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Os truques tecnológicos que deixam os games mais próximos da realidade:
O vídeo acumulou milhõesvisualizaçõespoucas semanas e causou sensação na indústriajogos eletrônicos. Surgiram comentários nas redes sociais questionando se aquilo realmente era um game – e, se fosse, se não seria uma experiência muito realista – até brutal demais.
1. Perguntas e Respostas:
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O estúdio Drama não quis dar entrevista para a BBC. Segundo eles, "no momento, estamos ocupados com investidores e distribuidores".
Mas os gráficosmuitos games estão ficando cada vez mais sofisticados, talvez se aproximando do chamado "fotorrealismo",que as imagens não podem ser diferenciadasfotos e vídeos do mundo real.
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A versão demo do jogo Unrecord parece muito real,parte, graças a técnicas inteligentes, segundo Piers Harding-Rolls, chefepesquisajogos eletrônicos da empresa Ampere Analytics.
Ele indica a câmera balançando, que imita as filmagens reaiscenascrimes. A iluminação opaca, as imagens granuladas e o ruído urbano audível no fundo também ajudam.
Mas será que toda essa perfeição poderia deixar algumas pessoas desconfortáveis?
"Este ambiente relembra muito algumas das filmagens mais horríveis que você consegue na vida real", afirma Harding-Rolls.
O estúdio Drama declarou no Twitter que o jogo não é inspiradoeventos reais específicos.
Olhando maisperto as imagens estáticas do vídeo, é possível observar objetos e texturas que não parecem realistas. Isso pode não ter importância, mas certamente prejudica a percepçãofotorrealidade do game.
Harding-Rolls salienta que, geralmente, os avanços da computação gráfica são importantes para a indústriajogos eletrônicos. Segundo ele, "os consumidores definitivamente querem isso. Eles adoram olhar para as coisas e dizer 'uau, isso é fantástico'."
A professoratecnologia criativa Rachel McDonnell, do Trinity CollegeDublin, na Irlanda, concorda que o vídeo do jogo Unrecord é impressionante.
Mas ela destaca que certas animações dos personagens são um pouco pesadas.
Elas relembram o movimentopersonagensoutros games caindo e morrendosequências previamente programadas.
"A animação ainda não acompanhou a renderizaçãotodos os jogos", afirma ela.
Segundo McDonnell, a produçãomultidões realistas é particularmente difícil.
"Você ainda as observa com comportamento muito estranho, correndocírculos e ficando presas – o que instantaneamente retira você dapresença no jogo."
Experimentos realizados por ela e seus colegas indicam que, para a imersão do jogador nos games, a aparência do personagem na tela é muito menos importante do que a forma como ele se move.
Marc Whitten, presidentesoluções criativas da empresasoftwarejogos eletrônicos Unity, afirma que o conteúdo mais realistahojedia depende da modelagem 3D altamente detalhada dos objetos.
No ano passado, a Unity apresentou um vídeoum leão e seu filhote gerado por computador, que teve dois milhõespelos elaborados individualmente.
"Se você não fizer isso, não atinge o fotorrealismo", argumenta Whitten.
Sua empresa também desenvolveu modelos altamente realistasseres humanos com expressões faciais sutis controladas por animação digital.
Segundo ele, ainda há espaço para melhorias. Existem diversos outros materiaisdifícil simulação, como roupas, que ainda estão longeparecerem fotorrealistasjogos eletrônicos.
Simular a reflexão da luz
Uma importante tecnologia emergente para os gráficosjogos são os camposradiação neurais (NeRFs, na siglainglês).
A empresa Luma AI, com sede na Califórnia (Estados Unidos), é especializada nestes campos e afirma que já tem clientes que usamtecnologia para elaborar jogos eletrônicos.
O NeRF é um sistemainteligência artificial (IA) que pode representar objetos ou cenários capturadosfotografias ou gravaçõesvídeo no mundo real.
"Quando você mostra essas imagensdiferentes lados, a rede aprende como a luz é refletida", explica um dos fundadores da Luma, Amit Jain. "Ela mede a luz e aprende com a luz."
A forma como a luz é refletida pelo assentocourouma motocicletacomparação com uma lanterna, por exemplo, é totalmente diferente. Simular issoum game é muito complicado e os NeRFs podem ajudar a automatizar este processo.
Alguns dos melhores gráficosjogos eletrônicos atuais usam o que é conhecido como traçadoraios – simulações precisas da forma como a luz é refletida pelas superfícies, como ela cria efeitos brilhantestornosinaisneon e assim por diante.
A inteligência artificial possibilita a produção desses efeitosgames, apesar dos avanços apenas modestos do desempenho dos chips, segundo Bryan Catanzaro, vice-presidentepesquisaaprendizado profundo aplicado da Nvidia.
"Precisamos ser mais inteligentes na formaconstrução do mundo e como o oferecemos", explica ele.
Um novo modo do jogoaventura e ação Cyberpunk 2077, chamado Ray Tracing: Overdrive, mostra a diferença que isso pode fazer.
A Nvidia afirma quetecnologiaSuper AmostragemAprendizado Profundo (DLSS, na siglainglês) permite que os desenvolvedores criem gráficosalta resolução e alta velocidadequadros que apresentam traçadoraios com ajuda da IA.
"O modelo é treinado para saber a aparência das coisas no mundo real", explica Catanzaro.
Em alguns casos, é cada vez mais difícil diferenciar os jogos eletrônicos do mundo real, segundo Nick Penwarden, vice-presidenteengenharia da Epic Games. Mas ele afirma que ainda é muito difícil apresentar certos materiaisforma convincente, como uma camadaóleo cintilante sobre uma poça d’água.
"Estes são aspectos que ainda não temos o podersimulartempo real", explica ele.
A questão é como fazer essa simulaçãoconsolesgames ou PCs domésticos. Para filmes que apresentam imagens geradas por computador, é possível utilizar computadores enormes, que levam muitos minutos ou mais para fornecer quadros individuais.
Os games mais populares do futuro talvez não precisem ser fotorrealistas. Basta olhar para o Minecraft ou para o Fortnite, da própria Epic – dois imensos sucessos, ambos muito distantes da fotorrealidade.
Mas melhores efeitosiluminação e simulaçõesmateriais ajudam os artistas a trabalhartodo tipojogos, defende Penwarden. E eles podem fornecer mais profundidade e complexidade aos ambientes animados ou estilizados.
"Um dos grandes benefícioster a capacidadefazer imagens fotorreais é que a tecnologia pode começar a fazer grande parte do trabalho para você", afirma Penwarden.
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