Crescimento da direita radical e derrota dos socialistas: 10 pontos para entender eleiçõesblaze crash apostasPortugal:blaze crash apostas

Andre Ventura, político português

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Legenda da foto, André Ventura e seu partidoblaze crash apostasdireita radical Chega tiveram resultados expressivos, mas não se sabe se farão parte do governo

1. Vitória da Aliança Democrática

Com menosblaze crash apostas1%blaze crash apostasdiferença e dois deputados, a coalizão AD conseguiu bater o Partido socialista (PS) e ganhar as eleiçõesblaze crash apostasPortugal, com 79 deputados. A disputa foi mais apertada do que indicavam as pesquisas, mas a siglablaze crash apostascentro-direita conseguiu garantir a vitória. Luís Montenegro, líder da coalizão, tinha pedido aos portugueses uma maioria que lhe permitisse governar sozinho, mas o resultado apertado obriga o líder do centro-direita a negociar. Os liberais do Iniciativa Liberal não são suficientes para a AD.

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Ao que tudo indica, só restaria a eles uma coalizão com o Chega — perspectiva que Montenegro negou durante toda a campanha e voltou a frisar após os resultados.

“Eu assumi um compromisso e vou mantê-lo”, garantiu,blaze crash apostasreferencia àblaze crash apostasposição sobre o Chega. “A minha expectativa é que estejamos todos à altura dos interesses do país”, disse, para depois colocar a responsabilidade no PS: “O que se pede ao Partido Socialista é que respeite a vontade do povo português e por isso a minha expectativa é que o Partido Socialista e o Chega não sejam uma aliança negativa para impedir aquilo que os portugueses decidiram”.

Luis Montenegro, da Aliança Democrática

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Legenda da foto, Aliança Democrática foi o partido vencedor das eleições, mas líder Luis Montenegro (foto) ainda precisa formar uma coalizão para conseguir governar

2. Partido Socialista na oposição

Depoisblaze crash apostasquase nove anos como líderblaze crash apostasgoverno (numa coalizãoblaze crash apostasesquerda, primeiro, e com uma maioria absoluta depois), o PS perdeu as eleições e passou para a oposição. Os socialistas, que nas eleiçõesblaze crash apostas2022 tinham conseguido 41,3% e 120 deputados, ficam agora com 28,7% e 77 assentos no Parlamento.

Apesar das palavrasblaze crash apostasLuís Montenegro, o líder do PS, Pedro Nuno Santos foi claro: “O PS será oposição e não cede a pressões”, disse, garantindo que não vai ser a chave para viabilizar um governo da AD. “Não é a nós que têmblaze crash apostaspedir para suportar um governo. Não contem com o PS para governar, não somos nós que vamos suportar um governo da AD”, insistiu.

“O PS não ganhou as eleições, vai liderar a oposição. Nunca deixará a liderança da oposição para o Chega, ou para o André Ventura (o líder do Chega)”, garantiu.

3. O crescimento da direita radical

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O partidoblaze crash apostasdireita radical Chega foi o grande vencedor da noite, com maisblaze crash apostasum milhãoblaze crash apostasvotos conquistados. As sondagens davam ao partido da direita radical entre 16% e 20% e no final acabou por conquistar 18,1%. Trata-se mais do dobro da percentagem conseguida nas eleiçõesblaze crash apostas2021, onde conseguiu 7,2% e quatro vezes mais deputados:blaze crash apostas12 passará a ocupar 48 cadeiras no Parlamento português. Consolida-se assim como a terceira força política, o suficiente para tentar condicionar a formação do próprio governo.

No final da noite, o líder do Chega André Ventura fez diversas críticas: a empresasblaze crash apostaspesquisas, meiosblaze crash apostascomunicação e até ao Presidente da República.

“Esta vitória temblaze crash apostasser ouvidablaze crash apostasmuitos locais do país. Temblaze crash apostasser ouvida no palácioblaze crash apostasBelém (residência da Presidência) onde um Presidente da República tentou condicionar à última hora o voto dos portugueses”, disse. “Mas este bom povo português sabia o que queria e que não se deixaria condicionar, e quem escolhe o governoblaze crash apostasPortugal são os portugueses e mais ninguém”.

Ventura disse que o Chega “foi o partido mais perseguidoblaze crash apostastoda a história”. E criticou: “Espero que muitos jornalistas e comentadores engulam algumas palavras que disseram desde há alguns anos”.

A terceiro crítica foi a empresasblaze crash apostaspesquisas: “Então o Chega perdeu gás na última semana? A AD e a IL podiam formar maioria?”, perguntou com ironia. “Espero que alguns diretoresblaze crash apostasempresasblaze crash apostassondagens se demitam hoje”, concluiu.

4. Coalizão entre AD e Chega?

Durante a campanha, Luís Montenegro, líder da AD, foi taxativo ao dizer que não seria pelablaze crash apostasmão que a direita radical chegaria ao governo português. “Não é não”, repetiu várias vezes face a uma hipotética coalizão com o Chega, insistindo que o partido da direita radical não tem “maturidade” nem “responsabilidade” para governar.

Mas, com os resultados deste domingo, excluir o Chega da coalizão pode significar não conseguir formar governo e as pressões podem surgir até mesmo dentro do próprio partido, no qual algumas figuras, como o ex-primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, não descartaram essa possibilidade.

Esta noite, o discursoblaze crash apostasAndré Ventura foi claro: “Seremos totalmente irresponsáveis se não concretizarmos um governo”, disse, pressionando Luís Montenegro. “Temos uma maioria para construir, um orçamento para aprovar e isso só pode ser feito com o apoio do Chega”.

Luís Montenegro voltou a prometer que o Chega não vai entrar no governo: “Eu assumi um compromisso e vou mantê-lo” – mas,blaze crash apostasser assim, as contas ficam muito complicadas.

António Costa votando

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Legenda da foto, Primeiro-ministro socialista António Costa foi derrotado nas urnas

5. O legadoblaze crash apostasAntónio Costa

Não se podem analisar estas eleições sem falarblaze crash apostasAntónio Costa, o primeiro-ministro socialista que esteve à frente do país durante quase uma década. Ele foi o artífice da “geringonça”, como ficou conhecida a coligaçãoblaze crash apostasesquerda – a primeira no país – que governou Portugal até 2022 e depois conseguiu uma maioria absoluta.

Mas a coalizão terminoublaze crash apostasforma abruptablaze crash apostasnovembro passado, quando Costa se demitiu depoisblaze crash apostasuma investigação judicial por suposta corrupção, que afetou ministros do Governo.

Se a maioria absoluta conseguidablaze crash apostas2022 simbolizava a aprovação dos portugueses aos governosblaze crash apostasesquerda liderados por António Costa, o resultado destas eleições reflete o descontentamento do país com os últimos anosblaze crash apostasliderança do PS. A derrota dos socialistas é um castigo ao legadoblaze crash apostasAntónio Costa que nos últimos meses teve que resolver vários escândalos dentro do governo – o último dos quais acabou nablaze crash apostasdemissão.

Apesar dos bons resultados macroeconômicos, com a economia crescendo 2,3%, Portugal vive uma crise na , os salários continuam muito baixos e o Serviço Nacionalblaze crash apostasSaúde tem muitos problemas — com maisblaze crash apostas1,7 milhõesblaze crash apostasportuguese sem médicoblaze crash apostasfamília.

“Sobre este resultado, se é preciso algum responsável, estou cá eu para assumir a responsabilidade”, disse António Costa ao início da noite. “Quando se convocaram as eleições, eu disse que nenhum secretário geral que entrasse no PS naquelas condições tinha obrigaçãoblaze crash apostasganhar as eleições.”

6. Maior participação nos últimos 20 anos

As eleições marcaram o maior comparecimento às urnasblaze crash apostasvinte anos. No domingo, a abstenção ficoublaze crash apostas33,8%. Nas eleiçõesblaze crash apostas2022, a abstenção tinha sidoblaze crash apostas48,5% e, nas anteriores,blaze crash apostas2019, a taxablaze crash apostasabstenção tinha sido a mais alta já registrada, rondando os 51,4%.

A elevada participação explica também os erros nas pesquisas, sobretudo no que diz respeito ao Chega, partido que se beneficiou mais com o aumento do comparecimento às urnas.

Pessoa depositando votoblaze crash apostaspapelblaze crash apostasurna

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Legenda da foto, Comparecimento às urnas foi muito maior do que nos últimos anos

7. O voto por correio

Há ainda quatro vagasblaze crash apostasdeputadosblaze crash apostasjogo — as vagas que cabem aos portugueses no exterior que votam, nablaze crash apostasmaioria, por correio. Esses votos devem ser contabilizados nas próximas duas semanas. No entanto, tendoblaze crash apostasconta a diferença entre os dois principais partidos, esses votos não devem ter peso suficiente para mudar o resultado das eleições.

8. O papel do Presidente da República

Agora é a vez do presidenteblaze crash apostasPortugal, Marcelo Rebeloblaze crash apostasSousa, responsável por indicar qual dos candidatos deve formar governo. O presidente vai ouvir todos os partidos e, até sexta-feira (15/3), teráblaze crash apostasindicar um dos candidatos. Com toda a probabilidade, o candidato escolhido será Luís Montenegro, o vencedor das eleições, uma vez que alémblaze crash apostaster vencido as eleições, não há uma maioria alternativa viável à esquerda.

O próprio líder do PS excluiu esta possibilidade: “Qualquer solução dessas teria um chumboblaze crash apostastoda a direita”, comentou o líder socialista. “Não nos compliquemos. Nós não temos uma maioria”, frisou.

Já Montenegro, afirmou esperar o convite do presidente da República. "Face à vitória eleitoral, é minha expectativa fundada que o senhor Presidente da República me possa indigitar [indicar] para primeiro-ministro. Na expectativablaze crash apostasque tal vai acontecer, o meu compromisso é cumprir a mudança. Vai-se cumprir com um novo primeiro-ministro, com novo governo e com novas políticas".

9. Governabilidade

Os resultados e as posições dos diversos partidos deixam muitas dúvidas sobre a governabilidade e a estabilidadeblaze crash apostasPortugal.

A única maioria possível no Parlamento teriablaze crash apostasincluir o partido da direita radical, Chega. Se Luís Montenegro mantiver a promessa que fez durante a campanha e voltou a repetir na noite eleitoral, não há qualquer maioria possível no parlamento.

Nesse cenário, a única hipótese é a AD tentar governarblaze crash apostasminoria, negociando cada medida com os vários partidos. No domingo, Montenegro pressionou o PS para facilitar a governabilidade do país.

“Para termos governabilidade e estabilidade, há que apelar ao sentidoblaze crash apostasresponsabilidadeblaze crash apostastodos quantos se vão sentar na Assembleia da República. A todos é exigido que dêem ao país condiçõesblaze crash apostasgovernabilidade. Não me eximo do [papel] principal, mas exijo aos outros que cumpram a palavra do povo português”, disse.

No entanto, do outro lado, Pedro Nuno Santos foi claro: “Não contem com o PS para governar”.

10. Novas eleições?

Neste estadoblaze crash apostascoisas, não é possível excluir um cenárioblaze crash apostasnova eleição. De acordo com o sistema político português, depoisblaze crash apostasser indicado pelo presidente da República, Montenegro deverá formar ablaze crash apostasequipe que provavelmente tomará posseblaze crash apostasabril. Depois será apresentado o programablaze crash apostasgoverno, que não precisablaze crash apostasser aprovado na Assembleia da República, e,blaze crash apostasoutubro, teráblaze crash apostasser apresentado um novo orçamentoblaze crash apostasEstado.

Esta é a data chave. Em 2021, Marcelo Rebeloblaze crash apostasSousa dissolveu a Assembleia da República e convocou eleições antecipadas. Se a AD não tiver maioria parlamentar para aprovar as contas e Marcelo Rebeloblaze crash apostasSousa mantiver o mesmo critério, o governo poderia cair e o país voltar a ter eleições antecipadas.