O poder curador do 'coaching emocional' feito por pais:bet house é confiável

Legenda do áudio, O poder curador do 'coaching emocional' feito por pais

É desnecessário dizer que o amor e a compreensão devem ser a base desses diálogos. Mas pesquisas recentes indicam que o teor específico das interações e a linguagem empregada para abordar os eventos podem também ter profundos efeitos sobre o processamento das emoções pelas crianças.

Alémbet house é confiáveloferecer conforto imediato, as conversas familiares podem moldar as memórias da criança sobre o que aconteceu quandobet house é confiávelmente retornar a isso no futuro, e as formas como ela reagirá a adversidades futuras. De fato, se você pensar nas suas próprias reações a eventos traumáticos hojebet house é confiáveldia, é muito provável que você esteja repetindo conversas dabet house é confiávelprópria infância que foram internalizadas.

"Algumas pessoas acham que, se conversarem sobre eventos negativos, elas irão traumatizar a criança ou piorar a situação", segundo Melanie Noel, professorabet house é confiávelpsicologia clínica da Universidadebet house é confiávelCalgarybet house é confiávelAlberta, no Canadá. "Mas essas conversas difíceis podem ensinar às crianças a empatia, a compreensão e a capacidadebet house é confiávelregular suas emoções."

Esponjas sociais

É bem conhecido o fatobet house é confiávelque as interações entre pais e filhos desempenham papel fundamentalbet house é confiáveltodos os tiposbet house é confiáveldesenvolvimento cognitivo.

"O cérebro das crianças ainda estábet house é confiáveldesenvolvimento e os pais fornecem importante apoio e estrutura para ajudá-las a navegar nos seus mundos emocionais", segundo Dylan Gee, professorabet house é confiávelpsicologia da Universidade Yalebet house é confiávelConnecticut, nos Estados Unidos.

Criança olha para adulto

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Desde o nascimento, as crianças são muito sensíveis às emoções e reações dos adultos ao seu redor

Desde o nascimento, a atenção das crianças será constantemente orientada por indicações dos adultos àbet house é confiávelvolta. Perceber o medo dos pais poderá ajudá-las a evitar, por exemplo, um animal potencialmente perigoso ou uma pessoa que não merece confiança.

À medida que a criança aprende a falar, as palavras dos cuidadores também orientarão seu pensamento e raciocínio, com repercussões que vão muito além do conhecimentobet house é confiávelvocabulário e gramática. Até as conversas mais casuais podem moldar as lembrançasbet house é confiáveluma criança,bet house é confiávelforma que elas costurem os detalhesbet house é confiáveluma narrativa e comecem a entender seus sentimentos.

Depoisbet house é confiáveluma visita ao barbeiro, um dos pais poderá perguntar como a criança se sentiu quando a máquinabet house é confiávelcortar passou sobrebet house é confiávelcabeça, e se ela sentiu cócegas. Ou poderá perguntar se a criança se assustou com o borrifadorbet house é confiávelágua. Eles podem dizer como ficaram orgulhosos por verem seu filho conseguir superarbet house é confiáveltimidez, o que reforça o sentimentobet house é confiávelcoragem da criança.

Essa melhor compreensão das suas emoções, porbet house é confiávelvez, pode moldar o comportamento da criança,bet house é confiávelforma que ela preste mais atenção nas suas ações, sem ceder aos seus impulsos.

Em meadosbet house é confiável2010, Diana Leyva, professorabet house é confiávelpsicologia da Universidadebet house é confiávelPittsburgh, na Pensilvânia (Estados Unidos), filmou 210 paresbet house é confiávelpais e filhos enquanto conversavam sobre experiências positivas e negativas na vida das crianças. Durante essas conversas, alguns pais fizeram muito mais perguntas do que outros - e Leyva concluiu que isso poderia prever o comportamento das crianças na escola alguns anos depois.

As crianças que haviam sido incentivadas a analisar seus sentimentos eram mais capazesbet house é confiávelmanterbet house é confiávelatenção e controlar seus impulsos na salabet house é confiávelaula. É interessante observar que as conversas sobre experiências negativas pareceram fazer mais diferença, talvez porque esses sentimentos desconfortáveis são os mais difíceisbet house é confiávelcompreender e regular sem a orientação dos pais.

Gee chama esse tipobet house é confiávelconversa produtivabet house é confiável"coaching emocional".

"Exemplosbet house é confiávelcoaching emocional eficaz incluem ajudar as crianças a identificar seus sentimentos, respeitando e legitimando os sentimentos das crianças, ajudando-as a identificar formasbet house é confiávellidar com emoções mais difíceis e fornecendo oportunidades para discutir abertamente as emoções das crianças", explica ela.

As pesquisasbet house é confiávelGee examinaram como as famílias lidaram com a pandemia. Ela descobriu que o coaching emocional dos pais atenuou os efeitos do estresse durante essa época difícil,bet house é confiávelforma a causar menos efeitos sobre a saúde mental das crianças.

Conversar sobre eventos traumáticos

Considerando essas descobertas, é simplesmente natural que o comportamento dos pais tenha influência poderosa sobre as reações das crianças a outros tiposbet house é confiáveldores e traumas.

Alguns anos atrás, a equipebet house é confiávelSarah Halligan, da Universidadebet house é confiávelBath, convidou 132 famílias com um filho que havia sofrido um evento traumático (como um acidentebet house é confiávelcarro ou um incêndio doméstico) que resultoubet house é confiávelvisita ao hospital.

Alémbet house é confiávelresponder a vários questionários, pediu-se aos pais e às crianças que fizessem uma conversa gravada sobre o evento, que foi analisada pela equipe.

Mãe aninha criança

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Durante a pandemia, o apoio emocional dos pais aos seus filhos aliviou o impacto do estresse, segundo os pesquisadores

Halligan concluiu que a avaliação dos eventos pelos pais poderia antever os sintomasbet house é confiávelestresse pós-traumático das crianças seis meses após o evento. E é importante ressaltar que isso ocorreu mesmo depois que os pais controlaram a reação inicial da criança.

A pior característica parecia ser o "pensamento catastrófico",bet house é confiávelque o pai concentrava-se exclusivamente na ameaça e nabet house é confiávelpossível influência permanente na vida da criança. Nesses casos, a criança era mais propensa a apresentar sintomas duradouros.

Até certo ponto, as crenças carregadasbet house é confiávelterror dos pais haviam se tornado profecias autorrealizadoras. Mas isso não quer dizer que os cuidadores devem suavizar o evento, nem menosprezar o sofrimento.

"É importante que os pais realmente reconheçam o que as crianças estão passando. Eles não devem fingir que não é algo estressante", orienta Halligan. "Mas, às vezes, vemos pais aumentando a seriedade do evento."

Esse exagero do evento traumático e dos seus efeitos pareceu levar a resultados piores,bet house é confiávelcomparação com famíliasbet house é confiávelque o pai enfatizou a capacidade da criançabet house é confiávelrecuperar-se do trauma.

Outras evidências vêm da pesquisabet house é confiávelMelanie Noel na Universidadebet house é confiávelCalgary. Em um experimento,bet house é confiávelequipe convocou 112 crianças que passavam por uma operaçãobet house é confiávelretirada das amígdalas.

Logo depois da operação, cada criança avaliou a dor que estava sentindo, com basebet house é confiávelum questionário ilustrado que mostrava diferentes níveisbet house é confiáveldesconforto. Duas semanas depois, a equipe gravou uma conversa entre o pai e a criança descrevendo a experiência ebet house é confiávelrecuperação, que foi analisada segundo o nívelbet house é confiávelelaboração e o conteúdo emocional. E, por fim, um mês após a operação, os pesquisadores entrevistaram novamente a criança, para determinarbet house é confiávelrecordação da cirurgia ebet house é confiávelquanto desconforto ela havia sentido.

De forma geral, as discussões mais detalhadas das emoções gerais das crianças pareceram ajudá-las a entender o que aconteceu. Mas isso não ocorreu quando os pais concentraram-se excessivamente nas dores físicas sofridas pela criança. Nesses casos, as crianças relembraram a operação ebet house é confiávelrecuperação como sendo muito mais perturbadoras que o relatado logo após a cirurgia.

"Sempre que você fala sobre algum acontecimento doloroso, especialmente com as crianças, você abre aquela recordação para que seja alterada e distorcida", afirma Noel. "E algumas crianças desenvolvem essas lembranças exageradas e assustadoras."

Ela defende que isso é importante, já que muitas pesquisas demonstraram que nossas recordaçõesbet house é confiáveldores parecem moldar nossas experiências futuras. Se nos lembrarmosbet house é confiáveluma cirurgia como algo muito doloroso, ficaremos muito mais ansiosos - e sofreremos maior desconforto - quando passarmos por outra cirurgia no futuro.

Noel ebet house é confiávelalunabet house é confiáveldoutorado Maria Pavlova projetaram um curto programabet house é confiáveltreinamento sobre as melhores formasbet house é confiávelter conversas mais construtivas.

Elas aconselham os pais a evitar falar demais sobre as dores físicas. Em vez disso, eles são incentivados a se concentrar nos elementos mais positivos da experiência e elogiar a criança pela forma como ela conseguiu lidar com aquele desconforto.

Considere, por exemplo, uma interação na qual a criança recorda todas as lágrimas derramadas durante o evento. "Chorei muito", ela diz. É importante não desprezar esse fato, mas o pai pode tentar relembrar à criança a rapidez com que ela se recuperou. "Sim, você chorou, mas só por alguns minutos, lembra? Porque depois tomamos sorvete."

O pai poderá então enfatizar a gentileza dos funcionários e elogiar a criança por ter lidado com aquela dor respirando fundo.

Para comprovar os benefícios dessa intervenção, Noel e Pavlova novamente convidaram famílias com um filho que havia sofrido extração das amígdalas. Após a cirurgia, os pais receberam uma curta sessãobet house é confiáveltreinamento.

A intervenção funcionou exatamente conforme o planejado - reduzindo a tendência das crianças a exagerar seu desconforto nas reminiscências posteriores - e formou recordações mais sutis e realistas do evento.

Embora a intervenção não fosse especificamente projetada para alterar as conversas sobre dores físicas, Noel suspeita que reformular as conversas dessa forma (para que elas enfatizem a superação além do sofrimento) poderá ajudar as crianças a processar muitos outros tiposbet house é confiáveltraumas.

Escolher o seu momento

Para qualquer família que processe um evento traumático, um dos maiores desafios pode ser encontrar o momento certo para iniciar essas conversas.

Halligan afirma que alguns pais procuram evitar falar sobre o tema (mesmo entre eles) se as lembranças aumentarem o sofrimento da criança. Mas isso poderá criar a sensaçãobet house é confiávelque o assunto é algum tipobet house é confiáveltabu.

"As crianças muitas vezes podem recear que irão aborrecer os seus pais e acabam silenciando sobre o tema", segundo Halligan. Para ela, pode ser melhor permitir que o assunto surja naturalmente.

Perguntar regularmente à criança como ela se sente geralmente deverá oferecer a ela o espaço necessário para falar sobre o que a está angustiando. "Você precisa garantir que o seu filho saiba que pode ter a conversa com você e fornecer ativamente essas oportunidades para conversar", acrescenta ela.

Mesmo se a criança não falar diretamente sobre o evento traumático, ela poderá conversar sobre outros motivosbet house é confiávelestresse, o que pode oferecer uma boa oportunidade para o coaching emocional.

As crianças podem ser mais propensas a se abrir quando você estiver cuidandobet house é confiáveloutras atividades diárias, como andarbet house é confiávelcarro ou durante um passeio no parque. "Muitas vezes, os pais encontram boas oportunidades para conversar com as crianças quando outras coisas estão acontecendo", afirma Halligan.

Pai e filho caminhando por trilha

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, As crianças podem ficar mais dispostas a abrir-se enquanto praticam outras atividades, o que oferece uma oportunidade para o coach emocional

Se você então seguir as sugestões inspiradas pelas pesquisas - como valorizar os sentimentos da criança, enfatizar o bom além do mau e reafirmar a capacidade da criançabet house é confiávellidar com aquilo - você pode estar fornecendo técnicas emocionais mais abrangentes que durarão por décadas.

"Se quisermos incentivar a superação nas crianças, precisamos ensinar aos pais como ter conversas construtivas com elas sobre temas traumáticos, assustadores e estressantes", afirma Noel. "Isso poderá evitar muitos problemas no futuro."

* David Robson é escritorbet house é confiávelciências premiado e autor do livro O efeito da expectativa: como o seu pensamento pode transformar abet house é confiávelvida (em tradução livre do inglês), publicado no iníciobet house é confiável2022 no Reino Unido pela editora Canongate e, nos EUA, pela Henry Holt. Sua conta no Twitter é @d_a_robson.

- Texto originalmente publicadobet house é confiávelhttp://vesser.net/vert-fut-61764226

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