Por que Rio Grande do Sul tem maior percentual1xbet 777 mobileadeptos1xbet 777 mobilereligiões1xbet 777 mobilematriz africana no Brasil:1xbet 777 mobile

Legenda do áudio, Evidências da afroreligiosidade estão por toda parte no RS

Para a comunidade, a placa é duplamente significativa: o edifício, que hoje abriga a sede da associação1xbet 777 mobilemoradores, está situado no local exato1xbet 777 mobileum antigo terreiro.

“O terreiro da mãe Eva era um dos pontos1xbet 777 mobileconvivência da comunidade”, explica Tânia Rosangela1xbet 777 mobileJesus Dutra, primeira-secretária da associação.

Descendente dos primeiros ocupantes, a líder comunitária não conheceu a matriarca.

A existência do terreiro, porém, foi atestada1xbet 777 mobilelaudo antropológico emitido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O prédio hoje ocupado pela associação fica ao lado1xbet 777 mobileuma imponente figueira, árvore associada a poderes cósmicos1xbet 777 mobileinúmeros ritos, incluindo os1xbet 777 mobilematriz africana.

A relação entre movimento quilombola e as religiões1xbet 777 mobilematriz africana não é uma exclusividade da Vila Kédi.

Crédito, Luiz Antônio Araujo

Legenda da foto, Moradores instalam placa do Quilombo Kédi na fachada da associação. Prédio fica no local1xbet 777 mobileantigo terreiro e chegou a abrigar templo católico
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Fim do Que História!

O advogado Onir Araújo, que presta assessoria à associação, afirma que, na capital gaúcha, praticamente todas as comunidades quilombolas organizaram-se1xbet 777 mobiletorno1xbet 777 mobileterreiros ou abrigam alguma espécie1xbet 777 mobilelocal1xbet 777 mobileculto afrorreligioso1xbet 777 mobileseu interior.

Segundo Araújo, Porto Alegre tem 11 quilombos urbanos, incluindo o primeiro desse tipo a ser reconhecido no Brasil, o da família Silva, vizinho ao Kédi.

“Nenhuma outra cidade brasileira tem esse número1xbet 777 mobilecomunidades”, afirma o advogado.

De acordo com o Censo1xbet 777 mobile2022, existem 203 localidades quilombolas no Rio Grande do Sul, 16 delas1xbet 777 mobilePorto Alegre.

Em termos quantitativos, porém, os terreiros são muito mais numerosos do que os quilombos na capital.

Um levantamento da Prefeitura feito entre 2006 e 2008 indicou a existência1xbet 777 mobile1.290 terreiros na primeira década do século1xbet 777 mobilePorto Alegre — número praticamente idêntico ao encontrado1xbet 777 mobileSalvador na mesma época, segundo Ari Pedro Oro, professor1xbet 777 mobileAntropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),1xbet 777 mobileartigo intitulado "O atual campo afro-religioso gaúcho", publicado1xbet 777 mobile2012.

No Estado, haveria cerca1xbet 777 mobile30 mil terreiros, conforme cálculo1xbet 777 mobileNorton Correa, professor1xbet 777 mobileAntropologia da Universidade Federal do Maranhão.

As marcas das religiões afrobrasileiras no RS

Para muita gente, quando o assunto são as religiões1xbet 777 mobilematriz africana, o Rio Grande do Sul pode não ser o primeiro Estado brasileiro a vir à mente.

Afinal, trata-se da segunda unidade da federação com menor população autodeclarada preta ou parda, com 20%, segundo o Censo1xbet 777 mobile2022, atrás apenas1xbet 777 mobileSanta Catarina.

Mas uma consulta aos dados dos censos demográficos do Instituto Brasileiro1xbet 777 mobileGeografia e Estatística (IBGE), porém, pode desfazer essa impressão.

No levantamento1xbet 777 mobile2010, o Rio Grande do Sul figurou como o Estado com maior percentual1xbet 777 mobileadeptos da umbanda e do candomblé, as duas principais religiões afrobrasileiras, embora não sejam as únicas.

O Estado também foi campeão1xbet 777 mobilenúmeros absolutos,1xbet 777 mobileacordo com o Censo1xbet 777 mobile2010.

Os adeptos destas religiões representavam 1,47% dos gaúchos1xbet 777 mobile2010 — os dados sobre religião do Censo1xbet 777 mobile2022 ainda não foram divulgados pelo IBGE.

Isso representava um percentual bem acima do nacional,1xbet 777 mobile0,3%.

Mas pesquisadores acreditam que,1xbet 777 mobileambos os casos, os números podem ser ainda mais elevados, porque muitos adeptos tenderiam a se definir como católicos por razões familiares e culturais.

Evidências da afrorreligiosidade (ou, na expressão1xbet 777 mobileAri Oro, religiosidade afrorriograndense) estão por toda parte.

A maior festa1xbet 777 mobilelouvor a um orixá nas Américas não ocorre no Nordeste brasileiro ou no Caribe, mas ao longo dos mais1xbet 777 mobile200 quilômetros da praia gaúcha do Cassino, a mais extensa do mundo, no município1xbet 777 mobileRio Grande.

É a celebração1xbet 777 mobileIemanjá, no dia 21xbet 777 mobilefevereiro, que atrai um público calculado1xbet 777 mobile300 mil pessoas, segundo os organizadores.

O peso das religiões1xbet 777 mobilematriz africana transparece na própria linguagem.

Para boa parte dos gaúchos, a expressão “ser1xbet 777 mobilereligião” indica adesão a cultos afro.

“Quem é1xbet 777 mobileaxé diz que é”, resume um refrão corrente na comunidade afrorreligiosa local.

A compreensão do fenômeno, diz Vitor Queiroz, professor1xbet 777 mobileAntropologia da UFRGS, exige1xbet 777 mobileprimeiro lugar um ajuste1xbet 777 mobilecontas com a ideia corrente1xbet 777 mobileque o Rio Grande do Sul é um Estado branco.

“Acho curioso quando as pessoas falam que não veem negros1xbet 777 mobilePorto Alegre. Digo: ‘Refaça1xbet 777 mobileoperação ocular. Vá ao centro da cidade e simplesmente olhe”, afirma Queiroz.

Até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse1xbet 777 mobilemaio,1xbet 777 mobilevisita a atingidos pela enchente que assolou o Estado: “Não sabia que tinha tanta gente negra aqui”.

Lula acrescentou que teria ouvido da primeira-dama, Janja Lula da Silva, que os negros “são os mais pobres e moram nos lugares mais arriscados”.

Segundo Queiroz, o mito do Rio Grande branco está relacionado à reprodução do preconceito e ódio racial e religioso, segundo Queiroz.

Em 51xbet 777 mobilemaio, no auge da enchente, a influenciadora Michele Dias Abreu atribuiu o desastre climático ao fato1xbet 777 mobileo Estado estar entre os que abrigam “maior número1xbet 777 mobileterreiros1xbet 777 mobilemacumba (sic)”.

“Deus está descendo com1xbet 777 mobileira total”, apregoou a influenciadora no vídeo.

A repercussão negativa da injúria, que teve milhões1xbet 777 mobilevisualizações, levou o Ministério Público1xbet 777 mobileMinas Gerais a denunciar Michele por prática e incitação à intolerância religiosa nas redes sociais.

Depois das medidas cautelares, a influenciadora desculpou-se, afirmando que o comentário havia sido “infeliz e desnecessário”.

A desinformação, segundo Queiroz, é produto1xbet 777 mobileestratégias sociais e políticas1xbet 777 mobilebranqueamento da população gaúcha adotadas pelas elites gaúchas desde o século 19.

“Os símbolos do Estado são todos afroindígenas. O próprio gaúcho do século 19 é um peão (trabalhador1xbet 777 mobileestância)1xbet 777 mobilepele escura”, ressalta o professor da UFRGS.

Crédito, Luiz Antônio Araujo

Legenda da foto, Tania Dutra prepara refeição na Cozinha Solidária da Associação1xbet 777 mobileMoradores do Quilombo Kédi. Prédio fica no local1xbet 777 mobileantigo terreiro

O papel dos africanos na história do RS

A pesquisa historiográfica revela que a participação1xbet 777 mobileafricanos no povoamento do Rio Grande do Sul até o início do século 19 não se distinguiu do resto do país.

Em trabalho do início dos anos 2000, a historiadora Helen Osório sustentou que, entre 1780 e 1807, o percentual1xbet 777 mobileescravizados1xbet 777 mobileorigem africana entre a população local oscilava entre 28% e 36%, patamar similar ao da Bahia,1xbet 777 mobilePernambuco e do Rio1xbet 777 mobileJaneiro.

A economia do charque (carne1xbet 777 mobilesol), que impulsionou o crescimento da metade sul do Estado até o final do século 19, foi movida a braços e sangue africano, afirma Queiroz.

No Uruguai e na Argentina, onde o charque teve peso igualmente significativo, a presença massiva1xbet 777 mobileescravizados nos saladeros (equivalentes platinos das charqueadas) e estâncias, tão ou mais relevante que a do Rio Grande do Sul, somente nas últimas décadas mereceu maior atenção dos pesquisadores.

Com importância econômica secundária1xbet 777 mobilerelação aos centros charqueadores1xbet 777 mobilePelotas e Rio Grande, os núcleos urbanos mais ao norte também concentraram desde o início grandes contingentes1xbet 777 mobileafricanos e descendentes.

“Porto Alegre foi fundada no final do século 18 por colonos açorianos e seus escravos. A gente esquece que pelo menos um terço da população da cidade nos primeiros anos era1xbet 777 mobileafricanos ou afrodescendentes”, diz Queiroz.

Se o peso demográfico dos negros no Rio Grande do Sul equivale até o início do século 19 ao1xbet 777 mobileoutros Estados, o que explica a adesão mais pronunciada1xbet 777 mobilereligiões1xbet 777 mobilematriz africana1xbet 777 mobilesolo gaúcho?

Por razões1xbet 777 mobilecolonização e defesa do território, a Coroa portuguesa e,1xbet 777 mobileseguida, o Império brasileiro promoveram a instalação1xbet 777 mobilecolonos — inicialmente alemães, mas também franceses, suíços e italianos — no Rio Grande do Sul.

A procedência dos migrantes obedecia à intenção de, nas palavras da pesquisadora Vania Herédia, “branquear a raça”, ou seja, fortalecer o elemento branco na população brasileira.

Pesquisadores sustentam que a chegada1xbet 777 mobilecolonos1xbet 777 mobilefé luterana, sobretudo alemães, contribuiu para estender a liberdade1xbet 777 mobileculto — inclusive das religiões1xbet 777 mobilematriz africana — ao enfraquecer o controle da Igreja católica no âmbito espiritual.

Para Queiroz, mais do que uma relação estanque entre as confissões, existe no Estado um “mercado mágico subterrâneo”, comum também1xbet 777 mobileoutros lugares do país.

“Às vezes, a pessoa não é afrorreligiosa e está, por exemplo, com a mãe doente. Tenta isso, tenta aquilo, e alguém diz: ‘Olha, a mãe tal no terreiro tal pode ajudar’. E a pessoa vai lá e encomenda um ebó (oferenda). Essa pessoa é o quê? Ela vai ao terreiro, às vezes escondida”, exemplifica.

Nem sempre as transações ocorrem nas sombras. O exemplo mais notório é o da relação entre o presidente (cargo equivalente a governador na República Velha) Antonio Augusto Borges1xbet 777 mobileMedeiros (1863-1961) e o príncipe beninense Custódio Joaquim1xbet 777 mobileAlmeida, que chegou ao Rio Grande do Sul no final do século 19.

A tradição oral atribui a Custódio o assentamento1xbet 777 mobileocutás (objetos sagrados associados a orixás)1xbet 777 mobiledistintos pontos1xbet 777 mobilePorto Alegre.

O mais famoso é o chamado Bará do Mercado Público, simbolizado por um círculo1xbet 777 mobilepedras no piso do prédio — o local exato do assentamento nunca foi revelado.

Outros estariam sob o próprio Palácio Piratini, sede do governo estadual, a pedido1xbet 777 mobileBorges, na Igreja das Dores, no antigo pelourinho da Rua dos Andradas e até mesmo, segundo Queiroz,1xbet 777 mobileum ponto do leito do Lago Guaíba.

A religião1xbet 777 mobileCustódio, como a dos primeiros africanos1xbet 777 mobilesolo gaúcho, conforme Queiroz, era chamada1xbet 777 mobile“nação” e hoje adota a denominação1xbet 777 mobilebatuque.

Originária do Golfo da Guiné, tem possível influência1xbet 777 mobilemitos centro-africanos.

Como o candomblé —1xbet 777 mobilerelação ao qual é, nas palavras do professor da UFRGS, “um culto diferente1xbet 777 mobilemesma raiz” —, o batuque venera orixás e utiliza o iorubá como língua litúrgica.

Embora seja visto pelos próprios adeptos como tradicional e ancestral, o batuque implantou-se há pouco mais1xbet 777 mobileum século, no final do século 19.

Nos anos 1930,1xbet 777 mobileacordo com Queiroz, surgiram no Rio Grande do Sul os primeiros terreiros1xbet 777 mobileumbanda, poucas décadas depois1xbet 777 mobileseu aparecimento no Rio1xbet 777 mobileJaneiro.

Com elementos mitológicos centro-africanos, a umbanda é comumente definida como a mais brasileira das afrorreligiões.

Finalmente, mais recentemente figura a quimbanda ou linha cruzada, que acrescenta as divindades1xbet 777 mobileExu e Pombagira ao universo sagrado do batuque e da umbanda.

Na prática cotidiana, os três ramos (chamados localmente1xbet 777 mobile“lados”) são entrelaçados.

“Batuque, umbanda e quimbanda podem coexistir no mesmo espaço. Trocam-se a decoração, o dia da semana, os frequentadores, mas existe convivência”, garante o professor.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Rio Grande do Sul tem o maior percentual1xbet 777 mobileadeptos1xbet 777 mobilereligiões afrobrasileiras

Conflitos religiosos

Se as relações entre os “lados” são pacíficas, o convívio com outras confissões registra momentos1xbet 777 mobileaberta hostilidade.

Por duas vezes,1xbet 777 mobile2003 e 2015, deputados ligados a igrejas evangélicas neopentecostais tentaram sem sucesso aprovar na Assembleia Legislativa projetos que proibiam o sacrifício1xbet 777 mobileanimais, prática corrente no batuque e na quimbanda.

No primeiro episódio, o Ministério Público do Estado ingressou com ação direta1xbet 777 mobileinconstitucionalidade contra a decisão dos deputados no Tribunal1xbet 777 mobileJustiça do Estado.

Diante1xbet 777 mobiledecisão desfavorável, interpôs recurso extraordinário junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Finalmente,1xbet 777 mobile2019, por unanimidade, a corte suprema decidiu pela constitucionalidade do sacrifício1xbet 777 mobileanimais1xbet 777 mobilecerimônias religiosas.

A polêmica estimulou a criação,1xbet 777 mobile2014, do Conselho do Povo1xbet 777 mobileTerreiro do Estado do Rio Grande do Sul, vinculado à Secretaria1xbet 777 mobileJustiça, Cidadania e Direitos Humanos.

A finalidade do órgão, segundo o decreto assinado pelo então governador Tarso Genro (PT), é “desenvolver ações, estudos, propor medidas e políticas públicas voltadas para o conjunto das comunidades do povo1xbet 777 mobileterreiro do Estado, caracterizando-se como um instrumento1xbet 777 mobilereparação civilizatória, na busca da equidade econômica, política e cultural e da eliminação das discriminações”.

Em um episódio mais recente1xbet 777 mobiletensão, o padre Sérgio Belmonte, da paróquia1xbet 777 mobileSão Jorge, no bairro Partenon, provocou reação nas redes sociais ao anunciar,1xbet 777 mobile231xbet 777 mobileabril, uma celebração interreligiosa no templo.

A data, consagrada ao santo guerreiro no calendário católico, é festejada também nos cultos afro1xbet 777 mobilelouvor a Ogum, orixá da guerra.

Diante da controvérsia provocada pelo anúncio, a paróquia anunciou que o ato interreligioso não se realizaria no interior da igreja.

Ainda assim, depois da missa, quatro homens tentaram impedir a lavagem das escadarias do templo por adeptos1xbet 777 mobilereligiões1xbet 777 mobilematriz africana e tiveram1xbet 777 mobileser contidos pela polícia.

O arcebispo metropolitano1xbet 777 mobilePorto Alegre, dom Jaime Spengler, lamentou o episódio1xbet 777 mobileentrevista à BBC News Brasil.

“Faz parte da missão própria da Igreja Católica promover, com outros fiéis,1xbet 777 mobilemaneira fraterna, respeitosa e convivial, o caminho da busca1xbet 777 mobileDeus ou do divino, como quisermos”, disse o arcebispo.

O caso fornece, na opinião1xbet 777 mobiledom Jaime, “sinais1xbet 777 mobileum radicalismo,1xbet 777 mobileum fundamentalismo que não caracteriza, que não faz parte da sã tradição católica nem faz parte daquilo que a Igreja, sobretudo depois do Concílio Vaticano 2º, tem defendido”.

Crédito, Câmara Municipal1xbet 777 mobilePorto Alegre/Divulgação

Legenda da foto, Bará do Mercado Público é mais famoso marco da presença afrorreligiosa na capital gaúcha

O arcebispo tinha prometido ao padre Belmonte que estaria presente à missa1xbet 777 mobile231xbet 777 mobileabril, mas foi impedido por uma forte gripe, sendo representado pelo bispo auxiliar, dom Juarez Destro.

Se tivesse comparecido, porém, disse que perguntaria,1xbet 777 mobileprimeiro lugar, se as pessoas que se manifestaram participam da vida ordinária da comunidade.

“Se sim, certamente merecem sim nossa orientação, nossa proximidade e, por que não dizer, o respeito. Até porque a Igreja não é feita1xbet 777 mobilepessoas que pensam da mesma forma. Existem diferenças.”

Em polêmicas como a da paróquia São Jorge, observou, encontram-se “não raramente influenciadores digitais que promovem situações delicadas, que não estão participando da vida concreta1xbet 777 mobileuma igreja particular e disseminam suas opiniões através das redes sociais, sem um compromisso1xbet 777 mobilevida comunitária”.

No Quilombo Kédi, a busca dos moradores do reconhecimento1xbet 777 mobileseu direito a ocupar o território se chocou com as pretensões da Igreja.

Erguido no ponto ocupado pelo terreiro1xbet 777 mobilemãe Eva, o prédio da associação ainda ostentava,1xbet 777 mobileabril, acima da placa do quilombo, um letreiro onde se lia “Igreja Santa Edvige, filiada à Paróquia Nossa Senhora Mont’Serrat”. Ao lado, um aviso: “Missas aos sábados às 15:30”.

O espaço foi utilizado por dez anos por catequistas católicos1xbet 777 mobilemissão1xbet 777 mobileconversão junto aos moradores — sem sucesso, informa o advogado Onir Araújo.

Fluminense1xbet 777 mobileNiterói e ativista social há 40 anos, o assessor do Quilombo Kédi radicou-se na capital gaúcha há mais1xbet 777 mobileduas décadas, mas não consegue evitar a emoção ao falar da terra adotiva.

“Porto Alegre dorme todas as noites ao som1xbet 777 mobiletambores1xbet 777 mobilematriz africana”, comenta Araújo. “Em todos os bairros, se você apurar bem o ouvido.”