Os efeitos internacionais do 'experimento' uruguaio com maconha:jogo do azar caça níquel
Aprendizagem coletiva
"Espero que (os outros países) nos deem uma mão e que aprendamos mutuamente", disse Mujica,jogo do azar caça níquel78 anos, ao argumentar os benefíciosjogo do azar caça níquelseu plano e o impacto que pode ter no resto da comunidade internacional, onde a droga continua sendo uma inimiga.
"Que nos seja permitido adotar um experimento sociopolítico frente a um problema tão grave como é o narcotráfico", afirmou o presidente.
Quando Mujica sancionar a lei aprovada pelo Congresso, terá início um períodojogo do azar caça níquel120 diasjogo do azar caça níquelque as autoridades terãojogo do azar caça níquelpublicar os primeiros regulamentos com os detalhes do processojogo do azar caça níquelregulamentação.
Talvezjogo do azar caça níquelum ano, os amantes da maconha poderão fazer como Cristian, o ferreiro, e colher suas primeiras plantasjogo do azar caça níquelmaneira legal.
Desde os anos 70, fumar maconha é legal no Uruguai, incluindo nos espaços públicos, mas o cultivo e compra, não.
E apesarjogo do azar caça níquelter menosjogo do azar caça níquel3,5 milhõesjogo do azar caça níquelhabitantes, o negócio movimenta cercajogo do azar caça níquelUS$ 30 milhões por ano.
Implicações internacionais
"Não estamos dizendo aos outros países que esta é a política que eles têmjogo do azar caça níqueladotar e damos a garantiajogo do azar caça níquelque a maconha que deve ser produzida legalmente aqui não vai acabar no seu mercado negro. É o nosso compromisso", disse à BBC Mundo Julio Calzada, secretário-geral do Conselho Nacionaljogo do azar caça níquelDrogas do Uruguai.
Em instâncias internacionais, meiosjogo do azar caça níquelcomunicação estrangeiros e até mesmo nas Nações Unidas, o presidente Mujica argumentou que a estratégiajogo do azar caça níquelguerra total contra o narcotráfico patrocinado pelos Estados Unidos na América Latina desde os anos 70 falhou.
Somente no México, maisjogo do azar caça níquel60 mil pessoas morreramjogo do azar caça níquelepisódiosjogo do azar caça níquelviolência relacionados às drogas nos últimos seis anos, durante os quais o governo mexicano vinha empreendendo uma guerra frontal contra os cartéis.
Na Colômbia, a discussão sobre as drogas é um assunto sensível nas negociaçõesjogo do azar caça níquelentre a guerrilha e o governo.
A vozjogo do azar caça níquelMujica não é solitária. Cada vez mais surgem figuras latino-americanos favoráveis à legalização da maconha, mas ele é um dos poucos a fazê-lo no poder.
Outros esperaram deixar seus cargos públicos, como o mexicano Vicente Fox, o brasileiro Fernando Henrique Cardoso e chileno Ricardo Lagos, que após saírem da presidênciajogo do azar caça níquelseus países e terem promovido durante seus mandatos a linha dura contra as drogas, agora defendem liberalização da maconha e outras drogas com "impacto menor".
Mas "todos são ex", como lembroujogo do azar caça níquelconversa com a BBC Mundo Julio Calzada.
"O único presidentejogo do azar caça níquelexercício que abordou a questãojogo do azar caça níquelfrente sabendo dos riscos políticos envolvidos foi o presidente Mujica."
Na região, o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, também lançou um debate sobre a legalização das drogas.
O guatemalteco qualificou o colega uruguaio como "visionário", mas não conseguiu apoio suficiente para implantar um projeto similarjogo do azar caça níquelseu país.
Em outros países latino-americanos, a resposta tem sido tímida,jogo do azar caça níquelexpectativa. Como na Argentina, onde o governo disse que vai esperar para ver os resultados da legalização no Uruguai.
Masjogo do azar caça níqueloutros foi negativa. O ministro das Relações Exteriores do México, Jose Antonio Meade, deixou claro que "o enfoque não pode ser unilateral" e pediu que a políticajogo do azar caça níqueldrogas seja um consenso na região.
Na vizinha Paraguai, o presidente Horacio Cartes resumiu a iniciativa uruguaia como "uma utopia".
"A situação do tráficojogo do azar caça níqueldrogas não vai mudar com a legalizaçãojogo do azar caça níqueluma droga", insiste Cartes, cujo país é o maior produtorjogo do azar caça níquelmaconha da região.
Imagem internacional
A deputada Verónica Alonso, do Partido Nacionaljogo do azar caça níquelUruguai, da oposição, considera que a regularização da maconha "vai afetar negativamente" Montevidéu a nível nacional e internacional.
"Um país não deveria adotar políticas unilaterais quando se tratajogo do azar caça níquelum tema tão importante. Deveria, ao menos, haver um mecanismojogo do azar caça níquelcoordenação com países vizinhos", afirma ela à BBC Mundo.
"Com esta medida estaremos violando acordos internacionais e tratados. A ONU nos advertiu sobre isso", disse elajogo do azar caça níquelreferência a um comunicado emitidojogo do azar caça níquelagosto pela Junta Internacionaljogo do azar caça níquelFiscalizaçãojogo do azar caça níquelEstupefecentes (JIFE), o escritório das Nações Unidas que supervisiona o cumprimento dos acordos antidrogas.
Os promotores da regularização não apenas terão que tranquilizar seus vizinhos. Dentrojogo do azar caça níquelcasa também há ceticismo.
Segundo as últimas pesquisasjogo do azar caça níquelopinião, a maior parte da população uruguaia continua contra a iniciativa, principalmente no interior do país.
Apesarjogo do azar caça níqueltodo o rebuliço global, para Cristian, o ferreiro, o impacto da nova lei é mais pessoal.
"Já não vou ter que ir às bocasjogo do azar caça níquelfumo", disse ele à BBC Mundo, sintetizando o que é a motivação principal por trás da iniciativa do presidente Mujica: secar as fontesjogo do azar caça níquelrenda dos que traficam drogas ilegais.
Não é possível saber se outros países seguirão os passos do Uruguai, masjogo do azar caça níqueluma região devastada pela violência do narcotráfico, este "experimento sociopolítico" poderia oferecer uma alternativa para combater e, quem sabe, controlar os efeitos das drogas.