Nós atualizamos nossa PolíticaPrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosnossa PolíticaPrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
Amnésia geracional: a perdamemória que prejudica o planeta:
Os baby boomers, ele recorda, antes desdenhavam dos integrantes da geração X, como ele, que cresceram, porvez, falando mal da torrada cobertaabacate eoutros hábitos alimentares dos suscetíveis millennials.
E agora é a veza geração Z, com seus TikToks e políticasidentidade, ser julgada pelos mais velhos.
Na verdade, existe um termo científico para isso: o efeito "dos jovenshoje", que pode ser identificado desde os escritos dos Gregos Antigos.
"Desde pelo menos 624 a.C., as pessoas lamentam o declínio da atual geraçãojovensrelação às gerações anteriores", segundo os psicólogos que nomearam o fenômeno.
"A difusão das reclamações sobre os 'jovenshoje' ao longo dos milênios sugere que essas críticas não são precisas nem devido às idiossincrasiasuma cultura ou épocaparticular — mas representam uma ilusão generalizada da humanidade."
Uma razão, dizem os pesquisadores, é que as pessoas tendem a esquecer que elas mesmas mudaram com o tempo e, portanto, presumem que a maturidade, as atitudes e os comportamentos dos jovens também são fixos.
No entanto, esse não é o único tipoesquecimento que acontece com o passar das gerações.
Há um outro tipo menos óbvio, chamado"amnésia geracional", que tem efeitos profundos na maneira como vemos o mundo.
E, infelizmente, todos nós sofremos disso, não importa quão jovens ou velhos sejamos.
Cada geração recebe um mundo que foi moldado por seus predecessores — e depois aparentemente esquece esse fato.
Considere como pensamos sobre a tecnologia.
A ideiatecnologia da geração atual significa smartphones, criptomoedas ou a internet, mas nem sempre foi assim: a tecnologia já foi centrada na pneumática ou no vapor,vezno silício.
Um cientista da computação certa vez ironizou que a tecnologia deveria ser definida como "qualquer coisa que foi inventada depois que você nasceu".
Algumas invenções são tão onipresentes que esquecemos totalmente até que são tecnologias.
Como o escritor Douglas Adams uma vez observou:
"Não pensamos maiscadeiras como tecnologia; apenas pensamos nelas como cadeiras. Mas houve um tempoque não sabíamos quantas pernas as cadeiras deveriam ter, qual a altura que deveriam ter, e muitas vezes elas 'quebravam' quando tentávamos usar. "
Como resultado, uma pessoa comum hoje vive uma vida com avanços e luxos com os quais até mesmo as gerações mais privilegiadas do passado só podiam sonhar.
Se Cleópatra ou Elizabeth 1ª viajassem no tempo até os dias atuais, elas ficariam maravilhadas com um mundo que consideramos natural, com suas vacinas e antibióticos, um banheiro com descarga e geladeiracada casa.
As novas gerações também têm o hábitoesquecer coletivamente como a mudança social positiva ocorre por meio do ativismo obstinadominorias outrora desprezadas, como Emmeline Pankhurst e a campanha das sufragistas pelo direito das mulheres ao voto.
Nem sempre o sufrágio universal foi visto como incontroversamente correto, embora esse fato raramente seja lembrado.
Mas se as gerações mais novas se esquecem dos avanços e das mudanças positivas que seus antepassados promoveram, então também podem deixarnotar como seus predecessores também prejudicaram o mundo.
Uma das primeiras vezes que esse tipo específicoamnésia geracional foi observada foi na década1990 — para descrever um fenômeno que afetava pesquisadores que estudavam peixes.
Um dia, o cientista marinho Daniel Pauly olhou para seus contemporâneos e percebeu algo curioso.
Apesarum declíniolongo prazo registrado objetivamentecertas populaçõespeixes, cada geraçãocientistas parecia estar aceitando a menor abundância e diversidade que observavam como"base"referência.
Eles fizeram isso apesar das históriasgerações anteriores que haviam experimentado e observado a vida oceânicamaneira bem diferente.
Por exemplo, Pauly lembrou como o avôum colega certa vez manifestou irritação com a forma como, na década1920, o atum-rabilho costumava se enroscarsuas redes no Mar do Norte — região onde a espécie agora está praticamente ausente.
O que esse ponto cego significava, argumentou Paulyum artigo curto, porém influente, é que os cientistas não estavam conseguindo contabilizar o gradual desaparecimento das espécies, e cada geração aceitava como natural a biodiversidade oceânica exaurida que herdava.
Ele chamou este fenômeno"síndromedeslocamento da linhareferência".
Desde então, o efeito da mudança da linhareferência tem sido observado muito além da comunidade pesqueira — ocorrequalquer esfera da sociedadeque uma linhareferência se arrasta imperceptivelmente ao longo das gerações.
Alguns anos depois, o psicólogo Peter Kahn, da UniversidadeWashington, nos EUA, descreveu um efeito semelhanteum contexto completamente diferente: as comunidades negrasHouston, no Texas (EUA).
Ele estava curiosorelação às percepções das crianças sobre a qualidade do ambienteque viviam.
Por meioentrevistas, ele descobriu que elas conseguiam facilmente descrever o que era poluição do ar, por exemplo, assim como destacar outras cidades que eram poluídas — mas, ao mesmo tempo, não demonstraram muita consciênciaque Houston havia se tornado uma das cidades mais poluídas dos Estados Unidos.
Apenas aceitavam as coisas como eram.
"Como essas crianças poderiam não saber disso? Uma resposta é que elas nasceramHouston, e a maioria nunca saiulá; e por morar lá, construíramlinhareferência para o que pensavam ser um ambiente normal", Kahn escreveu mais tardeum artigoparceria com a colega Thea Weiss.
De acordo com Kahn e Weiss, todos nós sofremos dessa forma ambientalamnésia geracional. Não é que os indivíduos não se lembrem do passado que eles próprios viveram, é a humanidade que coletivamente "esquece" o mundo natural como era antes, com o passar das gerações.
"É um dos problemas psicológicos mais urgentesnossa vida", eles escrevem.
"Já é difícil resolver problemas, como desmatamento, acidificação dos oceanos e mudanças climáticas; mas pelo menos a maioria das pessoas os reconhece como problemas."
Mesmo os exemplos mais familiaresnatureza, pertocasa, podem ser esquecidos.
A zoóloga Lizzie Jones, da Universidade Royal Holloway,Londres, e seus colegas entrevistaram recentemente pessoas que vivem no Reino Unido a respeitosuas percepções e memórias10 espéciespássarosjardim, tanto na época da pesquisa quantorelação às lembrançasquando tinham 18 anos.
Eles descobriram que os mais jovens, que estavam perto dos 18 anos, eram menos capazesdescrever a verdadeira mudança ecológicalongo prazo que ocorrera entre as populaçõespássaros britânicos.
Como Jones e colegas destacaram, o canto dos estorninhos já foi algo comum no Reino Unido, mas o númerorepresentantes da espécie diminuiu87% entre 1967 e 2015 só na Inglaterra.
Outro exemplo pode ser o "fenômeno do para-brisa", que descreve a observação por todas as gerações, exceto as mais novas,que há menos insetos esborrachados sobre os carros hojedia.
Há alguma maneiraevitar essa amnésia geracional ambiental?
Pode parecer que é simplesmente uma questãoeducar cada nova geração, mas Kahn e Weiss propõem que isso não precisa ocorrer necessariamente durante o ensino tradicionalsalaaula.
Em vez disso, eles apelam às gerações mais velhas para promover o que eles chamam"padrõesinteração", uma abordagem mais experimentalque crianças e jovens são encorajados a entrarcontato com a natureza onde quer que seja.
Não precisa ser o ideal romantizadovisitar uma floresta selvagem ou fazer uma trilhaáreasdifícil acesso — pode ser algo tão simples quanto caminhar à beiraum rio ou lago, identificar frutasum diaverão ou simplesmente deitar na grama ou na terra.
Não importa se você mora na cidade ou no campo.
"A solução que estamos apresentando é, com efeito, 'uma pequena interação com a naturezacada vez'", escreveram Kahn e Weiss.
À medida que cada geração envelhece, pode ser tentador lamentar a faltaconsciência entre os "jovenshoje", assim como fazia a geração anterior quando éramos jovens.
Mas quando se tratagarantir que nossas melhores lembranças do mundo não sejam esquecidas, parece que pelo menos parte dessa energia pode ser mais bem gasta transmitindo experiências,vezfazer julgamentos.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future .
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".
FinalYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".
FinalYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".
FinalYouTube post, 3
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível