Moradores querem evitar 'militarização' do cotidiano na Maré:bet fest aposta

soldadobet fest apostafrente à casabet fest apostauma moradora da Maré | AP

Crédito, AP

Legenda da foto, Apesarbet fest apostaexpectativabet fest apostamelhora, medo e desconfiança domina clima na favela da Maré

Ele diz que a comunidade rejeita a ideiabet fest apostaque as regras passem a ser ditadas pelos militares e pela polícia e que os moradores querem ser tratados como cidadãos e não como inimigosbet fest apostaguerra.

"Sai a força do tráfico e chega a força do Estado, e como vamos regularizar a favela? Não cabe ao Exército ou à UPP dizer se vai ter baile funk ou não, invadir as casas das pessoas como se não tivessem direitos, mudar as regras dos mototáxis. Eles não poderão decidir essas coisas sozinhos,bet fest apostacima para baixo", complementa.

Preocupação

Alexandre Ciconello, assessorbet fest apostaDireitos Humanos da Anistia Internacional, que mantém longa atuação na Maré, explica que a militarização se traduz na abordagem diária aos moradores, que tende a ser truculenta; na criaçãobet fest apostauma lógicabet fest apostaautorizações,bet fest apostaque a comunidade passa a depender da aprovação dos militares para fazer coisas que eram partebet fest apostasua rotina; e na sistematizaçãobet fest apostarevistasbet fest apostacasas e pessoas - o que pode levar à revolta dos residentes locais.

"Muitos presidentesbet fest apostaassociaçõesbet fest apostamoradores são desrespeitados nesse processo, não têm seu papel reconhecido. São figuras que têm legitimidade, foram eleitas pela comunidade. A abordagem a crianças e adolescentes também tende a ser problemática e se percebidas como abusivas levam ao descrédito, revolta e até açõesbet fest apostavingança", diz.

Para a Redesbet fest apostaDesenvolvimento da Maré, ONG que atua há 20 anos no Complexo e conta com moradores entre os líderes, a mobilização política atual é um forte sinalbet fest apostacomo a comunidade quer ser incluída no processobet fest apostapacificação.

"As organizações vão interferir no processo, vão lutar para que os moradores sejam preservados, respeitados. O secretáriobet fest apostasegurança aceitou nosso convite, e na semana que vem devemos ter uma audiência com o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que também virá à Maré", diz Edson Diniz, um dos diretores da organização.

Ele relembra que dada abet fest apostalocalização estratégica (entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e o centro da cidade, e entre as avenidas Brasil, Linha Amarela e Linha Vermelha), a Maré já foi "cercada" pelo Exércitobet fest apostaoutras oportunidades, como a Eco-92 e a Rio+20, alémbet fest apostater sido alvobet fest apostadiversas operações da polícia.

"Isso leva ao descrédito da população. Dessa vez, se a ocupação vai,bet fest apostafato, levar a mudanças duradouras, que seja feita da forma certa desde o início. É esse o sentimento dos moradores. Se não é algo só para a Copa e vieram para ficar, têm que fazer as coisas direito", argumenta.

Mandado coletivo

Um dispositivo jurídico que pode moldar este tipobet fest apostaoperacão e que preocupa os moradores é o mandadobet fest apostabusca e apreensão coletivo, medida que pode ser autorizada por um juiz e que na prática significa que as forçasbet fest apostasegurança podem entrar na casabet fest apostaqualquer pessoa para revistas -bet fest apostaforma semelhante a um estadobet fest apostaexceçãobet fest apostaque direitos constitucionais são suspensos.

Um mandado do tipo foi expedido na semana passada, quando 1,5 mil policiais ocuparam a Maré para abrir caminho para a chegada das Forças Armadas.

Para a Anistia Internacional, o assunto é preocupante porque abre caminho para abusos. "É preciso deixar claro que a Maré não é um territóriobet fest apostaexceção. A segurança e a vida dessas pessoas devem ser garantidas com prioridade, e não se pode tratar uma população inteira como suspeita", diz Alexandre Ciconello.

Em entrevista coletiva, o general Ronaldo Lundgren, que organiza a ação militar, disse que a segunda fase da ocupação não contará com mandadosbet fest apostabusca e apreensão coletivos e que atividadesbet fest apostapatrulhamento, revistas e prisões na comunidade seguirão os procedimentos legais dentro da normalidade.

Ele também deixou claro que o dispositivobet fest apostaGarantia da Lei e da Ordem (GLO), documento assinado entre a Presidência da República e o governo do Estado do Riobet fest apostaJaneiro que permite a ação militar, tem validade até o dia 31bet fest apostajulho, mas pode ser prolongado.