Cientistas criam curativo que pulsa para tratar sequelasesporte com icorações infartados:esporte com i
"No fim das contas, seus corações ficam tão fracos que não conseguem sustentar um fluxoesporte com isangue suficiente e simplesmente param por completo", explica Sanjay Sinha, cardiologista do Hospital Addenbrooke,esporte com iCambridge, no Reino Unido.
Nos próximos cinco anos, no entanto, a medicina regenerativa poderá oferecer uma nova alternativa radical: curativos para o coração, preparadosesporte com ilaboratório.
Diferentementeesporte com ialguns órgãos, como a pele e o fígado, o coração tem uma capacidade muito limitadaesporte com iregeneração. As células musculares cardíacas se replicam a uma taxaesporte com iapenas 0,5% ao ano, o que não é suficiente para reparar qualquer dano significativo.
As células mortas acabam sendo substituídas por camadas espessasesporte com itecido cicatrizado rígido e resistente, o que significa que essas partes do coração simplesmente deixamesporte com ifuncionar.
Atualmente, o transplante é a única opção para pacientes com insuficiência cardíaca. Mas, na ausênciaesporte com idoadoresesporte com inúmero suficiente, menosesporte com i400 procedimentos do tipo são realizados por ano no Brasil.
As células-tronco podem oferecer uma alternativa. Em ensaios clínicos, cientistas tentaram "recuperar a musculatura"esporte com icorações lesados injetando células-tronco individuais - do sangue ou da medula óssea do próprio paciente - diretamente no coração.
Embora essa abordagem tenha regenerado com sucesso os vasos sanguíneos comprometidos e melhorado, assim, o fluxoesporte com isangue para o coração, apresentou um benefício mínimoesporte com itermosesporte com iresolver o problema principal: fazer crescer novamente o músculo cardíaco perdido. Isso porque 95% das células-tronco injetadas não são incorporadas ao órgão e desaparecem imediatamente na corrente sanguínea.
Curativos
Mas,esporte com iparceria com uma equipeesporte com ibiólogos do Institutoesporte com iCélulas-Tronco da Universidadeesporte com iCambridge, Sinha está desenvolvendo uma solução ligeiramente diferente: curativos para "remendar" o coração. São retalhos minúsculosesporte com imúsculo cardíaco que pulsam - cada um com menosesporte com i2,5 centímetros quadradosesporte com iárea e meio centímetroesporte com iespessura - criadosesporte com ipequenas placas no laboratório.
Cultivados ao longoesporte com ium mês, os curativos são feitos a partiresporte com iamostrasesporte com icélulas do sangue, que são reprogramadas para a funçãoesporte com ium determinado tipoesporte com icélula-tronco (capazesporte com ise transformaresporte com iqualquer célula no corpo humano) - no caso,esporte com icélulas do músculo cardíaco, dos vasos sanguíneos e do epicárdio, membrana que envolve e dá forma ao coração.
Esses aglomeradosesporte com icélulas cardíacas são então cultivadosesporte com ium suporte especial, sendo organizados e alinhadosesporte com iuma estrutura semelhante à do tecido cardíaco verdadeiro.
"Acreditamos que esses curativos terão uma chance muito maioresporte com iserem naturalmente assimilados pelo coração do paciente, já que estamos criando um tecido totalmente funcional que já bate e se contrai através da combinaçãoesporte com itodos esses tipos diferentesesporte com icélulas que se comunicam entre si", explica Sinha.
"Sabemos que as células epicárdicas são particularmente importantes na coordenação do desenvolvimento adequado do músculo cardíaco. Pesquisas mostram que, nos embriões, ocorre muita interferência entre o epicárdio e o coração que está se desenvolvendo", acrescenta.
Sinha se prepara atualmente para testar os curativosesporte com icamundongos e,esporte com iseguida,esporte com iporcos. Se tudo der certo, o cardiologista pode estar pronto para realizar as primeiras experiênciasesporte com iseres humanosesporte com icinco anos.
Em busca da batida perfeita
E ele não está sozinho. Nos Estados Unidos, uma equipe formada por cientistas das universidadesesporte com iStanford, Duke e Wisconsin também está tentando desenvolver curativos cardíacos.
Assim como Sinha, os pesquisadores imaginam um procedimento que começaria pela identificação dos tecidos cardíacos lesados por meioesporte com iexamesesporte com iultra-sonografia e ressonância magnética. Com base no formato das cicatrizes, eles imprimiriam um curativo personalizadoesporte com i3D. Os cirurgiões abririam então a caixa torácica e costurariam o "remendo" diretamente no órgão,esporte com imaneira que fique conectado às veias e artérias existentes.
"Para pacientes com insuficiência cardíaca particularmente grave, serão necessários vários curativosesporte com idiversos lugares, pois o coração inteiro se dilata para tentar se adaptar ao dano", afirma Tim Kamp, professoresporte com ibiologia regenerativa da Universidadeesporte com iWisconsin.
"Ele mudaesporte com iforma, pode ter a aparênciaesporte com iuma bolaesporte com irúgbi,esporte com ibasquete ouesporte com ium grande balão."
Um dos principais desafios é integrar eletricamente o curativo ao coração, a fimesporte com igarantir que ambos pulsem sincronizados. Qualquer conexão elétrica defeituosa poderia resultaresporte com ium ritmo cardíaco anormal.
"Podemos colocar o curativo no coração com nossas ferramentas cirúrgicas, mas não podemos forçá-los (o órgão e o curativo) a se entender", diz Kamp.
"Esperamos que eles façam isso. Acreditamos que os sinais elétricos que passam como uma onda através do músculo cardíaco, dizendo para ele contrair, façam com que o curativo contraia na mesma proporção."
Procedimento mais barato
Se os desafios forem superados, Sinha afirma que eles poderão não apenas salvar vidas, mas também economizar dinheiro.
No Reino Unido, um transplante cardíaco custa cercaesporte com i£500 mil - algoesporte com itornoesporte com iR$ 2,5 milhões, incluindo os custos da internação hospitalar. Para os milharesesporte com ipacientes com insuficiência cardíaca que não conseguem um transplante, as despesas com cuidados médicos contínuos e repetidas internações podem ser ainda maiores. Já o valor estimado atualmente para um "curativo cardíaco" giraesporte com itornoesporte com i£70 mil - quase R$ 350 mil.
Além disso, os curativos são feitos a partir do sangue do próprio paciente, o que significa que eles não precisariam passar por algumas complicações associadas aos transplantes - como as altas dosesesporte com idrogas imunossupressoras para evitar a rejeição do órgão.
"Um coração ferido é um ambiente hostil, altamente inflamado,esporte com ique pode ser difícil para o novo tecido sobreviver", diz Kamp.
"A vantagem dos curativos cardíacos é que eles são customizados para o paciente, então é improvável que o coração os rejeite."
Segundo os pesquisadores, a tecnologia pode mudar a vidaesporte com imilhõesesporte com ipessoas ao redor do mundo.
"A insuficiência cardíaca pode muitas vezes incapacitar o indivíduo", diz Sinha.
"Você está sempre exausto, não consegue subir sequer um lanceesporte com iescadas. Mas, pela primeira vez, achamos que somos realmente capazesesporte com irecriar o tecido cardíaco vivo, que é idêntico ao do paciente, onde as células se comunicamesporte com imaneiras misteriosas e maravilhosas, trabalhando juntas como fazem no corpo."
"Se conseguirmos ajustar o procedimento nos próximos anos e garantir que seja completamente seguro, ele poderá ajudar essas pessoas a terem uma vida normal novamente."
esporte com i Leia a versão original desta reportagem esporte com i (em inglês) no site BBC Future esporte com i .