Por que nosso leite materno é parecido ao da zebra - apesarbone vaidebetvivermosbone vaidebetambientes tão distintos?:bone vaidebet
Composição variada
Todos os mamíferos são capazesbone vaidebetproduzir leite, do ornitorrinco ao canguru e às espécies que se reproduzem mais rapidamente e vivembone vaidebetclãs, como coelhos, macacos e golfinhos.
Mas como cada espécie tem necessidades distintas e vivebone vaidebetambientes distintos, seus leites são também muito diferentes entre si. Eles contêm ingredientes semelhantes, masbone vaidebetdistintas proporções.
A foca-de-crista, por exemplo, vive nas águas gélidas do Atlântico Norte. Quando uma fêmea dá à luz, seus filhotes precisam rapidamente formar uma camada internabone vaidebetgordura para conseguir sobreviver. Isso explica o fatobone vaidebetseu leite conter 61%bone vaidebetgordura e apenas 5%bone vaidebetproteínas e 1%bone vaidebetaçúcares.
Como essas focas dão à luz sobre lâminasbone vaidebetgelo para evitar o riscobone vaidebetserem pegas por ursos polares, elas têm pouquíssimo tempo para parir e alimentar seus filhotes. Nos primeiros quatro diasbone vaidebetvidabone vaidebetcada cria, a mãe-foca precisa transferir para cada um até 7 quilosbone vaidebetgordura por dia.
Já animais terrestres, quebone vaidebetgeral dispõembone vaidebetespaço ebone vaidebetum longo períodobone vaidebettempo para nutrir seus filhotes, tendem a amamentar durante muitas semanas ou meses. As mães oferecem um serviçobone vaidebet"demanda livre" ao filhote, que mama quando tem fome. Assim, os nutrientes são fornecidosbone vaidebetpequenas doses. Por isso, o leitebone vaidebetrinocerontes-negros contém apenas 0,2%bone vaidebetgordura, e o leitebone vaidebetgorilas apresenta 1,5% dessa substância.
Mulheres e zebras
O leite materno humano ficabone vaidebetum ponto mediano entre esses dois extremos. E, assim, como obone vaidebettodas as espécies, trata-sebone vaidebetum equilíbrio entre as necessidades nutricionais da mãe e as do bebê.
Recém-nascidos humanos exigem um período longobone vaidebetcuidados após o nascimento. Isso significa que suas mães produzem um leite mais diluído. Se o leite materno fosse tão ricobone vaidebetgordura quanto o da foca-de-crista, as mães não teriam energia suficiente para o restobone vaidebetsuas atividades.
O leite humano contém apenas 4%bone vaidebetgordura, 1,3%bone vaidebetproteínas e 7,2%bone vaidebetlactose. Cercabone vaidebet90% do líquido é água.
Segundo as antropólogas Katie Hinde e Lauren Milligan, da Universidadebone vaidebetHarvard e da Universidadebone vaidebetBerkeley, um animal selvagem totalmente diferentebone vaidebetnós produz um leite bastante semelhante ao humano, com 2,2%bone vaidebetgordura, 1,6%bone vaidebetproteínas e 7%bone vaidebetlactose. Trata-se da zebra.
Os dois leites se caracterizam pelo alto conteúdobone vaidebetágua e pela baixa densidade energética, com a maior parte das calorias vinda dos açúcares do que da gordura. Ainda assim, as duas espécies são separadas por 95 milhõesbone vaidebetanosbone vaidebetevolução.
Desafios da sobrevivência
É possível que a evolução tenha feito o ser humano produzir um leite mais diluído por causa da taxabone vaidebetdesenvolvimento extremamente lentabone vaidebetnossos bebês. Já a zebra evoluiubone vaidebetum ambiente muito seco e árido. Ao oferecerem mais água a seus filhotes, as mães zebras os ajudam a tirar partido dos benefícios da transpiração.
Nossos leites podem ser parecidos do pontobone vaidebetvista nutricional, mas evoluírambone vaidebetacordo com diferentes conjuntosbone vaidebetdesafiosbone vaidebetsobrevivência.
Para entender melhor a evolução do leite, a bióloga Amy Skibiel, da Universidade Auburn, nos Estados Unidos, analisou a composição do alimentobone vaidebet130 mamíferos diferentes.
Ela descobriu, por exemplo, que espécies relacionadas entre si têm mais chancesbone vaidebetter leites parecidos.
Além disso, outro bom indicador da composição do leite é o tempo que uma espécie passa amamentando. Enquanto a foca-de-crista amamenta por apenas quatro dias, golfinhos-nariz-de-garrafa o fazem ao longobone vaidebet18 meses.
Outro indicador é a própria alimentação da mãe: mamíferos carnívoros, como os tigres, têm mais gordura e proteínabone vaidebetseus leitesbone vaidebetcomparação aos que se alimentam essencialmentebone vaidebetfolhas, como girafas e gazelas.
De soro a alimento
É possível que o leite tenha surgido há 160 milhõesbone vaidebetanos. E, apesarbone vaidebetsua importância na nutriçãobone vaidebetrecém-nascidos, estudiosos destacam que as duas principais teorias para a função inicial do alimento apontam que não há nada relacionado à nutrição.
Uma das hipóteses é abone vaidebetque o leite tenha surgido como um meiobone vaidebetincrementar o sistema imunológico dos bebês. Os anticorpos transmitidosbone vaidebetmãe para filho podem ajudar o pequeno a se protegerbone vaidebetagentes infecciosos a que a mãe está exposta e que podem ser uma ameaça à vida dos mais novos.
A outra tese é abone vaidebetque o leite surgiu nos mamíferos ovíparos - como o ornitorrinco - como uma substância usada para manter a umidade da casca dos ovos onde o embrião se desenvolve.
Os bebês ornitorrincos se alimentam desse leite materno, mas,bone vaidebetvezbone vaidebetsugarbone vaidebetmamilos, eles lambem o líquido contidobone vaidebetglândulas sudoríparas modificadas.
Portanto, seja qual for o motivo pelo qual o leite evoluiu, é graças a um mamífero colocadorbone vaidebetovos e que viveu há 160 milhõesbone vaidebetanos, chamado synapisda, que nós hoje podemos crescer fortes e saudáveis na primeira infância.
Isso sem falar nas invenções que fazem a delíciabone vaidebetnosso paladar durante toda a vida, como a manteiga, o iogurte, os queijos e o sorvete.
bone vaidebet Leia a versão original desta reportagem bone vaidebet (em inglês) no site da BBC Future bone vaidebet .