Ministro sugere que Brasil é alvo da imprensa porque 'cresce e incomoda’:esporte da sorte bahia

Vinícius Lages (Ministério do Turismo)

Crédito, MinTurismo

Legenda da foto, Para Lages, turistas voltarão da Copa falando bem do Brasil

Segundo o ministro, o Mundial estaria sendo "bombardeado" por um "canhãoesporte da sorte bahiamídia" também dentro do país.

"É todo o dia bombardeio: 'Ninguém quer Copa, ninguém quer Copa'. Isso não é verdade", afirma Lages.

Lages opinou sobre o temaesporte da sorte bahiaentrevista exclusiva à BBC Brasil. A seguir os trechosesporte da sorte bahiaque explica seu pontoesporte da sorte bahiavista:

esporte da sorte bahia BBC Brasil - O senhor vê um excessoesporte da sorte bahianegativismo na imprensa internacionalesporte da sorte bahiarelação ao país?

esporte da sorte bahia Vinícius Lages - Sem dúvida. Nos últimos dez anos enfrentamos a questão da desigualdade e da extrema pobreza. O governo fez investimentosesporte da sorte bahiainfraestrutura e geraçãoesporte da sorte bahiaemprego que se sobrepõem a qualquer uma dessas imagens que a mídia internacional tem construído. Olhe o que temos hojeesporte da sorte bahiainfraestrutura turística... nunca tivemos isso.

Evidentemente, ocorreram atrasos (nas obras da Copa), mas isso não impede que a gente reconheça que o Brasil estáesporte da sorte bahiauma situação muito superior do que há dez anos. Foram criados maisesporte da sorte bahia20 milhõesesporte da sorte bahiaempregos formais, houve reduçãoesporte da sorte bahia70% na pobreza extrema. Se você tem aqui e ali alguma obra não concluída ou estádio que ainda não ficou pronto... é claro que poderíamos sim ter feito um esforço maior para estar dentro do cronograma. Mas mesmo que estivesse tudo redondo, sempre iam achar alguma coisa para colocar a lupa.

O Brasil tem feito um esforçoesporte da sorte bahiasairesporte da sorte bahiauma condiçãoesporte da sorte bahiaum país subalterno eesporte da sorte bahiaum posicionamento mais reativo no contexto internacional para ser mais protagônicoesporte da sorte bahiavários contextos. É uma economia que cresce e incomoda. Uma força política que cresce. Olha na Europa o que está acontecendo. O recrudescimento da xenofobia... Então você desloca (o foco da imprensa). "Vamos para o Brasil, vamos achar um mosquito (referência à dengue), um estádio inacabado". Põe os holofotes na periferiaesporte da sorte bahiaParis e Londres. Perto dos Jogos Olímpicos, Londres também enfrentou manifestações. Houve incêndios, ataques.

Vivemos um momento importanteesporte da sorte bahiaconsolidação do processo democrático, temos eleições, tudo isso faz parteesporte da sorte bahiaum mosaico. Não queríamos só imagens bonitinhas, jardins floridos e tal, mas pelo menos que reconheçam o esforço. O Brasil realiza uma Copaesporte da sorte bahiaescala sem precedentes, que integra doze cidades. Não tenho dúvida que a síntese da imagem (do Brasil na Copa) será aesporte da sorte bahiaum país hospitaleiro, acolhedor, um lugar para se celebrar.

esporte da sorte bahia BBC Brasil - Não há o riscoesporte da sorte bahiaa imagem que sair da Copa ser negativa?

esporte da sorte bahia Lages - Pode até sair na mídia algo que possa ser prejudicial à imagem do país, mas o que importa é que o turista estrangeiro ou o turista brasileiro que visitar uma cidade-sede será bem acolhido. Na Copa das Confederações, com todas as manifestações e as imagens que foram projetadas (pela imprensa), 75% dos que visitaram o Brasil disseram querer voltar.

A minha expectativa é que, mesmo com um contexto que possa ser retratado como um problema, com esses atrasos, manifestações, com algum mosquito novo que apareceu, vamos mostrar a imagemesporte da sorte bahiaum país acolhedor, hospitaleiro, que realizou uma belíssima Copa e foi capazesporte da sorte bahiafazer dessa experiência esportiva também uma experiência turística muito agravadável. Eles (os turistas) vão querer voltar e vão falar bem do Brasil.

esporte da sorte bahia BBC Brasil - Faltam apenas dez dias para o início dos Jogos. Vocês esperavam um climaesporte da sorte bahiamais entusiasmo a essa altura?

esporte da sorte bahia Lage - Acho que já começamos a ver (esse entusiasmo). Maisesporte da sorte bahia400 mil brasileiros já participaram do Tour da Taça, por exemplo. Agora, querer que a gente fique fazendo demonstraçãoesporte da sorte bahiapatriotismo,esporte da sorte bahiaufanismo só para sair na fotoesporte da sorte bahiauma capaesporte da sorte bahiauma revista internacional é tolice.

Temos outras questões para nos preocupar neste país do que ficar tentando demonstrar que temos o mesmo grauesporte da sorte bahiapatriotismo dos anos 70. Este é um paísesporte da sorte bahia200 milhões (de habitantes), somos uma sociedade mais complexa, mais amadurecidaesporte da sorte bahiasuas manifestações. Mas logo, logo vai estar todo mundo na frente da televisão, nos estádios, celebrando, isso faz parte da nossa cultura. Em Brasília temos ruas pintadas, você já vê nos parques as pessoas caminhando com a camisa (da seleção).

Sei que esse momentum é distintoesporte da sorte bahiaoutras Copas. Eu não estava aquiesporte da sorte bahia1950, não sei como foi. Talvez as pessoas pensassem que por (a Copa) ser aqui já deveria estar todo mundoesporte da sorte bahiaverde e amarelo, mas (o climaesporte da sorte bahiafesta) vai pegar. Talvez não na intensidade que a mídia quer para tirar uma fotoesporte da sorte bahiacapa, mas vai ter sim celebração e muita empolgação.

esporte da sorte bahia BBC Brasil - Impressiona o dado da Datafolhaesporte da sorte bahiaque 55% das pessoas acha que a Copa trará mais prejuízos que benefícios para o país?

esporte da sorte bahia Lages - Também, com essa guerra, né? Dê para mim um canhãoesporte da sorte bahiamídia para todo dia dizer que não vai ser assim (sobre a empolgação para a Copa) que eu ganho o jogo. É todo o dia bombardeio: “Ninguém quer Copa, ninguém quer Copa.” Isso não é verdade.

Eu não levo essas pesquisas a ferro e fogo. (As respostas) dependem da pergunta que você faz,esporte da sorte bahiacomo você contextualiza cada pergunta. As pessoas podem dizer: "Preferia que investissemesporte da sorte bahiaeducação. Preferia que iluminassem a minha rua. Não quero a Copa porque queria aquilo." Não é isso. O governo continuou investindoesporte da sorte bahiaeducação, saúde, infraestrutura.

O investimento para a Copa não é expressivo se comparado com os investimentos sociais. Mas sempre vão aparecer os bilhões que foram investidos para a Copa. Esse não é um investimento desproporcional para se preparar para um evento dessa natureza. E daqui a pouco os milhõesesporte da sorte bahiabrasileiros que viajam verão o benefícioesporte da sorte bahiaestaresporte da sorte bahiaum país que acelerou investimentos, melhorou seus aeroportos eesporte da sorte bahiainfraestrutura.