O império que os poderosos astecas não conseguiram conquistar:onabet é legalizado

pirâmides circulares

Crédito, Brian Overcast/Alamy Stock Photo

Legenda da foto, As 'yácatas' (pirâmides)onabet é legalizadoTzintzuntzan são circulares e únicas, feitasonabet é legalizadopedra vulcânica - talvez as relíquias mais preservadas do povo purépecha

A pressão para integrar-se ao novo país fez com que meu pai se desligasse da nossa cultura purépecha. Apenas recentemente, quando comecei a ficar curiosa pela minha identidade, comecei a perguntar a ele sobre o nosso passado.

Até que,onabet é legalizado2021, quando eu tinha 31 anosonabet é legalizadoidade, ele me trouxe para Michoacán pela primeira vez. Foi quando conheci meu tio Israel, que contou que não apenas somos purépechas, mas que minha bisavó, Juana, ainda estava viva e morava na pequena vilaonabet é legalizadoUrén, perto dali.

Quando as pessoas pensam no México antes da chegada dos espanhóis, elas automaticamente pensam nos astecas. Mas o que elas não sabem é que os purépechas viveram na mesma época — e o seu reino era tão poderoso que eles foram um dos poucos grupos indígenas mexicanos que os astecas não conseguiram conquistar.

Na verdade, é isso que os mexicanos geralmente sabem sobre os purépechas, segundo Fernando Pérez Montesinos, professoronabet é legalizadohistória ambiental indígena da Universidade da Califórniaonabet é legalizadoLos Angeles.

"É uma [forma] muito comumonabet é legalizadoreferir-se aos purépechas eonabet é legalizadohistória, porque sabemos que os purépechas eram tão poderosos quanto os astecas", afirma ele, explicando que os astecas tentaram lutar contra os purépechas, mas não conseguiram derrotá-los.

Firme e forteonabet é legalizadoseu 1 metro e 40 centímetrosonabet é legalizadoaltura, minha bisavó purépecha é uma anciã naonabet é legalizadocomunidade e moraonabet é legalizadouma casa humilde e desgastadaonabet é legalizadoparedesonabet é legalizadocimento.

Ela fala o idioma nativo, um patrimônio ameaçadoonabet é legalizadoextinçãoonabet é legalizadoum país onde a língua oficial é o espanhol. O México tem uma população estimadaonabet é legalizado128,9 milhõesonabet é legalizadohabitantes, dos quais 124,8 milhões — 97% — falam espanhol como língua nativa e apenas 175 mil falam purépecha, todos no Estadoonabet é legalizadoMichoacán.

Stephanie Mendez eonabet é legalizadobisavó

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Firme e forte com 1 metro e 40 centímetrosonabet é legalizadoaltura, minha bisavó purépecha é uma anciã naonabet é legalizadocomunidade e sabe falar seu idioma nativo, ameaçadoonabet é legalizadoextinção

Conversando na cozinha da bisavó Juana, observei tudo o que podia: como ela cozinha sem eletricidade nem fogão; suas fileirasonabet é legalizadopratosonabet é legalizadobarro; e o fossoonabet é legalizadopedra profundo no meio do cômodo onde ela prepara uma enorme panelaonabet é legalizadonixtamal — sementesonabet é legalizadomilho processadasonabet é legalizadoforma específica para fazer tortillas.

Animada com o novo conhecimento sobre os meus ancestrais, perguntei a ela onde poderia aprender mais sobre minha herança purépecha. Ela mexeu a comida e lançou um olharonabet é legalizadoautoridade para o meu tio, dizendo a eleonabet é legalizadoespanhol: "leve-a para Pátzcuaro".

No dia seguinte, estávamos na bacia do lago Pátzcuaro — eu, meu tio, tias e primos, observando maravilhados os monumentos que nossos ancestrais construíramonabet é legalizadohonra a divindades como o seu deus-sol, Curicaueri.

Entre o século 14 e o início do século 16, os purépechas dominaram o oeste do México, com uma população estimadaonabet é legalizadomaisonabet é legalizadoum milhãoonabet é legalizadopessoas. Tzintzuntzan era a capital, onde vivia o irecha, o governante. Ao mesmo tempo, os astecas dominavam a região central do México, enquanto o império purépecha evitava que eles conquistassem os territórios ao norte e a oeste.

ruínas purépechas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os purépechas foram um dos únicos grupos indígenas do México que os astecas não conseguiram conquistar

Segundo o geógrafo Jahzeel Aguilera Lara, pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México, "as yácatasonabet é legalizadoTzintzuntzan — o 'lugar dos beija-flores' (em idioma purépecha) — são as estruturas piramidais mais bem preservadas da região".

"Alémonabet é legalizadoaprenderem sobre a arquitetura pública dos purépechas, (os visitantes) também aprendem sobre a formaonabet é legalizadoque os purépechas entendiam o mundo e a importância que o lago Pátzcuaro tinha para eles", diz Aguilera Lara.

O império escolheu essa região por um motivo: a bacia abriga um lago colossal com diversas ilhas habitáveis, cheioonabet é legalizadopeixes e com um cenário exuberante àonabet é legalizadovolta, com as montanhas cobertasonabet é legalizadopinheiros. A região é tão espetacular que os purépechas acreditavam que o lago fosse um portal para o paraíso.

"Esta é uma região muito importante para o surgimento dos purépechas na era pré-colonial da nossa história", afirma Sandra Gutiérrezonabet é legalizadoJesus, nativa purépecha e professoraonabet é legalizadoestudos latino-americanos da Universidade do Estado da Califórniaonabet é legalizadoLos Angeles. "Era um cenárioonabet é legalizadoencontros e intercâmbios gastronômicos, culturais e linguísticos."

Quando os espanhóis chegaram à bacia do lago Pátzcuaro, entre 1521 e 1522, eles capturaram o governante purépecha e forçaram o império a abdicar do seu poder.

Ainda assim, Pérez Montesinos explica que os historiadores consideram que essa transição foi mais pacífica que o cerco dos espanhóis aos astecas. Os purépechas conseguiram mais autonomia que os astecas, e suas elites continuaram a ter influência e autoridade sobre a região.

"Nada podia ser feito sem a permissão ou autorização das elites purépechas", explica Pérez Montesinos.

"A forma tradicionalonabet é legalizadover as coisas é que os espanhóis chegaram e faziam o que queriam, mas o que sabemos agora é que os espanhóis sempre precisavam perguntar e negociar com as elites purépechas para permanecer no comando."

Um exemplo, segundo ele, é a Igreja Basílicaonabet é legalizadoNossa Senhora da Saúde, construídaonabet é legalizadoPátzcuaro pertoonabet é legalizado1540.

"O conhecimento convencional é que [o bispo] Vascoonabet é legalizadoQuiroga construiu a catedral, mas ela foi obra das mãos dos purépechas", afirma Pérez Montesinos. Ele explicou que os espanhóis não precisaram usar trabalho forçado para construir a catedral, pois a comunidade purépecha concordouonabet é legalizadocederonabet é legalizadomãoonabet é legalizadoobra.

"Existe essa narrativa fortemente dominanteonabet é legalizadotentar diminuir as conquistas quotidianas do povo purépecha — destacando que foram os frades espanhóis que os ensinaram a fazer esses trabalhos artesanais, mas, frente aos desafios assustadores, os purépechas incorporaram novas coisas às suas vidas para fazer algo original", ele conta.

Enquanto viajávamos pelo Estado, comecei a ver toques da arquitetura purépecha. Como Michoacán é ricoonabet é legalizadocarvalhos e pinheiros, o império purépecha ficou conhecido pelaonabet é legalizadohabilidadeonabet é legalizadoconstruçõesonabet é legalizadomadeira — as mais notáveis foram as casasonabet é legalizadomadeira tradicionais chamadas trojes.

Com a colonização, o povo purépecha incorporou seus trabalhos manuais à infraestrutura colonial espanhola, que permanece até hojeonabet é legalizadotoda a regiãoonabet é legalizadoMichoacán.

Como os purépechas conseguiram manter grande parte daonabet é legalizadoautonomia, os seus três centros administrativosonabet é legalizadopoder — Tzintzuntzan, Pátzcuaro e Ihuatzio — permaneceram sendo centros econômicos durante a era colonial.

"Eu vivionabet é legalizadoPátzcuaro por toda a minha infância e é o lugar mais bonito para visitaronabet é legalizadobusca da história dos purépechas. Não existe outro lugar igual", disse meu tio.

Quando chegamos à Plaza Grande da cidade, havia uma celebração da cultura purépecha, como ocorre todos os finsonabet é legalizadosemanaonabet é legalizadoPátzcuaro. Meninos adolescentes apresentavam uma dança tradicional, a Danzaonabet é legalizadolos Viejitos ("Dança dos Velhinhos").

Eles estavam vestidosonabet é legalizadobranco e usavam gorros coloridos feitos à mão ou chapéusonabet é legalizadopalha cobertos com fitas vibrantes com as cores do arco-íris. Eles ficavam parados com suas bengalas e estranhas máscarasonabet é legalizadohomens mais velhos até começarem a sapatear.

Essa dança pré-colonial era realizada originalmente pelos mais velhos, como parteonabet é legalizadoum ritual para os antigos deuses. Mas, depois da colonização, os purépechas usaram a dança para zombar dos espanhóis. Por isso, os dançarinos usam máscaras engraçadas duranteonabet é legalizadoimitação exagerada dos homens idosos.

Basílicaonabet é legalizadoNossa Senhora da Saúdeonabet é legalizadoPátzcuaro

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, A comunidade purépecha concordouonabet é legalizadocooperar com os espanhóis para construir a Basílicaonabet é legalizadoNossa Senhora da Saúdeonabet é legalizadoPátzcuaro

Embora o império tenha adquirido enorme poder e deixado para trás todo esse incrível legado, os purépechas foram quase esquecidos da história mexicana, ofuscados pelos astecas.

"Isso tem mais a ver com a forma como surgiu o nacionalismo mexicano nos séculos 19 e 20. Tudo é centralizado na Cidade do México e a narrativa da identidade mexicana foi construída principalmente sobre o legado dos astecas", segundo Pérez Montesinos.

"E, como há mais narrativasonabet é legalizadobatalhas, guerras e resistência contra os espanhóis, existe muito mais material [entre os astecas] para uma história épica, enquanto você não tem o mesmo tipoonabet é legalizadodrama com os purépechas."

Volteionabet é legalizadoMichoacán como outra pessoa, orgulhosa desse novo conhecimento sobre meus ancestrais,onabet é legalizadocultura e suas tradições. Fiquei tão entusiasmada que voltei para o México seis meses depois com meu pai e sentei-me com minha bisavó para continuaronabet é legalizadoonde paramos.

"Você pode me ensinar purépecha?", perguntei. A bisavó Juana apontou e respondeu: "ele pode ensinar você". Virei para trás e percebi que ela estava apontando para o meu pai.

"O quê? Você sabe falar purépecha?", perguntei, sem acreditar. Ele riu e respondeu: "isso faz muito tempo, eu sabia, mas não sei mais".

Juana contestou: "você pode ensinar a ela. Ninguém nunca esquece, esta é a nossa cultura."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel.

- Este texto foi publicado originalmenteonabet é legalizadohttp://vesser.net/vert-tra-62343057

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