Indicadores polarizam debate sobre desemprego no Brasil:1xbet valorant

Carteira1xbet valoranttrabalho (BBC)
Legenda da foto, Diferença1xbet valorantmetodologia explica resultados contraditórios1xbet valorantpesquisas sobre emprego.

Ela registrou que o desemprego atingiu 7,1% no último trimestre, 0,9 pontos percentuais a mais do que no último trimestre do ano passado.

"Há muita incerteza entre os empresários sobre os rumos da economia, e depois das eleições, se predominar a percepção1xbet valorantque não serão implementadas políticas para acelerar o crescimento, é provável que eles comecem a demitir", diz o economista da FGV Samy Dana, para quem no médio prazo não se pode descartar um retorno do desemprego na casa dos 10%.

Entre os indícios apontados pelos que veem um desaquecimento também estão dados do Cadastro Geral1xbet valorantEmpregados e Desempregados (Caged), segundo o qual o país abriu só 105.384 vagas formais1xbet valorantabril - pior resultado para o mês desde 1999.

Recentes demissões da indústria automobilística - mais1xbet valorant1,5 mil pessoas foram dispensadas no ABC Paulista - seriam outra evidência dessa perda1xbet valorantfôlego, bem como alguns indicadores1xbet valorantqueda dos salários.

Otimismo

Do outro lado do debate, o governo diz que o desemprego não preocupa e o mercado1xbet valoranttrabalho nunca esteve tão bem, como explicou à BBC Brasil na sexta-feira Márcio Holland, secretário1xbet valorantPolítica Econômica do Ministério da Fazenda.

Uma evidência seria, por exemplo, a Pesquisa Mensal1xbet valorantEmprego (PME), também do IBGE, que1xbet valorantabril registrou 4,9%1xbet valorantdesemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas - o menor resultado desde 2002.

Em abril1xbet valorant2013, o índice era1xbet valorant5,8%. "E na época, cansei1xbet valorantouvir previsões1xbet valorantque a taxa começaria a aumentar", diz Holland.

A própria PNAD Contínua, divulgada na segunda-feira, também mostrou que, se o desemprego subiu no último trimestre, ainda está menor que no mesmo período do ano passado, quando era1xbet valorant8% - uma comparação que evita efeitos1xbet valorantsazonalidade.

"E no caso dos dados do Caged, é preciso destacar que o saldo (de contratações) ainda é positivo", ressalta Holland.

É verdade que mesmo os economistas que veem indícios1xbet valorantdesaceleração no mercado1xbet valoranttrabalho não esperam uma enxurrada1xbet valorantdemissões no médio prazo.

As previsões são1xbet valorantuma reversão na tendência geral1xbet valorantqueda do desemprego e uma estabilização1xbet valorantpatamares pouco acima dos atuais – o que significa que ficaria mais difícil mudar1xbet valorantemprego e negociar salários.

Mas chama a atenção o fato1xbet valorantos indicadores realmente darem margem a diferentes cenários. Como pode o desemprego medido pela PME e pela PNAD Contínua ter caído1xbet valorantrelação a 2013 se as empresas estão contratando menos, como aponta o Caged?

Metodologia

Parte da explicação estaria ligada a questões metodológicas.

Os dados do Caged usam os registros1xbet valorantcarteiras assinadas do Ministério1xbet valorantTrabalho. Portanto, dizem respeito apenas ao mercado formal e ao regime CLT.

Já os índices do IBGE são calculados com pesquisas domiciliares. Eles consideram desocupados os entrevistados que procuraram emprego no último mês e ocupados aqueles que trabalharam mais1xbet valorantuma hora na semana anterior a pesquisa – o que inclui também trabalhadores informais ou eventuais, por exemplo.

Além disso, o fato1xbet valoranto desemprego manter-se1xbet valorantpatamares baixos1xbet valorantmeio a uma perda1xbet valorantdinamismo das contratações também poderia ser explicado por uma diminuição na quantidade1xbet valorantpessoas que estão entrando no mercado1xbet valoranttrabalho, explica o economista Luiz Gonzaga Belluzzo.

"Isso tem ocorrido primeiro por uma questão demográfica, ligada a redução do ritmo1xbet valorantcrescimento da população", diz Belluzzo. "Depois,1xbet valorantfunção1xbet valorantum fenômeno ligado ao aumento dos níveis1xbet valorantescolaridade dos brasileiros."

Muitos jovens1xbet valorantbaixa renda estariam retardando1xbet valorantentrada no mercado para estudar, segundo o economista.

Dana, da FGV, acrescenta um terceiro fator para explicar a queda da chamada população economicamente ativa: o aumento da renda.

"As pessoas podem estar desistindo1xbet valorantentrar no mercado porque têm fontes alternativas1xbet valorantrenda – que pode ser o salário mais alto1xbet valorantum integrante da família ou um benefício social recebido do governo", diz.

Tema eleitoral

Para o economista Luiz Carlos Mendonça1xbet valorantBarros, a polarização do discurso sobre o mercado1xbet valoranttrabalho deve-se1xbet valorantparte à proximidade das eleições – nas quais esse será um tema-chave.

Belluzzo concorda com a avaliação e explica por que acredita que manter o bom desempenho nessa área é crucial para o governo,1xbet valorantmeio à onda1xbet valorantmás notícias econômicas: "Todo mundo fala da preocupação do eleitor com a inflação porque a alta1xbet valorantpreços corrói a renda dos trabalhadores. Mas se o desemprego aumenta, muitas famílias perdem totalmente essa renda – a frustração é muito maior", diz ele.

Há uma década a taxa1xbet valorantdesemprego medida pela PME do IBGE era1xbet valorant12%.

O fato1xbet valorantnos últimos dois anos o índice ter resistido no patamar dos 5% ou 6%1xbet valorantmeio à freada do PIB costuma ser atribuído a questões como a falta1xbet valorantflexibilidade do mercado1xbet valoranttrabalho brasileiro e a carência1xbet valoranttrabalhadores qualificados no país.

Como os custos1xbet valorantcontratação e demissão são altos, os empresários teriam mais cautela ao mudar seu quadro1xbet valorantfuncionários.

Além disso, muitas empresas hesitariam1xbet valorantdemitir pensando que teriam dificuldade para contratar ou treinar determinados profissionais se tivessem1xbet valorantampliar a produção1xbet valorantum futuro próximo.

"Por enquanto, o que preocupa realmente é que a taxa1xbet valorantdesemprego esteja muito baixa - porque a falta1xbet valoranttrabalhadores tornou-se um gargalo1xbet valorantnossa economia", opina Mendonça1xbet valorantBarros.

"Mas já há sinais claros1xbet valorantesgotamento do modelo1xbet valorantcrescimento baseado1xbet valorantconsumo, o que certamente terá um impacto também no nível1xbet valorantemprego."

"Não acho que haja razões para ser catastrofista, mas também não dá para pensar que o mercado1xbet valoranttrabalho não sofrerá1xbet valorantalgum momento com a desaceleração, queda dos investimentos e redução da confiança dos empresários", concorda o economista da Unesp Elton Casagrande.