Os efeitos internacionais do 'experimento' uruguaio com maconha:casino bet365 home
- Author, Ignaciocasino bet365 homelos Reyes
- Role, Da BBC Mundo, na Argentina
casino bet365 home As cinco plantascasino bet365 homemaconha das quais Cristian cuida com esmero e dedicação emcasino bet365 homeferraria nos arredorescasino bet365 homeMontevidéu fazem, a partircasino bet365 homeagora, partecasino bet365 homeum experimentocasino bet365 homealcance internacional que representa a maior mudança das políticas antidroga na América Latina.
Na terça-feira, o Uruguai se tornou o primeiro país do mundocasino bet365 homeque o mercado da maconha passa para as mãos do Estado, depois que o Senado aprovou a lei que regulariza o cultivo, distribuição, venda e consumo da droga.
A medida é importante para Cristian, que deixarácasino bet365 homeesconder seus péscasino bet365 homemaconha da polícia e passará a se submeter à supervisão das autoridades do novo Institutocasino bet365 homeRegulação e Controle da Canabis, organismo que garantirá que suas plantas estejam registradas e quecasino bet365 homecolheita não ultrapasse os 480 gramas anuais.
Mas ela pode ser mais importante ainda para o resto do continente, onde o presidente José "Pepe" Mujica conseguiu pôrcasino bet365 homemarcha um "experimento sociopolítico" para legalizar a maconha e ensaiar novas maneirascasino bet365 homecombater o narcotráfico.
Aprendizagem coletiva
"Espero que (os outros países) nos deem uma mão e que aprendamos mutuamente", disse Mujica,casino bet365 home78 anos, ao argumentar os benefícioscasino bet365 homeseu plano e o impacto que pode ter no resto da comunidade internacional, onde a droga continua sendo uma inimiga.
"Que nos seja permitido adotar um experimento sociopolítico frente a um problema tão grave como é o narcotráfico", afirmou o presidente.
Quando Mujica sancionar a lei aprovada pelo Congresso, terá início um períodocasino bet365 home120 diascasino bet365 homeque as autoridades terãocasino bet365 homepublicar os primeiros regulamentos com os detalhes do processocasino bet365 homeregulamentação.
Talvezcasino bet365 homeum ano, os amantes da maconha poderão fazer como Cristian, o ferreiro, e colher suas primeiras plantascasino bet365 homemaneira legal.
Desde os anos 70, fumar maconha é legal no Uruguai, incluindo nos espaços públicos, mas o cultivo e compra, não.
E apesarcasino bet365 hometer menoscasino bet365 home3,5 milhõescasino bet365 homehabitantes, o negócio movimenta cercacasino bet365 homeUS$ 30 milhões por ano.
Implicações internacionais
"Não estamos dizendo aos outros países que esta é a política que eles têmcasino bet365 homeadotar e damos a garantiacasino bet365 homeque a maconha que deve ser produzida legalmente aqui não vai acabar no seu mercado negro. É o nosso compromisso", disse à BBC Mundo Julio Calzada, secretário-geral do Conselho Nacionalcasino bet365 homeDrogas do Uruguai.
Em instâncias internacionais, meioscasino bet365 homecomunicação estrangeiros e até mesmo nas Nações Unidas, o presidente Mujica argumentou que a estratégiacasino bet365 homeguerra total contra o narcotráfico patrocinado pelos Estados Unidos na América Latina desde os anos 70 falhou.
Somente no México, maiscasino bet365 home60 mil pessoas morreramcasino bet365 homeepisódioscasino bet365 homeviolência relacionados às drogas nos últimos seis anos, durante os quais o governo mexicano vinha empreendendo uma guerra frontal contra os cartéis.
Na Colômbia, a discussão sobre as drogas é um assunto sensível nas negociaçõescasino bet365 homeentre a guerrilha e o governo.
A vozcasino bet365 homeMujica não é solitária. Cada vez mais surgem figuras latino-americanos favoráveis à legalização da maconha, mas ele é um dos poucos a fazê-lo no poder.
Outros esperaram deixar seus cargos públicos, como o mexicano Vicente Fox, o brasileiro Fernando Henrique Cardoso e chileno Ricardo Lagos, que após saírem da presidênciacasino bet365 homeseus países e terem promovido durante seus mandatos a linha dura contra as drogas, agora defendem liberalização da maconha e outras drogas com "impacto menor".
Mas "todos são ex", como lembroucasino bet365 homeconversa com a BBC Mundo Julio Calzada.
"O único presidentecasino bet365 homeexercício que abordou a questãocasino bet365 homefrente sabendo dos riscos políticos envolvidos foi o presidente Mujica."
Na região, o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, também lançou um debate sobre a legalização das drogas.
O guatemalteco qualificou o colega uruguaio como "visionário", mas não conseguiu apoio suficiente para implantar um projeto similarcasino bet365 homeseu país.
Em outros países latino-americanos, a resposta tem sido tímida,casino bet365 homeexpectativa. Como na Argentina, onde o governo disse que vai esperar para ver os resultados da legalização no Uruguai.
Mascasino bet365 homeoutros foi negativa. O ministro das Relações Exteriores do México, Jose Antonio Meade, deixou claro que "o enfoque não pode ser unilateral" e pediu que a políticacasino bet365 homedrogas seja um consenso na região.
Na vizinha Paraguai, o presidente Horacio Cartes resumiu a iniciativa uruguaia como "uma utopia".
"A situação do tráficocasino bet365 homedrogas não vai mudar com a legalizaçãocasino bet365 homeuma droga", insiste Cartes, cujo país é o maior produtorcasino bet365 homemaconha da região.
Imagem internacional
A deputada Verónica Alonso, do Partido Nacionalcasino bet365 homeUruguai, da oposição, considera que a regularização da maconha "vai afetar negativamente" Montevidéu a nível nacional e internacional.
"Um país não deveria adotar políticas unilaterais quando se tratacasino bet365 homeum tema tão importante. Deveria, ao menos, haver um mecanismocasino bet365 homecoordenação com países vizinhos", afirma ela à BBC Mundo.
"Com esta medida estaremos violando acordos internacionais e tratados. A ONU nos advertiu sobre isso", disse elacasino bet365 homereferência a um comunicado emitidocasino bet365 homeagosto pela Junta Internacionalcasino bet365 homeFiscalizaçãocasino bet365 homeEstupefecentes (JIFE), o escritório das Nações Unidas que supervisiona o cumprimento dos acordos antidrogas.
Os promotores da regularização não apenas terão que tranquilizar seus vizinhos. Dentrocasino bet365 homecasa também há ceticismo.
Segundo as últimas pesquisascasino bet365 homeopinião, a maior parte da população uruguaia continua contra a iniciativa, principalmente no interior do país.
Apesarcasino bet365 hometodo o rebuliço global, para Cristian, o ferreiro, o impacto da nova lei é mais pessoal.
"Já não vou ter que ir às bocascasino bet365 homefumo", disse ele à BBC Mundo, sintetizando o que é a motivação principal por trás da iniciativa do presidente Mujica: secar as fontescasino bet365 homerenda dos que traficam drogas ilegais.
Não é possível saber se outros países seguirão os passos do Uruguai, mascasino bet365 homeuma região devastada pela violência do narcotráfico, este "experimento sociopolítico" poderia oferecer uma alternativa para combater e, quem sabe, controlar os efeitos das drogas.