Por que achamos algumas pessoas chatas mesmo antesrobo para apostas futebolconhecê-las:robo para apostas futebol
As pessoas julgam com severidade aqueles que preenchem os estereótiposrobo para apostas futebol"chato" e os consideram menos competentes e simpáticos que a média das pessoas. Elas chegam a afastar-se injustamente deles nas interações sociais — antes mesmo que eles abram a boca.
"Eles são marginalizados", afirma Wijnand van Tilburg, psicólogo especializadorobo para apostas futebolexperimentos sociais da Universidaderobo para apostas futebolEssex, no Reino Unido, que conduziu a pesquisa recente.
Essas descobertas podem fazer com que todos nós reanalisemos nossas conjecturas antesrobo para apostas futebolconhecermos Bárbararobo para apostas futeboluma reunião social.
Quando iniciamos um encontro com expectativas indevidamente negativas, podemos perder uma conversa que talvez acabasse sendo agradável, enquanto uma mente mais aberta poderia fazer florescer uma amizade. E a pesquisa também oferece algumas dicas para melhorar a primeira impressão causada por nós mesmos.
Pesquisa surpreendente
A pesquisarobo para apostas futebolvan Tilburg é sustentada por maisrobo para apostas futebolduas décadasrobo para apostas futebolinteresse científico pelas experiências com pessoas chatas. Ela demonstrou que esta é uma das nossas experiências mais torturantes e traz influências profundas e surpreendentes sobre o nosso comportamento.
Em 2014, por exemplo, pesquisadores da Universidade da Virgíniarobo para apostas futebolCharlottesville, nos Estados Unidos, pediram aos participantesrobo para apostas futebolum estudo que passassem 15 minutosrobo para apostas futeboluma sala com pouca mobília. Os participantes estavam sem seus telefones celulares, computadores e materialrobo para apostas futebolleitura, mas havia um aparelho que dava um pequeno choque elétrico a quem pressionasse um botão.
Apesar da óbvia dor causada pelo aparelho, 18 dos 42 participantes decidiram testá-lo pelo menos uma vez para quebrar o tédio. Parece que qualquer estímulo, mesmo o desconforto físico deliberado, era melhor que não ter nenhuma interação com o ambiente.
Você pode se perguntar se essa reação era específica para o ambiente do experimento, mas ela já foi reproduzidarobo para apostas futeboloutras situações. Em um estudo posterior, os participantes foram forçados a assistir a um filme monótono que exibia uma mesma cenarobo para apostas futebol85 segundos, repetida por uma hora - e muitos participantes preferiram brincar com um aparelho que gerava um choque elétrico desconfortável, quando tiveram a oportunidade.
Esses comportamentos podem parecer bizarros. Mas, segundo James Danckert, professorrobo para apostas futebolneurociência cognitiva da Universidaderobo para apostas futebolWaterloo, no Canadá, esses estudos apenas demonstram como o tédio pode ser poderoso para nos forçar a buscar novos estímulos - o que pode ter enormes efeitos benéficos para o nosso dia a dia.
Segundo ele, ao longo da vida, precisamos escolher constantemente entre esgotar a situação existente ou explorar outras oportunidades. E, depoisrobo para apostas futeboladotarmos o mesmo comportamento por muito tempo sem a recompensa correspondente, o tédio nos força a mudarrobo para apostas futebolatividade, para não ficarmos presos naquela rotina.
A pesquisarobo para apostas futebolDanckert demonstra que os sentimentosrobo para apostas futeboltédio são especialmente angustiantes quando somos conscientemente lembrados das outras possíveis fontesrobo para apostas futebolestímulo que poderíamos estar explorando. As pessoas acham muito mais difícil, por exemplo, sentar-serobo para apostas futeboluma sala sem fazer nada, se estiverem olhando para um quebra-cabeça não terminado ou uma mesa com Lego sem permissão para tocá-los.
Isso pode explicar por que é insuportável ficar preso com uma pessoa chatarobo para apostas futeboluma festarobo para apostas futebolmeio a conversas animadas à nossa volta. Enquanto somos obrigados a ouvir os mínimos detalhes do emprego do nosso novo conhecido, estamos perdendo a chancerobo para apostas futebolfazer conexões sociais mais profundas com alguém que seria muito mais ajustado à nossa personalidade.
Em termos psicológicos, nós percebemos o "custorobo para apostas futeboloportunidade" daquela conversa.
O estereótipo do chato
A angústia causada pelo tédio nos faz evitar naturalmente interações que não sejam gratificantes.
Ocorre que, infelizmente, os seres humanos têm a irritante tendênciarobo para apostas futebolpré-julgar injustamente as pessoas com baserobo para apostas futebolinformações incompletas. Por isso, muitas vezes, nós decidimos que alguém é chato antes mesmo que ele tenha tido a chancerobo para apostas futeboldespertar nosso interesse.
Em uma sérierobo para apostas futebolestudos publicados no iníciorobo para apostas futebol2022, van Tilburg propôs-se a identificar as características que ativam esse estereótipo. E essas descobertas podem nos oferecer um motivo para refletir sempre que percebermos que estamos pré-julgando a personalidaderobo para apostas futebolalguma pessoa.
Em conjunto com Eric Igou, da Universidaderobo para apostas futebolLimerick, na Irlanda, e Mehr Panjwani, da London School of Economics and Politics, van Tilburg começou pedindo a um gruporobo para apostas futebol115 moradores dos Estados Unidos que descrevessem as qualidades mais tipicamente associadas a pessoas chatas.
A partir dessas respostas iniciais, a equipe criou listasrobo para apostas futebol45 características pessoais, 28 profissões e 19 hobbies. Os pesquisadores pediram então a outro grupo, com maisrobo para apostas futebol300 pessoas, que avaliasse cada um dos itens relacionadosrobo para apostas futeboluma escalarobo para apostas futebol1 (não é chato) a 7 (extremamente chato). Os resultados foram extremamente reveladores.
Os participantes do estudorobo para apostas futebolvan Tilburg indicaram que digitadores, contadores e fiscaisrobo para apostas futebolimpostos eram considerados os profissionais mais chatos. Os hobbies considerados chatos incluíam ir à igreja, ver televisão e dormir.
Em termosrobo para apostas futebolpersonalidade, os chatos foram considerados restritos a um pequeno conjuntorobo para apostas futebolassuntosrobo para apostas futebolinteresse, pessoas sem sensorobo para apostas futebolhumor ou com fortes opiniões sobre qualquer assunto. Também se pensava nos chatos como pessoas que reclamam excessivamente, queixando-serobo para apostas futeboltudo.
A equipe também queria entender as consequências desses estereótipos, incluindo seu potencialrobo para apostas futebolcriar isolamento social. Para isso, eles criaram diversos cenários baseados nas características pesquisadas nos estudos anteriores.
Um desses cenários foi a descrição do personagem "Brian", que trabalhava como digitadorrobo para apostas futebolum escritóriorobo para apostas futebolcontabilidade e cujo principal passatempo era ver televisão — um retrato que coincidia perfeitamente com o estereótipo do chato. Por outro lado, havia "Paul", um artista fictício que trabalhava para um jornal local, gostavarobo para apostas futebolcorrer, ler e praticar jardinagem,robo para apostas futeboluma combinaçãorobo para apostas futeboldetalhes pessoais geralmente considerados muito menos chatos.
A equipe questionou então aos participantes o quanto eles gostariamrobo para apostas futebolconhecer cada personagem e se eles tentariam evitar encontrá-los ou falar com eles. E chegou a perguntar quanto dinheiro os participantes precisariam receber para passar uma semanarobo para apostas futebolsuas vidas com aquela pessoa.
Como seria esperado, os personagens que atenderam aos critérios do estereótipo do chato não foram tratados com gentileza. De forma geral, as pessoas eram muito menos dispostas a conhecer Brian do que Paul. E, para compensar o tédio por um períodorobo para apostas futeboltempo prolongado, os participantes responderam que precisariamrobo para apostas futebolcercarobo para apostas futeboltrês vezes mais dinheiro.
"Eles realmente desejavam ser compensados por ficar com essas pessoas, o que indica que existe algum tiporobo para apostas futebolcusto psicológico", segundo van Tilburg.
Se você levarrobo para apostas futebolconta os estudos que demonstram que as pessoas preferem sentir dorrobo para apostas futebolvezrobo para apostas futeboltédio, faz sentido que você preciserobo para apostas futebolalguma recompensa para fazer valer a pena o desconforto e todas as outras experiências mais interessantes que você poderia estar perdendo.
Como ser interessante
Todos nós podemos aprender com essa pesquisa.
Sua premissa impensadarobo para apostas futebolque pessoas com certas profissões ou hobbies são inerentemente chatas poderá evitar que você forme conexões profundas e significativas. E, se você estiver procurando um parceiro, seus preconceitos podem impedir que você conheça alguém que poderia ser o amor darobo para apostas futebolvida.
Você pode encontrar interesse e amizade onde menos espera, simplesmente tendo a mente um pouco mais aberta.
E a pesquisarobo para apostas futebolvan Tilburg é ainda pior se, por acaso, você próprio se enquadrarrobo para apostas futebolalguma dessas situações. Mas, felizmente, ele tem algumas dicas que poderão ajudar os possíveis Brians a evitar julgamentos cruéis.
A primeira orientação é examinar se você pode redefinir a descrição darobo para apostas futebolprofissão. Analistarobo para apostas futeboldados, à primeira vista, pode parecer uma profissão chata — mas talvez você esteja contribuindo para um esforço maior, como pesquisas científicas.
Geralmente, os cientistas são considerados muito menos chatos que os que trabalham com dados. Por isso, enfatizar o elemento científico do seu trabalho poderá ajudá-lo a afastar o preconceito das pessoas.
Se isso não for possível, você pode abrir-se sobre arobo para apostas futebolvida particular. Lembre-serobo para apostas futebolque os chatos,robo para apostas futebolforma geral, são considerados pessoas com mentes fechadas e poucas paixões.
Quase todas as pessoas gostamrobo para apostas futeboltelevisão e, se você relacionar a TV como seu único passatempo, você inevitavelmente irá parecer uma pessoa comum.
Quais são suas paixões mais específicas? Atividades como jardinagem, escrever, pescar e costurar são consideradas relativamente positivas. E, quanto mais exemplos você der, maior será a chancerobo para apostas futebolencontrar algorobo para apostas futebolcomum com a outra pessoa. "Acho que é importante mostrar uma sérierobo para apostas futebolatividades", segundo van Tilburg.
Por fim, você poderá estudar a arterobo para apostas futebolconversar. Assuntos como o seu trabalho ou passatempos terão muito pouca importância se você não conseguir criar um diálogo significativo.
"Os chatos falam muito, mas têm muito pouco a dizer", afirma van Tilburg. Tenha a liberdaderobo para apostas futebolexpressar suas próprias opiniões, mas assegure-serobo para apostas futeboltambém dar à outra pessoa a mesma oportunidaderobo para apostas futebolse expressar — e faça muitas perguntas para extrair o que há dentro da outra pessoa. Com o tempo, o seu novo conhecido poderá esquecer todos os seus preconceitos.
E, se nada disso funcionar, não leve tanto para o lado pessoal. Van Tilburg indica que as pessoas são muito mais propensas a aplicar estereótipos negativos a outras pessoas quando se sentem ameaçadas. Ao julgar você injustamente pelo seu trabalho ou hobbies, a pessoa pode estar apenas escondendo suas próprias inseguranças.
A chatice, como a beleza, está na menterobo para apostas futebolquem observa.
* David Robson é escritorrobo para apostas futebolciências premiado e autor do livro O efeito da expectativa: como o seu pensamento pode transformar arobo para apostas futebolvida (em tradução livre do inglês), publicado no iníciorobo para apostas futebol2022 no Reino Unido pela editora Canongate e, nos EUA, pela Henry Holt. Sua conta no Twitter é @d_a_robson.
Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Worklife.
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