Como o aquecimento global levou a uma corridamelhores banca de apostasarqueólogos por tesouros antes congelados:melhores banca de apostas

Uma equipemelhores banca de apostasarqueólogos partemelhores banca de apostasexpedição até o acampamento base das montanhas Teton, nos EUA

Crédito, Matt Stirn

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Uma colega que estava junto à fogueira contou que um grupomelhores banca de apostasquatro lobos passou cheirando a minha barraca.

"Eram apenas as montanhas dizendo bom dia", acrescentou ela, colocando a chaleiramelhores banca de apostasvolta na brasa.

"Depoismelhores banca de apostasuma visita como essa, teremos um dia extraordinário."

Em 15 anos trabalhando com cientistas nas Montanhas Rochosas dos EUA, fiquei cara a cara com ursos pardos, escapeimelhores banca de apostasincêndios florestais, cruzei rios transbordando a cavalo e descobri aldeias pré-históricas. Mas nunca pensei na visitamelhores banca de apostasum lobo como uma bênção.

No entanto, à medida que a luz avermelhada do sol iluminava as cordilheiras acima da gente, eu olhei para os campos cobertosmelhores banca de apostasneve e me perguntei que histórias as montanhas nos revelariam hoje.

Como arqueólogo das montanhas, estudo como culturas passadas viviammelhores banca de apostasgrandes altitudes e ambientes cobertosmelhores banca de apostasneve acima da chamada linha das árvores - altitude máxima onde a vegetação consegue crescer. Os turistas geralmente descrevem os penhascos e desfiladeiros congelados da paisagem alpina como hostis e assustadores.

Mas, por ter sido criado aos pés da Cordilheira Teton, no Wyoming, bem no coração das Montanhas Rochosas, sempre me sentimelhores banca de apostascasa aqui. Na verdade, a 3 mil metrosmelhores banca de apostasaltura é onde me sinto mais vivo.

Um pedaçomelhores banca de apostasmadeira antigo emerge do degelo nas montanhas do Wyoming

Crédito, Matt Stirn

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No entanto, só quando comecei a explorar meu quintal com um olhar diferente que percebi que as montanhas escondem muitas histórias que conectam o homem à natureza.

'Hostis demais'

Quando era adolescente, passava os verões guiando montanhistas por todo o Wyoming. E, durante um passeio à Cordilheira Wind River, encontrei uma pontamelhores banca de apostasflecha perto das nossas barracas. A ideiamelhores banca de apostasque 2 mil anos antes outra pessoa havia acampado no mesmo local, me fez pensarmelhores banca de apostaspor que as montanhas sempre atraíram a humanidade.

Quando comecei a faculdade naquele outono, tentei pesquisar sobre a história das montanhasmelhores banca de apostasWyoming, mas só consegui encontrar uma referênciamelhores banca de apostasuma revista arqueológica antiga: "a região montanhosa era hostil demais para abrigar povos pré-históricos".

Vários meses depois, fiquei sabendo que um arqueólogomelhores banca de apostasWyoming chamado Richard Adams tinha acabadomelhores banca de apostasdescobrir uma aldeia pré-histórica inteira a apenas alguns quilômetrosmelhores banca de apostasonde eu encontrara a ponta da flecha. Entreimelhores banca de apostascontato com ele, e fui convidado a participar do projetomelhores banca de apostasescavação da aldeia.

Adams me ensinou que as montanhas guardavam segredos antigos à esperamelhores banca de apostasserem revelados. Decidi então trocar minha cordamelhores banca de apostasescalada por uma espátula, e comecei uma nova e emocionante carreiramelhores banca de apostasbusca daquele passado misterioso.

Hoje eu gerencio projetos nas montanhas da América do Norte –melhores banca de apostasescavações arqueológicas a pesquisas por satélite para localizar aldeias pré-históricas. Uma aventura fascinante. E, às vezes, custo a acreditar que tudo começou com uma descoberta casual aos 17 anosmelhores banca de apostasidade.

Como muitos arqueólogos consideraram por muito tempo as regiões montanhosas hostis demais para abrigar povos antigos, a maioria das cordilheiras permanece imensamente inexplorada.

No entanto, para aqueles que começaram a trabalhar entre os picos mais altos do mundo, as altitudes elevadas são terras desconhecidas apaixonantes que estão apenas começando a ser compreendidas.

No verão, meus colegas e eu caminhamos até as profundezas das Montanhas Rochosas, dos picos gelados da Cordilheiramelhores banca de apostasWyoming até as altas planícies do Colorado. Estávamosmelhores banca de apostasbuscamelhores banca de apostasaldeias desconhecidas, aparatosmelhores banca de apostascaça, pedreiras e outras evidênciasmelhores banca de apostasvida desde aproximadamente 13.000 a.C. (quando acredita-se que o homem tenha chegado pela primeira vez à América do Norte) até hoje.

Mas, diferentemente da arqueologiamelhores banca de apostasuma maneira geral, há algo peculiar no nosso trabalho: as pistas que encontramos nem sempre estão enterradas no solo; às vezes, elas estão congeladas, presas debaixo do gelo.

Nas cadeiasmelhores banca de apostasmontanha ao redor do mundo, os povos antigos usavam os campos cobertosmelhores banca de apostasneve, as geleiras e as placasmelhores banca de apostasgelo para caçar, armazenar alimentos e servir como pontesmelhores banca de apostasterrenos inacessíveis. Assim como os montanhistasmelhores banca de apostashoje, esses andarilhos antigosmelhores banca de apostasvezmelhores banca de apostasquando deixavam cair itens pessoais que, com o passar do tempo, ficaram presos e preservados no gelo.

Fragmentos do esqueletomelhores banca de apostasum bisão americano, outrora preservados no gelo, também sugerem que esses animais já viverammelhores banca de apostasaltitudes muito mais altas

Crédito, Matt Stirn

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Enquanto descobrimos muitos artefatos pré-históricosmelhores banca de apostaspedra, e não biodegradáveis, nossas descobertas mais fascinantes são os chamados "artefatosmelhores banca de apostasplacasmelhores banca de apostasgelo", como flechasmelhores banca de apostasmadeira, couro e outros materiais orgânicos que teriam entradomelhores banca de apostasdecomposição se não tivessem sido enterradosmelhores banca de apostasum freezer natural.

Esses artefatos incrivelmente raros oferecem pistas inestimáveis sobre diversos aspectos –melhores banca de apostaspadrõesmelhores banca de apostasmigração nos primórdios da humanidade à culinária pré-histórica, alémmelhores banca de apostasindicar como o ambiente e o clima mudaram ao longomelhores banca de apostasmilênios.

Mas, embora haja tanta informação científica retida nas camadasmelhores banca de apostasgelo, elas correm o risco iminentemelhores banca de apostasdesaparecer para sempre.

Corrida contra o tempo

À medida que as temperaturas globais aumentam, o gelo das montanhas está derretendo a um ritmo sem precedentes, e esses artefatos perecíveis que permaneceram preservados por milharesmelhores banca de apostasanos estão descongelando e se desintegrando rapidamente.

Portanto, procurar relíquiasmelhores banca de apostasplacasmelhores banca de apostasgelo não é apenas algo emocionante – mas uma verdadeira corrida contra o tempo.

Em 2007, Craig Lee, da Universidade Estadualmelhores banca de apostasMontana, nos EUA, descobriu uma varamelhores banca de apostasformato estranhomelhores banca de apostasum pedaçomelhores banca de apostasgelo que estava derretendo a 3.200 metrosmelhores banca de apostasaltura no nortemelhores banca de apostasWyoming.

Após uma análise mais detalhada, ele percebeu que a vareta era, na verdade, o dardomelhores banca de apostasuma lança feita há 10.300 anos. Até o momento, é o artefato congelado mais antigo já encontrado no mundo.

A descoberta inesperadamelhores banca de apostasLee ressaltou a urgênciamelhores banca de apostassalvar esses artefatos do degelo – e levou a uma corrida nas Montanhas Rochosas para resgatá-los.

Após um longo dia nas montanhas, pesquisadores relaxammelhores banca de apostasvolta da fogueira

Crédito, Matt Stirn

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À medida que mais arqueólogos se aventuraram na tundra alpina americana na última década, uma sériemelhores banca de apostasartefatos foram descobertos –melhores banca de apostasflechasmelhores banca de apostas1.300 anos a cestas trançadasmelhores banca de apostasvime e arcosmelhores banca de apostasmadeira, revelando descobertas surpreendentes.

A análise da madeira mostrou, por exemplo, que grupos pré-históricos preferiam certas espéciesmelhores banca de apostasárvores para fazer suas flechas; o pólen congelado ofereceu dados paleoclimáticos detalhados, indicando que a linha das árvores costumava ser muito mais alta; e sementesmelhores banca de apostasdejetos descongelados mostraram que, diferentementemelhores banca de apostashoje, o bisão americano vivia a maismelhores banca de apostas3 mil metrosmelhores banca de apostasaltura.

Um mundomelhores banca de apostasnovas descobertas se abriu, mas essa janela não permanecerá aberta para sempre. Dado o grande númeromelhores banca de apostasplacasmelhores banca de apostasgelo emelhores banca de apostaslocalização remota, nunca conseguiremos alcançá-las a tempo.

Numa épocamelhores banca de apostasque computadores e satélites substituíram machetes e capacetes, muitos exploradores lamentam que a era dos descobrimentos tenha terminado. No entanto, nossas expedições reproduziram as práticasmelhores banca de apostasmuitos povos que viveram nos primórdios da América do Norte.

Como nos aventuramos nas profundezas das montanhasmelhores banca de apostasum dos lugares mais remotos dos EUA, precisamos usar cavalos para transportar equipamentos e alimentos pelas encostas.

Montamos acampamentos selvagens com vista para lagos azul-turquesa, colhemos plantas comestíveismelhores banca de apostasprados próximos, assamos na fogueira carnemelhores banca de apostascaça fresca, como alces ou carneiros selvagens, e dormimos sob as estrelas. De muitas maneiras seguir os mesmos passos dos povos antigos que estamos estudando nos ajuda a entendê-los melhor.

Nunca se sabe que pedaçosmelhores banca de apostasgelo podem revelar itens pré-históricos, por isso passamos os dias caminhando pela montanha e explorando a cordilheiramelhores banca de apostasbuscamelhores banca de apostaspistas. Quando avistamos artefatos ou ossosmelhores banca de apostasanimais protuberantesmelhores banca de apostasmeio ao degelo no verão, os extraímos com cuidado e envolvemos com gaze e plástico para protegê-los na viagemmelhores banca de apostasvolta a cavalo.

No laboratório, fotografamos, fazemos datação por radiocarbono e identificamos cada artefato antesmelhores banca de apostascongelá-lo novamentemelhores banca de apostasum repositóriomelhores banca de apostasmuseu ou universidade.

A emoçãomelhores banca de apostasdescobrir uma tigelamelhores banca de apostaspedra pré-histórica ou uma pontamelhores banca de apostaslançamelhores banca de apostas8.000 anosmelhores banca de apostascampo é sempre emocionante. Mas é no laboratório que podemos conhecer as fascinantes histórias por trás desses artefatos – como as refeições que foram preparadas nesses recipientes e para onde os povos antigos viajavammelhores banca de apostasbusca das pedras que usariam como arma.

Apesar das incontáveis bolhas no pé, noites geladas e hordasmelhores banca de apostasmosquitos, sou grato por chamar as montanhasmelhores banca de apostasmeu escritório. Toda vez que encontro algum artefato à beira do gelo, lembro da minha pequena participação na preservação das montanhas e da história da humanidade.

Quando era um jovem alpinista, passei infinitos dias explorando os picos das Montanhas Teton e, naquela época, diria a você que sabia tudo sobre elas. Mas, nos últimos 15 anos, aprendi que não importa se você estámelhores banca de apostasum ambiente familiar ou desconhecido, sempre haverá algo mais a ser descoberto.

Em todos os cantos do mundo, há uma nova e fascinante história à esperamelhores banca de apostasser contada.

melhores banca de apostas Leia a versão original melhores banca de apostas desta reportagem (em inglês) no site BBC Travel melhores banca de apostas .

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