As misteriosas crateras que ameaçam 'engolir' moradoresvasco e sport palpitevilarejos da Croácia:vasco e sport palpite
Foi o terremoto mais forte que atingiu a Croáciavasco e sport palpitemaisvasco e sport palpitequatro décadas, matando sete pessoas e destruindo milharesvasco e sport palpitecasas.
Embora se saiba que deslizamentos e crateras podem ser causados por terremotos, assim como outros fenômenos geológicos estranhos, como liquefação — quando o solo sólido começa a se comportar como líquido —, o grande númerovasco e sport palpiteburacos que apareceram nos vilarejos surpreendeu e intrigou os especialistas.
Um mês após o terremoto, havia quase 100 crateras espalhadas por uma áreavasco e sport palpite10 km², com novos buracos se abrindo a cada semana.
O buraco no jardimvasco e sport palpiteBorojević é agora o maior da área. Quando apareceu, tinha 10 metrosvasco e sport palpitelargura, mas começou a crescer quase imediatamente.
"Minha esposa ficouvasco e sport palpitecasa a manhã toda, olhandovasco e sport palpitevezvasco e sport palpitequando pela janela", conta Borojević. "Por volta das 14h, ela notou algo estranho no jardim. Saímos e havia um buraco enormevasco e sport palpitenosso pomar."
Nos três meses seguintes, o buraco triplicouvasco e sport palpitetamanho. Mas os Borojevićs tiveram sorte.
Outras crateras na região foram abertas a poucos metros da entrada das casas dos moradores, e uma delas apareceu embaixovasco e sport palpiteuma residência, levando as autoridades a considerar desocupar ambos os vilarejos.
Outros buracos surgiramvasco e sport palpiteflorestas e campos agrícolas adjacentes, onde um deles,vasco e sport palpiteacordo com rumores locais, quase engoliu um fazendeiro e seu trator.
O número excepcionalmente altovasco e sport palpitecrateras num único lugar chamou a atençãovasco e sport palpitegeólogos locais e estrangeiros, ansiosos para entender como o terremoto pode ter levado ao colapso do solo.
"Ninguém esperava o aparecimentovasco e sport palpitetantas crateras", conta o sismólogo Josip Stipčević, do Departamentovasco e sport palpiteGeofísica da Faculdadevasco e sport palpiteCiênciasvasco e sport palpiteZagreb, capital croata.
Intensa atividade sísmica
A Croácia está localizadavasco e sport palpiteuma áreavasco e sport palpiteintensa atividade sísmica, na qual a pequena placa tectônica do Adriático colide com a placa da Eurásia, causando uma sérievasco e sport palpitefalhas ativas, explica Stipčević.
Antes do terremotovasco e sport palpite29vasco e sport palpitedezembrovasco e sport palpite2020, o país havia sido atingido por outros nove tremores, com magnitude superior a 6, desde o início do século 20.
O último grande terremoto que havia acontecido na falha tectônica Pokupsko-Petrinja — ao longo da qual ocorreu o mais recente — foivasco e sport palpite1909.
O abalovasco e sport palpite1909 ocorreu a apenas 23 km a noroeste do epicentro daquele que fez a terra tremer no fimvasco e sport palpite2020. E também atraiu a atenção dos sismólogos da época.
O renomado geofísico croata Andrija Mohorovičić analisou os sismógrafos do terremotovasco e sport palpite1909vasco e sport palpitePokupsko e concluiu que as ondas sísmicas viajam a velocidades diferentes conforme passam por diferentes camadas da Terra.
Sua observação levou à descobertavasco e sport palpiteuma camada intermediária que separa a crosta terrestre do manto, conhecida hoje como descontinuidadevasco e sport palpiteMohorovicic, ou simplesmente Moho.
Atualmente, pesquisadores estão estudando a mesma região na esperançavasco e sport palpiteentender como o terremoto fez com que tantos buracos aparecessem repentinamente.
As crateras não são a consequência mais comumvasco e sport palpiteabalos sísmicos fortes, mas podem surgir, especialmentevasco e sport palpiteáreas com cavidades subterrâneas ocultas.
Após o devastador terremoto perto da cidade italianavasco e sport palpiteÁquila,vasco e sport palpite2009, dois buracos se abriram imediatamente nas estradas da parte antiga da cidade.
Os especialistas suspeitaram na época que uma escavação anteriorvasco e sport palpitefossas verticais para um canalvasco e sport palpiteesgoto havia enfraquecido a cobertura da caverna subterrânea, contribuindo para o colapso.
"A verdadeira anomalia no caso da Croácia é um número muito elevadovasco e sport palpitecrateras com dimensão significativa", diz o geólogo italiano Antonio Santo, da Universidadevasco e sport palpiteNápoles Federico II, na Itália.
Os buracos profundos e largos que ameaçam os dois vilarejos croatas geralmente aparecemvasco e sport palpiteáreas onde a rocha subterrânea foi escavada pela água para formar cavidades e cavernas — e está coberta por uma espessa camadavasco e sport palpitesolo, areia ou sedimentos e, o mais importante, argila.
Com o tempo, a água leva lentamente o material da superfície a partirvasco e sport palpitesuas camadas mais profundas para o subsolo cavernoso.
Se houvesse apenas solo arenoso, esse processo poderia acabar sendo detectado na superfície.
Mas a presençavasco e sport palpiteargila torna esse material da superfície mais resistente e consistente, então, depoisvasco e sport palpiteum tempo, um vazio é formado abaixo do solo, mas é praticamente indetectável acima dele.
À medida que a camada superficial se torna estruturalmente mais fraca, ela acaba desmoronando no vazio que está abaixo.
Normalmente, esse processo acontece por um longo períodovasco e sport palpitetempo, mas pode ser acelerado por chuvas intensas, inundações ou até mesmo atividades humanas, como mineração ou bombeamento agressivovasco e sport palpiteáguas subterrâneas.
Eventos estranhos, fatores complexos
Após analisar os dados coletados na região ao redorvasco e sport palpiteMečenčani e Borojovići, os geólogos croatas concluíram que os estranhos eventos resultaramvasco e sport palpiteuma combinação complexavasco e sport palpitevários fatores diferentes.
Em primeiro lugar, embora a parte costeira da Croácia pertença ao Carste Dinárico, que abriga milharesvasco e sport palpitecavernasvasco e sport palpitecalcário profundas e centenasvasco e sport palpiteespécies endêmicasvasco e sport palpitecavernas, as formaçõesvasco e sport palpitecalcário subterrâneas também se estendem para o interior sob o centro do país.
O calcário que forma as cavernas rochosas na fronteira entre o Carste Dinárico e a bacia da Panônia foi depositado no período Mioceno, quando esta área estava submersa e conectada ao que é hoje o mar Mediterrâneo.
"Embora o Carste Dinárico seja principalmente dos períodos Cretáceo e Jurássico, o carste que encontramos aqui é mais jovem e ainda mais poroso e oco", diz Josip Terzić, hidrogeólogo do Serviço Geológico da Croácia.
"Se limita a algumas pequenas áreas por aqui e perto da cidadevasco e sport palpiteZagreb."
Quando a bacia da Panônia se desconectou do Mediterrâneo devido à mudança nas massasvasco e sport palpiteterra há cercavasco e sport palpite11 milhõesvasco e sport palpiteanos, ela se tornou um grande lago.
Os rios lentamente o encheram com lodo, areia e cascalho, formando as vastas planícies dos dias atuais.
Consequentemente, cercavasco e sport palpite10 a 15 metrosvasco e sport palpiteterra, pedras e argila estão depositados no topo da rocha porosa abaixo dos vilarejosvasco e sport palpiteMečenčani e Borojevići.
A ameaça, porém, era difícilvasco e sport palpitedetectar. Algumas crateras esporádicas apareceram antes, masvasco e sport palpiteacordo com os moradores locais, muito raramente.
"É óbvio que os terremotos aceleraram alguns processos jávasco e sport palpiteandamento", diz Terzić.
Na verdade, o primeiro buraco descoberto começou a abrir depois que um tremorvasco e sport palpitemagnitude 5 atingiu a área um dia antes do maior.
À medida que o terremoto mais forte e os tremores secundários que o acompanharam sacudiram a área, fizeram o solo se deslocar maisvasco e sport palpite30 centímetros. Esse deslocamento desestabilizou a situação precária.
"Os terremotos causaram uma tensão dinâmica enorme a essas terras e locais que já estavam num equilíbrio limítrofe evasco e sport palpiterepente desabaram", afirma Terzić.
Seu colega, Bruno Tomljenović, geofísico da Universidadevasco e sport palpiteZagreb, acredita que os terremotos afetaram o movimento da água no subsolo, fazendo-a subirvasco e sport palpitedireção à superfície, passandovasco e sport palpiteáreasvasco e sport palpitealta pressão para baixa pressão.
Esta hidrodinâmica maior nas passagens subterrâneas acelerou o colapso do material da superfície, explica Tomljenović.
"Além disso, há uma chancevasco e sport palpiteque algumas crateras que desabaram tenham causado mudanças adicionais na hidrodinâmica, fazendo com que a água buscasse novas passagens e causando possivelmente mais sumidouros", diz Tomljenović.
Um número excepcionalmente grandevasco e sport palpiteabalos também pode ter contribuído para tantos desmoronamentos ao mesmo tempo, diz o geólogo George Veni, diretor do Institutovasco e sport palpitePesquisa Nacionalvasco e sport palpiteCavernas e Cartes, no Novo México, área também conhecida por problemasvasco e sport palpitecratera, muitas vezes causadas por atividades relacionadas a poços industriais.
Influência humana
A influência humana também aumenta a taxavasco e sport palpiteformaçãovasco e sport palpitecrateras repentinas, alerta Veni.
Um relatório recentevasco e sport palpitecientistas da Universidadevasco e sport palpiteZagreb afirma que os sistemasvasco e sport palpiteirrigação construídos nas áreasvasco e sport palpiteMečenčani e Borojevići provavelmente aceleraram o processovasco e sport palpitecarstificação.
Por enquanto, os cientistas não têm dados suficientes para analisar a conexão entre a intensidade e o númerovasco e sport palpiteterremotos com o aparecimento dos sumidouros.
"A situação na Croácia pode ser considerada um alerta do que pode acontecervasco e sport palpitepaíses com terremotos e áreas que são propensas a crateras repentinas", diz Veni.
Mas prever onde buracos como estes podem se abrir está longevasco e sport palpiteser fácil, afirma o geólogo Mario Parise, especialistavasco e sport palpiteameaçasvasco e sport palpiteambientes cársticos da Universidadevasco e sport palpiteBari Aldo Moro, na Itália.
"Por enquanto podemos contar apenas com os dados históricos e documentos para conhecer as áreas mais suscetíveis a esse tipovasco e sport palpiteprocesso", diz ele.
Embora alguns modelosvasco e sport palpiteriscovasco e sport palpitesumidouros tenham sido propostos na última década, "o desenvolvimentovasco e sport palpiteum sistemavasco e sport palpitealerta para cratera é um campo no qual muito trabalho precisa ser feito", acrescenta.
Para Tomljenović, uma das lições das crateras croatas é a necessidadevasco e sport palpiteum microzoneamento sísmico mais intensivo para detectar áreas dentro das regiões povoadas que são especialmente vulneráveis às perigosas consequênciasvasco e sport palpiteterremotos.
Ele e seus colegas estão tentando fazer isso usando tomografiavasco e sport palpiteresistividade elétrica e levantamentovasco e sport palpiterefração sísmica na áreavasco e sport palpiteMečenčani e Borojevići, na esperançavasco e sport palpiteidentificar locais que podem ser considerados seguros, e aqueles que ainda estão sujeitos a crateras.
Mas a ameaçavasco e sport palpitenovas crateras aparecerem no próximo ano ainda está na mentevasco e sport palpitemuitos moradores.
Mudanças no lençol freático ao longo do ano, combinadas com novos tremores à medida que a falha tectônica se assenta, podem levar a mais colapsos,vasco e sport palpiteacordo com Stipčević.
Enquanto isso, o enorme buraco repletovasco e sport palpiteágua ainda está no jardimvasco e sport palpiteBorojević — e se tornou até uma atração turística local.
Seis meses após o terremoto, a expectativa évasco e sport palpiteque os esforços para tapar as crateras comecemvasco e sport palpitebreve.
"É também um negócio complicado", diz o geotécnico Davor Ljubičić, que está coordenando o grupovasco e sport palpitetrabalho geotécnico da unidadevasco e sport palpitecrise da defesa civil.
"Muito perto destes dois vilarejos está a fontevasco e sport palpiteabastecimentovasco e sport palpiteágua comunitária Pašino vrelo, assim como uma sérievasco e sport palpitepoços particulares. Então, é preciso ter muito cuidado ao escolher o material para cobrir os buracos."
Usar cimento ou o material errado para tapar os buracos pode poluir as fontesvasco e sport palpiteágua potável locais, por isso os engenheiros pretendem cobri-los com pedras grandes e,vasco e sport palpiteseguida, preencher o restante com pedras menores e cascalho, explica Mario Bačić, engenheiro civil da Universidadevasco e sport palpiteZagreb.
E não vai ser barato. Tapar o buraco no quintalvasco e sport palpiteBorojević pode custar cercavasco e sport palpite200 mil euros US$ 1,2 milhão na cotação atual). "Eu poderia transformá-lovasco e sport palpiteum viveirovasco e sport palpitepeixes", brinca o morador.
vasco e sport palpite Leia a versão original vasco e sport palpite desta reportagem (em inglês) no site BBC Future vasco e sport palpite .
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