Como é trabalhar no lugar mais silencioso do mundo:rpc poker
Para efeitorpc pokercomparação, um sussurro humano tem cercarpc poker30 decibéis; uma respiração mederpc pokergeral 10 decibéis. A medição na câmara se aproxima do limite do possível sem criar-se um vácuo - o barulho produzido por moléculas do ar colidindo entre sirpc pokertemperatura ambiente é estimadorpc pokercercarpc poker-24 decibéis.
O limite da audição humana érpc pokermédiarpc pokerzero decibéis, mas o fatorpc pokernossos ouvidos não captarem não significa que o som não exista - o que explica, então, o fatorpc pokera medição chegar a níveis negativos.
'Experiência única'
Para Munroe, a experiência na câmara,rpc pokerportas fechadas, é algo "único".
"Quando você pararpc pokerrespirar, ouve seu coração bater e o sangue fluir nas veias. Você não consegue ficar com a porta fechada com frequência."
Foram necessários quase dois anos para projetar e construir a câmara, onde hoje Munroe erpc pokerequipe passam os dias testando produtos da Microsoft.
O espaço está no centrorpc pokerseis camadasrpc pokerconcreto, que ajudam a bloquear o som externo. É como uma sala dentrorpc pokeroutras salas, cada qual com 30 centímetrosrpc pokerespessura. Além disso, a câmara está sobre um sistema específicorpc pokerfundação, sem qualquer contato direto com o prédio ao redor.
Assim, se um avião decolasse do ladorpc pokerfora, quem estivesse dentro da câmara escutaria pouco maisrpc pokerum sussurro.
O espaço é um cuborpc poker6,36 mrpc pokercada direção. Cada umarpc pokersuas seis superfícies contém espuma isolante, para ajudar a prevenir ecos. E o chão é feitorpc pokercabosrpc pokeraço - os mesmos usados para segurar jatosrpc pokercaça quando pousamrpc pokerporta-aviões - trançados, por cima da espuma isolante.
"A câmara (anecoica)rpc pokersi está disponível comercialmente, então qualquer um pode comprá-la", explica Hundraj Gopal, engenheiro cuja equipe construiu o local. A da Microsoft, diz ele, se diferencia por ter cuidadorpc pokerdetalhes que pudessem inadvertidamente causar ruídos: "O segredo é o esforço que fizemos para isolar o sistemarpc pokersprinkler (contra incêndios), o suprimento especialrpc pokerar. Isso torna essa câmara única."
Antesrpc pokera câmararpc pokerGopal ser reconhecida pelo Livro Guinness dos Recordes, o títulorpc pokerlugar mais silencioso na Terra pertencia aos Laboratórios Orfield,rpc pokerMinneapolis, também nos EUA. O local tinha uma câmara anecoica com níveisrpc pokerruídorpc poker-9,4 decibéis.
Gopal diz que seu projeto não foi intencionalmente o mais silencioso do mundo. "Meu objetivo era ter um local com ao menos zero decibéis, que é o menor (nível) que a média dos humanos consegue escutar."
'Não aguentam ficar lá dentro'
Você talvez ache que um lugar tão quieto proporcione calma e paz. Mas, para a maioria dos visitantes, não é nada disso. Em geral, pessoas que entram na câmara da Microsoft costumam achar a experiência muito desconfortável.
"Algumas pessoas querem sair depoisrpc pokerapenas alguns segundos (dentro do local)", diz Gopal. "Elas não aguentam. Incomoda quase todo o mundo. Dá para ouvir a pessoa respirando do outro lado da sala, os estômagos se movendo. Uma pequena parcela das pessoas sente tontura."
Parece uma reação estranha, considerando que a maioriarpc pokernós está semprerpc pokerbuscarpc pokerum respiro dos ruídos aos quais somos expostos diariamente. Mas o psicólogo Peter Suedfeld, que estuda privação sensorial na Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá), compara a experiência na câmara anecoica a umarpc pokerum quarto escuro.
"Estamos acostumados a todos os sons produzirem um pequeno eco ao nosso redor", ele explica. "Nessas câmaras, só há sons mortos."
Ausentes os sons externos, torna-se possível escutar até as juntas dos ossos se moverem.
Apesar da estranheza, Gopal diz que há quem goste: "Algumas pessoasrpc pokerfato acham (a experiência) meditativa, relaxante. Mas o máximo que eu vi alguém ficar lá dentro é uma hora, e isso foi para arrecadar dinheiro para caridade. Acho que passar muito tempo lá dentro érpc pokerenlouquecer. Cada vez que você engole, faz um barulho muito alto."
De olho nas vibrações
Para Munroe, esse silêncio tem muita utilidade: seu trabalho na Microsoft é buscar minúsculas vibrações produzidasrpc pokerplacasrpc pokercircuito eletrônico durante a passagemrpc pokercorrentes. Essas vibrações podem tornar os computadores barulhentos.
"Tentamos descobrir onde, na placa, está o barulho e que estratégias podemos usar para mitigá-lo", explica o engenheiro.
Munroe faz também uma varredurarpc pokeroutras partes do computador que possam produzir ruídos, como o ventilador ou a fonterpc pokerenergia. E o trabalho vai além: harmonizar os sons dos diferentes componentes do computador.
"Observamos o barulho dos teclados", diz Munroe. "Conseguir que eles soemrpc pokeruma determinada forma é algo crítico. Fazemos experimentos com diferentes tiposrpc pokermateriais para as teclas, tudo para obter a sensação e o som correto do teclado."
Alto-falantes e microfones também são colocados à prova ali,rpc pokerbuscarpc pokereventuais distorções ou erros nas frequências que produzem ou captam.
Recentemente, a câmara passou a ser usada ainda no testerpc pokernovidades, como o assistenterpc pokerInteligência Artificial da Microsoft, Cortana, e as tecnologias que tentam replicar sons tridimensionais para o aparelhorpc pokerrealidade virtual HoloLens.
A equiperpc pokerMunroe recebe diversos pedidosrpc pokerestudiosos que querem usar a câmara para pesquisas biomédicas - uma delas, que envolve o estudo da esquizofrenia, quer verificar se privação sensorialrpc pokercurto prazo pode resultarrpc pokerepisódios psicóticos temporários ou alucinações.
Gopal relutarpc pokerpermitir. Ele acha que submeter pacientes a ambientes tão incomuns talvez requeira algum tiporpc pokerautorização judicial. E diz que a alta demanda da Microsoft para testar seus equipamentos deixa pouco tempo livre na câmara.
Sob uma perspectiva mais pessoal, porém, Gopal e Munroe acham que o poder da câmara pode ser percebido ao sair dela, depoisrpc pokerum tempo lá dentro.
"Quando você abre a porta (e sai), é quase como se uma cachoeirarpc pokersons batesse nos ouvidos", diz Munroe. "É como pisarrpc pokerum mundo diferente. Você ouve coisas que normalmente não perceberia. Te dá uma nova perspectiva."