Os seres humanos são capazessport bet brasildestruir toda a vida na Terra?:sport bet brasil
Basta olharsport bet brasilvolta — você está inseparavelmente cercado por objetos materiais —, sejam eles necessários emsport bet brasilvida ou não.
Para cada objeto que usamos, existe uma crescente redesport bet brasilações globais que está lentamente destruindo a saúde emocional humana, esgotando os recursos da Terra e degradando os habitats do nosso planeta.
Se não for controlado, existe o riscosport bet brasilo consumo humano acabar transformando a Terrasport bet brasilum mundo inabitável? Será que devemos parar antes que seja tarde demais?
Uma equipesport bet brasilpesquisadores do Institutosport bet brasilCiências Weizmann,sport bet brasilIsrael, publicou recentemente um estudo que comparou a massa produzida pelo homem — também conhecida como massa antropogênica — com toda a massa viva, ou biomassa, do planeta.
Pela primeira vez na história da humanidade, o primeiro ou ultrapassou o segundo ou está pertosport bet brasilultrapassar nos próximos anos.
O estudo estima que,sport bet brasilmédia, cada pessoa no planeta produz agora mais massa antropogênica do que seu peso corporal por semana.
"A descobertasport bet brasilque a massa antropogênica — coisas feitas pelo homem — agora pesa tanto quanto todas as coisas vivas, e o fatosport bet brasilque continua a se acumular rapidamente, oferece outra perspectiva clarasport bet brasilcomo a humanidade é agora um ator importante na formação da face do planeta", diz o professor Ron Milo, do Institutosport bet brasilCiências Weizmann.
"A vida na Terra é afetadasport bet brasilforma quantitativa importante pelas ações dos humanos."
Esta revelação não é surpresa para muitos que consideram que os humanos já deram início a uma nova época geológica chamada Antropoceno — a era dos humanos, termo popularizado pelo químico ganhador do Prêmio Nobel Paul Crutzen.
Embora o início exato desta era seja discutível, não há como negar que os humanos se tornaram uma força dominante neste planeta, alterando todas as outras formassport bet brasilvida por meiosport bet brasilsuas ações.
A escala e o tamanho da massa antropogênica são alarmantes.
Veja o caso do plástico — o surgimento da era dos plásticos modernos ocorreu apenassport bet brasil1907, mas hoje produzimos 300 milhõessport bet brasiltoneladassport bet brasilplástico todos os anos.
Além disso, a percepçãosport bet brasilque, depois da água, o concreto é a substância mais usada na Terra está além da compreensão.
O gigantesco processosport bet brasilgeoengenharia iniciado pelos humanos teve um aumento acelerado quando materiais como concreto e agregados se tornaram amplamente disponíveis.
Estes dois materiais constituem um dos principais componentes do crescimento da massa antropogênica.
Até mesmo as relativamente recentes aventuras humanassport bet brasilexploração espacial, que começaram há cercasport bet brasil60 anos, estão desencadeando um problema desastrososport bet brasillixo espacial.
Paralelamente a isso, observamos o derretimento das calotas polares, o degelo do permafrost e o aumento das temperaturas no planeta.
Mas por que isso aconteceu? Os humanos são geneticamente inclinados a ser materialistas ao pontosport bet brasilcausarsport bet brasilprópria destruição? O acúmulosport bet brasilmassa antropogênica é apenas uma medida da taxasport bet brasilaniquilação dos humanos? Ou a natureza vai preparar os humanos para lidar com esse problema?
Todas essas questões são altamente incertas.
Embora haja evidênciassport bet brasilque o materialismo é aprendido e influenciado pela cultura, alguns argumentam que a seleção natural pode ter predisposto nossa espécie ao desejosport bet brasilacumular coisas.
Nossos pertences podem nos oferecer uma sensaçãosport bet brasilsegurança e status que, sem dúvida, desempenhou um papel mais relevante no início da história humana.
De alguma forma, criar coisas novas se tornou uma palavra divina na psique humana coletiva. Está desagradavelmente presentesport bet brasiltodos os nossos empreendimentos, desde histórias antigas até laboratóriossport bet brasilpesquisa e desenvolvimento modernos.
"No princípio, Deus criou o céu e a Terra..." diz a história do Gênesis na Bíblia.
Os humanos foram condicionados a acreditar que criar algo novo é um propósito significativosport bet brasilvida — e a única maneirasport bet brasilpromover suas ambições. No entanto, esquecemossport bet brasilcolocar um limitesport bet brasiluso.
Os limites da ciência nunca foram tão evidentes ao tentar resolver esse enigma.
Depender apenassport bet brasilsoluções tecnológicas verdes é equivocado porque o foco ainda é baseadosport bet brasilcoisas novas e mais uso — e nãosport bet brasilmudar o estilosport bet brasilvida ou modelossport bet brasilnegócios que originaram esse problemasport bet brasilprimeiro lugar.
Mesmo que a gente consiga substituir todos os veículos movidos a combustíveis fósseis por equivalentes elétricos, por exemplo, as cidades já estão com dificuldadesport bet brasiltirar espaço dos carros nas ruas, e os veículos elétricos têm seu próprio impacto nos recursos mundiais devido aos materiais necessários para fabricá-los.
"O acúmulosport bet brasilmassa antropogênica também está relacionado ao desenvolvimento urbano, junto com suas implicações ambientais associadas, já testemunhadassport bet brasiltodo o mundo", diz Emily Elhacham, uma das autoras do estudo do Institutosport bet brasilCiências Weizmann.
"Espero que a conscientização promova uma mudançasport bet brasilcomportamento que permita encontrar um pontosport bet brasilequilíbrio melhor. Cada passo nessa direção terá um efeito positivo."
Veja a pegadasport bet brasilcarbonosport bet brasilnossos gadgets, da internet e dos sistemassport bet brasilsuporte. Ela é responsável por cercasport bet brasil3,7% das emissões globaissport bet brasilgases do efeito estufa — e a previsão ésport bet brasilque este percentual dobre até 2025.
É possível reduzir as emissões com um e-mail a menos ou evitar um compartilhamento desnecessáriosport bet brasilfotos nas redes sociais — pode parecer uma redução insignificante por partesport bet brasilum indivíduo, mas podemos somar bilhões dessas pequenas ações.
As grandes empresassport bet brasiltecnologia afirmam que estão se tornando verdes ou definindo metas para a neutralidadesport bet brasilcarbono, mas raramente incentivam as pessoas a gastar menos tempo nas redes sociais ou a comprar menos produtos.
Em vez disso, os modelossport bet brasilpublicidade e marketing transmitem mensagens poderosas que reforçam o lema: criar e consumir mais.
Esse materialismo selvagem irracional também está profundamente enraizado nas tradições e nos símbolos culturais. Nos Estados Unidos, o Diasport bet brasilAçãosport bet brasilGraças é seguido por outra celebração, a Black Friday.
Durante este ritual, longas filassport bet brasilconsumidores se formam nos shoppings, muitas vezes há quem saia machucado ou pisoteado — mas as pessoas estão convencidassport bet brasilque é um esforço que vale a pena.
Na era do Antropoceno, os humanos podem se sentir no direitosport bet brasildepositar esperança na tecnologia para consertar qualquer problema,sport bet brasilmodo que possam continuar a fazer o que estão fazendo.
Diante do acúmulosport bet brasilplástico no meio ambiente, por exemplo, um surtosport bet brasilinovação resultousport bet brasilcopossport bet brasilcafé biodegradáveis, sacolas ecológicas e canudos reutilizáveis.
Mas embora seja verdade que um modelosport bet brasilcrescimento sustentável que inclui nosso meio ambiente tenha um potencial muito maior para perseverar, precisamossport bet brasiluma abordagem diferente para a sustentabilidade que trate do nosso consumismo desenfreado.
A covid-19 nos lembrou como a civilização humana é frágil e despreparada quando se tratasport bet brasilcasos como uma pandemia.
Também nos ensinou que o comportamento humano pode ser modificado com pequenas ações, como usar máscara para mitigar a intensidade das tragédias globais.
A abordagem passiva da proliferação da massa antropogênica não se deve apenas à faltasport bet brasilconhecimento sobre seu impacto, mas,sport bet brasilgeral, também tem a ver com a tendência humanasport bet brasilrejeitar fatos que não se enquadram emsport bet brasilvisãosport bet brasilmundo.
O ser humano está naturalmente disposto a desconsiderar as questões que não desafiam seu cotidiano ou que diluemsport bet brasilconveniência.
Além disso, podem encontrar consolo no pensamentosport bet brasilque a natureza pode capacitar os organismos para sobreviver, não importa o que façamos.
É verdade que a evolução lenta e gradual, ao estilo Darwiniano, por meio da seleção natural é muitas vezes surpreendesport bet brasilcertos ambientes extremamente poluídos.
Em 2016, uma equipesport bet brasilcientistas no Japão encontrou uma cepasport bet brasilbactériasport bet brasiluma unidadesport bet brasilreciclagemsport bet brasilgarrafas capazsport bet brasildecompor e metabolizar plástico.
Por outro lado, esta descoberta mostra as maneiras sutis e poderosas pelas quais as ações humanas estão mudando a vida neste planeta.
A adaptação dos organismossport bet brasilresposta aos poluentes é um fenômeno complexo.
"No longo prazo, um aumento sustentado da massa antropogênica levaria à perdasport bet brasilhabitats por meiosport bet brasildeslocamento físico e alteraçãosport bet brasilhabitats, como contaminação por poluentes resultantes da produção e descartesport bet brasilmassa antropogênica", diz Alessandra Loria, bióloga da Universidade McGill, no Canadá, autora principal deste estudo.
A pesquisa indica que os efeitos negativos induzidos pela poluição geralmente pioram ao longosport bet brasilvárias gerações, embora o mecanismosport bet brasilenfrentamento variesport bet brasildiferentes espécies.
O rápido esgotamento dos recursos naturais e da biodiversidade não é uma corrida evolutiva normal à qual a natureza está acostumada.
Embora algumas espécies possam certamente se adaptar às mudanças que ocorremsport bet brasilnosso meio ambiente, os humanos não são mais uma mera espécie que segue a evoluçãosport bet brasilDarwin, mas uma força muito maior que veio para conduzir a evolução neste planeta.
Estudos mostram que, para a maioria das espécies, não se espera que a adaptação evolutiva seja suficientemente rápida para amortecer os efeitos das mudanças ambientais causadas pela atividade humana. E nossa própria espécie não será uma exceção.
Embora não esteja provado que iremos nos destruir, há indicações clarassport bet brasilque ignoramos os efeitos por nossa própria conta e risco.
Por exemplo, algumas das extinçõessport bet brasilmassa na história da Terra estão relacionadas à acidificação dos oceanos. Os oceanos absorvem cercasport bet brasil30% do dióxidosport bet brasilcarbono liberado na atmosfera, o que porsport bet brasilvez aumentasport bet brasilacidez.
Os oceanos podem estar se acidificando mais rápido hoje do que nos últimos 300 milhõessport bet brasilanos, sobretudosport bet brasildecorrência das atividades humanas.
"A vida humana será afetada negativamente por causa da perdasport bet brasilvários benefícios e serviços ecossistêmicos fornecidos pela diversidade biológica", diz Loria.
"Por exemplo, a poluição da água pode afetar os serviçossport bet brasilabastecimento, comosport bet brasilágua e alimentos, causando uma redução na diversidade alimentar e/ou nasport bet brasilqualidade e segurança. A degradação generalizada dos ecossistemas ameaça as condiçõessport bet brasilvida na Terra,sport bet brasilparticular a sobrevivência a longo prazo da nossa própria espécie."
Nosso impacto no planeta é muito mais profundo do que as pegadassport bet brasilcarbono ou o aquecimento global.
Ele aponta para um futurosport bet brasilque os efeitos da massa antropogênica vão assumir — se é que já não assumiram — a identidade da Terra esport bet brasilvida. Diante disso, os próprios humanos podem sair perdendo na corrida evolutiva.
Eliminar materiais como concreto ou plástico, ou substituí-los por alternativas não resolverá o problema fundamental das atitudes humanas e nosso apetite sem precedentes por mais.
É exatamente aqui que o materialismo pode se transformar facilmentesport bet brasilum conhecido desconhecido fatorsport bet brasilrisco para uma catástrofe global.
A infinidadesport bet brasilmaneiras pelas quais ele pode transformar este planetasport bet brasilum mundo mundano é algo que nossa civilização nunca vivenciou antes.
Na ausênciasport bet brasilum escudo evolutivo totalmente seguro, poderíamos dependersport bet brasilnossa inteligência para sobreviver.
No entanto, como afirma Abraham Loeb, professorsport bet brasilciências da Universidadesport bet brasilHarvard, nos EUA, e astrônomosport bet brasilbuscasport bet brasilcivilizações cósmicas mortas, "a marca da inteligência é a capacidadesport bet brasilpromover um futuro melhor".
"Se continuarmos a nos comportar dessa forma, podemos não sobreviver por muito tempo", diz ele.
"Por outro lado, nossas ações podem ser uma fontesport bet brasilorgulho para nossos descendentes se eles sustentarem uma civilização inteligente o suficiente para perdurar por muitos séculos."
A históriasport bet brasilBhasmasura na mitologia hindu oferece um paralelo sombrio do impacto do materialismo.
Devoto do deus Shiva, ele obtém uma bênçãosport bet brasilShiva, que concede a ele o podersport bet brasiltransformar qualquer umsport bet brasilcinzas com um simples toque na cabeça.
Logo após ganhar esta habilidade mágica, ele tenta testá-la no próprio Shiva. Shiva consegue escapar, reza a lenda.
Mas os humanos podem não ter sorte o suficiente para fugirsport bet brasilsuas próprias ações.
A menos que a gente adote uma visão diferente enraizada na redução do consumo, as chamas do nosso próprio materialismo podem consumir a nós mesmos e ao nosso planeta.
* Santhosh Mathew é professorsport bet brasilfísica e astronomia do Regis College,sport bet brasilBoston, e autorsport bet brasildois livros científicos.
sport bet brasil Leia a versão original sport bet brasil desta reportagem (em inglês) no site BBC Future sport bet brasil .
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