Bastiões chavistas ficam à margem dos protestos na Venezuela:esporte bet club
- Author, Vladimir Hernández
- Role, Enviado especial da BBC Mundo a Caracas
esporte bet club Muitas áreasesporte bet clubCaracas exibem novas marcas pretas no chão. Em muitas avenidas da capital, é praticamente impossível não ver uma delas a cada cinco metros. São as cinzas deixadas pela queimaesporte bet clubborracha e lixo que define o método mais usado nos protestos recentes contra o governo, que já duram maisesporte bet clubuma semana.
Boa parte do país estáesporte bet clubconvulsão. Em muitas áreas ao lesteesporte bet clubCaracas, os colégios estão fechados, as ruas foram bloqueadas e há protestos diariamente.
Na última semana,esporte bet clubacordo com o Ministério Público, oito pessoas morreram, 137 ficaram feridas e ao menos 200 foram presas. Mas nas áreas mais pobres, tradicionais redutos do chavismo, ignora-se o que está ocorrendo.
“Ãh?”, respondeu com perplexidade um homem quando cheguei no bairroesporte bet clubMamera, ao sudoeste da cidade, e lhe perguntei sobre os protestos. Sua resposta monossilábica deixou claro seu desinteresse e marcou o fim da entrevista.
“É que aqui as pessoas são pobres e têm que resolver seus próprios problemas diariamente”, me explicou outro homem.
Em bairros pobresesporte bet clubCaracas, como Mamera, Caricuao, Carapita e Antimano, quase não há marcas pretas no chão.
As ruas estão “decoradas” com cartazes do presidente Nicolás Maduro eesporte bet clubHugo Chávez.
Nesses lugares quase não têm há protestos, talvez porque existam outras prioridades (econômicas, sobretudo) ou porque há haja um grande respaldo ao governo atual.
"Aqui as lojas estão abertas, as crianças continuam indo à escola e as pessoas estão tranquilas”, disse Israel, um aposentado que moraesporte bet clubCaricuao. “Ontem, alguns estudantes bloquearam a avenida, mas a Guarda Nacional os dispersou rapidamente.”
Vida normal
Em Antimano, bairro conhecido poresporte bet clubcriminalidade, a vida parecia transcorrer normalmente. Dezenasesporte bet clubcrianças saiamesporte bet clubsuas escolas, o comércio funcionava e havia muita gente nas ruas. Na porta dos supermercados, pessoas faziam fila para comprar os escassos produtos básicos, como leite, frango e papel higiênico.
Cenas parecidas se repetiam na ronda feita pela BBC Mundo nas zonasesporte bet clubCatia, 23esporte bet clubJaneiro, La Quebradita e outras onde costuma haver maior apoio político ao governo. Em geral, havia poucos sinaisesporte bet clubque terem sido cenário dos amplos protestos noturnos.
Isso não quer dizer que eles não tenham ocorrido, mas não pareciam ter sido tão intensos quando na Praça Altamira, pontoesporte bet clubencontro da oposição.
Fontes chavistas confirmaram à BBC Mundo que o governo registrou protestosesporte bet clubzonas consideradas seus bastiões eleitorais, como El Valle e Petare (a maior favela da América Latina). “Mas são obraesporte bet clubuma minoria”, disse uma das fontes, que pediram para serem mantidas anônimas.
No entanto, isso não pode ser verificadoesporte bet clubforma independente e é algo que difere dos vários relatosesporte bet clubredes sociais sobre grandes e frequentes manifestações nestes locais.
Jazmín viveesporte bet clubLa Vega, uma favela perigosa onde casas precárias tomaram o lugar do verde que havia nas montanhasesporte bet clubCaracas.
Deesporte bet clubposição privilegiada no alto da cidade, Jazmín pode ver como a estrada que marca a entradaesporte bet clubsua zona “foi bloqueada até tarde na quarta-feira” e “houve trocaesporte bet clubtiros quando a Guarda Nacional chegou para dispersar os manifestantes”.
“Aqui normalmente há panelaços, mas os últimos protestos foram os mais fortes até agora”, diz.