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Poliamor: relações não convencionais se multiplicam e lutam pelo reconhecimento da Justiça:1xbet 3
Jenkins e seu primeiro parceiro, Alan, ambos médicos, haviam discutido a possibilidade1xbet 3um relacionamento mais aberto durante anos, antes1xbet 3conhecer Jeremy1xbet 32012.
Embora Jeremy, um tratador1xbet 3zoológico que trabalha para salvar espécies ameaçadas1xbet 3extinção, não se interessasse inicialmente por poliamor, ele conheceu o casal como amigo e "todos ficaram à vontade com a ideia — simplesmente rolou uma química boa", diz Jenkins.
Eles formaram uma família, mas quando tomaram a decisão1xbet 3ter filhos, apareceram os obstáculos.
Além do fato1xbet 3que cada um tinha que ter seu próprio advogado envolvido nos contratos1xbet 3barriga1xbet 3aluguel e1xbet 3doação1xbet 3óvulos para gerar o primeiro filho (uma mulher serviu1xbet 3barriga1xbet 3aluguel, e outra doou os óvulos), eles ainda tinham que convencer o juiz1xbet 3que todos os três deveriam ser legalmente reconhecidos como pais da criança.
Jenkins conta que a juíza que recebeu o caso "entendeu a situação e queria nos ajudar", mas como era1xbet 3primeira instância " não tinha permissão para abrir precedentes".
Até então, homens1xbet 3relacionamentos a três jamais haviam obtido direitos conjuntos1xbet 3paternidade1xbet 3uma criança na Califórnia, ou possivelmente1xbet 3qualquer lugar dos Estados Unidos.
Mas os três defenderam1xbet 3posição, cada um explicando "por que era tão importante e necessário que tivéssemos [nossos nomes] na certidão1xbet 3nascimento", relembra Jenkins.
A justiça acabou concedendo aos três os direitos parentais1xbet 3relação ao primeiro filho, nascido1xbet 32017, e Jenkins acabou escrevendo um livro sobre a jornada deles chamado Three Dads and a Baby: Adventures in Modern Parenting, publicado1xbet 391xbet 3março nos Estados Unidos.
Embora ainda seja raro para pessoas1xbet 3relacionamentos poliamorosos compartilharem legalmente a paternidade dos filhos, várias formas1xbet 3'relações éticas não-monogâmicas' — que envolvem mais1xbet 3dois adultos1xbet 3forma consensual — têm se tornado cada vez mais comuns na última década.
Diversos fatores contribuem para isso, desde o surgimento1xbet 3aplicativos1xbet 3relacionamento para múltiplos parceiros até a maior representatividade na mídia e nas redes sociais, além do acesso mais fácil para os interessados nesse estilo1xbet 3vida.
"Acho que um fator importante é a vontade das pessoas1xbet 3serem abertas (a essa possibilidade)", diz Jenkins. "Precisa haver visibilidade."
Essas mudanças culturais, no entanto, remetem aos defensores do amor livre na década1xbet 31960, que trabalharam duro para ampliar nossas fronteiras sexuais ao redor do mundo.
E as mudanças continuam a acontecer por causa1xbet 3pessoas como Jenkins e seus companheiros, cujas histórias ajudam a quebrar tabus1xbet 3longa data sobre ter múltiplos parceiros.
'Não é algo novo': a história da não-monogamia
Em 2016, uma pesquisa feita com quase 9 mil adultos solteiros nos Estados Unidos mostrou que um1xbet 3cada cinco já havia tido um relacionamento consensualmente não-monogâmico.
Um estudo canadense apresentou basicamente os mesmos números um ano depois.
"Outra coisa que vimos na última década é que as buscas no Google pelos termos 'poliamor' e 'relações abertas' aumentaram, o que demonstra que há mais interesse neste tópico", diz Justin Lehmiller, psicólogo social e pesquisador do Instituto Kinsey para Pesquisa1xbet 3Sexo, Gênero e Reprodução da Universidade1xbet 3Indiana, nos Estados Unidos.
Mas as pessoas têm se envolvido nesse tipo1xbet 3relacionamento "há muito tempo", ele acrescenta. "Não é algo novo."
Era uma novidade1xbet 31969, no entanto, quando Dossie Easton, coautora do livro The Ethical Slut (1977)1xbet 3parceria com Janet Hardy, tomou a decisão então "bastante incomum" 1xbet 3que "nunca seria monogâmica novamente" depois1xbet 3ter saído1xbet 3um relacionamento ruim.
Em 1973, ela se juntou a um grupo chamado San Francisco Sex Information (que ainda existe) e se viu1xbet 3meio a uma comunidade1xbet 3pessoas que exploravam estilos1xbet 3vida sexuais abertos. "Eu precisava fazer parte do avanço desse mundo", diz ela.
Easton, agora com 77 anos, vinha falando sobre a não-monogamia ética há anos, até que ela e Hardy ministraram uma oficina1xbet 3BDSM (sigla1xbet 3inglês para submissão, dominação, sadismo e masoquismo) durante uma conferência1xbet 31994 nos arredores1xbet 3San Francisco.
Embora o público não tenha ficado escandalizado com o BDSM, ficou chocado que Easton e Hardy, que namoravam na época, tivessem apresentado a oficina bem na frente do parceiro masculino1xbet 3Easton.
Isso levou a dupla a escrever o livro, que aborda como manter relacionamentos saudáveis não-monogâmicos. Ainda é uma leitura um tanto obrigatória para pessoas interessadas nesse estilo1xbet 3vida. "A cada ano, vende mais", diz Easton.
Nas últimas décadas, ela viajou para "encontros1xbet 3poliamor" no Reino Unido, Alemanha, Holanda e Austrália. Em Berlim, conheceu Claudia Zinser,1xbet 357 anos, que começou a "viver o poliamor abertamente há cerca1xbet 325 anos", revela a própria.
Zinser aconselha pessoas1xbet 3relacionamentos poliamorosos há uma década — e testemunhou a abertura1xbet 3relação a esse estilo1xbet 3vida crescer, sobretudo entre jovens urbanos.
"A mídia, incluindo as redes sociais, promoveu o assunto... então não é mais algo desconhecido ou tabu", diz ela. "Talvez até esteja na moda."
O 'empurrão' dos aplicativos
Os relacionamentos éticos não-monogâmicos não tiveram uma trajetória puramente ascendente.
Lehmiller lembra que a epidemia1xbet 3HIV, vírus causador da Aids, das décadas1xbet 31980 e 1990 fez com que as pesquisas sobre não-monogamia consensual diminuíssem, uma vez que fazer sexo com vários parceiros passou a ser visto como menos seguro.
"O renascimento da pesquisa nessa área começou por volta1xbet 32010", explica Lehmiller. "Na última década, realmente vimos uma explosão."
A atual quase inclusão da não-monogamia ética, diz ele, aconteceu tanto por causa da pesquisa acadêmica que chegou até o público, por meio1xbet 3centros1xbet 3educação e mídia, quanto pela representação dessas relações na TV.
As representações mais recentes vão além da série Amor Imenso, da HBO, ou Sister Wives, do TLC, que mostram famílias mórmons com um marido e várias esposas, para retratar a diversidade1xbet 3relações múltiplas existentes.
Unicornland,1xbet 3Lucy Gillespie,1xbet 3que uma mulher que acaba1xbet 3ficar solteira sai com vários casais diferentes; e You Me Her,1xbet 3que um casal se apaixona junto por outra mulher, são exemplos fortes.
"A internet e os aplicativos1xbet 3relacionamento mais inclusivos também desempenharam um papel nessa mudança1xbet 3atitude", afirma Lehmiller.
Vários aplicativos voltados para a não-monogamia tornam mais fácil encontrar outras pessoas que buscam relacionamentos com vários parceiros ou experiências sexuais.
No Feeld, um aplicativo voltado para relacionamentos múltiplos, 60% dos casais estão à procura1xbet 3uma terceira pessoa, diz um porta-voz da empresa.
E não é apenas sexo que eles buscam. Uma pesquisa que ouviu 640 usuários dos EUA e do Reino Unido do aplicativo 3Fun, voltado para aventuras a três, mostrou que cerca1xbet 343% das pessoas que procuram sexo a três também buscam relacionamentos a três.
Com esses aplicativos, "há mais opções para se conhecer e se conectar", afirma Lehmiller, "não é mais tanto uma cena underground como era no passado".
Foi por meio do Feeld que Janie Frank,1xbet 325 anos, conheceu seus dois parceiros, Maggie Odell,1xbet 327, e Cody Coppola,1xbet 331,1xbet 32016.
Ela começou a usar o aplicativo no início daquele ano porque, embora só tivesse saído com homens anteriormente, tinha percebido que também gostava1xbet 3mulheres.
"Eu estava muito nervosa1xbet 3relação a namorar uma mulher pela primeira vez", conta Frank.
"Decidi que a maneira que eu iria contornar isso seria namorando casais, para ir me acostumando, então eu sairia com um homem e uma mulher ao mesmo tempo."
Olhando para trás, Frank acha essa lógica "estranha e engraçada", mas fez com que ela saísse com vários casais antes1xbet 3conhecer Odell e Coppola. "E (me apresentou a) todo esse estilo1xbet 3vida que eu não sabia que existia", diz ela
"Conversando com as pessoas no aplicativo... comecei a perceber que existe toda uma comunidade1xbet 3pessoas que são eticamente não-monogâmicas."
Hoje, Frank e Odell têm perfis no TikTok com algumas centenas1xbet 3milhares1xbet 3seguidores. "Nós usamos para tentar falar sobre poliamor, conscientizar as pessoas sobre isso, para normalizar e educar as pessoas sobre... como pode ser", explica Frank.
Algumas pessoas eticamente não-monogâmicas entram1xbet 3contato com elas para agradecer pela representatividade.
Outras, menos familiarizadas com o estilo1xbet 3vida, comentam que estão contentes por aprender sobre poliamor com os vídeos que elas postam.
"Nunca tinha ouvido falar disso antes", escrevem algumas.
A lei está sendo atualizada?
O aumento1xbet 3relacionamentos éticos não-monogâmicos está levando ao reconhecimento jurídico — além do reconhecimento à paternidade obtido por Jenkins e seus companheiros.
Em julho1xbet 32020, o conselho municipal1xbet 3Somerville, no Estado americano1xbet 3Massachusetts, votou unanimemente pelo reconhecimento1xbet 3parcerias domésticas poliamorosas. A cidade1xbet 3Cambridge, que faz fronteira com Somerville, fez o mesmo recentemente.
E isso não está acontecendo apenas nos Estados Unidos. Em 2018, dois homens e uma mulher1xbet 3um relacionamento poliamoroso foram reconhecidos legalmente como pais do filho1xbet 3Newfoundland, no Canadá.
No ano anterior, três homens1xbet 3um relacionamento1xbet 3Medellín, na Colômbia, se casaram legalmente.
Esses movimentos geograficamente dispersos1xbet 3direção à normalização da não-monogamia ética podem ajudar a desencadear um movimento mais global.
Zinser,1xbet 3Berlim, acredita que o estímulo a encontros e comunidades online, provocado pela pandemia1xbet 3covid-19, vai reforçar as "redes globais" para aqueles que praticam a não-monogamia ética.
A disseminação1xbet 3informações sobre a não-monogamia, por1xbet 3vez, "dará às pessoas mais opções para criar o tipo1xbet 3relacionamento certo para elas", avalia Lehmiller.
Mas, apesar dessas mudanças, as pessoas1xbet 3relacionamentos não-monogâmicos e queer ainda lutam contra o estigma.
Frank diz que ela e seus parceiros já receberam uma correspondência anônima1xbet 3ódio. E, há um ano, Jenkins conta que os alunos da faculdade que frequentou ainda entoavam um canto homofóbico1xbet 3partidas1xbet 3futebol.
Em San Diego, no entanto, Jenkins afirma que ele e seus companheiros não enfrentam discriminação — foi principalmente por isso que ele e Alan decidiram se mudar para lá.
Depois que o livro1xbet 3Jenkins foi lançado, os colegas do hospital1xbet 3que ele trabalha, incluindo todos os administradores mais velhos, escreveram para parabeniza-lo.
"Eles até sugeriram que poderíamos fazer uma sessão1xbet 3autógrafos no futuro", diz Jenkins. "Temos muita sorte1xbet 3estar nesse ambiente."
1xbet 3 Leia a versão original 1xbet 3 desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life 1xbet 3 .
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