A história por trás da 1ª e única entrevistagalera bet bonus de 50Julinho da Adelaide, 'identidade secreta' criada por Chico Buarque para driblar censura há 50 anos:galera bet bonus de 50

Chico Buarque no início dos anos 1970

Crédito, Arquivo Nacional

Legenda da foto, Chico Buarque no início dos anos 1970

“Eu me lembro até da cara do Samuel Wainer [(1910-1980), jornalista e empresário, fundador e diretor do jornal] quando eu disse que estava pensandogalera bet bonus de 50entrevistar o Julinho da Adelaide para o jornal dele. Ia ser um furo. Julinho da Adelaide, até então, não havia dado nenhuma entrevista. Poucas pessoas tinham acesso a ele. Nenhuma foto”, escreve Prata,galera bet bonus de 50texto publicado 12 anos atrás.

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Fim do Matérias recomendadas

Espantado, Wainer perguntou se ele toparia. “Quem, o Julinho?”, rebateu o escritor. “Não, o Chico”.

Sim, entre parte da intelectualidade da época, se sabia a identidade do compositor. Quem ainda não havia sacado era a censura. E o grande público.

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Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

“A imprensa, bem-humorada, porém censurada, usavagalera bet bonus de 50ironia para noticiar a descoberta do compositor da favela da Rocinha”, afirma o jornalista Wagner Homem, no livro ‘Históriasgalera bet bonus de 50Canções - Chico Buarque’.

“Compositores que já tivessem uma letra proibida ficavam marcados e passavam a integrar uma espéciegalera bet bonus de 50lista maldita da censura”, contextualiza Homem.

“Apostando na existência da tal lista e na falibilidade dos censores, Chico compôs ‘Acorda, Amor’ com os pseudônimosgalera bet bonus de 50Julinho da Adelaide e Leonel Paiva, autores contra os quais não pesava nenhuma suspeita. Ele tinha razão. Foi aprovada sem restrições.”

Em agostogalera bet bonus de 501974, o jornalista Silvio Lancellotti (1944-2022) escreveu na revista Veja que Chico estava acometido por “uma terrível síndromegalera bet bonus de 50infecundidade” que o obrigava, “pela primeira vez emgalera bet bonus de 50carreira, a recorrer a trabalhosgalera bet bonus de 50outros autores”.

“Paradoxalmente, no entanto,galera bet bonus de 50descoberta, um certo Julinho da Adelaide, originário da favela da Rocinha, no Rio, demonstrou que pode tranquilamente preencher os vazios deixados pelo autorgalera bet bonus de 50‘Fado Tropical’ e outras coisas”, anotou o jornalista, com fina ironia. “Seus estilos musicais são irmãos.”

Chico Buarque com o amigo Mario Prata,galera bet bonus de 50fotos cedidas por Mario Prata

Crédito, Acervo Pessoal/ Mario Prata

Legenda da foto, Chico Buarque com o amigo Mario Prata (à direita),galera bet bonus de 50fotos cedidas por Mario Prata

Embalado por uísque, o personagem foi criado

Prata conta que àquela altura, quando ele sugeriu a pauta a Wainer, “Chico já havia topado e marcado para aquela noite na casa dos pais dele, na rua Buri [no bairro do Pacaembu,galera bet bonus de 50São Paulo]” a hoje histórica entrevista.

“Demorou muitos uísques e alguns 'tapas' para começar. Quando eu achava que estava tudo pronto, o Chico disse que ia dar uma deitadinha. Subiu. Voltou uma hora depois”, prossegue o escritor e comparsa do inteligente embuste.

“Quando desceu, não era mais o Chico. Era o Julinho”, recorda. Havia testemunhas. A mãe do músico, Maria Amélia Buarquegalera bet bonus de 50Hollanda (1910-2010) “balançava o gelo no copogalera bet bonus de 50uísque”. O pai, o historiador Sérgio Buarquegalera bet bonus de 50Hollanda (1902-1982) estava “à mesa folheando uma enorme enciclopédia”.

Também acompanhavam a encenação duas das irmãs do Chico, Cristina e Miúcha (1937-2018); o músico Homero Ferreira Júnior (1944-2011), conhecido como Homerinho; o então chefe do Jornal da Tarde, o jornalista Melchiades Cunha Júnior; entre outros.

“Julinho, ao contrário do Chico, não era tímido. Mas, como o criador, a criatura também bebia e fumava. Falava pelos cotovelos, era metido a entendergalera bet bonus de 50tudo”, comenta Prata. “Falou atégalera bet bonus de 50meningite nessagalera bet bonus de 50única entrevista a um jornalista brasileiro.”

Foram pouco maisgalera bet bonus de 50duas horasgalera bet bonus de 50conversa — “a entrevista e o porre”, como enfatiza o escritor, acrescentando que “Chico inventava, a cada pergunta, na hora, facetas, passado e presente do Julinho”.

“As informações jorravam. Foi ali que surgiu o irmão dele, o Leonel (nome do meu irmão), foi ali que descobrimos que a Adelaide [mãe do personagem, daí a alcunha] tinha dado até para o [arquiteto Oscar] Niemeyer, foi ali que descobrimos que o Julinho estava 'puto' com o Chico”, relata Prata.

O ranço seria porque o famoso artista estava “querendo aparecer” às custas do desconhecido compositor.

Em seu texto, Prata ressalta que viveu naquela noite o “privilégiogalera bet bonus de 50ver o Chicogalera bet bonus de 50um total e superempolgado momentogalera bet bonus de 50criação”. “Até então, o Julinho era apenas um pseudônimo para driblar a censura. Ali, naquela sala, criou vida. Baixou o santo mesmo. Não tínhamos nem 30 anos”.

Chico Buarque com o amigo Mario Prata,galera bet bonus de 50fotos cedidas por Mario Prata

Crédito, Acervo Pessoal/ Mario Prata

Legenda da foto, Chico Buarque e Mario Prata

“Melhor não ter cara do que ter a cara que eu tenho”

Como que para justificar a ausênciagalera bet bonus de 50uma fotografia, a conversa começou com Julinho contando que havia estado antes apenas uma vezgalera bet bonus de 50São Paulo, para assistir à ediçãogalera bet bonus de 501967 do Festivalgalera bet bonus de 50Música Popular Brasileira organizado pela TV Record. O evento ficaria conhecido por um incidente envolvendo o músico Sérgio Ricardo (1932-2020) — e Chico se aproveitou disso para seu personagem.

“Inclusive, tenho um fato interessante para contar: eu estava na plateia quando o Sergio Ricardo jogou aquele violão [em resposta às vaias do público]. Acertou aqui, ó”, afirmou, na entrevista.

“Essa cicatriz é do violão?”, rebateu Prata.

“É. Inclusive eu pedi para não fotografar, por isso”, continuou Julinho.

“Mas são duas cicatrizes”, Mario Prata parecia querer forçá-lo a abusar mais da criatividade.

“É que pegou o cabo aqui e a caixa aqui deste outro lado. Eu tenho a pele queloide, entende?”, Chico não se fezgalera bet bonus de 50rogado.

O escritor então comentou que Julinho era “um sujeito marcado pela música popular brasileira”.

Na entrevista, o compositor afirmou que embora não fosse cantor, “um dia eu pretendo gravar um disco”.

Argumentou que “se gente que não canta bem, como o Chico Buarque, o Viníciusgalera bet bonus de 50Moraes, o Antonio Carlos Jobim”, cantava, então ele também poderia. Mas já foi adiantando que “é claro que eu não vou pôr na capa [do eventual LP] minha foto”, porque a fisionomia atrapalharia “a vendagem do disco”.

“Assim, uma dessas menininhas bonitas da rua Augusta pode comprar pensando que é um sujeito bonito e vende mais o disco, não é? Com a minha cara eu acho que vai vender menos”, avaliou. “Então, é melhor não ter cara do que ter a cara que eu tenho.”

Ele contou que tinha “muito mais do que três” músicas — Chico atribuiria a ele ‘Acorda, Amor’, ‘Jorge Maravilha’ e ‘Milagre Brasileiro’. “Eu queria, inclusive, aproveitar e dizer que eu não quero criar nenhum problema com a censura, porque, através do Leonel, eu tenho um diálogo muito bom com eles, entende? O Leonel sendo meu procurador, me quebra todos os galhosgalera bet bonus de 50todos os sentidos”, destacou Julinho.

Leonel é situado na entrevista como uma espéciegalera bet bonus de 50mentorgalera bet bonus de 50Julinho, empresáriogalera bet bonus de 50sua carreira, conselheiro. “[…] o Leonel que mandou eu dizer que eu sou pragmático. Quando perguntassem coisa mais complicada, pra dizer isto”, disse.

“Por exemplo: ‘O que você acha da censura?’ Sou pragmático. Ele falou ecumênico, também. Disse que quando me perguntassem o que eu achogalera bet bonus de 50Cuba, para eu responder que sou pragmático e ecumênico. Senão eu me meteriagalera bet bonus de 50complicações. Mas eu não posso definir exatamente como eu sou. Eu sou pragmático, pô!”

“Leonel, o meio-irmão lourogalera bet bonus de 50Julinho da Adelaide, o explora sem nenhum escrúpulo — chegou a exigir que ele o fizesse parceiro seugalera bet bonus de 50‘Acorda, Amor’. Ainda assim, o humilde Julinho o tem na contagalera bet bonus de 50guia e protetor”, analisa o jornalista Humberto Werneck, na reportagem biográfica publicada no livro ‘Chico Buarque - Tantas Palavras’.

Chico Buarque

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Chico Buarque gravou 3 músicasgalera bet bonus de 50autoria atribuída a Julinho da Adelaide

Paigalera bet bonus de 50Chico arranjou foto “da mãegalera bet bonus de 50Julinho”

Na histórica entrevista, Julinho também não poupou referências à mãe, Adelaide, “a pessoa que me orientou a minha vida inteira”. Ela é apontada como supostamente “uma das mulheres” do poeta Viníciusgalera bet bonus de 50Moraes (1913-1980) e há uma insinuaçãogalera bet bonus de 50que teria vivido um relacionamento com o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). “Ela casou maisgalera bet bonus de 50uma vez, mas casou sempre, viu?”, disse Julinho, defendendo a honra da progenitora.

“Eu me chamo Julinho da Adelaide porque todo mundo só me chama assim lá no morro. Acontece que a minha mãe é mais famosa do que eu lá no Rio. Ainda é. Minha mãe é célebre”, destacou, completando que Adelaide era “netagalera bet bonus de 50escravos”. “A mãe dela foi beneficiada pela Lei do Ventre Livre. A gente tem uma gratidão muito grande pelo José Bonifácio, o Moço”, disse.

Conforme conta Prata, quando Julinho estava descrevendo a mãe, Sérgio Buarquegalera bet bonus de 50Hollanda parougalera bet bonus de 50uma das páginas da enciclopédia que folheava, “compenetrado e cordial”. “De repente, ele a coloca na minha frente, aberta. Eragalera bet bonus de 50alemão e tinha a fotogalera bet bonus de 50uma negra. Para não interromper a gravação, foi lacônico, apontando com o dedo: — Adelaide.”

Foi a foto utilizada para ilustrar a entrevista nas páginas do Última Hora. “Com o crédito: Arquivo SBH”, completa o escritor — ou seja, as iniciais do pai do Chico.

A carreiragalera bet bonus de 50Julinho chegaria ao fim pouco tempo depois. Conforme Homem relatagalera bet bonus de 50seu livro,galera bet bonus de 501975 uma matéria sobre censura publicada no Jornal do Brasil “revelou que Julinho da Adelaide e Chico Buarque eram a mesma pessoa”. “A partirgalera bet bonus de 50então a Polícia Federal passou a exigir cópias do RG e do CPF dos autores”, salienta o jornalista.

“Julinho da Adelaide morreugalera bet bonus de 501975, apunhalado por uma reportagem do Jornal do Brasil sobre censura que revelavagalera bet bonus de 50identidade. Julinho era Chico”, escreve a jornalista e escritora Regina Zappa no livro ‘Chico Buarque Para Todos’.

Chico Buarque durante apresentaçãogalera bet bonus de 50Lisboa,galera bet bonus de 50junhogalera bet bonus de 502023

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para biógrafagalera bet bonus de 50Chico Buarque, criaçãogalera bet bonus de 50Julinho foi 'saída bem-humorada' do músico para driblar a censura

Solução genial e bem-humorada

À BBC New Brasil, Zappa define a criaçãogalera bet bonus de 50Julinho como “uma saída bem-humorada” do músico para driblar a censura.

“Não podemos considerá-lo como um heterônimo, com os do [poeta português] Fernando Pessoa. Durou pouco tempo, era uma brincadeira séria do Chico para poder fazer passar suas canções pela censura”, diz a biógrafa.

"Foi um pseudônimo, uma tentativa atégalera bet bonus de 50mostrar como ele era perseguido. As músicas assinadas pelo Julinho, passavam. Se fossem assinadas pelo Chico, não passariam.”

“Foi uma passagem séria mas divertida na careira do Chico, que mostragalera bet bonus de 50criatividade,galera bet bonus de 50capacidadegalera bet bonus de 50entrar na pelegalera bet bonus de 50personagens diferentes”, acrescenta ela.

No recém-lançado livro ‘Para Seguir Minha Jornada’, a biógrafa define Julinho como “o herói sem caráter”, “preguiçoso, oportunista, vaidoso”, um homem que fazia “samba pragmático” e “dizia se aproveitargalera bet bonus de 50Chico Buarque na mesma medidagalera bet bonus de 50que Chico se aproveitava dele”.

Ela lembra que,galera bet bonus de 50entrevista sobre o tema dada logo depois dagalera bet bonus de 50Julinho à jornalista Maria Lúcia Rangel, do Jornal do Brasil, Chico jogou lenha na fogueira e trocou farpas com seu pseudônimo.

“Eu me aproveito dele como me aproveitogalera bet bonus de 50outros compositores. Vou te contar uma coisa, e acho que ele não vai ficar chateado porque tem muito fair play. O Julinho faz muito mais barulho do que música”, alfinetou.

“Julinho aprontou durante um ano inteiro, entre 1974 e 1975. Gostava da fama, mas fugia da imprensa e não se deixava fotografar porque ‘era cantorgalera bet bonus de 50rádio e tinha uma imagem a preservar’”, conta a biógrafa.

“Além do mais, só queria aparecer quando estivesse mais apresentável. Ele mesmo argumentava: ‘Faço copidesque do cotidiano do morro. Não moro lá, mas tô sempre lá porque não posso me afastar das minhas raízes. Pelo menos uma vez por semana durmo na casa da minha mãe, dona Adelaide, lá na Rocinha. Com 15 anos, eu alisava o cabelo, depois usei afro. Agora deixo normal. Mas eu sou muito feio. Quero fazer um apelo ao dr. [Ivo] Pitanguy [(1923-2016), famoso cirurgião plástico], ou à ordem dos músicos. Pode ser um showgalera bet bonus de 50meu benefício para melhorar o aspecto’.”

Para o músico, compositor e diretorgalera bet bonus de 50arte Bruno Leo Ribeiro, do podcast Silêncio no Estúdio, a invençãogalera bet bonus de 50Julinho foi uma solução “genial” encontrada por Chico para driblar os censores do regime. “Criou toda uma mitologiagalera bet bonus de 50volta disso e é importante que isso seja sempre lembrado para que não se cometam os mesmos erros”, diz ele, à BBC News Brasil.

Ele lembra que o compositor usou várias artimanhas criativas para conseguir emplacar suas canções naquele período.

“A própria ideiagalera bet bonus de 50criar um alter ego para tentar passar pelos critérios já é um jeito criativogalera bet bonus de 50tentar não ser tão perseguido. Até como ele fazia pra mandar as letras era genial. Ele mandava uma letra enorme e no miolo do texto ele colocava a letra que queria gravar. Quando era aprovado, não precisava gravar a letra toda, então ele usava só a parte que queria. De certa forma, aquele texto enorme deveria dar preguiçagalera bet bonus de 50ler tudo e ele uso isso a seu favor”, comenta.

Olhando para trás, usar um pseudônimo para conseguir passar pela censura canções repletasgalera bet bonus de 50críticas ao regime só parece ter funcionado porque os agentes encarregadosgalera bet bonus de 50avaliar o material não eram competentes o suficiente. Estudioso do período, o historiador Victor Missiato, concorda.

“Existiam militares [na funçãogalera bet bonus de 50censores] que tinham dificuldade para interpretaçãogalera bet bonus de 50texto, para lidar com isso”, diz ele, que é pesquisador na Universidade Estadual Paulista e professor no Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré, à reportagem da BBC News Brasil.

“Há vários documentosgalera bet bonus de 50que eles classificavam alguémgalera bet bonus de 50comunista sendo que o comunismo não tinha nada a ver com a proposta da pessoa. E eles já viam ali uma ameaça subversiva.”

Chico Buarque assiste a partida do Fluminense no Maracanã,galera bet bonus de 502023

Crédito, Marina Garcia/FFC

50 anos depois, o “calote”

A BBC News Brasil tentou descobriu o “paradeiro”galera bet bonus de 50Julinho, 50 anos depois da entrevista, buscando reconstituir o que ele teria feito nesse tempo todo. Na virada dos anos 1990 para os anos 2000, um aluno chegou a apresentar como trabalhogalera bet bonus de 50faculdadegalera bet bonus de 50jornalismo uma suposta entrevista com o compositor — levantando suspeitasgalera bet bonus de 50que, apesar do ostracismo, ele ainda estaria vivo.

Na semana passada, este repórter procurou Mario Prata para esclarecer a questão.

“O público deve ter muita curiosidadegalera bet bonus de 50saber o que ele fez da vida pós-pontual fama. Vive até hoje dos direitos autorais? Foi embora do país? Casou-se com alguma subcelebridade? Virou bicheiro? Abriu um canal no YouTube? Entrou para o mundo da criminalidade? Está empresariando jogadoresgalera bet bonus de 50futebolgalera bet bonus de 50qualidade duvidosa?”, mandei, via WhatsApp, ao escritor.

“Rapaz, seguinte: o Julinho da Adelaide, segundo o Doi-Codi [Destacamentogalera bet bonus de 50Operaçõesgalera bet bonus de 50Informações - Centrogalera bet bonus de 50Operaçõesgalera bet bonus de 50Defesa Interna, órgãogalera bet bonus de 50repressão do governo ditatorial] ele morreu atropelado na Barra da Tijuca [no Rio]”, comenta Prata,galera bet bonus de 50mensagemgalera bet bonus de 50áudio. “Na verdade, ele foi metralhado, morreu com 27 anos, um pouquinho depois da entrevista. Apagaram ele. É claro que nenhum jornal pôde noticiar.”

O jornalista Humberto Werneck conta que numa carta escrita por Chico a Mario Pratagalera bet bonus de 501975, o músico narrou que Adelaide havia ficado “paralítica ao perder o filho”.

Na trocagalera bet bonus de 50mensagens com a reportagem, Prata aproveita a oportunidade para prosseguir com o climagalera bet bonus de 50lorota.

“Mas o irmão dele, Leonel Paiva Kuntz, eu encontreigalera bet bonus de 50Natal [no Rio Grande do Norte] outro dia. Ele foi assistir a uma palestra minha, veio falar comigo”, afirma. “Estava puto porque o Chico não estava pagando os direitos autorais dele e do irmão. Estava bêbado, rapaz, todo fodido. Tinha um caminhãozinho, fazia frete o Leonel.”

“Fiquei com dó dele, que pena. Falou que o Chico estava sacaneando ele, não tem jeito”, conta.

Solicitei então que “intermediasse” uma entrevista minha com o Leonel. “Não vale a pena”, rebateu Prata, cortando o assunto. Ao que consta, o irmãogalera bet bonus de 50Julinho, consumido pelo alcoolismo, não consegue mais articular bem suas ideias.

De qualquer forma, diantegalera bet bonus de 50tão grave acusaçãogalera bet bonus de 50calote, beirando a calúnia, a BBC News Brasil procurou Chico Buarque por meiogalera bet bonus de 50sua assessoriagalera bet bonus de 50imprensa. Até o momento, ele não respondeu à reportagem.