O casal que foi viajar com R$ 67 e percorreu 11 mil kmdicas de basquete apostabicicletadicas de basquete aposta6 anos:dicas de basquete aposta

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Os brasileiros Djoe Rosa e Iris Magalhães percorreram 11 mil kmdicas de basquete apostabicicletadicas de basquete aposta6 anos

"Parecia que a sala tinha ficado pequena, e percebi quão jovem eu era. Falei para o Djoe para irmos ao Méxicodicas de basquete apostabicicleta. A gente começou a se organizar e amadureceu a ideia", diz ela à BBC News Brasil.

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Mas como viajar para outro país sem antes explorar o Brasil? Eles decidiram então começar a jornadadicas de basquete apostaterritório nacional.

O plano era sair do Sul, onde moravam, e explorar os seis biomas brasileiros.

"A gente, como brasileiro, tinha a mesma visão estereotipada do Brasil e com preconceitos. Não contávamos que seria tão grande. É um país extremamente diverso."

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Legenda da foto, O casal começou a se preparar financeiramente para a viagem vendendo brigadeiros na faculdade

Para se preparar financeiramente para a empreitada, os dois começaram a vender brigadeiro na faculdade.

Antesdicas de basquete apostaqualquer coisa, eles precisaram adquirir bicicletas novas, uma vez que as que eles usavam para se locomover haviam sido roubadas no meio do processo.

"(Na) minha bicicleta, paguei R$ 50. É um modelodicas de basquete aposta98, e é daquelasdicas de basquete apostacomprar pão na esquina. Compreidicas de basquete apostaum amigo e fui montando com outras peças. No fim das contas, deve ter custado tudo uns R$ 700", relembra Djoe.

Já Iris conseguiu uma bicicleta nova por meiodicas de basquete apostadoação. "Fiz um post no Facebook falando do roubo, e um colega me ofereceu. Fui ver a bicicleta e saí pedalando."

Com as bicicletas novasdicas de basquete apostamãos, eles colocaram na balança o que seria mais importante para uma viagem longa edicas de basquete apostabaixo custo. Decidiram investir entãodicas de basquete apostauma boa barraca edicas de basquete apostauma câmeradicas de basquete apostaaventura barata para documentar a jornada.

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Legenda da foto, Primeiros dias da viagemdicas de basquete apostaGuaporé, no Rio Grande do Sul,dicas de basquete aposta2017

Partida com R$ 67 no bolso

Em fevereirodicas de basquete aposta2017, os dois deixaram a universidade para trás para embarcar na aventura.

Saíramdicas de basquete apostabicicletadicas de basquete apostaPelotas, no Rio Grande do Sul, e foram subindodicas de basquete apostadireção à Serra Gaúcha, passando pelas regiões dos cânions, pelo litoraldicas de basquete apostaSanta Catarina, até chegar a cidades do Sudeste.

Como grande parte do dinheiro que eles juntaram havia sido usado na compra dos equipamentos e acessórios para a viagem, o casal iniciou a jornada com pouco maisdicas de basquete apostaR$ 50.

"Saí com R$ 17 no bolso, e a Iris, com R$ 50", relembra Djoe.

Eles dizem que a quantia foi suficiente no início. Isso porque, para se capitalizar, os dois faziam apresentaçõesdicas de basquete apostamúsica nas cidades que paravam — Djoe no violão, e Iris no pandeiro.

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Legenda da foto, O casal investiudicas de basquete apostauma boa barraca, fotografada aqui enquanto acampavamdicas de basquete apostaTrancoso, na Bahia,dicas de basquete aposta2022

Naquela época, seis anos atrás, eles contam que gastavam apenas R$ 300 por mês — a despesa maior, segundo eles, era com alimentação.

Isso só foi possível pelo mododicas de basquete apostavida simples e minimalista que adotaram, dizem.

"A gente cozinha nossa própria comida. Dorme na beiradicas de basquete apostario,dicas de basquete apostapostosdicas de basquete apostagasolina, faz voluntariado, fica hospedado na casa das pessoas", afirma Iris.

Hoje, o gasto mensal do casal aumentou — mas,dicas de basquete apostaacordo com eles, as principais despesas continuam a ser com alimentação e manutenção das bicicletas.

"Atualmente, giradicas de basquete apostatornodicas de basquete apostaR$ 1.500 a R$ 2.000 (por mês)", afirmam.

Para se manter, além das apresentações musicais, o casal já fez capinagem, bicodicas de basquete apostagarçom e vendeu brigadeiro.

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Legenda da foto, Para economizar, eles costumam preparardicas de basquete apostaprópria comida — fotodicas de basquete apostaMogiquiçaba, na Bahia,dicas de basquete aposta2022

Com o passar do tempo, eles viram necessidadedicas de basquete apostaprofissionalizar a produção audiovisual para as redes sociais. E decidiram investirdicas de basquete apostaequipamentos novos.

"No começo da viagem, a gente só tinha um celular velho da Iris e uma 'Go Pobre' (câmeradicas de basquete apostaaventura barata)", lembra Djoe.

Para isso, eles contam que trabalharam oito horas por diadicas de basquete apostauma fazendadicas de basquete apostaBrasília durante um mês.

Iris trabalhava como camareira no hotel da fazenda, enquanto Djoe fazia serviços gerais na agrofloresta. Nos finaisdicas de basquete apostasemana, Djoe ainda tocava no restaurante da fazenda, e os dois também faziam apresentações musicaisdicas de basquete apostaBrasília. Como tinham direito a alimentação e moradia na fazenda, dizem que o gasto deles era praticamente zero.

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Legenda da foto, O casal chegou a trabahar como voluntáriodicas de basquete apostabioconstruçãodicas de basquete apostaAlto Paraísodicas de basquete apostaGoiásdicas de basquete aposta2019

Depoisdicas de basquete apostajuntar dinheiro, foram até o Paraguai comprar câmeras mais modernas.

O investimento deu retorno. Desde 2020, eles ganham dinheiro com o canal do Youtube, que começou a ser monetizado após três anosdicas de basquete apostapostagens.

Também promovem campanhasdicas de basquete apostafinanciamento coletivo e têm uma loja virtual na qual vendem adesivos e camisetas do projeto.

Dia a dia na estrada

Os desafios, no entanto, vão muito além da questão financeira. O casal conta que ao se deslocar pedala,dicas de basquete apostamédia, 60 quilômetros por dia — e é preciso ter muita disposição.

Para facilitar a jornada, eles utilizam equipamentos próprios para ciclismo.

"Usamos alforges, que são bolsas para bagagem. Não vai nada no nosso corpo, e isso facilita a distribuição do peso. É muito menos desgastante", explica Djoe.

A alimentação também é estratégica. Como são vegetarianos, eles investemdicas de basquete apostauma dieta ricadicas de basquete apostafrutas e legumes.

E, para não carregar muito peso extra, contam que levam apenas a quantidade necessária — alémdicas de basquete apostaadotar técnicas para evitar que a comida estrague.

"A gente carrega a comidadicas de basquete apostapedaçosdicas de basquete apostapanos para não acelerar o processodicas de basquete apostadecomposição. Preparamos sanduíche com tomate, pastadicas de basquete apostaamendoim e, no fim do dia, a gente vai ao mercado e compra comida suficiente para viver uns dois dias."

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Legenda da foto, Alongamento no acostamento da BR 242dicas de basquete apostaBarreiras, na Bahia
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A segurança também é pensada cuidadosamente. Eles costumam dormirdicas de basquete apostapostosdicas de basquete apostagasolina ou pedem para montar a barraca no quintaldicas de basquete apostamoradores locais. Segundo eles, tem muita gente desconfiada, principalmente nas cidades grandes, mas a maioria estende a mão aos cicloviajantes.

E há gratas surpresas no meio do caminho:

"Uma vez, estávamos pedalando, e uma mulher passou buzinandodicas de basquete apostacarro nos chamando para tomar café na casa dela. Nós a seguimos, fomos até lá, tomamos café, depois fomos embora", relembra Iris.

E como faz para tomar banho? Na maioria das vezes, eles tomam banhodicas de basquete apostapostosdicas de basquete apostagasolina. Mas nem sempre da forma tradicional — eles contam que, às vezes, precisam usar lenço umedecido, e já chegaram a tomar banhodicas de basquete apostacaneca e regador.

Há seis anos na estrada, o casal já pedalou pouco maisdicas de basquete aposta11 mil quilômetros, passando por 17 estados brasileiros.

Inicialmente, eles passavam mesesdicas de basquete apostauma determinada cidade, mas essa estratégia estava estendendo demais a viagem.

Agora, o tempodicas de basquete apostapermanência variadicas de basquete apostaalguns dias a semanas,dicas de basquete apostaacordo com as atrações locais e o interessedicas de basquete apostacada um.

No momento desta reportagem, eles estavamdicas de basquete apostaPorto Velho, Rondônia, e faltava conhecer apenas um bioma da lista: o Pantanal.

O maior desafio — pedalar no 'deserto'

Ao longo desta jornada, eles já viveram muitas aventuras. E se você perguntar qual foi o trecho mais desafiador do trajeto, eles não vão pensar duas vezes: o Jalapão, no estado do Tocantins.

"Chamam (o Jalapão)dicas de basquete aposta‘deserto das águas’, e explorardicas de basquete apostabicicleta era quase uma loucura. 100% das pessoas diziam que a gente era doido e que íamos morrer", relembra Djoe.

Eles saíram do Distrito Federal com destino ao Jalapãodicas de basquete aposta2019. No trajeto entre as cidadesdicas de basquete apostaPonte Alta do Tocantins e Mateiros, foram 210 quilômetros sem praticamente nenhuma estrutura para parada. Era possível avistar somente alguns moradores locais no caminho.

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Legenda da foto, Trecho da estrada 'sem fim' entre Ponte Alta do Tocantins e Mateiros

Como era épocadicas de basquete apostaseca, eles enfrentaram temperaturas elevadas — com sensação térmicadicas de basquete apostaaté 50 graus pela manhã.

E se hidratar não era nada fácil. Eles contam que muitas vezes tinham que percorrer 50 quilômetros até encontrar uma fontedicas de basquete apostaágua. Mas, às vezes, davam sortedicas de basquete apostacontar com a generosidadedicas de basquete apostaguiasdicas de basquete apostaturismo que passavamdicas de basquete apostacarro.

"Foi a galera do turismo que nos deu apoio. E, inclusive, teve um guia que nos deixou comida."

Mas o mais desafiador, segundo o casal, era pedalar naquele terreno. Eles tiveram que descer das bikes.

"A gente empurrava as bicicletas e demorava quatro horas para andar três quilômetros."

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Legenda da foto, Descanso à sombra das bicicletas no Jalapão

Quando chegavam na casadicas de basquete apostamoradores locais, ouviam até que deviam jogar as bicicletas fora porque iriam atrapalhar a travessia.

Eles lembram, no entanto, que também conseguiram caronas inesperadas ao longo do trajeto.

Foram 40 dias nessa região do país. E, mesmo com a dificuldade para pedalar, o casal diz que se sentiu completo.

"A gente estava tão feliz, as pessoas foram tão incríveis. A paisagem é muito bonita, uma estrada longadicas de basquete apostaareia e nada dos dois lados. Várias vezes a gente estava lá, montava a barraca, e à noite não passava ninguém", relembram.

Outros perrengues (e perigos) na estrada

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Legenda da foto, Visitando as formações rochosas no Vale do Catimbau,dicas de basquete apostaPernambuco,dicas de basquete aposta2022

Esse não foi único perrengue que eles passaram. Embora o clima possa ser, na opinião deles, um dos principais contratempos.

Eles lembram que pedalar na chuva também é complicado — e não é considerado tão seguro. E, às vezes, as condições meteorológicas se somam a imprevistos, como um pneu furado.

"No estadodicas de basquete apostaSão Paulo, estava chovendo muito uma vez, e o pneu da bicicleta da Iris estourou, e eu tive que ficar literalmente protegendo com o guarda-chuva enquanto ela consertava o pneu. É doideira."

Outra vez, sob um sol forte no sertão do Rio Grande do Norte, o pneu da bicicletadicas de basquete apostaIris estourou oito vezes — eles lembram que estavam muito cansados, quase desidratando. Mas não teve outro jeito a não ser consertar.

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Legenda da foto, Diadicas de basquete apostachuvadicas de basquete apostaMinas Geraisdicas de basquete aposta2018

Além disso,dicas de basquete apostamuitas rodovias os motoristasdicas de basquete apostacarros e caminhões não respeitam os ciclistas.

Uma vez, logo no começo da viagem, Iris sofreu um acidente. Ela freou bruscamente enquanto pedalava, e a bicicleta escorregou entre as pedras. Ela bateu a cabeça e desmaiou.

Como Djoe já estava um pouco mais à frente, ele não viu o que aconteceu. Quando parou, ele contou até 100, e como ela não apareceu, começou a voltar. Foi quando se deparou com Iris caída na estrada, sendo ajudada por um homem.

"Eu não lembrava das coisas, perguntavam se eu tinha sofrido um acidente, e não lembrava. Minha cabeça estava um pouco machucada, e não sabia direito o que tinha acontecido."

Djoe bateu na portadicas de basquete apostaum casaldicas de basquete apostaidosos, que inicialmente ficou desconfiado, à procuradicas de basquete apostaajuda:

"Eles pediram para eu levar a Iris até lá, e eu levei. Eles viram que ela estava machucada e chamaram o SAMU. Ela foi atendida no hospital e deu tudo certo", relembra Djoe.

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Legenda da foto, Pneu furado enquanto pedalavam no interior do Riodicas de basquete apostaJaneirodicas de basquete aposta2018

No fim das contas, eles acabaram passando quase quatro dias na casa desse casal.

Depois do acidente, no entanto, Iris ficou inseguradicas de basquete apostavoltar para a estrada.

"Nessa época, comecei a questionar se aquilo era para mim, fiquei pensando, pensando. Foi difícil, mentalmente falando. Precisei superar aquilo para conseguir seguir pedalando."

Perrengues e acidentes à parte, eles dizem que as paisagensdicas de basquete apostatirar o fôlego são sem dúvida uma recompensa. Mas afirmam que o que mais os marcou, ao longo desses anos todosdicas de basquete apostaestrada, foram as pessoas.

Eles acreditam que conseguiram verdicas de basquete apostaperto a pluralidade do Brasil.

"A gente percebeu o quão incrível é o nosso país, e comodicas de basquete apostafato é nossa terra, nosso povo. Uma história sofrida. É quase inacreditável que tenha tudo issodicas de basquete apostauma vez. O bonito no Brasil é a diversidade", resumem.

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Legenda da foto, Subida íngreme no litoral sul da Bahiadicas de basquete aposta2022

Aventura pela América do Sul

Depoisdicas de basquete apostaquase seis anos viajando pelo Brasil, Djoe e Iris pretendem seguir para os Andes — a ideia é explorar os países da América do Sul a partir do segundo semestre.

O casal quer começar a viagem pela Bolívia, atravessar para o Peru e depois avançar para o Equador e a Colômbia.

Eles estão chamando o projetodicas de basquete aposta"Coragem nos Andes", uma analogia com o nome do perfil que têm nas redes sociais — "Coragem na Bagagem" (@coragemnabagagem).

E lançaram uma campanhadicas de basquete apostafinanciamento coletivo para ajudar a comprar equipamentos e roupas próprias para baixas temperaturas.

"Essa fase internacional vai demandar equipamentos mais técnicos e roupas apropriadas, que são caras fora do país. Pedalar a 3 mil metrosdicas de basquete apostaaltitude é diferente", explicam. "Vamos enfrentar um frio extremo."

O plano deles é completar esse roteirodicas de basquete apostaum ano — e eles afirmam que não pensam, por enquanto,dicas de basquete apostavoltar ao mododicas de basquete apostavida tradicional.