Por que as zebras têm listras? Os cientistas que tentam responder à antiga pergunta:bet7k grupo

Como e por que as zebras evoluíram para exibir listrasbet7k grupopreto e branco são perguntas que também testam os cientistas há bastante tempo. É possível listar pelo menos 18 hipóteses para isso, desde a função da camuflagem àbet7k grupoidentificação, como acontece com a impressão digital nos humanos.

Mas, também por um longo tempo, essas possibilidades foram apresentadas sem serem submetidas a testes rigorosos.

Preto com listras brancas?

As zebras, como os cavalos e asnos, fazem parte do gênero Equus.

As três espécies conhecidasbet7k grupozebras que vagam pelo leste e sul da África, com seus pelos escuros divididos por fios brancos e não pigmentados, são os únicos equídeos listrados. Os padrões e a intensidade das faixas variambet7k grupoacordo com a espécie e a localização.

Enquanto os cientistas ainda debatem as origens e funções exatas das listras, seus esforços recentes se concentrambet7k grupotrês possibilidades principais: elas seriam uma ferramenta contra picadasbet7k grupoinsetos; ou teriam funçãobet7k grupotermorregulação; ou ainda abet7k grupoproteção contra predadores.

Moscas que picam e sugam sangue são uma ameaça comum aos animais da África. As mutucas e tsé-tsé, entre outras, transmitem também doenças como a do sono, a peste equina africana e a influenza equina, potencialmente fatal.

O pelo fino da zebra não seria uma barreira tão eficaz contra as picadas dos insetos. Mas análises feitasbet7k grupomoscas tsé-tsé, por exemplo, não encontraram vestígiosbet7k gruposanguebet7k grupozebra.

Muitos estudos já mostraram que as moscas tendem a não pousarbet7k gruposuperfícies listradas. Evidências consistentes vierambet7k grupo2014 com um estudobet7k grupoCaro e colegas. Eles combinaram dados sobre clima, presençabet7k grupoleões e tamanhobet7k gruporebanhosbet7k grupozebras e relacionaram isso a informações sobre as listrasbet7k grupozebras na área.

As faixas eram mais pronunciadasbet7k grupoambientes que favorecem a presençabet7k grupomoscas,bet7k grupoacordo com Caro.

Este ano, a pesquisa realizada pela equipe dele na fazendabet7k grupoTerri Hill lançou avançou mais um passo. Os biólogos observaram moscasbet7k grupotornobet7k grupozebras e cavalos - alguns destes vestindo casacos pretos, outros brancos e listrados.

As moscas pairavambet7k grupozebras e cavalosbet7k grupoquantidades semelhantes, mas muito menos moscas pousavambet7k grupozebras - oubet7k grupocavalos com casacos listrados.

Ao tentar pousar nas listras, as moscas não desaceleravam como fariam chegando a uma superfície não listrada. É como se elas hesitassem e desistissem.

"Parece que elas não reconheciam essa superfíciebet7k grupopreto e branco como um bom pontobet7k grupoaterrissagem", explica o pesquisador da Universidade St. Andrews.

Caro diz quebet7k grupoequipe está trabalhando com "muitos dados ainda não publicados"bet7k grupovídeosbet7k grupomoscas chegando pertobet7k grupodiferentes padrõesbet7k gruposuperfícies.

E, na Universidadebet7k grupoPrinceton, EUA, o biólogo Daniel Rubenstein e seus colaboradores estão abordando a questão por meio da "visão da moscabet7k gruporealidade virtual".

Refresco

No entanto, outros pesquisadores que estudam zebras, como Alison Cobb, técnicabet7k grupolaboratório aposentada, e o zoólogo Stephen Cobb,bet7k grupoOxford, no Reino Unido, não estão convencidos pela explicação da blindagem contra parasitas.

Eles acreditam que as faixasbet7k grupozebra ajudam principalmente na termorregulação. Enquanto Alison reconhece as descobertasbet7k grupoCaro, ela acha que picadasbet7k grupoinsetos "parecem um efeito sem muita importância" para ter impulsionado a evolução das listrasbet7k grupozebra.

"Toda zebra deve evitar o aquecimento. Já as moscas aparecerãobet7k grupocertos lugares ebet7k grupodeterminadas épocas do ano, mas não são uma ameaça tão definitiva ou frequente quanto o superaquecimento", diz Cobb.

A ideia básica dos pesquisadores é abet7k grupoque as listras pretas absorveriam o calor e aqueceriam as zebras na manhã; já as listras brancas refletem mais a luz e, portanto, poderiam ajudar a refrescar os animais enquanto eles pastam por horas sob o sol escaldante. Essa lógica aparentemente simples é alvobet7k grupocontrovérsia entre cientistas.

Caro ebet7k grupoequipe encontraram apenas uma fraca sobreposição espacial entre padrõesbet7k grupofaixas das zebras e temperaturas altas.

Um ano depois, um estudobet7k grupomodelagem espacial com zebras-das-planícies, liderado por Brenda Larison, da Universidade da Califórnia, encontrou listras mais fortesbet7k grupoáreas mais quentes ou com luz solar mais intensa.

Até agora, as experiências também não trouxeram mais clareza. Um estudobet7k grupo2018 descobriu que a águabet7k grupobarris pintados com listras não esfriava mais que a nos barris sem listras.

Mas Rubenstein não está convencido - ele acha que esse experimento teve poucas amostras. Segundo ele, um estudobet7k grupoandamento conduzido porbet7k grupoequipe com um número maiorbet7k grupogarrafasbet7k grupoágua mostra que as faixas ajudam no resfriamento.

Citando informações ainda não publicadas, ele diz que, analisando as temperaturasbet7k grupodiversos animais, descobriu que as zebras são alguns graus mais "frias" que os animais não listrados.

Mas barris e garrafas não conseguem representar todas as partes do mecanismobet7k gruporesfriamentobet7k grupouma zebra - o que talvez torne esses estudos muito simples para explicar completamente o objetivo das listras das zebras.

Como cavalos e humanos, as zebras esfriam suando. A evaporação do suor remove muito calor, mas a evaporação deve ocorrer rapidamente, caso contrário o suor fica preso e faz o animal ficar dentrobet7k grupouma própria sauna. Por isso, os equídeos têm uma proteína chamada laterina que ajuda a espalhar o suor nas pontas dos pelos, aumentando a exposição ao ar e à evaporação.

No Journal of Natural History, os Cobbs relatarambet7k grupojunho que, nas horas mais quentes do dia, as listras pretas das zebras estavam consistentemente 12 a 15 ºC acima das listras brancas.

Eles propõem que a constante diferençabet7k grupotemperatura entre as faixas geraria uma espéciebet7k grupocirculaçãobet7k grupoar. Outro mecanismo descrito por eles foi a ereçãobet7k grupopelos pretos, que ajudariam a reter ou liberar o calor e suor.

Camuflagem?

Quanto à última hipótese, a das listras tendo a funçãobet7k grupoproteção contra predadores, Caro é cético.

Embet7k grupomonografiabet7k grupo2016, ele listou inúmeras evidências contrariando esta hipótese. Por exemplo, as zebras passam a maior parte do tempobet7k grupocampos abertos, onde suas listras são evidentes; e pouco tempo na floresta, onde elas poderiam servir como camuflagem. Além disso, a tendência delas ébet7k grupofugir da ameaça, e nãobet7k grupose esconder.

E os leões não têm demonstrado muitas dificuldadesbet7k grupocomer zebras.

Rubenstein, no entanto, ainda está testando esta hipótese, segundo ele a "mais difícil"bet7k grupoverificar entre todas.

Ele observa que estudos anteriores apenas testaram se as listras confundem os seres humanos, mas não os leões. Assim,bet7k grupoequipe está estudando como os leões atacam objetos listrados e não listrados.

Portanto, a dúvida sobre por que as zebras têm listras continua, e a resposta permanece inconclusiva. E não sem riscos - Stephen Cobb foi mordido no braço e internado duas vezes no hospital durante seus experimentos.

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