Por que a incerteza confunde tanto nossos cérebros:blazers com jogo

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Em ambos os cenários — eblazers com jogomuitos outros — um sentimentoblazers com jogoincerteza pode trazer um desconforto agudo.

Para algumas pessoas, uma incapacidade geralblazers com jogoprocessar situações ambíguas pode até alimentar transtornosblazers com jogoansiedade crônicos.

"A incerteza pode intensificar o quão ameaçadora uma situação parece", diz Ema Tanovic, psicóloga do Boston Consulting Group na Filadélfia (EUA), que também pesquisou as consequências da incerteza na Universidadeblazers com jogoYale.

Os cientistas, incluindo Tanovic, estão fazendo agora grandes avanços na tentativablazers com jogoexplicar por que a incerteza pode ser tão dolorosa e estabelecer as consequênciasblazers com jogocadeia para nossa tomadablazers com jogodecisão e comportamento.

Ao compreender esses mecanismos, podemos aprender a aliviar esses sentimentos — e talvez até mesmo prosperar diante do medo do desconhecido.

Desconhecidos conhecidos

Nosso conhecimento dos efeitos da incerteza no cérebro e no corpo vemblazers com jogouma sérieblazers com jogoestudos ligeiramente sádicos.

Em um experimento típico, os participantes são ligados a eletrodos, capazesblazers com jogoaplicar um choque elétrico inofensivo, mas ligeiramente doloroso, na pele, enquanto os pesquisadores medem as respostas fisiológicas que tendem a se correlacionar com o estresse — como o suor da pele ou mudanças no tamanho da pupila.

Em estudo após estudo, os pesquisadores descobriram que qualquer elementoblazers com jogoimprevisibilidade aumenta significativamente o desconforto das pessoas, apesarblazers com jogonão haver nenhuma diferença objetiva na intensidade do choque.

Os participantes apresentam um estresse maior se houver 50%blazers com jogochanceblazers com jogolevar um choque, por exemplo,blazers com jogocomparação com situaçõesblazers com jogoque há 100%blazers com jogocertezablazers com jogoque o choque será dado.

"Se pensarmosblazers com jogotermos puramente racionais, isso não faz sentido: uma chanceblazers com jogo50%blazers com jogolevar um choque deveria provocar metade da ansiedadeblazers com jogouma chanceblazers com jogo100% se tudo com o que nos importamos é a ameaçablazers com jogosi", diz Tanovic.

"Mas não é assim que nossas mentes funcionam."

E não é apenas a incertezablazers com jogouma ameaça que causa desconforto: também relutamosblazers com jogonos colocarblazers com jogosituações potencialmente lucrativas se elas envolverem um elementoblazers com jogoimprevisibilidade.

Tanovic recentemente pediu aos participantes para jogarem um jogo chamado "Uncertain Waiting Tasks" ("Tarefasblazers com jogoEspera Incertas",blazers com jogotradução literal).

Não é necessário muita habilidade — ao longoblazers com jogovárias provas, os participantes têm a chanceblazers com jogoganhar algum dinheiro.

O resultadoblazers com jogocada etapa é puramente aleatório, mas os participantes têm a opçãoblazers com jogosaber o resultado imediatamente,blazers com jogovezblazers com jogoesperar alguns segundos até descobrir.

Mas o conhecimento imediato vem acompanhado por uma penalidade: o prêmio será menor.

Apesarblazers com jogoser a opção mais racional, apenas 37% dos participantes optaram por aguardarblazers com jogocada prova.

O restante estava disposto a sofrer uma perda financeira para evitar a ansiedade da esperablazers com jogoum estadoblazers com jogoincerteza.

Tanovic diz que muitas situações cotidianas provocam o mesmo tipoblazers com jogoreação.

"As pessoas podem se esforçar muito para reduzir a incerteza e a ansiedade que vem com ela, como ligar repetidamente para um ente querido para ter certezablazers com jogoque está bem, enviar mensagensblazers com jogotexto para um crush incessantemente quando não respondem, atualizar compulsivamente a caixablazers com jogoentrada quando está esperando retorno sobre uma entrevista", diz ela.

"Às vezes funciona, e o comportamento resolve a incerteza, mas essas ações geralmente podem custar caroblazers com jogotermosblazers com jogotempo, esforço e efeito nos relacionamentos."

Os neurocientistas começaram a monitorar a atividade cerebral por trás desse tipoblazers com jogotomadablazers com jogodecisão.

As pesquisas ainda estãoblazers com jogoandamento, mas os resultados até agora oferecem algumas pistas da resposta neural à incerteza.

Parece haver uma atividade maior na amígdala, por exemplo, o que pode refletir um estadoblazers com jogo"hipervigilância",blazers com jogomodo que estamos mais alertas para riscos potenciais.

A incerteza também parece acionar a ínsula anterior, que está envolvida na ponderação das consequênciasblazers com jogoum evento particular e que pode ampliar as estimativas do cérebro do dano potencial.

Nossas reações à incerteza podem ter feito sentido na evolução.

O cérebro está constantemente tentando prever o que acontecerá a seguir, permitindo que prepare o corpo e a mente da maneira mais eficaz possível.

Em situações incertas, esse planejamento é muito mais difícil — e se você estiver enfrentando um predador ou inimigo humano, a resposta errada pode ser mortal.

Como resultado, pode valer a pena pecar pelo excessoblazers com jogocautela — seja evitando a incerteza por completo ou colocando o cérebro e o corpoblazers com jogoum estadoblazers com jogoalerta pronto para responder a uma situaçãoblazers com jogomudança.

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Legenda da foto, Se colocarblazers com jogouma situaçãoblazers com jogoincerteza pode ser assustador, mas existem abordagens comportamentais que podem ajudar a diminuir a ansiedade

"Tratar as incógnitas como ameaças potenciais teria sido adaptativo, desde que a ansiedade associada não comprometesse [atividades essenciais], como buscar comida e abrigo, ou selecionar companheiros", explica Nicholas Carleton, professorblazers com jogopsicologia da Universidadeblazers com jogoRegina, no Canadá.

Na opinião dele, o "desconhecido" representa um dos "medos fundamentais" da humanidade — talvez até mais importante para nosso comportamento do que nosso medo da morte.

Uma questãoblazers com jogointerpretação

Apesar dessa base evolutiva comum para nossos medos do desconhecido, as pessoas podem variar muitoblazers com jogorelação a suas percepções da incerteza. Isso pode moldar as respostas e suas consequências para a saúde e o bem-estarblazers com jogoalguém.

Psicólogos como Carleton medem essas atitudes usando a escalablazers com jogo"intolerância à incerteza".

Para ter uma ideiablazers com jogoqual seria ablazers com jogopontuação, classifique as seguintes afirmaçõesblazers com jogo1 (nada característico) a 5 (muito característico):

- Acontecimentos imprevistos me perturbam muito;

- Fico frustrado por não ter todas as informaçõesblazers com jogoque preciso;

- Devo ser capazblazers com jogoorganizar tudo com antecedência;

e

- Quando chega a horablazers com jogoagir, a incerteza me paralisa;

- A menor dúvida pode me impedirblazers com jogoagir.

Pessoas com uma alta pontuaçãoblazers com jogointolerância à incerteza tendem a apresentar respostasblazers com jogoestresse acentuado a situações incertas.

Curiosamente, elas também tendem a ter dificuldadeblazers com jogo"esquecer" os medos, uma vez que a segurança tenha sido estabelecida.

Nesses experimentosblazers com jogochoque elétrico, por exemplo, os participantes podem vir a associar algum sinal — como uma imagem ou som específico — com a sensaçãoblazers com jogodor.

Depoisblazers com jogoum tempo, no entanto, os pesquisadores simplesmente paramblazers com jogoaplicar o choque.

Com o tempo, a maioria das pessoas deixaráblazers com jogoapresentar estresse elevado quando se depararem com aquele sinal.

Mas aqueles com alta intolerância à incerteza precisamblazers com jogomuito mais exposição ao sinal, agora inofensivo, do que pessoas com baixa intolerância à incerteza.

"Eles apresentam dificuldadeblazers com jogoatualizar as antigas associaçõesblazers com jogoameaças para novas associaçõesblazers com jogosegurança", diz Jayne Morriss, pesquisadora da Universidadeblazers com jogoReading, no Reino Unido, que conduziu muitos desses estudos.

Essa pode ser uma das razões pelas quais a alta intolerância à incerteza aumenta muito a vulnerabilidadeblazers com jogoalguém a uma variedadeblazers com jogotranstornosblazers com jogoansiedade e depressão, já que os medos perduram por muito tempo depois que a ameaça potencial passou.

A incapacidadeblazers com jogoprocessar o desconhecido também pode aumentar a ruminação — outro fator conhecido que contribui para muitas doenças mentais — à medida que a mente percorre todos os resultados possíveis da situaçãoblazers com jogoquestão.

"Na maioria dos casos, a incerteza parece ser um elemento central da ansiedade", diz Carleton.

Carleton e Morriss destacam que muitas psicoterapias existentes podem aumentar a tolerância das pessoas à incerteza.

A Terapia Cognitivo-Comportamental, por exemplo, pode ensinar as pessoas a pararblazers com jogo'catastrofizar' os pensamentos que podem ser desencadeados por um evento imprevisível e questionarblazers com jogocapacidadeblazers com jogolidar com a incerteza.

Algumas pessoas podem presumir que simplesmente não são capazesblazers com jogofuncionar sem resolver todas as incógnitas, sentindo-se paralisadas sempre que as coisas não saem exatamente como o planejado.

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Legenda da foto, Em muitos casos, a sensaçãoblazers com jogoincerteza pode trazer desconforto agudo e até mesmo desencadear transtornoblazers com jogoansiedade

Mas, com um incentivo gentil para sairblazers com jogosua zonablazers com jogoconforto, elas podem descobrir que os sentimentos não são tão ruins quanto receiam e que uma pequena quantidadeblazers com jogocaosblazers com jogosuas vidas pode até oferecer uma oportunidadeblazers com jogoaprendizado e crescimento.

No trabalho, por exemplo, você pode se voluntariar para assumir uma tarefa com a qual não é familiarizado — e ver se consegue administrar muito melhor do que pensa, apesarblazers com jogosuas dúvidas.

Quer você sofra ou nãoblazers com jogoum distúrbio clínico, pode valer a pena lembrar que as tentativasblazers com jogoprever o futuro costumam ser totalmente fúteis.

"Quando nos preocupamos, pensamos nos possíveis resultadosblazers com jogouma situação incerta na tentativablazers com jogonos prepararblazers com jogoalguma forma", diz Tanovic.

"Na realidade, a preocupação não reduz a incerteza que enfrentamos e,blazers com jogovez disso, nos deixa mais ansiosos."

Como os antigos estóicos nos ensinaram, nos sairíamos muito melhor aceitando nossa incapacidadeblazers com jogocontrolar a situação.

Em alguns casos, podemos até ser capazesblazers com jogoreconhecer que a incerteza pode ser uma fonteblazers com jogoemoção.

Podemos não gostar do desconforto na hora, mas, fazendo uma retrospectiva, geralmente é o elemento surpresa que torna nosso sucesso ainda melhor.

A vida seria muito monótona, no fim das contas, se o resultadoblazers com jogocada evento fosse conhecidoblazers com jogoantemão — e, aprendendo a reconhecer esse fato, podemos estar mais bem equipados para passar por esses momentos inquietantesblazers com jogolimbo emocional.

blazers com jogo Leia a versão original blazers com jogo desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life blazers com jogo .

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