#ViajoSozinha: Como a mortesuper spin roulette bet365duas turistas argentinas levou a debate sobre assédio:super spin roulette bet365
super spin roulette bet365 Maria José Coni,super spin roulette bet36522 anos, e Marina Menegazzo,super spin roulette bet36521, realizavam o sonhosuper spin roulette bet365sairsuper spin roulette bet365Mendoza, na Argentina, com uma mochila nas costas para conhecer a América do Sul.
Esse sonho, porém, foi interrompido poucos dias atrás no balneáriosuper spin roulette bet365Montañita, no Equador, onde as duas foram assassinadas.
A morte das jovens turistas argentinas provocou comoçãosuper spin roulette bet365seu país esuper spin roulette bet365toda a América Latina. Dois suspeitos foram presos – um deles confessou ter matado Maria José com um golpe na cabeça após tentar abusar dela, e acusou o outrosuper spin roulette bet365matar Marina com uma facada.
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Segundo Alberto Segundo Mina Ponce,super spin roulette bet36533 anos, e Aurelio Eduardo Rodríguez,super spin roulette bet36539, as jovens aceitaram dormir emsuper spin roulette bet365casa porque foram assaltadas e ficaram sem dinheiro. Os familiares delas, porém, têm dúvidas sobre a versão dos acontecimentos oferecida pelas autoridades equatorianas. Peritos argentinos viajaram até o Equador para investigar o crime.
Além da consternação, o assassinato desencadeou um amplo debate sobre o assédio sofrido pelas mulheres e duras críticas a questionamentos a respeito delas viajarem “sozinhas” – ou seja, sem a companhiasuper spin roulette bet365um homem.
Um texto da paraguaia Guadalupe Acosta alcançou grande repercussão nas redes sociais. Escritosuper spin roulette bet365primeira pessoa, ele assume a voz das turistas mortas e diz: “Ontem me mataram”.
“Não deixei que me tocassem e, com um pau, estouraram meu crânio. Fui esfaqueada e deixada sangrando para morrer”, continua a carta.
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'Perguntas inúteis'
O texto escrito pela estudante paraguaia critica as algumas pessoas que responsabilizaram as jovens porsuper spin roulette bet365morte ao lançar dúvidas sobre as circunstâncias do assassinato e questionar a decisão delassuper spin roulette bet365viajar “sozinhas”.
“Não houve nenhuma pergunta sobre onde estava o filho da mãe que acabou com meus sonhos, minhas esperanças, minha vida. Mas começaram a me fazer perguntas inúteis. 'Que roupa usava? Por que estava sozinha? Como uma mulher pode viajar sem companhia? Entrousuper spin roulette bet365um bairro perigoso, o que esperava?'”, afirma a carta. “Disseram a meus pais que certamente devo ter feito algo.”
Várias jornalistas latino-americanas também têm expressado seu mal-estar por alguns comentários feitos sobre morte das turistas argentinas.
É o casosuper spin roulette bet365Catalina Ruiz Navarro, colunista do jornal colombiano El Espectador, que criticou a atitudesuper spin roulette bet365parte da imprensa a respeito da tragédia.
“Perguntaram [...] se elas estavam festejandosuper spin roulette bet365Montañita (esse espaçosuper spin roulette bet365perdição para jovens), se elas gostavam muitosuper spin roulette bet365dançar. Sem dúvida, elas provocaram seu assassinato. Pior ainda: querer conhecer o mundo foi provocar o assassinato”, escreveu elasuper spin roulette bet365um artigo recente.
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#ViajoSozinha
Nos últimos dias, ganhou popularidade no Twitter a hashtag #viajosola (#viajosozinha, na tradução do espanhol), adotada pelas usuárias da rede social para defender seu direitosuper spin roulette bet365viajar “sozinhas”.
Elas também têm questionado as afirmaçõessuper spin roulette bet365que as turistas argentinas estavam viajando “sozinhas”, já que eram duas e estavam juntas, e garantido que esse tiposuper spin roulette bet365comentário não existiria se o mesmo estivesse ocorrido com homens.
A cartasuper spin roulette bet365Guadalupe Acosta também critica a desigualdadesuper spin roulette bet365gênero.
“Só morta fui entender que, para o mundo, morrer foi minha culpa. Por ser mulher, é minimizado (o crime). Porque claro, fui eu quem buscou. Fazendo o que eu queria, tive o merecido por não ser submissa.”
Emsuper spin roulette bet365coluna no El Espectador, Catalina Ruiz Navarro também expõesuper spin roulette bet365indignaçãosuper spin roulette bet365relação às limitações às quais as mulheres são submetidas por causa dessa desigualdade – e não só quando viajam, mas também emsuper spin roulette bet365vida cotidiana:
“Que pensemossuper spin roulette bet365todas as coisas que nós, mulheres, não podemos fazer,super spin roulette bet365todos os lugares aos quais não podemos ir. A vocês isso parece igualdade? A violênciasuper spin roulette bet365gênero, o assédio sexual, ao feminicídios e as violações constroem barreiras imaginárias, delimitam os lugares onde nós mulheres 'não podemos ir'”, afirma.
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A jornalista lamenta que “por segurança, as mulheres terminem confinadas aos espaços privados, onde, para horror maior, também são alvo frequentesuper spin roulette bet365violência doméstica.”
O artigo conclui que “não existe issosuper spin roulette bet365um lugar 'seguro' onde nós mulheres podemos estar, ou ao menos não enquanto o machismo e a misoginia habitarem todos os espaços”.
'Vítimas propícias'
Uma das opiniões mais criticadas sobre a mortesuper spin roulette bet365Maria José e Marina foi a do psiquiatra argentino Hugo Narietán, que classificou as jovens como “vítimas propícias”, segundo o site BigBang.
Marietán as define como mulheres que assumem “um alto risco e,super spin roulette bet365alguma maneira, formam parte do que movimenta o crime. Isso sem tirar o peso da responsabilidade dos agressores”.
A jornalista Silvina Heguy respondeusuper spin roulette bet365um artigo intitulado “#viajosozinha: tudo o que não pode ser”, publicado no site Anfibia.
“Ainda não podemos deletar a ideiasuper spin roulette bet365que aquelas que viajam sozinhas não estão brincando com fogo. Que, se viajamos sem companhia – quer dizer, sem um homem que 'nos proteja' –, devemos assumir a condiçãosuper spin roulette bet365estarmos disponíveis para aqueles que acreditam que podem fazer com as mulheres o que eles quiserem.”
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A presidente do Conselho Nacional das Mulheres da Argentina, Fabiana Tuñes, também criticou duramente as palavras do psiquiatra Marientán: “Sinto uma terrível dor pelo fatosuper spin roulette bet365que um psiquiatra não entende o que significa ser mulhersuper spin roulette bet365uma sociedade machista”.
“As vítimas nunca são responsáveis por nada, porque estamos falandosuper spin roulette bet365violênciasuper spin roulette bet365gênero”, afirmou ao site BigBang.
Emsuper spin roulette bet365defesa, o psiquiatra disse rechaçar “fortemente” a interpretaçãosuper spin roulette bet365que ele culpa as vítimas pelo assassinato.
“Como eu poderia culpar essas pobres meninas?”, afirmou, segundo o mesmo site. “É claro que repudio os assassinos. A intenção é prevenir crimes e fazer com que as mulheres tenham o devido cuidado antessuper spin roulette bet365se arriscaremsuper spin roulette bet365situações nas quais seja difícil se defender. O meu foco é a prevenção.”
No Twitter, vários comentários repercutiram a polêmica. A usuária Tania Tagle (@Tania_Tagle) afirmou: “A primeira vezsuper spin roulette bet365que viajei sozinha tinha 16 anos, e tenho feito isso muitas vezes desde então, mesmo depoissuper spin roulette bet365casada. E não acredito que devo deixarsuper spin roulette bet365fazê-lo”.
Lola Pastor Rivera (@LolapastorRive) escreveu: “Eu também #viajosozinha e quero poder fazer isso sem medo, e sem que me recriminem por isso.”
O usuário Felipe Arratia (@farratia) compartilhou uma imagemsuper spin roulette bet365que lia “Temos o direitosuper spin roulette bet365ir e temos o direitosuper spin roulette bet365voltar”, e arrematou: “Para que nunca, nunca mais ocorra algo parecido ao horrorsuper spin roulette bet365Monyañita”.