'Não existe apenas um único tipoaposta ganha excluir contadieta saudável', diz Michael Pollan:aposta ganha excluir conta

aposta ganha excluir conta Michael Pollan - A objetificação e demonização do "outro" - pessoas diferentesaposta ganha excluir contanós por causaaposta ganha excluir contafé, raça, etnia - está na raizaposta ganha excluir contatantos conflitos hojeaposta ganha excluir contadia. Estamos construindo muros ao invésaposta ganha excluir contanos conectarmos.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Quais são algumas maneiras pelas quais as viagens podem ajudar a derrubar barreiras culturais?

aposta ganha excluir conta Pollan - Uma das coisas mais impressionantes sobre o tribalismo, o racismo, etc., é que isso prospera onde o contato entre diferentes povos acontece com menos frequência. As pessoas que mais se opõem à imigração nos Estados Unidos são as que vivemaposta ganha excluir contalugares onde há menos imigrantes.

Isso é um argumento a favoraposta ganha excluir contaexpor diferentes tiposaposta ganha excluir contapessoas umas às outras, e viajar é obviamente uma excelente formaaposta ganha excluir contafazer isso. Então, sim, a viagem tem o potencialaposta ganha excluir contaderrubar barreiras culturais. Embora eu tema que as pessoas mais inclinadas a viajar sejam as que mais simpatizam com os "outros".

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Por que viajar é bom para quebrar preconceitos e mudar mentes?

aposta ganha excluir conta Pollan - A neurociência mostra que nossos cérebros são máquinasaposta ganha excluir contafazer previsões, que não registramos o mundo por meioaposta ganha excluir contanossos sentidosaposta ganha excluir contasi, mas formulamos previsões baseadas na menor quantidadeaposta ganha excluir containformação possível. Viajar é como uma experiência psicodélica, porque vai contra essas previsões e nos obriga a obter mais informações - sensoriais ou não.

Começamos do zeroaposta ganha excluir contaum lugar desconhecido, como uma criança quando deve absorver uma grande quantidadeaposta ganha excluir containformações, porque os atalhos da nossa percepção cotidiana - "já fui ali, já fiz isso" - não estão disponíveis. Isso nos abre para a experiência, cria a possibilidadeaposta ganha excluir contaadmirarmos algo ou nos maravilharmos com alguma coisa.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Em suas viagens, quais foram alguns dos rituais ou crenças mais memoráveis com você se deparou?

aposta ganha excluir conta Pollan - Para mim, os rituais e crenças mais memoráveis ocorreramaposta ganha excluir contatorno da comida - todas as "práticas estranhas" e os alimentos que as pessoas apreciam e que eu não teria pensadoaposta ganha excluir contapreparar ou ingerir. Então, tenho como regra experimentar a culinária local onde quer que eu esteja - seja comer formigas no Brasil ou no México ou um tofu fedorento na China.

Às vezes, me deparo com algo com que tinha um preconceito e que acaba se revelando delicioso. Às vezes, não é, e fico maravilhado com as idiossincrasias do comportamento humano ao selecionar alimentos.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Você disse que é apaixonado por plantas. Você já viajou para experimentar uma flora diferente?

aposta ganha excluir conta Pollan - Sempre visito jardins e fazendas quando viajo para aprender sobre as plantas locais. Estive recentemente na Colômbia e, é claro, tive que visitar uma fazendaaposta ganha excluir contacafé, porque essa planta desempenha um papel tão importante na minha vida diária, e eu nunca a havia visto pessoalmente.

Uma das minhas mais memoráveis experiênciasaposta ganha excluir contaviagem neste sentido foi buscar orquídeas na Sardenha e no Panamá. Quando você procura algo específico na paisagem, você realmente olha para as coisas, e isso permite conhecer um lugaraposta ganha excluir contauma forma que não acontece quando se está apenasaposta ganha excluir contapassagem.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Você é conhecido pelo mantra "Coma comida. Não muito. Principalmente plantas". Como as pessoas podem seguir esse princípio quando viajam?

aposta ganha excluir conta Pollan - A palavra mais controversa que já escrevi é "principalmente", nessa frase. Isso irrita os vegetarianos, porque pensam que eu não estou apoiando seu pontoaposta ganha excluir contavista, e também quem come carne, porque soa como um insulto aos seus hambúrgueres. Ficamos incomodados com advérbios como esse. Ficamos incomodados com a moderação. Nós realmente queremos uma conclusão sólida: não coma carne ou coma todo tipoaposta ganha excluir contacarne, e acho isso errado.

Em geral, tento comer os alimentos locais quando viajo, pela experiência e novidade, e muitas vezes a parte da moderação desaparece. Mas a pergunta a ser feita nesta ocasião é: O que é comida neste lugar? Qual é a dieta tradicional? E então experimente isso. As chances são grandesaposta ganha excluir contaque seja uma dieta saudável, porque as dietas tradicionais são saudáveis por definição - elas mantiveram as pessoas vivas por muito tempo.

Quanto às plantas, existem uma variedade limitadaaposta ganha excluir contaanimaisaposta ganha excluir contacarne, enquanto há uma infinidadeaposta ganha excluir contaplantas, então, é muito provável que você tenha novas experiências alimentares se explorar as frutas e verdurasaposta ganha excluir contaum lugaraposta ganha excluir contavezaposta ganha excluir contasuas carnes.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Você escreveu bastanteaposta ganha excluir contadefesa da comida. Quais são algumas das refeições mais memoráveis que você já fez ao redor do mundo?

aposta ganha excluir conta Pollan - Normalmente, é a comida comumaposta ganha excluir contalugares exóticos que eu amo: tacos no México, frutas na Colômbia, churrasco na Carolina do Norte, macarrãoaposta ganha excluir contaTorino. Mas houve refeições sofisticadas que me surpreenderam, como no País Basco, quando comi um bifeaposta ganha excluir contauma vaca leiteiraaposta ganha excluir conta14 anosaposta ganha excluir contaidade. Foi o melhor que já comi.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - A comida é indiscutivelmente parte da culturaaposta ganha excluir contaum lugar como a língua ou a religião. O que comer ao redor do mundo ensinou sobre pessoas e lugares diferentes?

aposta ganha excluir conta Pollan - Isso tem sido uma forma poderosaaposta ganha excluir contame lembrar que humanos são uma das poucas criaturas verdadeiramente onívoras que a evolução produziu. Esta qualidade é precisamente o que nos permitiu prosperaraposta ganha excluir contaseis dos sete continentes, criando belas culinárias a partir do que a natureza tem para ofereceraposta ganha excluir contaqualquer lugar do planeta. Isso definiu nossa espécie e moldou nosso destino.

Contexto é tudo. Nós tendemos a olhar para a comida como boa ou ruim. Mas você não pode separar o nutriente da comida, porque a comida tem uma estrutura. E você não pode separar a comida da dieta e a dieta da cultura e do estiloaposta ganha excluir contavida. Todas essas coisas estão conectadas. Então, afirmar que uma comida é boa ou ruim é algo difícilaposta ganha excluir contafazer. Mas há exceções: refrigerante é uma delas, porque é basicamente açúcar puro processado.

Não há uma única dieta saudável. Essa é a principal liçãoaposta ganha excluir contaestudar a dietaaposta ganha excluir contaforma transcultural. Você vê que as pessoas são saudáveis com uma enorme variedadeaposta ganha excluir contaalimentos. Nós somos onívoros.

Os seres humanos criaram, por tentativa e erro, um número quase infinitoaposta ganha excluir contadietas saudáveis, construídas a partiraposta ganha excluir contaqualquer coisa que a natureza ofereça onde quer que vivam. Baseadas no que está disponível, no que funciona e é considerado bom por estas pessoas - nãoaposta ganha excluir contamarketing, moda ou ciênciaaposta ganha excluir contaalimentos. A única exceção é a dieta ocidental moderna, que deixa as pessoas doentes.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Quais são alguns dos costumes culinários mais memoráveis, tradições ou hábitos que você experimentou e o que você acha que cada um deles diz sobre as pessoas que os praticam?

aposta ganha excluir conta Pollan - Fiquei impressionado com a universalidade do nojo, enquanto emoção humana, e pela multiplicidadeaposta ganha excluir contaalimentos que o evocam. Por exemplo, os chineses ficam tão enojados com queijo quanto nós por coisas podres. Na verdade, o queijo é uma espécieaposta ganha excluir contaleite podre, mas é claro que não o vemos assim. Mas os chineses deixam o tofu apodrecer até ficar tão fedido que não pode servi-lo dentroaposta ganha excluir contacasa - e isso é uma iguaria! O mesmo ocorre com os coreanos com o kimchi.

As culturas costumam celebrar esses alimentos "nojentos" mais do que quase qualquer outro, porque eles as definem. Somos comedoresaposta ganha excluir contakimchi ou comedoresaposta ganha excluir contatofu fedorentos. O que enoja os outros nos encheaposta ganha excluir contaorgulho. Quão estranho é isso?!

aposta ganha excluir conta BBC Travel - De que outra forma a viagem mudou você?

aposta ganha excluir conta Pollan - Assim como ao usar uma droga psicodélica, a viagem relativiza a consciência e as experiências comuns e faz com que você aprecie que haja tantas maneirasaposta ganha excluir contaviver.

aposta ganha excluir conta BBC Travel - Qual é um bom motivo para amar o mundo agora?

aposta ganha excluir conta Pollan - É o único que temos.

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