Por que Portugal não está conseguindo atrair refugiados?:sportsbet io não entra

(Foto: Câmara Municipalsportsbet io não entraLisboa)

Crédito, Camara Municipalsportsbet io não entraLisboa

Legenda da foto, Alojamento para refugiados construídosportsbet io não entraLisboa tem sinalizaçãosportsbet io não entraportuguês, inglês e árabe

A cota inicialmente estipulada para o país,sportsbet io não entra4.574 pessoas, saltou para 10.574 depoissportsbet io não entrao primeiro-ministro António Costa anunciar na Bélgica, há poucas semanas, que Portugal estava disposto a acolher outros 6 mil refugiados.

Entretanto, só 32 chegaram ao país até agora – outro grupo, com mais 37, é esperado nos próximos dias.

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(Foto: EPA)

Crédito, EPA

Legenda da foto, Refugiados têm feito longas travessias para tentar chegar a países como a Alemanha

A baixa resposta às iniciativas lusas frustrou as autoridades locais. Em entrevista ao jornal português Diáriosportsbet io não entraNotícias, o diretor-adjunto do Serviçosportsbet io não entraEstrangeiros e Fronteiras, Luís Gouveia, admitiu que um dos principais entraves à chegadasportsbet io não entrarefugiados é a recusa dos própriossportsbet io não entraseguir para Portugal.

Antes dessa declaração, a culpa recaía sobre a burocraciasportsbet io não entraItália e Grécia, responsáveis por realocar os requerentessportsbet io não entrarefúgio nos demais países europeus.

“O processosportsbet io não entrarecolocação está passando por dificuldades. Colocam a responsabilidade nas autoridades italianas e gregas, o quesportsbet io não entraparte é verdade, mas uma das principais razões para isso tem a ver com o fatosportsbet io não entraos requerentessportsbet io não entraasilo não quererem ser recolocados”, disse Gouveia.

Como Portugal não tem a projeção internacional das principais potências econômicas europeias, avalia o coordenador da Plataformasportsbet io não entraApoio aos Refugiados, Rui Marques, acaba ignorado pelos migrantes que chegam ao continente.

“O que acontece é que a maioria desses refugiados não possui quaisquer informações sobre Portugal, então não se sente atraída pelo país. Não somos um país que tenha, por exemplo, a projeção da Alemanha”, afirmou Marques à BBC Brasil.

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(Foto: Mamede Filho)

Crédito, Mamede Filho

Legenda da foto, Portugal assiste a uma fugasportsbet io não entramãosportsbet io não entraobra jovem

Desistências e 'desaparecimentos'

O representante da Plataformasportsbet io não entraApoio aos Refugiados, formada por organizações da sociedade civil portuguesa, lembra que os migrantes não podem escolher o paíssportsbet io não entraque serão realocados, uma regra que o governo alemão tem reforçado desde o agravamento da crise. O que não os tem impedido, porém,sportsbet io não entraencontrar meiossportsbet io não entraevitar os lugaressportsbet io não entraque não querem viver.

Em novembro, uma família síriasportsbet io não entracinco pessoas desistiu na última horasportsbet io não entraembarcar num avião para Portugal. Em outro exemplo, ocorrido no mês passado, a ministra lusa da Administração Interna, Constança Urbanosportsbet io não entraSousa, anunciou que a realocaçãosportsbet io não entra10 refugiados que estavam na Grécia havia sido cancelada porque eles haviam “desaparecido”.

“Isso acontece porque nem sempre os requerentessportsbet io não entraasilo aceitam as regras que foram impostas pela Europa. O refugiado é registrado pelos centrossportsbet io não entrarealocação, mas nada o impedesportsbet io não entraseguir seu próprio caminho depois. Por isso, muitas vezes, um migrante acaba 'desaparecendo' quando o país para o qual deve ser enviado não ésportsbet io não entraseu interesse”, explica à BBC Brasil Beat Schuler, porta-voz da Acnur (agência da ONU para os refugiados)sportsbet io não entraRoma, um dos principais locaissportsbet io não entrarealocação.

“Muitos desses refugiados já têm familiares e amigossportsbet io não entrapaíses europeus, então é muito difícil convencê-lossportsbet io não entraque eles devem seguir para um lugar onde não conhecem ninguém e não estão familiarizados com a cultura ou com a língua”, diz Schuler.

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(Foto: Câmara Municipalsportsbet io não entraLisboa)

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Legenda da foto, Lisboa abriu centro temporário para refugiados, mas Portugal só recebeu 32 pessoas até agora

Trabalho e estudo

Uma das principais iniciativas para atrair jovens refugiados é a possibilidadesportsbet io não entraentrar no ensino universitário. No começosportsbet io não entrafevereiro, o governo português anunciou um planosportsbet io não entradistribuir 2 mil bolsassportsbet io não entraestudos a requerentessportsbet io não entrarefúgio, com direito a alojamento e aulassportsbet io não entraportuguês e inglês. A medida abrange ainda as escolas politécnicas.

Para quem pretende trabalhar, Portugal promete emprego no setor agrícolasportsbet io não entraregiões onde geralmente há baixa densidade populacional. Segundo o ministro-adjunto português, Eduardo Cabrita, cercasportsbet io não entra100 municípios do país já manifestaram interessesportsbet io não entrareceber refugiados e ajudar a integrá-los ao mercado local.

“Existe uma escassezsportsbet io não entramãosportsbet io não entraobra na agriculturasportsbet io não entradiversos pontossportsbet io não entraPortugal, que só será compensada com a chegadasportsbet io não entraimigrantes dispostos a trabalhar”, aponta o economista português Horácio Piriquito.

Além disso, o país enviou representantes para os centrossportsbet io não entrarelocação, um esforço a mais na tentativasportsbet io não entraconvencê-los a ir para Portugal.

“Esses representantes explicam aos refugiados o que Portugal pode oferecer, como cursossportsbet io não entralínguas, alojamento e oportunidadessportsbet io não entratrabalho. É uma iniciativa interessante, que pode ter resultados positivos”, avalia o porta-voz da Acnursportsbet io não entraRoma.

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(Foto: Câmara Municipalsportsbet io não entraLisboa)

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Legenda da foto, Centro para refugiadossportsbet io não entraLisboa tem salasportsbet io não entraorações para diferentes religiões

Esforço para a integração

Nos últimos meses, foi adotadasportsbet io não entraPortugal uma sériesportsbet io não entramedidas para ajudar na integração dos requerentessportsbet io não entrarefúgio que chegarem ao país.

A Plataformasportsbet io não entraApoio aos Refugiados, por exemplo, ministrou cursos para as pessoas que vão se relacionar diretamente com os migrantes. Neles, foram abordados temas como alimentação, ética, traumas, vestuário e o diálogo entre religiões.

Já a Câmara Municipalsportsbet io não entraLisboa criou um fundo com cercasportsbet io não entra2 milhõessportsbet io não entraeuros (R$ 8,5 milhões) para apoiar os refugiados que permanecerão na capital lusa. Essa verba é direcionada à alimentação, educação e cuidadossportsbet io não entrasaúde dos migrantes, além da construçãosportsbet io não entraalojamentos como o recém-inaugurado Centrosportsbet io não entraAcolhimento Temporáriosportsbet io não entraRefugiados, que tem capacidade para abrigar 24 adultos e duas criançassportsbet io não entracolo.

“A resposta que Portugal tem dado à questão dos refugiados é muito positiva. Nós fomos alémsportsbet io não entratudo o que nos foi solicitado”, afirma o coordenador Plataformasportsbet io não entraApoio aos Refugiados.

“Estamos com tudo preparado desde outubro do ano passado. Já criamos até mesmo os mecanismos para integrá-los ao serviço públicosportsbet io não entrasaúde e às escolas, para que possam aprender português”, explica Rui Marques, antessportsbet io não entraarrematar: “A única coisa que falta agora é a chegada dos refugiados”.