Como o 'rebaixado' Plutão está dando lições sobre o Sistema Solar:roletas personalizadas

Plutão

Crédito, NASA

Legenda da foto, Plutão foi descobertoroletas personalizadas1930, mas perdeu o statusroletas personalizadasplanetaroletas personalizadas2006

roletas personalizadas Em julhoroletas personalizadas2015, 85 anos depois da descoberta do nono e último planeta orbitando o Sol, a humanidade pela primeira vez pôde ver Plutãoroletas personalizadasperto. Finalmente o pequeno e longínquo mundo gelado era a estrela do show.

Com o tamanhoroletas personalizadasum pequeno pianoroletas personalizadascauda, a sonda New Horizons, da Nasa, aproximava-seroletas personalizadasseu destino depoisroletas personalizadasuma viagemroletas personalizadasnove anos e 5 bilhõesroletas personalizadasquilômetros. Singrando o espaço a 50 mil km/h, a sonda enviou para a Terra imagens espetaculares e repletasroletas personalizadasdetalhes.

Em 14roletas personalizadasjulho, a New Horizons chegou a 12.500 kmroletas personalizadasPlutão, a menor distância que qualquer objeto humano alcançou até hoje. E revelou mais do que a missão esperava encontrar, a começar pelas paisagens fantásticas com tons avermelhados,roletas personalizadasvezroletas personalizadasapenas o gélido cinza.

"Todos pensávamos que (o planeta) seria interessante e esperávamos que fosse diverso. Mas todas as expectativas foram superadas", diz Bill McKinnon, cientista planetário da Washington University,roletas personalizadasSt. Louis (EUA) e um dos integrantes da missão New Horizons.

A sonda já transformou o conhecimento da ciência sobre Plutão e a região conhecida como Sistema Solar Exterior, localizada após o cinturãoroletas personalizadasasteroides entre Marte e Júpiter. Os recantos mais remotos poderão ajudar os cientistas a encontrar mais pistasroletas personalizadascomo o Sistema Solar se formou. "Nós estamos indo aonde nenhum homem foi antes", celebra McKinnon.

Superfícieroletas personalizadasPlutão

Crédito, NASA

Legenda da foto, Fotos da New Horizons mostram um possível vulcão gelado na superfícieroletas personalizadasPlutão

Ainda no início da décadaroletas personalizadas90, astrônomos começaram a desconfiarroletas personalizadasque Plutão não estava sozinho. E descobriram que o Sistema Solar Exterior estava repletoroletas personalizadasum "enxame"roletas personalizadaspequenos objetos congelados, que foi batizadoroletas personalizadasCinturãoroletas personalizadasKuiper, uma espécieroletas personalizadasanel gelado além da órbitaroletas personalizadasNetuno.

Em 2005, foi encontrado Eris. Um objeto maior que Plutão e que desafiou seu statusroletas personalizadasplaneta. Plutão, então, poderia ser apenas mais um elemento do Cinturãoroletas personalizadasKuiper, e não parte do grupo principalroletas personalizadasplanetas. Depoisroletas personalizadasintenso debate, Plutão foi rebaixado, no ano seguinte, à categoriaroletas personalizadasplaneta-anão.

Houve quem lamentasse a demoção, mas a nova classificação foi resultadoroletas personalizadasum entendimento mais profundo do Sistema Solar Exterior. Em vezroletas personalizadasum mundo isolado e na periferia, Plutão passou a ser considerado como o começoroletas personalizadasalgo novo: um exemplarroletas personalizadasuma possível coleçãoroletas personalizadasnovos mundos.

Essa visão já tinha entusiasmado a Nasa mesmo antes da decisãoroletas personalizadasrebaixar Plutão, por sinal, já que a New Horizons foi lançadaroletas personalizadasjaneiroroletas personalizadas2006.

Sondas já tinham visitado todos os outros planetas do Sistema Solar, então a New Horizons poderia preencher uma lacuna na exploração espacial. Mas apesarroletas personalizadastoda a experiênciaroletas personalizadasencontro com mundos alienígenas, os cientistas não conseguiam imaginar o que encontrariamroletas personalizadasPlutão. Passado maisroletas personalizadasum ano desde o encontro com o planeta-anão, a New Horizons já enviou 80% dos dados captados, com o restante esperado para o mêsroletas personalizadasoutubro.

Os cientistas passam seu tempo peneirando esse manancialroletas personalizadasinformação. E estão convencidosroletas personalizadasque se trataroletas personalizadasum mundoroletas personalizadasvariedade e complexidade impressionantes.

Silhuetaroletas personalizadasPlutão

Crédito, NASA

Legenda da foto, Planeta-anão fica a quase 6 bilhõesroletas personalizadasquilômetros do sol e é extremamente difícilroletas personalizadasser observado

"Sabíamos que seria estranho e diferenteroletas personalizadastudo o que conhecíamos", diz Mike Brown, astrônomo da Universidade da Califórnia e um dos descobridoresroletas personalizadasEris. "Só não sabíamos o quanto".

Plutão fica longe, muito longe. Enquanto a luz solar demora apenas oito minutos para chegar à Terra, a viagem para Plutão éroletas personalizadasmaisroletas personalizadascinco horas. E mesmo assim pouca luz chega até lá: o Sol tem brilho 1.500 vezes menor do que o visto do nosso planeta. Isso faz com que Plutão também seja muito frio: a temperatura média éroletas personalizadas230 graus negativos. Uma superfície tão frígida deveria ser congelada e dormente.

Astrônomos, porém, já sabiam que a superfícieroletas personalizadasPlutão tinha algum tiporoletas personalizadasatividade. O planeta-anão tem variações violentasroletas personalizadastemperatura, causando mudanças emroletas personalizadassuperfície eroletas personalizadasfina atmosfera.

Mas a New Horizons encontrou uma superfície que superava tudo o que se havia imaginado. Grande parte daquele formatoroletas personalizadascoração que se destaca nas famosas fotosroletas personalizadasPlutão é na verdade uma grande geleira, a maior do Sistema Solar - formada por uma vasta quantidaderoletas personalizadasnitrogênio congelado.

Além disso, os cientistas agora suspeitam que duas das mais altas montanhas do planeta-anão, os Montes Wright e Piccard, podem até ser vulcânicas, cuspindo formas congeladasroletas personalizadaságua, metano, nitrogênio e outros.

Modelo do sistema solar

Crédito, NASA

Legenda da foto, Modelo da NASA mostra o ainda misterioso Cinturãoroletas personalizadasKuiper, que pode conter novos planetas

Diferentementeroletas personalizadasoutros vulcões gelados do Sistema Solar, como os encontradosroletas personalizadasGanimedes (uma das luasroletas personalizadasJúpiter) e na lua saturninaroletas personalizadasEnceladus, os vulcõesroletas personalizadasPlutão são verdadeiras formações montanhosas e mais parecidos com os da Terra. Só que Plutão tem pelo menos uma semelhança intrigante com as luas mencionadas anteriormente: possui um oceano debaixoroletas personalizadassua camada gelada.

A teoria é que, pouco depoisroletas personalizadasPlutão ter sido formado, elementos radioativosroletas personalizadasseu núcleo podem ter derretido um pouco do geloroletas personalizadasvolta.

Essa água deveria ter congeladoroletas personalizadasnovo, mas análises feitas por computador sugerem que deveria ter formado um tiporoletas personalizadasgelo mais denso e "encolhido" o planeta, deixando como rastros falhas geológicas na superfície. Só que a New Horizons não encontrou nenhum sinal delas.

Muito da evidência ainda é circunstancial. Para ter certeza sobre o oceano, por exemplo, será preciso enviar outra espaçonave a Plutão para estudar do alto o interior do planeta-anão, algo que não deverá acontecer tão cedo. Mas a possibilidaderoletas personalizadasexistência desse oceano sugere ainda que outros objetos do Cinturãoroletas personalizadasKuiper também possam tê-los. E isso dará muito mais pistas sobre a formação do Sistema Solar quando novas missões, como a do Grande Telescópio Sinótico, previsto para entrarroletas personalizadasoperaçãoroletas personalizadas2023, começarem a explorar outras regiõesroletas personalizadasKuiper.

Detalheroletas personalizadasuma das planícies geladasroletas personalizadasPlutão

Crédito, NASA

Legenda da foto, Detalheroletas personalizadasuma das planícies geladasroletas personalizadasPlutão

A visita da New Horizons a Plutão foi curta, mas a missão continua. Em 1ºroletas personalizadasjaneiroroletas personalizadas2019, a sonda passará por um objeto bem menor do cinturão, chamado MU69. Por ser bem menor que o planeta-anão, MU69 dificilmente terá geleiras ou vulcões, mas promete conter mais secretos sobre o Cinturãoroletas personalizadasKuiper e o Sistema Solar.

"Tivemos uma viagem fantástica até os confins do Sistema Solar, mas ainda não terminamos. Plutão pode até ser o último dos planetas mais clássicos, mas ainda há muito o que explorar", finaliza McKinnon.

roletas personalizadas Leia a versão original roletas personalizadas dessa reportagem (em inglês) no site BBC Earth.