Maconha legal nos EUA põepixbet instalarxeque política antidrogas no continente:pixbet instalar

Cultivopixbet instalarmaconha no Colorado (Reuters)

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Para analistas, legalizaçãopixbet instalarmaconhapixbet instalarEstados dos EUA e no Uruguai retrata mudançapixbet instalaratitude no hemisfério
  • Author, Pablo Uchoa
  • Role, Da BBC Brasilpixbet instalarWashington

pixbet instalar No Estadopixbet instalarWashington, quase na fronteira entre EUA e Canadá, um farmacêutico chamado Sean Green, cujo nome criou um trocadilho que a imprensa americana não deixou passar, recebeu na semana passada a primeira licença estadual para vender maconha com fins recreativos.

Menospixbet instalardois meses antes, 11 mil quilômetros ao sul do continente, o Uruguai se tornava o primeiro país do mundo a embarcar na experiênciapixbet instalarlegalizar e regulamentar o mercado da marijuana "limpa".

Para analistas, não são coincidências, mas elementos que retratam a mudançapixbet instalaratitude dos países do hemisfério ocidentalpixbet instalarrelação às drogas.

Eles acreditam que outro elemento importante neste cenário – a oposição americana a permitir a legalizaçãopixbet instalardrogas para fins recreativospixbet instalaracordos internacionais – também possa mudar à medida que a legalização avance dentro dos próprios EUA.

"O fatopixbet instalaro país estar vivenciando uma grande mudança interna nas suas políticas para as drogas já está claramente afetando a maneira como os EUA lidam com outros países", disse à BBC Brasil John Walsh, diretor do programapixbet instalardrogas da organização Escritóriopixbet instalarWashington para a América Latina (Wola, na siglapixbet instalaringlês).

"Por muito tempo – décadas – outros países corretamente entenderam que seriam criticados pelos EUA se tomassem medidas para liberalizar as suas leis. Mas no caso do Uruguai, os EUA se deram contapixbet instalarque não estão na posiçãopixbet instalarcriticar abertamente o governo uruguaio, epixbet instalarfato não criticaram."

Mudançapixbet instalaratitude

O sucesso inicial da vendapixbet instalarcannabis para fins recreativos no Estado do Colorado reforçou a posição dos que defendem um mercado regulamentado para esta substância.

O governo estadual prevê que a taxaçãopixbet instalar12,9% sobre maconha legal engordará os cofres públicospixbet instalarUS$ 100 milhões neste ano fiscal. Dinheiro suficiente para enriquecer o Estado e implantar programaspixbet instalarsaúde para mitigar os efeitospixbet instalarabusos, argumenta o governo.

Estimativas contidas no orçamento do Executivo estadual indicam que a indústria local alcance US$ 1 bilhão por ano, com as vendas para fins recreativos respondendo por maispixbet instalar60% disto.

No Estadopixbet instalarWashington, as vendaspixbet instalarmaconha com fins recreativos começarápixbet instalarjunho. Os defensores da legalização acreditam poder conseguir algum tipopixbet instalarliberalização também no Alasca, Arizona e Oregon, e talvez uma espéciepixbet instalarreferendo nos próximos anos na Califórnia.

'Irresponsável'

Porém, o avanço destas iniciativas ainda é polêmico e está longepixbet instalarser considerado irreversível.

Na semana passada, Thomas Harrigan, vice-diretor do departamento antidrogas americano, DEA, pediu durante uma audiência na Câmara que os parlamentares "não abandonem a ciênciapixbet instalarfavor da opinião pública". Ele disse que os experimentospixbet instalarlegalização da maconha são "irresponsáveis".

Lojapixbet instalarvendapixbet instalarmaconha no Colorado (AP)

Crédito, AP

Legenda da foto, Os que defendem mercado regulamentado destacam o sucesso inicial da vendapixbet instalarmaconha no Colorado

A legislação federal americana proíbe o usopixbet instalarmaconha, considerada uma droga perigosa e sem valor medicinal.

"Ela cria dependência e requer tratamento, alémpixbet instalarabrir a porta para o usopixbet instalaroutras drogas, problemaspixbet instalarsaúde, comportamento delinquente e direção perigosa", sustentou um porta-voz da DEA na época da legalização da maconha no Uruguai.

Porém, o governo do presidente Barack Obama já anunciou que o Executivo federal não vai tentar impedir as experiências estaduais no campo da legalização.

Para John Walsh, esta posição coloca a Casa Brancapixbet instalarum "dilema".

"Considerando a mudança evidentepixbet instalaratitude do público interno, estamos nos distanciandopixbet instalaruma lógica proibicionista", opina o especialista.

"Mas vai demorar para que a lei nacional reflita a mudança que está acontecendo. Os EUA permanecerão nesta posição desconfortável por algum tempo."

'Hipocrisia'

O dilema já cria tensões entre os EUA e seus aliados da região na luta contra as drogas, segundo o general que está à frente do comando do Exército americano na fronteira sul, John F. Kelly.

"Há 25 anos incentivamos estes países a encampar a guerra contra as drogas", disse Kelly, durante uma audiência no Congresso. "A maioria não consegue crer que estejamos indo, na opinião deles, nessa direção (da legalização)."

"Eles são muito educados comigo, mas às vezes, quando a conversa não é tão educada, o termo 'hipócrita' entra na discussão."

A legalização e regulamentaçãopixbet instalarnarcóticos já foi defendida por líderes (ex e atuais)pixbet instalarvários países da região, como México, Colômbia, Guatemala e Brasil.

Um dos principais argumentos sugere que a regulamentação secaria uma importante fontepixbet instalarrenda dos cartéis do tráfico.

Essas organizações obtêmpixbet instalartornopixbet instalar30% dos seus lucros com exportaçãopixbet instalardrogas da vendapixbet instalarmaconha, disse à BBC Brasil o co-diretorpixbet instalarpesquisas sobre o tema da consultoria RAND, Beau Kilmer.

Os EUA produzem grande parte da maconha que consomem, mas existe grande demanda pelo produto mexicano, colombiano e jamaicano.

Kilmer pondera que a legalização pode eliminar a competitividade do produto ilegal, potencialmente reduzindo a um quinto o preço da marijuana, que hoje custa entre US$ 1.500 e U$ 2.000 a libra peso (450g) dependendopixbet instalaronde se esteja nos EUA.

"No momento, o preço que um usuário pega pela droga é inflacionado para compensar todo mundo ao longo da cadeiapixbet instalarfornecimento pelo riscopixbet instalarser preso", disse Kilmer.

Produzidopixbet instalarescala industrial, o mesmo volumepixbet instalarmarijuana poderia ser barateado para menospixbet instalarUS$ 50 a libra, diz o especialista.

Debate inconcluso

Mas o debate sobre os cartéis permanece inconcluso, porque essas organizações têm demonstrado que são capazespixbet instalarcompensar os lucros menorespixbet instalaruma atividade com a expansão para outras. Um exemplo recente é a ofensiva para tomar o "mercado"pixbet instalarimigrantes ilegais na Guatemala e no México dos chamados "coiotes".

Além disso, as discussões sobre liberalização atualmente só dizem respeito à maconha. Continuariam as políticaspixbet instalarcombate ao abusopixbet instalarcocaína, heroína e outros narcóticos.

O debate está atrelado aos efeitos colateraispixbet instalardécadaspixbet instalaruma abordagem contra as drogas que privilegiou a ação armada, requereu bilhõespixbet instalardólares e resultoupixbet instalardezenaspixbet instalarmilharespixbet instalarmortos dos Andes ao México.

Outro resultado, segundo analistas, foi o salto na proporçãopixbet instalarencarcerados nos EUA: 480 por cada 100 mil habitantespixbet instalar2012, uma proporção que cresceu exponencialmente nos últimos 30 anos, coincidindo com a chamada "guerra às drogas".

Para John Walsh, ao flexibilizarpixbet instalarpolítica sobre as drogas, os EUA estariam "passando uma mensagem" mais focadapixbet instalarreprimir os grupos mais violentos e evitar punições excessivas e desnecessárias.