contra consumismo, capitalismo, imperialismo e autoritarismo.
- onabet m cream Junho – Assassinatoonabet m creamRobert F. Kennedy: candidato à presidência dos EUA, que era contra a continuidade da guerra, é assassinadoonabet m creamum hotelonabet m creamLos Angeles, Califórnia.
- onabet m cream Agosto – Invasão soviética da Tchecoslováquia: tanques da União Soviética e três aliados do Pactoonabet m creamVarsóvia entraramonabet m creamPraga para reprimir um movimentoonabet m creamlibertação.
- onabet m cream Agosto – Protestos sangrentos na Convenção Democrata: milharesonabet m creammanifestantes são violentamente reprimidos pelas forçasonabet m creamsegurançaonabet m creamChicago.
- onabet m cream Outubro – Massacreonabet m creamTlatelolco: o exército do México atira com armasonabet m creamfogoonabet m creamuma manifestação estudantil pedindo reformas, deixando entre 300 e 400 mortos.
- onabet m cream Novembro – Eleiçãoonabet m creamRichard Nixon: o candidato republicano derrota o democrata Hubert Humphrey e vira presidente dos EUA.
O quadro da guerra
Em 1968, a Guerra do Vietnã atingiu o seu ponto mais crítico.
Em janeiro, forças norte-vietnamitas apoiadas por guerrilheiros vietcongues atacaram as posições dos Estados Unidos e dos seus aliados, penetrando até Saigon, então capital do Vietnã do Sul.
A operação ficou conhecida como Ofensiva do Tet,onabet m creamhomenagem ao ano novo lunar. Embora tenha sido uma derrota militar para as forças comunistas do norte, as imagens do ousado ataque começaram a mudar a opinião do público americano sobre a guerra.
O incidente revelou que o governo do presidente Lyndon B. Johnson, que falavaonabet m cream"uma luz no fim do túnel", não tinha hipótesesonabet m creamvencer a guerra e mentiu ao povo sobre a verdadeira situação do conflito.
"Foi isso que começou tudo", diz Kenneth Walsh, professor da American University,onabet m creamWashington, que era estudante na época, à BBC News Mundo.
"Ficou claro para o país que o inimigo não iria desistir, que haveria muito mais baixasonabet m creamforças, tanto americanas como comunistas, e muitas mortesonabet m creamcivis", diz Walsh, autoronabet m creamvários livros e ex-correspondente na Casa Branca.
Décadas depois, a incursãoonabet m creammembros do Hamasonabet m creamterritório israelense,onabet m cream7onabet m creamoutubroonabet m cream2023, chocou o mundo, que expressou solidariedade a Israel.
No entanto, depoisonabet m creammesesonabet m creambombardeios implacáveisonabet m creamIsrael, o númeroonabet m creamvítimas palestinas atingiu uma magnitude inimaginável há seis meses, enquanto a populaçãoonabet m creamGaza vive à beira da fome.
"As imagens que todos vimosonabet m creamGaza nos últimos meses sãoonabet m creamuma resposta israelense incrivelmente desproporcional", diz o jornalista Charles Kaiser, que trabalhou no jornal The New York Times e autoronabet m creamum livro sobre o ano 1968 nos Estados Unidos.
"Vamos ser claros. O que o Hamas fez foi assustador, terrível e nojento", diz Kaiser. "Mas é inédito que Israel tenha aproveitado este horrendo incidente terrorista e o tenha transformado numa razão para (gerar) o maior ódio contra Israel que já vi na minha vida."
É essa reação negativa que tem alimentado os protestos crescentes nos campi universitários dos Estados Unidos, que muitos consideram muito semelhantes aosonabet m cream1968.
Os protestos estudantis
"O que está acontecendo agora é muito parecido com o que tínhamos naquela época. Em 1968, estudantes ocuparam os campi e edifícios universitáriosonabet m creamoposição à Guerra do Vietnã e questionaram os investimentos das autoridades administrativasonabet m creamempresas ligadas ao aparelho militar", afirma Kenneth Walsh.
"Hojeonabet m creamdia, naturalmente, é um conjunto diferenteonabet m creamquestões; apoio aos palestinos e à criseonabet m creamGaza. Mas a razão central agora, tal comoonabet m cream1968, é a raiva, o ressentimento e um sentimentoonabet m creaminjustiça. Portanto, muitas das coisas que estão acontecendo nos EUA agora nos levamonabet m creamvolta a 1968, aquele ano muito tumultuado."
No entanto, Mark Kulansky, um ativistaonabet m cream1968 e autor do livro 1968: The Year that Rocked the World (1968 - O Ano que Abalou o Mundo,onabet m creamtradução livre), não acredita que haja muitas semelhanças entre os protestos daquela época e os atuais, com exceção talvez do que ocorreu no Hamilton Hall, edifício administrativo icônico da Universidadeonabet m creamColumbia, do qual foram retirados à força os estudantes.
"A situação é completamente diferente. Estávamos enfrentando uma guerraonabet m creamque nosso governo nos obrigava a lutar e éramos teimososonabet m creamresistir", ressalta. “A guerra no Vietnã foi algo que aconteceu conosco, e aqueles que protestam agora sabem que não serão envolvidosonabet m creamuma guerraonabet m creamGaza."
No entanto, o jornalista Charles Kaiser, que foi estudanteonabet m creamColumbia no final da décadaonabet m cream1960 e escreveu sobre os subsequentes protestos anti-guerra, acredita que as atuais manifestações devem ser elogiadas.
"De certa forma, essas manifestações são mais surpreendentes porque não há nenhum elementoonabet m creamrisco pessoal, mas sim uma postura devido ao impacto das imagensonabet m creamGaza", diz. "Sou fortemente a favoronabet m creamqualquer protesto que,onabet m creamuma forma não violenta, expresse oposição às táticas israelenses. Penso que é a coisa mais pró-Israel que se pode fazer, porque a forma como estão conduzindo a guerra é completamente egoísta e destrutiva."
Poronabet m creamvez, Mark Kulansky acredita que as manifestações foram contraproducentes e deram força àqueles que as criticam.
"Sou um daqueles judeus problemáticos, nunca fui um grande apoianteonabet m creamIsrael e entre muitosonabet m creamnós havia um movimento muito contrário ao governoonabet m creamNetanyahu", reconhece.
"Mas já nos calamos. Se eles (os manifestantes) tivessem lidado com a situaçãoonabet m creamforma diferente, poderiam ter tido um movimento judeu e palestino contra a guerra."
Charles Kaiser também alerta sobre as expressões antissemitas ouvidasonabet m creamalguns manifestantesonabet m creamColumbia e outras universidades.
"Faço uma grande distinção entre protestos pacíficos e pessoas que pedem a morte dos seus opositores."
De qualquer forma, Kaiser condena a forma como muitos dos protestos foram reprimidos pelas autoridades, da mesma forma que aconteceuonabet m cream1968.
"Em regra geral, a menos que intervenham para evitar um estado ativoonabet m creamviolência, levar a polícia para o campus é sempre um erro, porque tudo o que faz é inflamar mais os ânimos e tornar todos mais enraizados nas suas posições", diz.
"Embora os manifestantes pareçam ter estudado os antecedentesonabet m cream1968 e recebido conselhos dos mais velhos, os atuais administradores universitários não parecem ter tomado as mesmas precauções, revendo os erros cometidos pelos seus antecessores."
Ano eleitoral nos EUA
O mundo estava verdadeiramenteonabet m creamturbulênciaonabet m cream1968.
Não só a oposição à Guerra do Vietnã havia se consolidado nos Estados Unidos, como também ocorreram revoltas estudantisonabet m creamvários outros países, mais notavelmente na França, com o movimentoonabet m creammaioonabet m cream1968 (ou Maio Francês).
Além disso, havia tensões entre o Ocidente e os soviéticos.
A União Soviética e alguns dos seus aliados do Pactoonabet m creamVarsóvia invadiram a então Tchecoslováquia com os seus tanques, chegando a Praga para depor o líder reformista Alexander Dubček e impor novamente o autoritarismo comunista.
Nos Estados Unidos, o líder pacifista e defensor dos direitos dos afro-americanos Martin Luther King Jr foi assassinado. Poucos meses depois, aconteceu o mesmo com o candidato democrata Robert F. Kennedy, irmão do presidente assassinado John F. Kennedy.
A sociedade estava totalmente polarizada nos EUA, com tumultosonabet m creamdezenasonabet m creamcidades. No meioonabet m creamtodo esse caos, o enfraquecido presidente Lyndon B. Johnson anunciou que não iria tentar a reeleição. A incerteza cercou as eleições presidenciais que seriam realizadasonabet m creamnovembroonabet m cream1968.
"Em 1968, (o candidato republicano) Richard Nixon usou as revoltas estudantis para projetar a ideia da necessidadeonabet m creamreprimir o crime eonabet m creamque os democratas eram fracos na lei e na ordem. Essa foi uma das razões pelas quais ele ganhou as eleições", diz Kenneth Walsh, autor do livro The Architects of Toxic politics in America (Os arquitetos da política tóxica na América).
É precisamente esse o argumento que o candidato republicano Donald Trump utiliza agora contra o presidente Joe Biden.
"Se o que o país quer é lei e ordem e a questão do crime se tornar mais proeminente, isso,onabet m creamteoria, poderia beneficiar (Donald) Trump. Portanto, há outro paralelo com o passado", diz Walsh.
O resultado das eleições presidenciaisonabet m creamnovembro deverá ser apertado. Charles Kaiser destaca que, embora não tenha conseguido influenciar a forma como Israel conduz a guerraonabet m creamGaza, o presidente Biden está longe da posição enfraquecida que Lyndon B. Johnson tinhaonabet m cream1968.
O que ele teme, porém, é um potencial paralelo com o passado: a Convenção Democrata que vai ratificar Biden como candidato presidencial do partido será realizada na cidadeonabet m creamChicago, palco dessa mesma convençãoonabet m cream1968, que terminouonabet m creamviolento confronto entre ativistas e a polícia.
"Fala-se muitoonabet m creamreplicar as manifestações universitáriasonabet m creamChicago durante a convenção e que,onabet m cream1968, se revelaram uma catástrofe política" para os democratas, alertou.
"Em 1968, o efeito finalonabet m creamtudo isso, depois do esforço que fizemos para acabar com a guerra, levou o país na direção oposta, quando Richard Nixon se tornou presidente", explicou.
"Se um caos semelhante provocado por manifestantes anti-Israel ocorrer nas ruasonabet m creamChicago, é possível que o resultadoonabet m cream2024 seja a eleiçãoonabet m creamDonald Trump."