Omer e Omar: as trágicas mortesbetfair aposta flamengoisraelense e palestinobetfair aposta flamengo4 anos negadas como 'fake news' :betfair aposta flamengo
Tantobetfair aposta flamengoum lado quanto do outro, familiares, amigos e testemunhas que localizei contam uma história trágica.
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Fim do Matérias recomendadas
O israelense Omer Siman-Tov foi morto quando o Hamas atacou abetfair aposta flamengocasa no kibutz Nir Oz,betfair aposta flamengo7betfair aposta flamengooutubro.
Já o palestino Omar Bilal al-Banna foi morto quatro dias depois,betfair aposta flamengodecorrênciabetfair aposta flamengoum ataque aéreo israelensebetfair aposta flamengoZeitoun, a leste da cidadebetfair aposta flamengoGaza.
A forma como as mortes dos meninos foram negadas pelos usuários das redes sociais expõe as dimensões da batalhabetfair aposta flamengoinformação que ocorrebetfair aposta flamengoparalelo ao atual conflito.
Temos visto tentativas descaradasbetfair aposta flamengominimizar ou negar a violência cometida contra crianças.
Essas falsas alegações chocaram familiares e amigos que lamentam a perda dos seus entes queridos — ebetfair aposta flamengopessoas que testemunharam o que aconteceu.
'Não é um bebêbetfair aposta flamengoverdade, é um boneco'
"A vela da minha vida" é como a mãebetfair aposta flamengoOmar Bilal al-Banna, Yasmeen, descreve seus filhos no Instagram.
Dois fotógrafos me colocarambetfair aposta flamengocontato com ela e comparei seus perfis nas redes sociais com os detalhesbetfair aposta flamengoque dispunha para confirmarbetfair aposta flamengoidentidade como mãebetfair aposta flamengoOmar.
Omar estava brincando ao ar livre com seu irmão mais velho, Majd, quando foi morto. Vi imagensbetfair aposta flamengoque Majd confirma isso.
No vídeo, Majd descreve como o ataque atingiu a casa do vizinho e, na sequência, como os escombros caíram sobre Omar. Majd também ficou ferido. Ele aparece na gravação combetfair aposta flamengoperna enfaixada e parece estarbetfair aposta flamengoestadobetfair aposta flamengochoque.
A primeira postagem que vi sobre a mortebetfair aposta flamengoOmar foibetfair aposta flamengouma conta pró-israelense no X (anteriormente conhecido como Twitter). Ela incluía um vídeo mostrando um homembetfair aposta flamengocamisa polo cinza segurando o corpobetfair aposta flamengouma criança pequena, enroladobetfair aposta flamengoum cobertor ou pano branco. Mais tarde, eu descobriria que essa criança era Omar.
O usuário que compartilhou o clipe escreveu: "O Hamas está desesperado!", para logo depois acrescentar que o grupo extremista — classificado como organização terrorista por Israel, Reino Unido e outras potências ocidentais — tinha "divulgado um vídeo mostrando um bebê palestino morto".
Segundo o autor da postagem, isso "expõe o quão duro trabalha o braçobetfair aposta flamengopropaganda mentirosa e caluniosa do Hamas e dos palestinos".
Em seguida, sugeriu que as contas do Hamas compartilharam e excluíram o vídeo porque ele não era real.
Segundo o X, o post contendo o vídeo e alegações falsas foi visto 3,8 milhõesbetfair aposta flamengovezes.
As alegações foram então amplificadas por um post do governobetfair aposta flamengoIsrael na mesma rede social.
Ela incluía o mesmo vídeo da criança no cobertor branco — e depois uma foto da mesma gravação, circulando o rosto dela.
Na legenda, estava escrito: "O Hamas acidentalmente postou um vídeobetfair aposta flamengoum boneco (sim, um boneco) sugerindo que ele fazia parte das vítimas causadas por um ataque das Forçasbetfair aposta flamengoDefesabetfair aposta flamengoIsrael".
Nas horas que se seguiram, outras contas oficiais do governo israelense no X — incluindo perfis pertencentes às embaixadasbetfair aposta flamengoIsrael na França e na Áustria — repostaram o conteúdo.
Em pouco tempo, o post viralizou, e as informações passaram a ser compartilhadas por contas pró-Israel e anti-Hamas baseadasbetfair aposta flamengoIsrael, bem como por várias outras que pareciam estar baseadas na Índia.
As postagens repetiam a alegação falsabetfair aposta flamengoque a criança era um boneco. Eu assisti à gravação mais longa, e fica claro que se tratabetfair aposta flamengouma pessoa real.
Rastreei, então, a procedência do vídeo original, o que me levou ao perfilbetfair aposta flamengoum fotógrafo palestino, Moamen El Halabi, no Instagram.
Foi ele quem filmou o homembetfair aposta flamengocamisa cinza segurando Omar.
Liguei, então, para El Halabi.
Também fiz contato com outro fotojornalista, Mohammed Abed — que trabalha para a agênciabetfair aposta flamengonotícias AFP — que estava lá na mesma hora.
Ele tirou uma fotografia do mesmo homem segurando o que parece ser a mesma criança, embrulhada no cobertor branco. A imagem podia ser acessada pelo bancobetfair aposta flamengodados da agência Getty Images que tem, entre seus principais clientes, veículosbetfair aposta flamengocomunicação ao redor do mundo, como a BBC.
A legenda que acompanha a fotobetfair aposta flamengoAbed descreve a cena "fora do necrotério do Hospital Al-Shifa, na cidadebetfair aposta flamengoGaza".
A data ébetfair aposta flamengo12betfair aposta flamengooutubrobetfair aposta flamengo2023 — mesmo diabetfair aposta flamengoque o clipe foi compartilhado no Instagram por Moamen El Halabi.
Outras organizaçõesbetfair aposta flamengoverificaçãobetfair aposta flamengofatos, como a Alt News, também rastrearam a origem das fotos e vídeos originais.
Ambos os fotojornalistas me forneceram mais detalhes para corroborar que o vídeo e a foto foram feitos no hospital Al-Shifa, fora do necrotério.
Os detalhes incluíam informações sobre a situação do hospital naquele dia e o homembetfair aposta flamengocamisa cinza, que era parentebetfair aposta flamengoOmar.
Os dois me disseram, categoricamente, que a criança retratada não era um boneco, mas um meninobetfair aposta flamengoverdade — Omar Bilal al-Banna.
Eles também compartilharam comigo imagens adicionais, que comparei com o vídeo originalbetfair aposta flamengoMoamen El Halabi para verificar a identidade da criança.
Desde que conversamos, Mohammed Abed postou uma história no Instagram com a foto que tirou. Ele escreveu na legenda: "Esta foto [não é] um boneco, é [uma] que tirei no hospital Al-Shifa e é a pura verdade".
Parece que parte do que fez as pessoas pensarem que o que viram era um boneco, e não uma criança, foi a cor da pelebetfair aposta flamengoOmar na fotografia. Mas Abed disse que fotografou várias crianças mortasbetfair aposta flamengoataquesbetfair aposta flamengoGaza e que a cor da pelebetfair aposta flamengoOmar era semelhante à delas.
A mãebetfair aposta flamengoOmar, Yasmeen, confirmou que o seu filho foi morto num ataque aéreo israelense, acrescentando que as mentiras sobre a "matançabetfair aposta flamengocrianças e pessoas inocentes são falsas".
"Eles não têm o direitobetfair aposta flamengodizer que ele é um boneco", disse ela.
"Eles [o governo israelense] estão mentindo e se esquivandobetfair aposta flamengoseus crimes e massacres", acrescentou ela.
Um porta-voz da embaixadabetfair aposta flamengoIsrael no Reino Unido não comentou diretamente estas publicações nas redes sociais ou as circunstâncias da mortebetfair aposta flamengoOmar. Ele disse que "é muito importante analisar os casosbetfair aposta flamengodesinformação", mas também acusou a BBCbetfair aposta flamengoespalhar desinformação.
O X não respondeu aos pedidosbetfair aposta flamengocomentários da BBC.
'Ator pago'
"Omer era apenas um anjo. Ele era tão, tão lindo, fofo e puro. Ele era muito próximobetfair aposta flamengosuas irmãs. Elas sempre brincavam juntas e eram muito gentis com ele", me contou Mor Lacob, amiga da família Siman-Tov.
Ela enviou aos Siman-Tovs mensagens no WhatsApp na ensolarada manhã do sábado 7betfair aposta flamengooutubro, quando homens armados do Hamas romperam a cerca entre Gaza e Israel e atacaram o kibutz onde a família vivia.
Segundo Mor, eles lhe confirmaram que haviam conseguido entrar no abrigo, mas essa foi a última vez que ela teve notícias deles.
Outras mensagens enviadas aos amigos não foram lidas.
Mor descobriu mais tarde que Tamar e Yonatan, os paisbetfair aposta flamengoOmer, foram mortos a tiros. Seus três filhos — Omer e suas irmãs mais velhas, Shachar e Arbel — foram mortos quandobetfair aposta flamengocasa foi incendiada. Suas mortes viraram notícia nos principais meiosbetfair aposta flamengocomunicação.
A imagem foi compartilhada pela conta do governo israelense no X, que escreveu: "uma família inteira exterminada pelos terroristas do Hamas. Não há palavras. Que abetfair aposta flamengomemória seja uma bênção".
O post também foi compartilhado pelo ex-primeiro-ministrobetfair aposta flamengoIsrael, Naftali Bennett.
Mas quando li os comentários — embora muitos falavam do terrível choque e ofereciam apoio — outros me surpreenderam.
Várias contas que apoiavam o Hamas alegaram que Omer era um "ator pago" porque o Hamas "não matava crianças".
Outras disseram que se tratavabetfair aposta flamengo"propaganda judaica no seu melhor", declarando que nem Omer, nem suas irmãs haviam sido mortos.
Um usuário escreveu "não há evidências"betfair aposta flamengoque eles estavam mortos e pediu para "parar com a mentira".
Ao analisar várias outras postagens e vídeos mostrando a família Siman-Tovbetfair aposta flamengodiferentes redes sociais, encontrei dezenasbetfair aposta flamengocomentários semelhantes.
Alguns sugeriam que ele e suas irmãs tinham sido "atoresbetfair aposta flamengocrise”" — pessoas pagas para representar uma tragédia.
Verifiquei os perfis por trás dos comentários. Muitos deles pareciam ser pessoas reais baseadasbetfair aposta flamengopaíses diferentes. Vários apoiavam o Hamas e alguns pareciam estar baseados na Cisjordânia ocupada.
Estas não eram contas com muitos seguidores. No entanto, o efeito cumulativo das suas publicações pareceu reforçar narrativas que viralizaram nos meiosbetfair aposta flamengocomunicação social tentando sugerir que o Hamas não tinha matado ou atacado nenhuma criança, apesar das provas generalizadasbetfair aposta flamengotal violência.
Outros comentários falsos que descobri sugeriam que os assassinatos tinham sido reais, mas que os homens armados do Hamas não tinham sido responsáveis por eles.
Um usuário escreveu: "Acho que foi o próprio governobetfair aposta flamengoIsrael" quem matou essas crianças e os israelenses estavam "tentando culpar o Hamas".
Falando comigobetfair aposta flamengosua casabetfair aposta flamengoSydney, na Austrália, Mor Lacob disse que os comentários nas redes sociais lhe causaram angústiabetfair aposta flamengoum momentobetfair aposta flamengoque ela estavabetfair aposta flamengoluto por seus amigos.
"Só quero que o mundo se lembre e saiba o que aconteceu. Lidar com a morte deles já é bastante difícil, e todos esses comentários tornam tudo ainda pior".
"Como posso reagir a isso? Preciso provar que eles morreram? Por que cinco túmulos precisaram ser preenchidos com seus belos corpos?"
Ela descreveu esse tipobetfair aposta flamengodesinformação online como “má e cruel”.
Quando lhe contei como crianças palestinas, como Omar, também tiveram as suas mortes negadas e questionadas nas redes sociais, ela ficou novamente desapontada.
"Meu coração está com cada [pessoa] inocente que foi assassinada e morta por causa das ações do Hamas", disse ela. "Não é justo."