Custo da energia ameaça frear economia, alertam analistas:bet no poker
Em parte isso ocorre porque, sem chuvas, é preciso acionar usinas termelétricas, cujo custobet no pokeroperação é maior.
Para se ter uma ideia,bet no pokerperíodosbet no pokerchuvas regulares, dentro da média histórica, o preço da energia nesse mercado costuma ficar abaixo dos R$ 100 o MWh. Há três anos, rondava os R$ 30.
Em meio a uma alta tão acentuada, começaram a vir à tona notíciasbet no pokerempresas eletrointensivas que, para amenizar as perdas causadas pela desaceleração econômica e demanda fraca, estão vendendo seu excedentebet no pokerenergia no mercadobet no pokercurto prazo - e lucrando mais do que se estivessem produzindo.
Vendabet no pokerenergia
"Em geral são empresas que usam muita energia, como produtorasbet no pokeralumínio, ferroligas e cloro-soda", explica Ildo Sauer, diretor do Institutobet no pokerEnergia e Ambiente da USP.
"Algumas são sóciasbet no pokerusinas ou têm contratos antigosbet no pokercomprabet no pokerenergia, que lhes garantem um suprimento do insumo a preços mais baixos."
Além disso, o alto custo no mercadobet no pokercurto prazo também estaria afetando a negociaçãobet no pokercontratosbet no pokermédio e longo prazo, como explica Leontina Pinto, diretora da consultoria Engenho e ex-pesquisadora do Centrobet no pokerPesquisabet no pokerEnergia Elétrica (Cepel).
Segundo Pinto, um cenáriobet no poker"incertezas" sobre o suprimento energético estaria levando muitas empresas a revisar seus planosbet no pokerinvestimentos.
"Para começar, com a alta do preço a curto prazo, ninguém vende a longo prazo - então não há energia para quem quer manter a produção", diz ela.
"Além disso, com a ameaçabet no pokerracionamento, muitas indústrias optaram por não esperar o possível 'apagão' e já decidiram reduzir abet no pokerprodução no país, substituindo-a por importações ou remanejando a produção para o exterior - o que é um duro golpe na indústria, e pode ter consequências muito severas para a economia."
Opiniões divergentes
O tema, porém, é controverso. Para Walterbet no pokerVitto, da consultoria Tendências, por exemplo, não surpreende que o alto preço da energia estimule as empresas a cortar o consumo.
"De certa forma, esse é um mecanismobet no pokerautorregulação do setor: com menos consumo, os preços tendem a cair."
Segundo De Vitto, apesar do atraso na construçãobet no pokeralgumas usinas, estão sendo tomadas ações adequadas para a expansão do sistema elétrico e os custos altosbet no pokerenergia são um problema essencialmente conjuntural.
O nível dos reservatórios das usinas do Sudeste/Centro-Oeste, que concentram 70% da capacidadebet no pokerarmazenamento do país, hoje estábet no poker35%, contra 62%bet no pokerjulho do ano passado.
"O problema é que esse mecanismobet no pokerajuste do consumo ao preço só existe no mercado livre, que atende grandes consumidores", opinabet no pokerVitto.
"No (mercado) regulado, a distribuidora está bancando esse aumentobet no pokercusto e só vai repassar as perdas para os consumidores na revisão das tarifas."
Mercado
No Brasil, os grandes consumidores compram energia elétrica das geradoras no chamado mercado livre, não regulado pelo governo e nos quais as condições dos contratos são definidas livremente.
Já as distribuidoras que abastecem residências, comércios, pequenas indústrias e serviços adquirem o insumo no mercado cativo (ou regulado),bet no pokerleilões nos quais as condiçõesbet no pokerpreço são determinadas pela Agência Nacionalbet no pokerEnergia Elétrica (Aneel).
Os contratos desses dois mercados são registrados na Câmarabet no pokerComercializaçãobet no pokerEnergia Elétrica (CCEE), que mede a energia efetivamente produzida e consumida por cada agente do sistema elétrico.
Quem consumiu mais do que contratou paga a diferença pelo PLD no chamado mercadobet no pokercurto prazo. E quem consumiu menos, recebe pelo mesmo preço, cujo cálculo considera a disponilibidadebet no pokerágua para a produçãobet no pokerenergia (ver esquema abaixo).
"Como algumas distribuidoras não tinham contratado toda a energia utilizada, acabaram com uma conta bilionária com a alta do PLD", explicabet no pokerVitto.
Em abril, o governo intermediou um empréstimobet no pokerR$ 11,2 bilhões para ajudar as distribuidoras e agora articula outrobet no pokerR$ 6,5 bilhões.
"Tais custos terãobet no pokerser repassados para os consumidores, por issobet no poker2015 prevemos um aumento da tarifabet no pokerenergia elétricabet no poker20% a 25%, que representaria um impactobet no poker0,54 a 0,68 ponto percentual na inflação", diz o especialista da Tendências.
'Peçabet no pokerficção'
O Ministériobet no pokerMinas e Energia nega que seja necessário um reajustebet no pokertal magnitude para acomodar as perdas das distribuidoras - só admite um aumentobet no poker2,6%bet no poker2015.
Segundo Márcio Zimmermann, secretário-executivo do ministério, "é peçabet no pokerficcção falarbet no pokercrise energética no Brasil" e a prova da "saúde" do sistema seria a atraçãobet no pokerum grande volumebet no pokerinvestimentos parabet no pokerexpansão.
O ministério também não vê riscobet no pokerracionamento - ou problema na vendabet no pokerenergia por empresas eletrointensivas.
"Se elas não usam a energia contratada podem vendê-la - essas são as regras do jogo", diz.
A Associação Brasileirabet no pokerGrandes Consumidores Industriaisbet no pokerEnergia (Abrace) concorda com esse pontobet no pokervista e nega que haja empresas parandobet no pokerproduzir para vender energia.
"Isso não faria sentido do pontobet no pokervista estratégico - mas se por um motivo ou outro sobra energia, é direito das empresas vender esse insumo", diz Camila Schoti, coordenadorabet no pokerenergia da Abrace.
A associação, porém, reclama dos efeitos do alto preço da eletricidade sobre a competitividade da indústria nacional.
"Países como França e Canadá têm políticas bem-sucedidasbet no pokerredução do custo desse insumo para a indústria", exemplifica Schoti. "A faltabet no pokerchuvasbet no pokerfato é uma questão conjuntural, mas seria importante adotar estratégiasbet no pokerlongo prazo que reduzissem os encargos para as empresas ness área."
Solução
Não está claro até que ponto um aumento do volumebet no pokerchuvas representaria uma solução definitiva para a questão.
Para Sauer, por exemplo, a hidrologia atípica apenas expôs problemas estruturais do atual sistema elétrico brasileiro.
Ele opina que o governo teria errado, por exemplo, ao tentar impor uma reduçãobet no pokertarifas, sem garantir uma queda nos custos das distribuidoras.
"O sistema deveria ser planejadobet no pokermodo a não dependerbet no pokermais ou menos chuva", diz ele. "O país tem recursos eólicos e hidráulicos suficientes para dobrar seu consumobet no pokerenergia, mas para isso são necessários investimentos e uma gestão mais racional do sistema."
Já parabet no pokerVitto, o sistema parece ser relativamente adequado às necessidades energéticas brasileiras.
"O que essa crise conjuntural está mostrando é que talvez seja interessante um colchão financeiro para amenizar a variaçãobet no pokerpreços."