Mulheres se mobilizam, e machismo vira tema central das eleições na Bolívia:cashback esportiva bet
- Author, Ignaciocashback esportiva betlos Reyes
- Role, Da BBC Mundocashback esportiva betBuenos Aires
cashback esportiva bet Neste ano, maiscashback esportiva betcem mulheres já foram assassinadas na Bolívia, um dos países mais violentos para as mulheres na América Latina,cashback esportiva betacordo com a ONU (Organização das Nações Unidas).
Mas no meiocashback esportiva betuma ondacashback esportiva betataques a elas - que incluem corpos abandonados, queimados e até decapitados -, um grupocashback esportiva betmulheres conseguiu o que parecia impossível.
O movimento colocou o machismo como uma questão central da campanha para as eleições presidenciais e parlamentares do próximo domingo.
Com o lema "Machista, fora da lista", várias organizações foram às ruascashback esportiva betuma mobilização contra o machismo. Além disso, diversas ações foram feitas pela internet, nas mídias sociais.
O resultado da campanha, por enquanto, foi a renúnciacashback esportiva betdois candidatos ao Congresso envolvidoscashback esportiva betcasoscashback esportiva betviolência contra a mulher.
Um deles foi Adolfo Mendoza, senador do Movimento pelo Socialismo eleito por Cochabamba – ele foi acusadocashback esportiva betabuso porcashback esportiva betesposa.
O outro foi Jaime Navarro, candidato do partidocashback esportiva betoposição, a Unidade Democrática, também denunciado pela esposa por ter batido nela.
Ambos negam as acusações.
No passado, era comum ouvircashback esportiva betcampanhas expressões e discursos sexistascashback esportiva bettodos os tiposcashback esportiva betcandidatos, e não acontecia nada, escreveu a analista e ex-senadora Erika Brockmann no jornal "El Diario".
"Neste ano, surpreende a intensidade e o conteúdo da sériecashback esportiva betreações antimachistas que invadem a atmosfera eleitoral", acrescentou.
"O ponto positivo sobre esse movimento antimachista é que é a primeira vez na história que esse tema é tratado como central na eleição."
"Política machista"
Segundo os defensores da campanha "Machista, fora da lista", o objetivo era denunciar e punir os partidos que trazemcashback esportiva betsuas listas eleitorais candidatos acusadoscashback esportiva betviolência contra as mulheres ou que tenham protagonizado atos machistas.
Algo, aliás, comum na política boliviana.
"Este movimento surgiu porque, nos últimos dois anos, foram muito recorrentes declarações e ações machistascashback esportiva betpolíticos e isso é repetidocashback esportiva betoutros lugares", disse à BBC Elizabeth Peredo, psicóloga social.
"A política boliviana é profundamente machista, assim como é a sociedade. Eles se justificam dizendo que o machismo é cultural e, portanto, não há autocríticacashback esportiva betseus líderes", acrescenta.
Na Bolívia, muitos ainda se lembramcashback esportiva betquando o presidente Evo Morales, ao visitar uma minacashback esportiva bet2012, aproximou-secashback esportiva betduas trabalhadoras perguntando se eles eram "perfuradoras ou perfuradas."
A situação gerou risadas dos seus companheiros do sexo masculino e deixou as mulheres coradascashback esportiva betconstrangimento.
Outra situação marcante aconteceu com o prefeitocashback esportiva betSanta Cruz, Percy Fernández, que apalpou uma jornalistacashback esportiva betum evento público e chamou-acashback esportiva bet"mesquinha" quando ela se desvencilhou dele no meiocashback esportiva betuma entrevista.
Mas o que acaboucashback esportiva betvez com a paciência das mulheres e fez com que elas se unissemcashback esportiva bettorno da campanha "Machista, fora da lista" foram declarações do candidato ao Senado Ciro Zabala, do MAS, partidocashback esportiva betMorales.
Zabala propôs "ensinar as mulheres a se comportarem" para evitar a violência.
As sugestões dele incluíam "ter cuidado com certos tiposcashback esportiva betroupas, atitudes, e com pessoas que se entregam ao álcool". Os comentários dele forçaram o presidente a vir a público para se desculpar.
No entanto, desta vez as feministas não aceitaram apenas a renúncia do candidato, absolvido por Morales com o argumentocashback esportiva betque se tratavacashback esportiva betalguém "novo na política". E foram às ruas para chamar a atenção da sociedade para o problema.
Assassinatos
No ano passado, a Bolívia aprovou uma lei para prevenir e reprimir os assassinatoscashback esportiva betmulheres por questõescashback esportiva betgênero.
Mas as feministas argumentam que, na ausênciacashback esportiva betfinanciamento, a lei não foi capazcashback esportiva betacabar com a violência nos últimos meses.
Embora não existam números oficiais, o Centrocashback esportiva betInformação e Desenvolvimento da Mulher da Bolívia (Cidem), que realiza o monitoramentocashback esportiva betcasoscashback esportiva betviolência doméstica relatados, contabiliza 59 casoscashback esportiva betfeminicídio (assassinatoscashback esportiva betmulheres relacionadas a seu sexo) entre janeiro e junhocashback esportiva bet2014.
Outras 40 mulheres morreram vítimas da faltacashback esportiva betsegurança das cidades, alerta a entidade.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Bolívia está no topo da listacashback esportiva bet13 países da América Latina com mais casoscashback esportiva betviolência física contra mulheres e é a segundacashback esportiva bettermoscashback esportiva betviolência sexual.
A organização afirma que setecashback esportiva betcada 10 mulheres bolivianas sofreram algum tipocashback esportiva betviolênciacashback esportiva betsuas vidas.
Embora a Bolívia tenha sido reconhecida internacionalmente pelo seu sucesso na redução da pobreza, o crescimento macroeconômico e a integração com as comunidades indígenas não resolveram este grave problema.
"Por vezes tenta-se estabelecer uma relação entre superar pobreza ou lutar contra o capitalismo e reduzir a violência e discriminação contra as mulheres", diz Elizabeth Peredo.
"A Bolívia é um sinal clarocashback esportiva betque não é assim, eles não estão superando essas estruturas tão arcaicas para permitir um verdadeiro desenvolvimento da sociedade."