Chuvas no Rio Grande do Sul: governo monitora 6 barragens que podem se romper a qualquer momento:win roleta
Autoridades do Rio Grande do Sul informaram que ao menos 83 pessoas morreram devido às fortes chuvas que assolam o Estado desde a semana passada.
Até às 9h desta segunda-feira (6/5), a Defesa Civil gaúcha contabilizava ao menos 111 pessoas desaparecidas. Cercawin roleta121 mil pessoas estão desalojadas.
Segundo a Defesa Civil estadual, 345 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas fortes chuvas que se estendem desde o início da semana. São 850 mil pessoas afetadas pelas enchentes.
Um balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul na tardewin roletadomingo (5/5) informou que há seis barragenswin roletahidrelétricaswin roletasituaçãowin roletaemergência, com risco iminentewin roletarompimento. Segundo o governo gaúcho, isso aponta que devem ser tomadas “providências para preservar vidas”.
Entre essas medidas, está a retiradawin roletafamílias das áreas que podem ser atingidas caso ocorra um rompimento. Não foi informado o númerowin roletafamílias que estão nessa situação.
Um dos aspectos mais interessantes da cidade é sua arquitetura, que reflete uma mistura win roleta estudos e influências diferentes. Neste 🫦 artigo vamos explorar alguns do princípio titulos distintos
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Esse levantamento é feito pelo governo por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), da Agência Nacionalwin roletaEnergia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS).
Uma das seis barragenswin roletasituaçãowin roletaemergência, localizada entre os municípioswin roletaBento Gonçalves e Cotiporã, já registrou um rompimento parcial há três dias.
De acordo com o governo, ainda há outras cinco barragenswin roletaestadowin roletaalerta. Isso significa que elas apresentam "anomalias que representam risco à segurança" e exige manutenções para que a situação não se agrave.
O grupo responsável por esse balanço informou ainda que há sete barragenswin roletaestadowin roletaatenção. São estruturas que possuem anomalias, mas que não comprometem a segurança a curto prazo. Elas necessitamwin roletamonitoramento, controle ou algum reparo. (Veja quais são as barragens no mapa abaixo)
Frente fria pode complicar resgate
O governo federal informa que existe agora uma preocupação adicional: uma frente fria.
Na quarta-feira (8/5), a temperatura vai baixar para até 10 °Cwin roletaalgumas áreas do Estado, segundo o Comando Militar do Sul. A frente fria vai piorar as condiçõeswin roletaevacuação, alémwin roletaaumentar o riscowin roletahipotermiawin roletapessoas que estejam aguardando o resgate ao relento ou sob a chuva. Daí a importânciawin roletaacelerar os auxílios.
Na capital Porto Alegre, a população já enfrenta a maior enchente da história da cidade. O Guaíba ultrapassou o nívelwin roleta5 metros na sexta-feira (3/5), superando a marca histórica registradawin roleta1941. O recorde voltou a ser batido nas horas seguintes, chegando a 5,19m na Usina do Gasômetro.
No começo da noitewin roletasábado, houve um breve alívio, com uma pequena reduçãowin roleta1cm. Foi a primeira queda no nível da água naquele ponto desde 30win roletaabril. No entanto, a água voltou a subir na noitewin roletasábado para domingo.
Na manhãwin roletasegunda, o rio está com 5,29m.
A Defesa Civil estadual alerta que as chuvas com ventos fortes e descargas elétricas, riscowin roletagranizo e alagamentos continuam vigentes, no norte e nordeste do Estado, alémwin roletana região metropolitanawin roletaPorto Alegre.
Em entrevista a jornalistas no sábado (4/5), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que a grave situação causada pelas enchentes no Estado vai exigir a adoçãowin roletaum “Plano Marshall”.
O Plano Marshall foi a estratégia americanawin roletaaplicar bilhõeswin roletadólares ba reconstrução da Europa aliada após a Segunda Guerra Mundial.
"Vamos precisarwin roletamedidas absolutamente excepcionais. O Rio Grande do Sul vai precisarwin roletaum Plano Marshall,win roletamedidas absolutamente extraordinárias. Quem já foi vítima das tragédias não pode ser vítimawin roletadesassistência e da burocracia", disse o governador à imprensa.
Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no domingo, Leite afirmou que esse plano teráwin roletaenvolver também estratégiaswin roletaresiliência climática, que permitam ao Estado resistir aos extremos climáticos globais.
No domingo (6/5), Lula visitou o Estado para discutir os próximos passoswin roletareação da tragédia.
"É preciso que a gente parewin roletacorrer atrás da desgraça (...) e aja com antecedência" na prevençãowin roletatragédias, disse Lula.
O presidente afirmou que o governo federal ajudará na recuperação da infraestrutura estadual — e que a burocracia estatal não atrapalhará nos esforçoswin roletareconstrução.
"O Brasil deve muito ao Rio Grande do Sul", agregou Lula, mencionando a pujança agrícola do Estado. "Se ele sempre ajudou o Brasil, agora está na horawin roletao Brasil ajudar o Rio Grande do Sul."
Situação pior do quewin roletacheiaswin roleta2023
A crise por causa das fortes chuvas no Estado começou na terça-feira (30/4), e no dia seguinte foi decretada calamidade pública. As consequências dos temporais, como enchentes e transbordamentowin roletarios, foram classificadas como desastreswin roletanível 3, que são "caracterizados por danos e prejuízos elevados".
As aulas da rede estadual foram suspensas na última semana. Ao todo, 700 mil alunos foram impactados.
Com problemaswin roletamovimentação no Estado, o governo federal decidiu adiar a realização do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), que seria realizado no domingo. Ainda não foi divulgada uma nova data.
Relatório divulgado pela Salawin roletaSituação, da Defesa Civil, mostra que áreas impactadas durante a emergênciawin roletasetembrowin roleta2023 estãowin roletarisco novamente.
Há oito meses, o Estado enfrentou o pior fenômeno natural registrado até então com a passagemwin roletaum ciclone extratropical que causou enchentes, atingindo 57 mil pessoas e deixando 54 mortes. Quatro pessoas ainda estão desaparecidas.
Na ocasião, as cidades mais afetadas foram Muçum, Encantado, Roca Sales, Lajeado e Estrela, todas localizadas às margens do Rio Taquari, que também vêm sendo castigado com as tempestades deste ano.
O volumewin roletachuvas no Rio Grande do Sul tem sido chamadowin roleta"extraordinário" pelas autoridades, e a crise afeta centenaswin roletacidadeswin roletadiferentes graus.
A cidadewin roletaFontoura Xavier registrou o maior volumewin roletachuva do Estado, com 500,6 milímetros entre as 12hwin roletaterça e as 12hwin roletaquarta.
O volume é maiswin roletatrês vezes maior do que a média histórica do município — 146 milímetros. Os dados são do Centro Nacionalwin roletaMonitoramento e Alertaswin roletaDesastres Naturais (Cemaden).
Sete cidades do Estado gaúcho estavam entre as 10 com mais volumewin roletachuvas registrado no mundo nas 24 horas até quinta-feira (2), segundo o serviçowin roletameteorologia Ogimet, que possui basewin roletamaiswin roleta6,6 mil estaçõeswin roletavários países.
A cidadewin roletaSanta Maria, apesarwin roletanão aparecer nesta lista, é uma das mais afetadas pela chuva, com desmoronamentowin roletaencostas, obstruções e bloqueioswin roletavias urbanas e rurais. Ao meno onze pontes caíram e havia áreaswin roletainundaçãowin roletadiversos pontos.
Outra região bastante prejudicada é a área do Vale do Taquari, que abrange 40 municípios. O rio que corta a região e possui o mesmo nome atingiu 31,2 metroswin roletaaltura e atingiu o maior nível da história. Até então o nível mais alto já registrado erawin roleta29,9 metros,win roleta1941.
Por que está chovendo tanto no Rio Grande do Sul?
Meteorologistas ouvidos pela reportagem da BBC News Brasil explicam que as chuvas intensas registradas no Rio Grande do Sul nos últimos dias são consequênciawin roletauma combinaçãowin roletatrês principais fatores:
- Presençawin roletaum cavado (corrente intensawin roletavento)win roletaatuação na região proporcionando a formaçãowin roletatempo bastante instável;
- Presença do corredorwin roletaumidade vindo da Amazônia, que potencializou a intensidadewin roletaprecipitação
- Presençawin roletauma ondawin roletacalor na região central do país
"Essa massawin roletaar quente sobre a área central do país bloqueou a frente fria que está na região Sul impedindo-awin roletaavançar e se espalhar para outras localidades. A junção desses fatores faz com que essa instabilidade fique sobre o Estado, causando chuvas intensas e continuas", explica Dayse Moraes, meteorologista do Inmet.
Aliado a isso, o período entre o finalwin roletaabril e o iníciowin roletamaiowin roleta2024, ainda tem influência do fenômeno El Niño, que é responsável por aquecer as águas do oceano Pacífico, contribuindo para que áreaswin roletainstabilidade fiquem sobre o estado. Essa combinaçãowin roletadiversos fatoreswin roletauma única vez é considerada rara pelos especialistas.
As chuvas catastróficas do Sul têm relação direta com a ondawin roletacalor registrada na região Centro-Oeste e Sudeste, onde as temperaturas estão cercawin roleta5 °C acima da média neste outono.
"Com a intensificação das mudanças climáticas globais os eventos climáticos extremos serão mais frequentes e intercorrentes", acrescenta Rafaelwin roletaÁvila Rodrigues, professor e climatologista do Institutowin roletaGeografia da Universidade Federalwin roletaCatalão (UFCAT).
Para além dos efeitos mundiais do aquecimento global, o ambientalista Marcio Astrini, do Observatório do Clima, disse à BBC News Brasil que é preciso responsabilizar também senadores e deputados que, segundo ele, têm agido para flexibilizar a legislação ambiental e dessa forma contribuir para as mudanças climáticas.
*Com reportagemwin roletaLuiz Antônio Araújo,win roletaPorto Alegre para a BBC News Brasil