Ucrânia: solução diplomática 'mais longe do que nunca':bet k3
- Author, Jonathan Marcus
- Role, Analista diplomático da BBC
bet k3 A crise na Ucrânia entra agorabet k3uma fase nova e mais perigosa.
A tomadabet k3prédios públicosbet k3diversas cidades do leste do país por ativistas descritos como pró-Rússia levanta a possibilidadebet k3que o governobet k3Kiev responda duramente.
E isso, porbet k3vez, daria à Rússia o pretexto perfeito para avançar combet k3força militar contra a Ucrânia.
Existe a possibilidadebet k3que isso seja apenas teatro político, para assustar o governo interino ucraniano e tentar aniquilar o diálogo envolvendo Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e União Europeia planejado para esta semana.
Ou Moscou pode estar apenas tentando controlar o contextobet k3que esse diálogo vai acontecer. De qualquer forma, a temperatura está se elevando, e uma solução diplomática à crise parece mais longe do que nunca.
Marcas registradas
Então, o que concluir sobre a afirmação,bet k3fontes da Otan ebet k3líderes ocidentais,bet k3que o Exército russo já está realizando operações secretas no leste ucraniano?
Há indícios, obtidos nas redes sociais, mostrando que gruposbet k3homens fortemente armados e equipados estão se envolvendobet k3diversas ocupaçõesbet k3edifícios públicosbet k3cidades do leste da Ucrânia.
Para Roger McDermott, pesquisador sêniorbet k3estudosbet k3Eurásia na Fundação Jameston, é um observadorbet k3longa data do Exército russo.
Ele acredita que essa uniformização - e o usobet k3armamento parecido - sugere que "'militantes' organizados têm todas as marcas registradas das forças especiais russas, ou para ser mais exato, da força militarbet k3inteligência (chamada) Spetsnaz".
Ainda assim, ele adverte que esta parece ser apenas uma reprise parcial da operação inicial russa, na Crimeia.
"Na Crimeia, as forças russas realizaram basicamente uma operação sem resistência, para tomar locais estratégicos e explorar a fraqueza do governo interinobet k3Kiev", diz McDermott, agregando que a situação é diferente no leste ucraniano.
"Com apoio local, as forças especiais (russas) podem obter o controlebet k3edifícios estratégicos e rotas-chave, mas se as forças ucranianas responderem, haverá uma escalada que envolverá as tropas convencionais russas - incluindo uma ofensiva aérea ou unidades terrestres", prossegue ele.
Kier Giles, outro veterano analista militar russo do Conflict Studies Research Centre, afirma estar "deprimido, mas não surpreso" pela escalada das tensões nos últimos dias.
Questionado se o atual momento pode ser um prelúdiobet k3uma ação militarbet k3Moscou, ele diz achar perfeitamente plausível.
"Isso se encaixaria não apenas na narrativabet k3longo prazo da Rússia,bet k3garantir a segurançabet k3cidadãos russos no exterior, mas também na imperativa doutrinantebet k3garantir a estabilidade nas fronteiras russas", afirma.
'Choque estratégico'
Ambos os analistas acreditam que a crise entroubet k3uma fase nova e talvez mais crítica. Questionam-se também se os alvos da Rússia estão claros. Não é uma aposta enorme avançar contra a Ucrânia?
"Os riscos sãobet k3que as tropas ucranianas imponham uma resistência maior do que a esperada por Moscou e (o enfrentamento) se estendabet k3algo longo e complicado", opina McDermott.
No entanto, "se Kiev sucumbir ou fracassebet k3responder rapidamente, Moscou teria uma grande vantagem para colocar na mesabet k3negociação e para garantir seus objetivos nesta crise: que o Ocidente reconheça um Estado ucraniano desmembrado ou que se promova a ideiabet k3um meio-termo envolvendo uma nova Constituição - com um Estado federal ucraniano mais fraco e suscetível ao Kremlin."
Sob essa visão, as demandasbet k3Moscou são claras: a federalização da Ucrânia e garantias legaisbet k3que o país jamais se unirá à Otan.
"O Kremlin está apostando alto e acredita que pode ganhar", diz McDermott.
Em contraste, a Otan e o Ocidente parecem ter menos opções para influenciar os desdobramentosbet k3terra. McDermott afirma que os países ocidentais receberam uma espéciebet k3"choque estratégico".
Ele argumenta que a crise revelou fraquezas na avaliaçãobet k3inteligência sobre a Rússia e sobrebet k3ameaçabet k3potencial ao Leste Europeu.
"Tanto analistas ocidentais quanto governos estão perdidos tentando explicar formas como impedir que a Rússia alcance seus objetivos estratégicos na Ucrânia", diz ele.