Recursos e exame ignorados: Indonésia atropelou o processo legal?:poker cena
A família alegava que ele sofriapoker cenabipolaridade e esquizofrenia e que fora aliciado por traficantes internacionais devido a problemas mentais.
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Autoridades disseram que os condenados haviam esgotado todas as possibilidadepoker cenarecorrer das sentenças, mas especialistas dizem que muitos deles ainda tinham recursos a serem analisados.
O adiamento surpresa da execução da filipina Mary Jane Fiesta Veloso, após supostas novas evidênciaspoker cenaque ela não sabia que levava drogas quando foi presa, reforçaram a ideiapoker cenaque houve falhas na investigação.
"Se a investigação tivesse sido correta e adequada, isto não teria ocorrido", disse Gunawan.
Gularte foi executado apesarpoker cenadois recursos ainda estarem pendentes na Justiça.
Um refere-se à transferência da guardapoker cenaGularte parapoker cenaprima, devido seu estadopoker cenasaúde. A audiência do caso estava marcada para 6poker cenamaio, depois da execução.
Outro pedia a revisão da negativa à clemência - e que, segundo o advogado, foi ignorado pela Justiça. Recurso semelhante havia adiado a execuçãopoker cenaum cidadão francês.
Gularte havia sido diagnosticado com esquizofrenia por dois relatórios distintos, e a família dizia que ele tinha distúrbios desde jovem.
Um terceiro exame médico, feito à pedido da Procuradoria Geral indonésiapoker cenamarço, jamais foi divulgado, apesarpoker cenapedidos repetidos da defesa e do governo brasileiro, epoker cenapressãopoker cenagrupospoker cenadireitos humanos.
"A Procuradoria havia dito repetidamente que respeitaria o processo legal antes da execução... Meu senso comum não consegue entender essa decisão infeliz", disse o advogado.
Gunawan disse que ainda não há decisão sobre uma eventual ação judicial contestando a execução do brasileiro, e que a questão será discutida com a família.
Testemunhas que estiveram com Gulartepoker cenaseus últimos dias dizem que ele alterou momentospoker cenalucidez com discursos delirantes e que ainda acreditava quepoker cenaexecução seria revertida.
Teria também, segundo estes relatos à BBC Brasil, considerado injustapoker cenacondenação, pelo que dizia ser o "único erro" que tinha cometido.
Seria, inicialmente, cremado. Mas pediu para ser enterrado já que, "se ressuscitasse, estaria perto da família", disse um diplomata brasileiro que acompanhou seus últimos encontros.
No momentopoker cenaque foi levado à área onde as sentenças seriam cumpridas, teria perguntado, ainda incrédulo: "Eu serei executado?"
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Por que executá-los?
Joko Widodo, o presidente indonésio, manteve firmemente a decisãopoker cenair adiante com as execuções e pediu respeito à soberania do país.
Ele diz que a Indonésia estápoker cenasituaçãopoker cenaemergência devido às drogas e que 18 mil pessoas morrem por ano no país por problemas relacionados a entorpecentes. Além disso, a penapoker cenamorte para traficantes tem apoio popular.
Há, também, um elemento doméstico: a popularidadepoker cenaWidodo estápoker cenaqueda, e seus primeiros meses no cargo foram marcados por inação e indecisão.
Especialistas dizem que a firmezapoker cenasua posição neste tema, rejeitando a pressão internacional, poderá render-lhe pontos internamente.
Autoridades disseram que os condenados haviam esgotado todas as possibilidadepoker cenarecorrer das sentenças, mas especialistas dizem que muitos deles ainda tinham recursos a serem analisados.
As execuções foram realizadas com uma surpresapoker cenaúltimo momento: a filipina Mary Jane Fiesta Veloso foi poupada, depois que a pessoa que a teria recrutado como 'mula' ter se entregue.
O que gera a pergunta: ela poderia ter sido morta injustamente?
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'Incompreensível e deplorável'
Não foi a primeira vez que o país executou presos: fuzilou seispoker cenajaneiro, entre eles o carioca Marco Archer Cardoso Moreira.
A diferença, agora, foi a grande atenção da mídia, atraída pelo caso dos australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaran, presospoker cena2005 e condenados por serem líderes do grupo "Os Novepoker cenaBali".
Familiares diziam que ambos tinham se recuperado enquanto detidos - diziam que Chan dava aulas sobre a Bíblia epoker cenaculinária e que Sukumaran tornou-se um artista.
E, por fim, houve uma forte pressão internacional.
A Austrália chegou a usar como argumento a ajuda dada à Indonésia após o tsunamipoker cena2004 para tentar reverter as penas. A França, cujo cidadão foi excluído das execuções devido a um recurso pendente, alertou para consequências nas relações da Indonésia com toda a União Europeia.
As relações com o Brasil já estavam afetadas após a mortepoker cenaMarco - o país retirou seu embaixadorpoker cenaJacarta e negou as credenciais do novo representante indonésiopoker cenaBrasília.
Diversos grupospoker cenadireitos humanos protestaram e pediram o fim da penapoker cenamorte, dizendo que as execuções não impedem a açãopoker cenatraficantes.
O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos disse ser "incompreensível" o fatopoker cenaa Indonésia ter rejeitado clemência.
"A Indonésia pede por clemência por seus cidadãos enfrentando execuçõespoker cenaoutros países... mas se recusa a concedê-la por crimes menorespoker cenaseu próprio território".
"É extremamente deplorável, extremamente triste que estas pessoas foram privadaspoker cenasuas vidas", disse um porta-voz da entidade.