Maré vive sob tensão e medo após ocupação das Forças Armadas:apostar no campeão da copa do mundo

Militar patrulha favela da Maré, no Rioapostar no campeão da copa do mundoJaneiro (foto: Reuters)

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Lei do silêncio vigora na favela da Maré durante ocupação pelas Forças Armadas

Relatosapostar no campeão da copa do mundoviolência entre membros remanescentes do tráfico eapostar no campeão da copa do mundoabusos por parte dos policiais e militares, incluindo excessos cometidos nas revistas às casas, começam a aparecer conforme os moradores se sentem mais à vontade com a reportagem.

Sob o olhar constante dos soldados armados, a maioria prefere não falar. E se fala, não diz quase nada, pede para não ser identificado e não permite ser fotografado. Caminhando por ruas com carros incendiados ou com parabrisas estilhaçados por tiros, casas com marcasapostar no campeão da copa do mundobala e blindadosapostar no campeão da copa do mundotransporteapostar no campeão da copa do mundotropas dividindo espaço com crianças não é difícil entender o porquê do silêncio.

'Preconceito mútuo'

Para Patrícia Vianna, uma das diretoras da ONG Redesapostar no campeão da copa do mundoDesenvolvimento da Maré, o que rege o clima desta fase do processoapostar no campeão da copa do mundopacificação é um "preconceito mútuo", que precisa ser desfeito.

"Os militares encaram os moradores como bandidos, como o inimigo, e os moradores da comunidade rejeitam a presença deles aqui. Há medo das revistas,apostar no campeão da copa do mundoque entrem nas casas das pessoas,apostar no campeão da copa do mundoque não respeitem ninguém. Isso não é bom para nenhum dos lados", diz.

Ela adianta que o assunto seria abordado numa reunião com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), na comunidade, na última quarta-feira. "Os dois lados estão muito grilados. É importante dizer: eu não sou contra a UPP, mas o fato é que vinham anunciando isso há dois anos, e nós decidimos nos preparar", conta.

Ela também explica ter sido uma das primeiras pessoas a chegar ao local onde o adolescente Vinicius,apostar no campeão da copa do mundo15 anos, foi morto horas após o começo da ocupação pela PM, no dia 30apostar no campeão da copa do mundomarço. "Foi um caos total. Colocaram 30 garotos contra a parede, as mães gritando, chorando. Eu bati foto da caraapostar no campeão da copa do mundocada um dos meninos e disse para a polícia: 'vocês não vão sumir com nenhum deles, eu estou fotografando'", relembra.

Guerraapostar no campeão da copa do mundoinformação

Favrla da Maré, foto BBC Brasil

Crédito, xx

Legenda da foto, 'Eles atiravam nos postes, ficava tudo escuro', conta moradora

Andar pelas ruasapostar no campeão da copa do mundoNova Holanda comprova a dinâmicaapostar no campeão da copa do mundodesconfiançaapostar no campeão da copa do mundovárias formas. Desde as queixas por ser revistadoapostar no campeão da copa do mundoquatro diferentes postosapostar no campeão da copa do mundocontrole no caminho para casa até as trocasapostar no campeão da copa do mundoolhares entre quem passa pela rua e os soldados. Entre os militares – a maioria muito jovem –, há os que empunham fuzisapostar no campeão da copa do mundosinalapostar no campeão da copa do mundointimidação e os que parecem mais assustados do que as crianças que brincam e correm entre as vielas.

Outro elemento é a guerraapostar no campeão da copa do mundoinformação. De um lado, as Forças Armadas distribuem panfletos com desenhosapostar no campeão da copa do mundosoldados e moradores amistosos e mensagens como "Forçaapostar no campeão da copa do mundoPacificação Maré. Colabore: siga as orientações, mantenha a calma. A pacificaçãoapostar no campeão da copa do mundosua comunidade também dependeapostar no campeão da copa do mundovocê".

Do outro, há os adesivos distribuídos numa campanha elaborada por três ONGs e coladasapostar no campeão da copa do mundomuitas portas das maisapostar no campeão da copa do mundo130 mil pessoas que vivem espalhadas nas 16 favelas do Complexo: "Conhecemos nossos direitos. Não entre nessa casa sem respeitar a legalidade da ação. Em casoapostar no campeão da copa do mundodesrespeito, ligue para a Corregedoria da Polícia Militar".

'Pagofunk' e mudançaapostar no campeão da copa do mundorotina

Para João,apostar no campeão da copa do mundo31 anos, - 22 deles vividos na Maré - há os que comemoram a chegada das forçasapostar no campeão da copa do mundosegurança.

"Se você perguntar na rua, muita gente está gostando. Para quem tinha que lidar com tiroteio e insegurança, há uma melhora. Também houve limpeza, outras coisas muito boas. Agora entre os mais jovens, acho que a reação é muito ruim", diz.

Membroapostar no campeão da copa do mundouma bandaapostar no campeão da copa do mundorock, João diz que os jovens devem burlar a proibição aos bailes funk reeditando o que já aconteceapostar no campeão da copa do mundooutras favelas com UPPs: os "pagofunks".

"Eles vendem para a chefia da UPP como se fosse um baileapostar no campeão da copa do mundopagode. Tocam uns pagodes no começo, mas depois é funk mesmo", explica.

João conta que já teve a casa revistada por policiaisapostar no campeão da copa do mundooutras ocasiões. "Eles entram mesmo, sem perguntar nada". Desde a semana passada ele vem trazendo seu laptop e o dinheiro que guardaapostar no campeão da copa do mundocasa para o trabalho. "Trago para garantir. Mudou minha rotina, mas prefiro assim".

Flávio Aguiar Rodrigues, presidente da Associaçãoapostar no campeão da copa do mundoMoradores da comunidade Nova Maré, expõeapostar no campeão da copa do mundoprincipal preocupação no momento.

"Nos reunimos com o secretárioapostar no campeão da copa do mundosegurança pública e amanhã vamos nos reunir com o prefeito. Também virão pessoas da Saúde, da Educação,apostar no campeão da copa do mundooutros setores, mas a garantiaapostar no campeão da copa do mundovida das pessoas é o que preocupa bastante agora", diz, acrescentando ter recebido a denúnciaapostar no campeão da copa do mundouma moradoraapostar no campeão da copa do mundoque seu filho teria sido imobilizado pelas forçasapostar no campeão da copa do mundosegurança com o usoapostar no campeão da copa do mundoarmasapostar no campeão da copa do mundochoque. "Vamos ter que averiguar isso".

Para Luiza, que é coordenadoraapostar no campeão da copa do mundoum centro cultural localizado na "Faixaapostar no campeão da copa do mundoGaza", a ocupação representou maior públicoapostar no campeão da copa do mundoseus eventos.

"Todo mundo já sabia que ia ter tiroteio. Às vezes durava 20 minutos, às vezes duas horas, e aí todo mundo deitava no chão. Eles atiravam nos postes, ficava tudo escuro", relembra ela, que pediu para que seu verdadeiro nome não fosse divulgado.

Já sobre a ocupação e a futura UPP, tem opinião formada. "Acho que não precisavaapostar no campeão da copa do mundotudo isso. É coisa para a TV, para o mundo lá fora ver. Além disso, acho que eles não estão preparados para entrar numa comunidade como essa. Mas ser apenas contra não adianta nada. Agora vamos ter que dialogar. A UPP é um ponto inicial com o qual a gente tem que trabalhar e seguir adiante".