Quem são as (poucas) mulheres que batizaram crateras da Lua:a betfair limita
O filósofo Platão, o astrônomo Galileu Galilei e o matemático Isaac Newton são alguns dos notáveis imortalizados com uma cratera cada.
Até mesmo o músico John Lennon ganhoua betfair limitaprópria cratera, na área conhecida como Lacus Somniorum ou "Lago dos Sonhos", no lado da Lua que é sempre visível da Terra.
Mas você terá que conduzir pesquisas exaustivas antesa betfair limitaencontrar uma mulher homenageada dessa forma. Menosa betfair limita2% das crateras lunares têm o nomea betfair limitamulheres cientistas.
E mais, quase todas as crateras "femininas" estão localizadas do outro lado da Lua, fora da vista da Terra.
Quem escolhe os nomes?
"A União Astronômica Internacional (IAU, na siglaa betfair limitainglês) detém a responsabilidadea betfair limitaaprovar nomesa betfair limitacoisas astronômicas desde 1919; mas alguns dos nomes na Lua remontam aos tempos não muito depoisa betfair limitaGalileu Galilei ter feito seus maravilhosos desenhos das características lunares que ele viu através seu telescópio [em 1610]", diz Megan Donahue, presidente da American Astronomical Society.
"Em 1651, o astrônomo italiano Giovanni Riccioli foi a primeira pessoa a começar a nomear locais na Lua", explica Tayyaba Zafar, astrônomo do Paquistão que é professor sênior do centroa betfair limitapesquisa Australian Astronomical Optics.
"Riccioli deu o seu próprio nome a uma cratera, mas, das 147 que ele batizoua betfair limitahomenagem a humanos, apenas duas foram nomeadasa betfair limitahomenagem a mulheres, e uma dessas mulheres pode nunca ter existido: Hipácia era real, mas Santa Catarinaa betfair limitaAlexandria talvez não."
Nos séculos que se seguiram, as crateras foram nomeadas à medida que foram descobertas, principalmente celebrando o trabalhoa betfair limitacientistas e figuras históricas do sexo masculino, porque "as mulheres eram muitas vezes impedidasa betfair limitater educação formal na época", diz Zafar.
Às vezes, manter registrosa betfair limitaquem foi homenageado na Lua fica confuso, e os números parecem conflitantes.
Na verdade, se você olhar um atlas lunar, encontrará 1.608 crateras batizadas no total, mas "apenas 1.577 têm nomesa betfair limitapessoas reais. E embora 38 nomes femininos para pequenas craterasa betfair limitainteresse especial, há 31 crateras lunares com nomesa betfair limitamulheres cientistas, engenheiras ou exploradoras",a betfair limitaacordo com a IAU.
Por que tão poucos nomesa betfair limitamulheres?
O século 20 trouxe um frenesi lunar que atingiu seu pico entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1970 (com os Estados Unidos e a União Soviética competindo para ser o primeiro a chegar à Lua).
"Havia um poucoa betfair limitacaos na nomenclaturaa betfair limitalocais na Lua, então,a betfair limita1973 a União Astronômica Internacional criou um comitê para trazer um poucoa betfair limitaordem", disse a astrônoma Rita Schulz, da IAU.
Foi decidido que os locais só seriam nomeados se houvesse uma necessidade científica para fazê-lo.
"Os nomes antigos seriam mantidos, mas, a partira betfair limitaentão, para colocar seu nome na Lua, você tinha que ser um cientista ou explorador, e você tinha que estar morto", diz Schulz.
Outra coisa aconteceu, o que explicaa betfair limitaparte por que a diferençaa betfair limitagênero na superfície lunar perdurou: "Originalmente, a IAU decidiu que as características da Lua teriam o nomea betfair limitahomens, e asa betfair limitaVênus teriam o nomea betfair limitamulheres", acrescenta Schulz.
Esta última decisão não existe mais, mas a desigualdade sim: "Nos últimos 30 anos, apenas sete crateras foram batizadas com nomesa betfair limitamulheres. Quando a IAU foi fundada, menosa betfair limita2% das crateras tinham nomesa betfair limitamulheres. Um século depois, o índice permanece o mesmo", diz Zafar.
Por que isso Importa?
Então, realmente importa se tão poucas mulheres têm uma cratera na Lua com o nome delas?
"Claro!", diz Maritza Soto Vasquez, astrônoma chilena que aos 25 anos descobriu seu primeiro planeta e, aos 31, acabaa betfair limitadescobrir o quarto.
"Se queremos que mais mulheres se envolvam na ciência, a visibilidade talvez seja um dos fatores mais importantes. Quando as meninas pensam sobre o que querem estudar, elas precisam ver modelos que se parecem com elas."
Soto Vasquez está atualmente realizando pesquisasa betfair limitapós-doutorado na Queen Mary Universitya betfair limitaLondres, no Reino Unido, e tem uma forte opinião sobre as mulheres na ciência.
"Pode não haver uma pessoa dizendo a elas 'Você não pode ser um cientista porque você é uma mulher', mas há muitas pequenas mensagens que podem deixar uma forte impressão quando você é jovem, como querer estudar ciências na escola, mas não ver outras mulheres nas aulas ou nos livros didáticos", acrescenta.
Vicky Chu, da Organização Espacial Nacionala betfair limitaTaiwan, também gostariaa betfair limitaver mais mulheres na superfície lunar e concorda que a visibilidade ajudaria a atrair mais mulheres para o estudo das ciências: "Com certeza ajuda, especialmente para estudantes do ensino médio e superior".
"O reconhecimento tem um efeito cascata", diz Zafar. "A comunidade científica precisa reconhecer as mulheres para dar o exemplo para a sociedade e promover um ambientea betfair limitatrabalho inclusivo, solidário e flexível."
A agência espacial norte-americana, a Nasa, anunciou recentemente seus planosa betfair limitaretornar à Luaa betfair limita2024 e, desta vez, enviará uma mulher, aléma betfair limitaum homem, no primeiro pouso com humanos desde 1972.
Vamos celebrar algumas das mulheres que têm uma cratera com seu nome...
Valentina Tereshkova (nascidaa betfair limitamarçoa betfair limita1937)
"Na Terra, homens e mulheres correm os mesmos riscos. Por que não deveríamos correr os mesmos riscos no espaço?", disse a cosmonauta russa Valentina Tereshkova, a única mulher viva a ter uma cratera lunar com o seu nome pora betfair limitacontribuição excepcional para a ciência.
Em 1963, Tereshkova fez história ao se tornar a primeira mulher a ir para o espaço. Ela continua a ser a única mulher a fazer isso sozinha, e a mais jovem (ela tinha 26 anos na época).
Depois, ela refletiu: "Uma vez que você está no espaço, você percebe como a Terra é pequena e frágil".
Durantea betfair limitamissão a bordo da cápsula espacial Vostok 6, Tereshkova passou quase três dias orbitando a Terra.
"Qualquer pessoa que já passou algum tempo no espaço vai adorar fazer isso para o restoa betfair limitasuas vidas", disse ela.
Tereshkova estava ansiosa para cumprir outra missão, mas aquela foia betfair limitaprimeira e única. Mais tarde, ele diria: "Depoisa betfair limitauma vez no espaço, queria muito voltar para lá. Mas não aconteceu".
Em vez disso, Tereshkova viajou pelo mundo como embaixadora da ciência soviética e, mais tarde, tornou-se política.
"Não se pode negar o grande papel que as mulheres têm desempenhado na comunidade mundial. Minha missão foi mais um impulso para dar continuidade a esta contribuição feminina", disse ela.
Sua cratera fica do outro lado da Lua, na margem oeste do Mare Moscoviense.
Hipácia (morreua betfair limita415 d.C.)
Hipácia foi uma matemática, astrônoma e filósofa que nasceu entre 350 e 370 d.C.a betfair limitaAlexandria, quando o Egito era uma província do Império Romano Oriental.
Ela é considerada a primeira mulher na história conhecida a se dedicar profissionalmente à ciência, embora a maioria das mulheresa betfair limitasua época não tivesse acesso à educação.
Seu pai, Theon, um astrônomo e diretor da famosa Bibliotecaa betfair limitaAlexandria, garantiu que ela aprendesse com os melhores.
Embora a maior parte do trabalho científicoa betfair limitaHipácia tenha se perdido, os estudiosos modernos acham que deve ter sido significativo porque foi amplamente comentado por outros autores.
Sabemos que ela escreveu para o Cânone Astronômico (um tratadoa betfair limitaastronomia) várias tabelas astronômicas e comentários sobre textos clássicos.
Mas Hipácia teve um fim trágico quando se desentendeu com o bispoa betfair limitaAlexandria e, como resultado, foi assassinada por uma multidãoa betfair limitacristãos.
Quase 2 mil anos depois, a figuraa betfair limitaHipácia tornou-se um ícone dos direitos das mulheres e uma fontea betfair limitainspiração para o movimento feminista.
Riccioli deu o primeiro nome a uma cratera ema betfair limitahomenagema betfair limita1651, masa betfair limita1973 o IAU mudou o nomea betfair limitaHipácia para outra cratera menor a sudoeste do Mar da Tranquilidade.
Ainda é uma das poucas crateras "femininas" no lado terrestre da Lua.
Antonia Caetanaa betfair limitaPaiva Pereira Maury (1866 -1952)
Antonia Caetanaa betfair limitaPaiva Pereira Maury, também conhecida simplesmente como Antonia Maury, foi uma astrônoma americana e uma das melhoresa betfair limitasua geração.
Ela fazia parte do "Harvard Computers", um grupoa betfair limitamulheres astrônomas e "computadores humanos" no Harvard College Observatory.
Maury foi a primeira pessoa a estudar os binários espectrais, nome dado a um para betfair limitaestrelas que estão tão próximas umas das outras que, da Terra, não podem ser distinguidas a olho nu.
Ela também criou um sistema para medir o espectroa betfair limitaradiação eletromagnética das estrelas, que ainda estáa betfair limitauso pela IAU até hoje.
Embora Antonia Maury tenha nascidoa betfair limitaNova York, ela foi batizadaa betfair limitahomenagem aa betfair limitaavó materna, filhaa betfair limitaum médico da corte portuguesa que fugiu para o Brasil para evitar as Guerras Napoleônicas.
Apósa betfair limitamorte, aos 86 anos, a IAU deu o nomea betfair limitaMaury a uma cratera próxima ao Lago dos Sonhos (Lacus Somniorum).
Kalpana Chawla (1962 - 2003)
"O caminho dos sonhos para o sucesso existe. Que você tenha a visão para encontrá-lo, a coragem para segui-lo e a perseverança para persegui-lo", disse Kalpana Chawla, a primeira mulher indiana a ir para o espaço.
Chawla, ou "Montu", comoa betfair limitafamília a chamava, desde jovem foi fascinada por voar. Sua família diz que, quando ela tinha 3 anos, ela escolheu o nome Kalpana, que significa "imaginação" como seu nome.
Ela foi uma das primeiras mulheres a se formara betfair limitaengenharia aeronáutica pelo Punjab Engineering College e,a betfair limita1982, mudou-se para os Estados Unidos para estudar dois mestrados, um doutoradoa betfair limitaengenharia aeroespacial... e ingressou na Nasa.
Seu primeiro vôo como astronauta e engenheira foi no ônibus espacial Columbiaa betfair limita1997, como operadoraa betfair limitabraço robótico.
Em 2003, Chawla foi uma dos sete membros da tripulação que morreram no desastre do ônibus espacial Columbia, quando a espaçonave se desintegrou durantea betfair limitareentrada na atmosfera terrestre.
Sua cratera, localizada do outro lado da Lua, está próxima à cratera L. Clark, nomea betfair limitaseu companheiro astronauta que morreu na mesma missão.
Annie Jean Easley (1933 - 2011)
Em 1ºa betfair limitafevereiroa betfair limita2021, Annie Jean Easley se tornou a mulher mais recente a ter uma cratera com o seu nome.
Easley foi um dos primeiros negros americanos a trabalhar como cientista da computação na Nasa (quando a agência ainda se chamava Naca). Ela era uma matemática que se tornou cientistaa betfair limitafoguetes.
Mas, quando criança, obter uma boa educação não foi fácil. Easley cresceu no sul dos Estados Unidos antes do movimento pelos direitos civis, o que significava que escolas e universidades eram segregadas.
Sua mãe a encorajou a ser ambiciosa, mas disse que ela teria que trabalhar mais, porque as escolas para crianças negras geralmente ofereciam uma educação mais precária.
Durantea betfair limitacarreiraa betfair limita34 anos na Nasa, Easley desenvolveu códigosa betfair limitacomputador, trabalhoua betfair limitatecnologiasa betfair limitaenergia e ajudou a lançar as bases tecnológicas para futuros lançamentosa betfair limitaônibus espaciais.
Ao longoa betfair limitasua vida, Easley fez campanha para que estudantes do sexo feminino ea betfair limitaminorias seguissem carreirasa betfair limitaciência, tecnologia, engenharia e matemática e combateu a discriminação dentro da Nasa.
Easley acreditava no trabalhoa betfair limitaequipe e frequentemente expressava admiração por aqueles com quem trabalhava.
Sua página no site da Nasa diz: "Muitos que a conheciam diriam que não foi apenas o trabalho que ela fez que fez a diferença; forama betfair limitaenergia e atitude positiva que tiveram um tremendo impacto".
Easley é uma pequena cratera (com menosa betfair limita10 kma betfair limitadiâmetro) do outro lado da Lua.
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