Como assistiremos a filmes daqui a 20 anos?:

Homem usa óculosrealidade virtual

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A realidade virtual vai permitir que os espectadores possam ter experiências totalmente personalizadas no cinema, dizem especialistas

Em resumo: estamos nos estágios iniciaisuma nova revolução cinematográfica.

Uma sérietecnologiasrápido desenvolvimento oferece um potencial incrível para o futuro dos filmes - como a ascensão da realidade aumentada (AR, da siglainglês), inteligência artificial e a capacidade cada vez maiorcomputadorescriar mundos digitais detalhados.

Como serão os filmes daqui a 20 anos? E como as histórias cinematográficas do futuro diferem das experiências disponíveis hoje?

Mulheres com equipamentorealidade virtual

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os especialistas dizem que no futuro os espectadores poderão assistir ao que está sendo contado e depois poder vivenciar aquilo

Experiência pessoal

De acordo com o guru da realidade virtual e artista Chris Milk, os filmes do futuro oferecerão experiências imersivas sob medida.

Eles serão capazes"criar uma históriatempo real que é só para você, que satisfaça exclusivamente a você e o que você gosta ou não", diz ele à BBC Culture.

Milk prefere termos como "story living" (algo como vivendo a história,inglês), ou seja, à nomenclatura padrão, como "storytelling" (contando a história,inglês). Ele acredita que experiências cinematográficas evoluirão para sentirmos como se fossem algo "tão natural e real como um dia emvida, mas com as características surpreendentes do tipohistórias excitantes" com as quais estamos acostumados que nos contem.

Milk deu uma palestra marcante2015, no evento TED, sobre o potencial artístico da realidade virtual. Ele acredita que os avanços na tecnologiainteligência artificial permitirão que personagens criados por computador respondam ao públicotempo real.

Homem com óculosrealidade virtualcenaO Passageiro do Futuro

Crédito, Alamy

Legenda da foto, O cinema ainda não produziu coisas com a tecnologia alucinante exibidafilmes como O Passageiro do Futuro,1992

Imagine uma versão muito mais avançada da Siri, a assistente virtual do Iphone da Apple - mas representada como um personagem dentrouma experiência narrativa.

Milk reconhece que "a tecnologia ainda não existe totalmente" para um personageminteligência artificial que possa conversar e responder como se também fosse humano. Mas, afirma: "Não acho que estamos 20 anos distante disso".

Experiência volumétrica

A influente documentarista, jornalista e empresária Nonnyla Peña - que tem sido descrita como "a madrinha da realidade virtual" pelo jornal The Wall Street Journal - diz que a primeira palavra que vem à mente quando ela pensa sobre o futuro do meio é "volumétrica", promovendo uma comparação gritante com as telas bidimensionaishoje.

No futuro,acordo comla Peña, a mídia plana ainda estará conosco, assim como o rádio. Mas não há como o cinema continuar plano.

"Em vez disso, teremos experiências volumétricas totalmente incorporadas, percorridasescalasala, porque as audiências mais jovens estão chegando e estão acostumadas a ter experiências incorporadas... Eles vão querer ter seus pontosvista, educação e tudo maisuma forma incorporada", fala.

O diretor Eugene Chung

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Legenda da foto, O diretor Eugene Chung,Allumette, longa aclamado feito com realidade virtual, diz que no futuro os espectadores terão as histórias a seu redor

Uma cópia virtual do mundo

Eugene Chung dirigiu o filme aclamado pela crítica Allumette, inspiradoA Pequena VendedoraFósforos,Hans Christian Andersen. O filme foi descrito como uma "obra-prima" e o cineasta foi comparado ao pioneiro cineasta norte-americano DW Griffith.

Situadouma cidade futurista flutuando nas nuvens, a produção usa a tecnologia chamada "seis grausliberdade" (ou "6Dof"), que permite que os espectadores caminhem fisicamente pelo mundo. Chung acredita que no futuro a realidade vitual se tornará cada vez mais misturada com o AR Cloud, que é essencialmente uma cópia digital do mundo.

Nonnyla Peña fotografada com óculosrealidade virtual no festivalSundance2012

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Legenda da foto, Nonnyla Peña, aqui fotografada no festivalSundance2012, tem sido chamadamadrinha da realidade virtual

"Penseuma versão sobrecarregada do Google Earth", diz ele, "onde você não está apenas tomando ruas, está copiando o mundo inteiro. Teremos isso misturado com uma tecnologia realmente sofisticarealidade virtual, que já é muito impressionante hoje."

Chung diz que no futuro haverá "histórias ao seu redor". Por exemplo, "você pode estar acordando e ao ladosua cama pode estar uma mesa na qual você pode ter um personagem que goste. Há filmes que apontam para isso, como 'Her' (de Spike Jonze)."

Uma arte da consciência

Lynette Wallworth, vencedora do Emmy e diretora das experiênciasrealidade virtual Collisions e Awavena, diz que as experiências narrativas do futuro, por meio da realidade virtual, serão capazesoferecer novas maneirasexplorar a diversidade neural.

"Teremos a capacidadeexperimentar aspectoscomo alguém com autismo, por exemplo, experimenta o mundo", diz ela. "Níveisdiferença podem ser revelados por meio dos sentidosrealidade virtual que não são possíveisoutras formasarte."

Wallworth também prevê que as tecnologiasrealidade virtual e realidade aumentada expandirão o alcance do filme tradicional,parte por meioóculos ou equipamentos que permitirão aos espectadores alternarem entre assistir a momentos e depois experimentá-los imersivamente.

O artista e guru da realidade vitual Chris Milk

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Legenda da foto, O artista Chris Milk, guru da realidade virtual, diz que os filmes do futuro oferecerão experiências imersivas sob medida.

"Se você pensar sobre issorelação a assistir à Mad Max: Estrada da Fúria,George Miller, por exemplo, você pode ver o filme tradicional com óculosVR que permitem ver a tela do cinema e alternar os modos", diz. "Então você agora está sentado ao ladoFuriosa na cabineseu caminhão, enquanto ela dirige precipitadamente pela paisagem do deserto à toda velocidade."

Com a tecnologiarealidade virtual avançando a um ritmo acelerado, as possibilidades, para usar uma expressão clichê, são infinitas.

Descrevendo a realidade virtual como "perigosa" porque os cineastas que operam neste espaço exercem menos controle do queexperiências não interativas, Steven Spielberg advertiu2016 que o reino virtual "dá ao espectador muita latitude para não tomar a direção dos contadoreshistórias, mas fazer suas próprias escolhas."

Muitos considerariam esse tipofuturo - onde os espectadores terão a capacidademoldar as narrativas que eles experimentam - como positivo, e não negativo.

Os espectadores que podem fazer suas próprias escolhas concordam com a previsãoHeiligque "o cinema do futuro não será mais uma arte visual, mas uma arte da consciência". A diferença, talvez, entre "contar histórias" e "viver histórias".

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