Como é a vida no maior campolegacy of dead novibetrefugiados da França:legacy of dead novibet
O sonholegacy of dead novibettodos eles é chegar à Inglaterra para aproveitar as oportunidades do mercadolegacy of dead novibettrabalho local e tentar, assim, reconstruir suas vidas.
Enquanto não conseguem fazer o trajeto pegando "carona"legacy of dead novibetcaminhões, carros ou trens ou após juntar dinheiro suficiente para pagar traficanteslegacy of dead novibetpessoas, esses imigrantes constroem aos poucos suas vidas ali mesmo.
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Há maislegacy of dead novibetum ano na "Jungle", Mohammed,legacy of dead novibet38 anos, abriu um dos restaurantes locais mais populares, que serve quase 500 refeições por dia. Os preços dos pratos variamlegacy of dead novibetmódicos "o que você puder pagar" a 5 euros. Ele sonha com um futuro estável paralegacy of dead novibetesposa e seis filhos na Inglaterra.
"Não há futuro para mim no Afeganistão. Quando conseguir refúgio na Inglaterra, quero abrir o melhor restaurante afegão do país, é meu sonho", conta ele à BBC Brasil.
Sarna e preces
Como Mohammed, muitos alimentam planos e esperança enquanto esperam. O etíope Salomon ajuda a administrar uma igreja construída no campo, que hoje recebe excursões atélegacy of dead novibetgrupos católicos britânicos.
"Rezamos aqui todos os dias e, aos domingos, realizamos missas. Pedimos que Deus nos proteja e acolha os nosso colegas refugiados mortos no mar a caminho da Europa. É muito difícil a vida que levamos aqui", afirma ele.
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As condiçõeslegacy of dead novibetvida são precárias; a maior parte dos refugiados vivelegacy of dead novibettendas ou abrigos improvisados sujeitos a vento, chuvas, lama, lixo e doenças. A sarna é um dos mais recorrentes problemaslegacy of dead novibetsaúde no campo, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"Temos registrado muitos casos, principalmente entre os afegãos, e realizamos dedetizações frequentes nos abrigos", diz Pierre Cami, enfermeiro do MSF.
Muitos refugiados resistem a receber tratamento, mas são convencidos a colaborar após longas conversas e negociações realizadaslegacy of dead novibetseus próprios idiomas por tradutores e mediadores culturais do MSF.
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Violência
Há cinco meses trabalhando no campo, o enfermeiro Cami conta que a outra grande preocupação médica são as denúnciaslegacy of dead novibetviolência por parte da polícia elegacy of dead novibetgrupos xenófobos: "Desde janeiro, registramoslegacy of dead novibet12 a 18 casos por semanalegacy of dead novibetvítimaslegacy of dead novibetviolência policial".
"Um jovem afegão contou ter sido preso com um grupolegacy of dead novibetamigos, após tentar cruzar o Canal da Manchalegacy of dead novibetum caminhão. Eles foram algemados e espancadoslegacy of dead novibetum terreno baldio distante daqui", relata Cami.
O marroquino Khaled contou à BBC Brasil ter sido vítimalegacy of dead novibetum grupo xenófobo. "Estava andando na estrada rumo à cidadelegacy of dead novibetCalaislegacy of dead novibetnoite quando fui agredido por um grupo dentrolegacy of dead novibetum carro. Eles falavam francês e me espancaram gritando que eu devia ir embora daqui", conta.
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ONGs que atuam ali acreditam que a violência é reflexo do aumento da tensão entre as autoridadeslegacy of dead novibetCalais e os refugiados. O governo francês informou estar investigando as denúncias.
Moradores da cidade também estão alarmados com os episódioslegacy of dead novibetviolência contra refugiados. "É um absurdo o que está acontecendo, temoslegacy of dead novibetfazer algo a respeito", afirma Nancy, que moralegacy of dead novibetCalais desdelegacy of dead novibetinfância e, hoje, hospeda emlegacy of dead novibetcasa jornalistas e ativistaslegacy of dead novibetvisita ao campolegacy of dead novibetrefugiados.
No finallegacy of dead novibetjaneiro, o movimento alemão Pegida (sigla alemã para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente"), tentou organizar uma manifestação anti-imigraçãolegacy of dead novibetCalais, mas as autoridades locais rapidamente desmantelaram os protestos, que contaram com a adesãolegacy of dead novibetcercalegacy of dead novibet150 pessoas.
Muitos moradoreslegacy of dead novibetCalais, entretanto, não veem com bons olhos a existência do campo e alto númerolegacy of dead novibetrefugiados nos arredores da cidade.
"Com essa história do campo virar notícia, Calais ganhou uma fama ruim, mal recebemos turistas e só piora a vidalegacy of dead novibetquem mora aqui", afirmou Lisa, 32, garçonetelegacy of dead novibetuma lanchonete no centro da cidade.
Para o taxista Benjamin, 47, o campo também espanta oportunidadeslegacy of dead novibettrabalho. "Quem vai querer investir ou abrir empresa aqui, com todos esses protestos? Calais já tem uma das taxaslegacy of dead novibetdesemprego mais altas da França, quase 25%", afirmou ele.
Solidariedade
Ao mesmo tempolegacy of dead novibetque crescem os episódioslegacy of dead novibetviolência, cresce o apoiolegacy of dead novibetvoluntários e ONGs à "Jungle".
Sarah Parker, uma jovem britânicalegacy of dead novibet28 anos é voluntária na escola Chemin des Dunes, aberta no iníciolegacy of dead novibetfevereiro como um projeto idealizado pelo refugiado nigeriano Zimako Jones. "É mais perto do que ir à Síria ajudar os refugiados fugindo da guerra", ela explica.
Graças a doaçõeslegacy of dead novibetfranceses e britânicos, a escola foi construídalegacy of dead novibetum barracão com duas salaslegacy of dead novibetaula, uma enfermaria, um playground e uma salalegacy of dead novibetreunião. Sete dias por semana são oferecidas ali aulaslegacy of dead novibetfrancês, inglês e artes para crianças e adolescentes.
"É difícil trabalhar aqui, mas conheço pessoas do mundo todo, é muito gratificante", afirma Cami, do MSF, que acrescenta "achar uma vergonha como as pessoas estão sendo tratadaslegacy of dead novibetplena França". "É uma vergonha para mim como francês."
O britânico Steven Jones concorda. Há três semanas, ele visita Calais como voluntário, doando roupas e alimentos. Junto, traz seu filho Samuel,legacy of dead novibet14 anos.
"Vi as notícias sobre os refugiadoslegacy of dead novibetCalais na TV e não pude deixarlegacy of dead novibetfazer algo. Conheci muitos outros voluntários aqui, mas é uma tristeza ver como os governos estão distantes das preocupações e do que querem seus cidadãos", diz Jones.
Anúnciolegacy of dead novibetdespejo
Na semana passada, surgiu uma nova preocupação para os moradores da Jungle. A prefeituralegacy of dead novibetCalais anunciou uma levalegacy of dead novibetdespejos na parte sul do campo, argumentando ter construído moradias com contêineres para cercalegacy of dead novibet1,5 mil refugiados, o mesmo númerolegacy of dead novibetpessoas que seriam obrigadas a deixar o local.
Muitos deles, porém, rejeitam os novos abrigos por receio dos controleslegacy of dead novibetmovimentos a que estarão sujeitos se viverem ali. Um grupolegacy of dead novibetONGs liderado pela organização Care4Calais entrou na Justiça contra o despejo.
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Em uma correspondência ao ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, oito organizações, entre elas Emmaus, Medicens du Monde e Secours Catholique, condenaram a decisão do governo.
Cazeneuve respondeulegacy of dead novibetoutra carta afirmando que "a evacuação da zona sul será feitalegacy of dead novibetmaneira progressiva,legacy of dead novibetrespeito às pessoas e levandolegacy of dead novibetconta cada caso individual".
A expectativa élegacy of dead novibetque os despejos ocorram até março.