Máfia dos ingressos: polícia detém executivoempresa ligada à Fifa:
- Author, Jefferson Puff
- Role, Da BBC Brasil no RioJaneiro
A polícia civil do RioJaneiro deteve nesta segunda-feira Ray Whelan, CEO da Match, empresa parceira da Fifa que detém o direito exclusivovendaingressos, pacotes e camarotes da Fifa.
Detido no hotel Copacabana Palace, no Rio, o britânico Whelan, no Brasil há dois anos, é acusadointegrar o esquemavenda ilegalingressos para jogos da Copa. Segundo fontes da Polícia Civil, Whelan seria o fornecedor dos ingressos vendidos ilegalmente.
Ao deixarem o hotel, investigadores da polícia confirmaram o nome do suspeito e informaram que ele havia sido levado para 18ª DP, na Praça da Bandeira, na zona norte da cidade.
Os investigadores teriam realizado buscas e apreensões no quarto onde Whelan estava hospedado no Copacabana Palace. O alto escalão da Fifa está hospedado no hotel, enquanto o restante dos funcionários ficaoutros hotéis da cidade.
A Polícia informou que no quarto dele foram encontrados cem ingressosjogos da Copa.
Quatro Copas
Na semana passada, a polícia do Rio anunciou a prisão do franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, que seria um dos suspeitoschefiar a quadrilha. Ele foi preso dentroum apartamento do ex-jogador Junior Baiano, na Barra da Tijuca.
BatizadaJules Rimet, a operação da polícia investigando o comércio ilegalingressos estácurso desde antes do início da Copa. Há suspeitasque os envolvidos vendiam ingressoscortesia dados pela Fifa a ONGs, federações e jogadores a preços que poderiam chegar a até R$ 35 mil.
A polícia já apreendeu ingressos, máquinascartãocrédito, dinheiro e computadores. Segundo o inquérito, o grupo teria atuadoquatro Copas e poderia ter levantado até R$ 200 milhões por torneio.
Até o momento, a operação resultou na prisão11 pessoas, entre elas, duasSão Paulo; outros sete foram detidos no Rio.
Foi justamente um dos detidosSão Paulo, José Massih, que teria citado o nomeWhelan, como parteum acordodelação premiada.
A informação, no entanto, foi posteriormente negada pela Polícia Civil, que disse que apenas os registros telefônicos levaram ao nomeRay Whelan, e que não houve delação premiada.