Uganda: Por que o berço do zika nunca teve nenhum surto?:sport sorte
Além disso, entre 1947 a 2007, quando foi registrado o primeiro surtosport sortezika fora da Ásia e da África (nas Ilhas Yap, na Micronésia), foram apenas 14 casos confirmados no mundo.
O que explica então a ausênciasport sorteum surtosport sortezika no país africano?
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Motivos
Segundo Julius Lutwama, principal virologista do Institutosport sorteUgandasport sortePesquisasport sorteVírus (Urvi, na siglasport sorteinglês), o motivo se deve,sport sortegrande parte, ao tiposport sorteAedes aegypti encontradosport sorteUganda.
"Em Uganda, a subespéciesport sorteAedes aegypti que temos ─ o Aedes aegypti formosus ─ é diferente da daquela encontrada na América do Sul, o Aedes aegypti aegypti. O mosquito daqui pica mais animais do que humanos", explica ele à BBC Brasil.
"Esse mosquito vive na floresta e costuma se alimentar à noite. Mesmo que um ser humano seja picado e venha a desenvolver a doença, a probabilidadesport sorteela se alastrar é baixa, por causa da ausência do vetor nas áreas urbanas. Ou seja, se não há mosquitos para espalhar o vírus, dificilmente haverá uma epidemia", acrescenta.
Outro fator, destaca Lutwama, envolve características geográficas e climáticassport sorteUganda.
Segundo ele, diferentementesport sorteoutros locais que enfrentaram surtossport sortezika, o país manteve suas florestas razoavelmente intactas, preservando o habitat natural do mosquito.
"Esse mosquito vive predominantemente nas florestas. Com o desmatamento, acreditamos que ele tenha migrado para as zonas urbanas e evoluído, passando a se alimentar do sanguesport sorteseres humanos", diz ele.
Nesse sentido, a forte predominânciasport sortechuvas, típicas do climasport sorteUganda, também teria contribuído para evitar uma epidemia da doença.
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"Aquisport sorteUganda chove muito e, por isso, a população não costuma armazenar águasport sortecasa", argumenta.
"Mas nos países africanos que desmataram suas florestas, como no oeste da África, por exemplo, o mosquito migrou para as áreas urbanas e acabou encontrando um ambiente perfeito, pois precisasport sorteágua parada para se reproduzir".
Lutwama diz acreditar ainda que a população ugandense teria desenvolvido imunidade à doença, devido a "diferentes flavivírus" (vírus transmitidos por carrapatos e mosquitos) encontrados na região, como dengue, chikungunya e O'nyong'nyong, todos transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.
"Como temos outras doenças muito semelhantes ao zika, como dengue, chikungunya e O'nyong'nyong, acredito que possa ter havido algum tiposport sorteimunidade cruzada. Dessa forma, quem já contraiu algum desses vírus, teria menor vulnerabilidade a uma nova infecção", observa.
E devido ao baixo númerosport sortecasos da doençasport sorteUganda, acrescenta Lutwama, não foi possível estabelecer nenhuma relação entre o vírus e a microcefalia.
"Diferentemente do Brasil, não temos um número suficientesport sortecasossport sortezika para comprovar qualquer associação entre o vírus e essa má-formação congênitasport sortefetos", afirma.
Brasil
Principal pesquisador do Uvri, instituto criadosport sorte1936 com financiamento da Fundação Rockefeller, dos Estados Unidos, Lutwama diz que ele esport sorteequipe vêm realizando um trabalhosport sorteprevenção para evitar que a subespécie latino-americana se espalhesport sorteUganda.
"Coletamos e monitoramos amostrassport sortesanguesport sortepacientessport sortetodo o país. São medidas preventivas importantes", assinala ele.
Lutwama cita o caso dos Estados Unidos, onde o Aedes aegypti ─ virtualmente inexistente há alguns anos ─ já é encontradosport sorteregiões com temperaturas mais amenas, como o Estado da Flórida.
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