Odebrecht, Lula e uma campanhablaze loginUS$ 50 mi: as peças do 'quebra-cabeça'blaze loginJoão Santanablaze loginAngola:blaze login

Propaganda eleitoral do presidente angolano sobre tapume da Odebrecht Foto: BBC
Legenda da foto, Moura disse à PF na quinta-feira que a campanhablaze loginAngola custou US$ 50 milhões

Pelo câmbioblaze login2012, a eleiçãoblaze loginAngola rendeu cercablaze loginR$ 100 milhões a Santana. No Brasil, país sete vezes maior que Angola, o publicitário recebeu R$ 70 milhões pela campanha à reeleiçãoblaze loginDilma Rousseff, segundo assessores do PT.

Santana levou a Angola uma equipe com cercablaze login75 brasileiros, muitos dos quais permaneceram no país por ao menos seis meses.

A equipe se hospedoublaze logindois dos hotéis mais caros da capital, Luanda – o HCTA (à época com diáriasblaze loginUS$ 575 para quartos individuais) e o Alvalade (US$ 407) –, e usou aviõesblaze loginvárias viagens pelo interior do país.

O valor que agora Santana diz ter recebido pelos serviçosblaze loginAngola difere do que ele apresentoublaze loginmaioblaze login2015, quando a Lava Jato investigava se ele havia transferido US$ 16 milhões do país para o Brasil para quitar dívidasblaze logincampanha do prefeitoblaze loginSão Paulo, Fernando Haddad (PT),blaze login2012.

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Odebrecht executa obrasblaze loginampliaçãoblaze login'clube do presidente' Foto: BBC
Legenda da foto, Santana levou a Angola uma equipe com cercablaze login75 brasileiros

Na época, Santana afirmou que a campanhablaze loginAngola havia custado US$ 20 milhões e que ele pagara US$ 6,29 milhõesblaze loginimpostos para enviar o dinheiro legalmente ao Brasil. O publicitário negou que o dinheiro tenha sido usado na campanhablaze loginHaddad.

No depoimento na quinta, Moura disse acreditar que o casal tenha recebido no exterior entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões da Odebrecht por campanhas realizadas fora do Brasil.

A Odebrecht tem presença expressivablaze logincinco dos seis países onde Santana já trabalhou como marqueteiro: Argentina, Venezuela, República Dominicana, Panamá e Angola.

Em Angola, a companhia é a maior empregadora privada do país, com negócios nos setoresblaze loginsupermercados, construção civil, agronegócio e diamantes, entre outros.

Em 2012, ao fazer uma reportagemblaze loginAngola sobre a participaçãoblaze loginJoão Santana na eleição local, a BBC Brasil ouviublaze loginpessoas próximas à cúpula do MPLA, o partido do presidente angolano, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi decisivo para ablaze loginescolha como chefe da campanha.

Lula esteve no paísblaze loginjunhoblaze login2011, quando se reuniu no mesmo dia com o presidente angolano e com o então presidente da Odebrecht, Emílio Odebrecht. Naquela viagem, paga pela Odebrecht, Lula ainda visitou uma obra da empresa e discursou a parlamentares e estudantes.

Em nota à BBC Brasil, o Instituto Lula afirmou que "o ex-presidente Lula não intermedeia contratações".

Pagamentosblaze loginlobista

Brasileiros trabalham na campanha do presidente José Eduardo dos Santos Foto: BBC
Legenda da foto, Mônica Moura confirmou ter recebido US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki

No depoimentoblaze loginquinta-feira, Mônica Moura confirmou ter recebido US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, que teria lhe sido indicado por "uma mulher responsável pela área financeira da campanha presidencialblaze loginAngola", não nomeada.

Skornicki foi preso preventivamente na segunda-feira, acusadoblaze loginenvolvimento nos desvios na Petrobras.

Moura afirmou ainda que a campanhablaze loginSantana pela reeleiçãoblaze loginHugo Chávez na Venezuelablaze login2012 custou cercablaze loginUS$ 35 milhões e que grande parte do valor não foi declarada. Ela disse que, ao enfrentar dificuldades para receber pagamentos pela campanha, foi orientada a procurar o então executivo da Odebrecht Fernando Migliaccio, que teria lhe ajudado a solucionar o problema.

Em nota, a Odebrecht disse desconhecer "as tratativas mencionadas por Mônica Moura e João Santanablaze loginseus depoimentos".

Em seu depoimento, Santana negou ter qualquer relação comercial com a empresa e disse que Moura é quem cuida da contabilidade da agência.

Ele disse ter estado com o presidente da companhia, Marcelo Odebrecht, uma só vez num "evento social", e que no exterior só teve contato com funcionários da empresa para o "acesso a obras e apoio logístico".

A BBC Brasil questionou à Odebrecht se a empresa teve algum envolvimento com as campanhasblaze loginSantana no exterior, mas a empresa não respondeu.

A BBC Brasil questionou os advogadosblaze loginJoão Santana e Mônica Moura sobre a participação da Odebrecht e do ex-presidente Lulablaze loginnegociações sobre campanhas no exterior, mas não obteve resposta.

O MPLA tampouco respondeu perguntas sobre o processoblaze loginescolha do marqueteiro, mas afirmou que "Angola não tem nenhum problema com o senhor João Santana".

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