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7 palavras japonesas que podem nos ajudar a ter serenidade:
A serenidade permeia muitas das expressões, seja derivada da necessidadeaceitar questões que estão além do nosso controle outratar com respeito o próximo.
O artista sul-africano David Buchler - que escreveu breves ensaios para o livro - vive no Japão há sete anos.
"Quando converso com pessoasjaponês, presto muita atenção no que estou dizendo, nos meus gestos eser educado, penso nos efeitos das minhas palavras (no interlocutor)", explicou ele à BBC Culture.
O livro cobre tópicos abrangentes, incluindo "harmonia", "gratidão" e "tempo" - mas não é um dicionário abstrato. Em vez disso, Fujimoto abre as portas para uma cultura que muitas vezes pode parecer distante para quem éfora.
Sobre shibui, que "remete à beleza revelada pela passagem do tempo", ela escreve:
"Inserindo-seuma estéticacalma - cores suaves e brilho moderado -, esta palavra nos lembraapreciar aquilo que melhora com a idade. Há um encanto na maturidade, e as experiênciasvida marcam seus objetos com uma expressão agradável. Você pode observar o shibui na cor das folhas das árvores no início do inverno, ouuma xícarachá antigacima da mesa".
É uma filosofia que encontra um público receptivo: o programa da guru japonesa da arrumação Marie Kondo, por exemplo, é um sucesso no Netflix - ela ensina a desapegarobjetos que não despertam mais "alegria"você. Um estilovida que levou ao aumentodoações a instituiçõescaridade no Reino Unido desde o lançamento do programa.
Ao mesmo tempo, o movimento mindfulness (atenção plena) do século 21 oferece aplicativosmeditação para praticar quando estamos a caminho do trabalho, preparando o jantar ou fazendo compras no supermercado.
"Aprender a língua me acalmou muito - a maneira como eu me aproximo das coisas é mais benéfica para mim", diz Buchler.
Ele escolhe a expressão mono-no aware ou "a natureza efêmera da beleza".
"É basicamente sobre estar consternado e apreciar a transitoriedade - e também sobre a relação entre a vida e a morte. No Japão, há quatro estações muito distintas e você realmente se torna consciente da vida, da mortalidade e da transitoriedade. Você se torna conscientecomo esses momentos são significativos."
O livro destaca o quanto o climaum país afeta seu vocabulário.
"As condiçõesvida no Japão pré-moderno eram duras… as pessoas tiveram que aprender a conviver com isso - você não pode ficar sempre ressentidorelação ao que a natureza pode trazer. Em vezficarem chateados ou tentarem resistir, eles descobriram uma maneira sábiaapreciar e lidar com o que eles têm", diz Fujimoto.
"Eu me lembrotufões destruindo as plantações eum grande terremoto que tirou milharesvidas no meu distrito", escreve Fujimoto emintrodução.
"É assim que os japoneses desenvolveram seu estilovida: vivendoharmonia com a natureza, uma filosofia que se encontra no coração do xintoísmo, a antiga espiritualidade indígena do povo japonês… Esse sistemacrenças evolui para uma maneira unicamente japonesaapreciar a beleza hoje."
Fujimoto reconhece que existem certos "elementos essenciaisbeleza, como simetria, composição, juventude e vivacidade" - mas argumenta:
"Nós costumamos ser atraídos por essas qualidades 'positivas', enquanto atributos opostos, como a feiura, a imperfeição, a idade e a morte são consideradas desagradáveis no mundo ocidental."
"A estética tradicional japonesa é, inversamente, fundada na verdade inegável da natureza; tudo na natureza é transitório; nada dura e nada é perfeito. Há belezatodos os variados aspectos da vida, do nascimento à morte, da imperfeição à perfeição, da feiura à elegância."
O livro ressalta o benefício que a compreensãodeterminadas palavrasidiomas diferentes pode trazer: podemos ver o mundoduas maneiras diferentes, mantendo ambos os pontosvista simultaneamente.
"Se você simplesmente mudar a sintonia, poderá ver mais beleza no mundo", diz Fujimoto.
"Apenas uma pequena mudançamentalidade ou perspectiva: estamos rodeadostantas coisas boas que não percebemos ou apreciamos."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture .
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