'Cheguei a duvidarDeus', diz líder da Igreja Anglicana sobre ataquesParis:

(BBC)
Legenda da foto, Justin Welby, arcebispo da Cantuária, afirmou que mortes abriram "brecha emarmadura"

O Arcebispo da Cantuária, o equivalente ao papa para a Igreja Anglicana, disse que os ataquesParis o fizeram "duvidar" da presençaDeus.

Em entrevista à BBC, Justin Welby confidenciou que as mortes abriram uma "brecha emarmadura".

Há cercauma semana, Paris foi alvouma sérieataques coordenados que deixou 130 mortos e mais350 feridos. A autoria dos atentados foi reivindicada pelo grupo extremista autodenominado 'Estado Islâmico'.

Welby afirmou quereação aos ataques foi "primeirochoque e horror e depoisprofunda tristeza", especialmente porque ele e a mulher já moraram na capital francesa.

Diferentemente do papa, o líder espiritual da Igreja Anglicana pode se casar.

Nesta segunda-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, vai se encontrar com o presidente da França, François Hollande,Paris para discutir a luta contra o terrorismo.

Segundo fontes do governo britânico, Cameron e Hollande devem falar sobre como os dois países podem cooperar no contraterrorismo e no combate contra o 'EI' na Síria e no Iraque.

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'Ato desesperado'

Welby lembrou que começou a duvidar da presençaDeus na manhã seguinte ao ataque.

"No sábado pela manhã, estava foracasa e enquanto caminhava rezava e dizia: "Deus, por que isso está acontecendo? Onde Você está? Duvidei dele".

O líder espiritual lembrou que o choque que sentiu foi acrescido "pelo fatoque minha mulher e eu moramosParis por cinco anos".

"Vivemos momentos muito felizes ali. Ver esse lugarcelebração da vida sucumbir a tamanho sofrimento épartir o coração completamente".

Após os ataques, a França lançou ataques aéreos contra o 'EI' na Síria, mas o arcebispo criticou a ofensiva.

"Se começarmos a matar aleatoriamente aqueles que não fizeram nada errado, não teremos soluções para este conflito", afirmou ele.

Welby disse ainda que a maneira como os militantes do 'EI' distorcemfé,modo a pensar que seus atos glorificam Deus, é "um dos atos mais desesperados do nosso mundo".